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PODER E CONTROLE NAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS: FACES APARENTES E OCULTAS Marcio Rodrigues.

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Apresentação em tema: "PODER E CONTROLE NAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS: FACES APARENTES E OCULTAS Marcio Rodrigues."— Transcrição da apresentação:

1 PODER E CONTROLE NAS ORGANIZAÇÕES CONTEMPORÂNEAS: FACES APARENTES E OCULTAS
Marcio Rodrigues

2 Então voltaste, ó tratante, ó intrometido
Então voltaste, ó tratante, ó intrometido? Queres novamente nos aborrecer e importunar, queres novamente expor nossos corações sempre a novas decisões? Eu estava tão feliz, eu podia chafurdar na lama e aquecer-me ao sol, eu podia comer e beber, grunhir e guinchar, e estava livre de meditações e dúvidas: O que devo fazer, isto ou aquilo? Por que vieste? Para jogar-me outra vez na vida odiosa que eu levava antes? Lion Feuchtwanger (versão apócrifa da Odisséia)

3 PODER E FONTES DE PODER: DEFINIÇÕES GERAIS

4 “Toda a questão se reduz a isto: pode a mente humana dominar o que a mente humana criou?” (Paul Valéry).

5 PODER Disposições iniciais
As organizações podem ser vistas como arenas políticas complexas onde os indivíduos buscam preservar seus interesses por intermédio das estruturas e das regras burocráticas Os interesses caracterizam-se por um conjunto complexo de predisposições que envolvem objetivos, valores, desejos, expectativas e outras orientações e inclinações que levam a pessoa a agir em uma e não em outra direção. Poder é o meio do qual as divergências de interesses são resolvidas O poder é um ato: algo utilizado ou exercido O poder não existe isoladamente Aqueles a quem o poder se dirige são importantes para determinar se ocorreu um ato de poder Dois resultados do ato de poder podem ser: a obediência ou o conflito Assim,

6 PODER Poder ≠ Autoridade A natureza do poder (Weber, 1991)
Poder – Probabilidade de um ator impor sua vontade a outro, mesmo contra a resistência deste (pode haver o uso da violência). Influência – Ocorre quando, em um determinado momento, um ator identifica-se com outro e obedece a sua ordem. Autoridade - Probabilidade que alguém tem de contar com a obediência dos que devem obedecê-lo. Poder ≠ Autoridade Legitimidade Reconhecimento, por aqueles que obedecem, das ordens que lhe são dadas (obediência)

7 PODER Outros conceitos de poder
Para Weber, a autoridade proporciona poder, mas nem sempre ter poder significa ter autoridade. Deste modo, se autoridade proporciona poder, o poder conduz a dominação. Quando uma ordem influencia a conduta dos dominados e se transforma em uma norma de conduta aceita pelos subordinados (regulação do comportamento) Outros conceitos de poder Para Dahl (1961) A tem poder sobre B na medida em que pode fazer com que B faça algo que de outra forma não faria. Para Parsons (1960), o poder é derivado da autoridade. E essa autoridade legitima o direito dos líderes de esperar o apoio dos membros da coletividade.

8 PODER Tipos de Autoridade
(WEBER, 1991) Tipos de Autoridade Autoridade Tradicional – Crença cotidiana na santidade das tradições vigentes desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas tradições, representam a autoridade. Ex: Monarquias Autoridade Carismática – Baseada na veneração da santidade, do poder heróico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por essa reveladas ou criadas. Ex: João Paulo II Autoridade Racional-Legal – Baseada na legitimidade das ordens legalmente asseguradas e no direito de mando daqueles que estão no direito de exercer a dominação. Este tipo de autoridade é o mais comum nas organizações contemporâneas. Ex: Relação gerente – funcionário

9 BASES E FONTES DE PODER 1 – Autoridade formal
(MORGAN, 1996) 1 – Autoridade formal 2 – Controle sobre recursos escassos 3 – Uso da estrutura organizacional, regras e regulamentos 4 – Controle do processo de tomada de decisão 5 – Controle do conhecimento e da informação 6 – Controle das fronteiras 7 – Alianças interpessoais, redes e controle da “organização informal” 8 – Simbolismo e administração do significado 9 – Sexo e administração das relações entre os sexos

10 CONTROLE ORGANIZACIONAL: DEFINIÇÕES GERAIS E EVOLUÇÕES

11 CONTROLE ORGANIZACIONAL
“Processo pelo qual o comportamento de pessoas e coisas é circunscrito aos objetivos das organizações”. (TANNENBAUM, 1968). “O conceito de controle está intimamente relacionado àquele de poder no sentido de que pressupõe a ação de alguém ou algo sobre o comportamento de um outro e reflete os interesses presentes na organização assim como as posições dominantes capazes de impor concepções da realidade” (WARHURST, 1998). “Processo de busca de redução de incerteza” (SILVA, 1999)

12 TIPOLOGIAS DE CONTROLE
(CARVALHO, 1999) TIPOS DE CONTROLE MEIOS ONDE SE EXERCE MODELOS DE ANÁLISE TIPO DE EMPRESA DIRETO Imposição de ordens Vigilância expressa Organizações totais (prisões) Taylorismo Pequenas empresas ESTRUTURAL Normas Regulamentos Hierarquia Critérios de seleção Grandes burocracias Tipo ideal de burocracia Grandes empresas capitalistas DIFUSO Pressupostos culturais Organizações normativas Anarquias organizadas Organizações institucionalizadas

13 TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES E MECANISMOS DE CONTROLE
(ETZIONI, 1967) TIPO DE ORGANIZAÇÃO ALVO DO CONTROLE BASE DO ENGAJAMENTO PROTÓTIPO DAS ORGANIZAÇÕES MEIOS DE CONTROLE EXEMPLOS TOTAL Corpo físico Coercitivo Prisões Asilos Força Ameaças Sanções Demissões ECONÔMICA Comportamento Cálculo Negócios Burocráticas Prêmios Supervisão Regras Tecnologia Pagamento por peça Promoção Comissão IDEOLÓGICA Visão do mundo Identificação Política Religiosa Objetivos Atrativos Persuasão Sentido de participação Visão da administração Propaganda

14 DOMINAÇÃO IDEOLÓGICA

15 “De onde ele pegou tantos olhos, com os quais ele vos olha, se vós não os abrir para ele? Como tem ele tantas mãos para bater em vós, se ele não as toma de vós? Os pés com os quais ele pisa vossas cidades de onde ele os tem, se não são os vossos? Como tem ele algum poder sobre vós senão por vós? Como ousaria ele vos atacar, se não estivesse em combinação convosco? (Etienne de la Boétie)

16 CONTEXTUALIZAÇÃO INCIAL
Condição pós-moderna (BAUMAN, 2001) Empresa emerge como a organização que fornece sentido para a vida dos trabalhadores; Define os princípios que servem de referência universal; Produtora do discurso dominante.

17 CONTEXTUALIZAÇÃO INCIAL
(“Parte” Técnica) Emergência do modelo pós-fordista de produção (necessidade de flexibilizar as organizações, mas manter o controle); Intensificação ou reinvenção de mecanismos que facilitem e tornem invisível (internalizado, ideológico, despersonalizado) o controle, tais como: Normas e regras; Cultura; Treinamento; Profissionalização.

18 EMPRESAS HIPERMODERNAS
As modernas empresas (hipermodernas) são gerenciadas a partir de um sistema de princípios cujo criador da regra não tem necessidade de participar do jogo, de influenciar os participantes ou de lhes dar ordens para exercer seu poder; esse é atualizado pelo próprio jogo, desde que os jogadores respeitem as regras, pois as regras são a própria condição do jogo (internalização das normas) (PAGÈS et al. 1987). Como isso é realizado? Ênfase no controle difuso + Estratégias de mediação Mediação econômica; Mediação política; Mediação ideológica; Mediação psicológica.

19 EMPRESAS HIPERMODERNAS
Processo de subordinação à lógica da organização Abstração – estabelecimento da superioridade da lógica mercantil Objetivação – Determina a medida de utilidade do indivíduo; Desterritorialização – desenraiza o indivíduo de seus laços sociais e culturais; Canalização – transforma a energia do indivíduo em força de trabalho. “Através de sua submissão a metas organizacionalmente estabelecidas e através da absorção gradual dessas metas em suas próprias atitudes, aquele que participa da organização adquire uma personalidade de organização, bastante diferente de sua personalidade como indivíduo” (GUERREIRO RAMOS, 1989, p. 109).

20 EMPRESAS HIPERMODERNAS Criação de uma nova igreja
É o surgimento de uma nova fé, de uma nova religião; a qual, calcada nos valores do capitalismo flexível, é elaborada dentro das organizações hipermodernas e que se consubstancia na adesão a um sistema de valores e crenças, o qual, por sua vez, incita as pessoas a se dedicarem de “corpo e alma” a seu trabalho (PAGÈS et al. 1987). Criação de uma nova fé Conjunto de crenças que formam um dogma; Escrituras sagradas e ritos; Organização hierarquizada; Massa de fiéis compartilhando a mesma fé. Criação de uma nova igreja Confissão: as entrevistas de avaliação; Missa: os encontros; Batismo: a admissão; Catecismo: a formação; Liturgia: as regras. 

21 EMPRESAS HIPERMODERNAS
“A organização tende a se tornar fonte de sua angústia e de seu prazer. Este é um dos aspectos mais importantes do seu poder. Seu domínio está a sua capacidade de influenciar o inconsciente, de ligá-lo a ela de forma quase indissolúvel, com mais força e de toda maneira de modo diferente que no caso da empresa clássica” (PAGÈS et al. , p. 144).

22 UM FUTURO DISTANTE... “Não há razão, sem dúvida, para que os novos governos totalitários se assemelhem aos antigos. Governos baseados no porrete e no pelotão de fuzilamento, na miséria artificial, não são apenas desumanos (hoje ninguém se preocupa muito com isso); são ineficientes por demonstração e, numa época de tecnologia avançada, a ineficiência é pecado contra o Espírito Santo. Um estado totalitário realmente eficaz seria aquele em que o executivo todo-poderoso constituído de chefes políticos e de um exército de administradores, controlasse uma população de escravos que não precisassem ser forçados, porque teriam amor à servidão” (HUXLEY, 2001).

23 DAS SOCIEDADES DISCIPLINARES ÀS SOCIEDADES DE CONTROLE

24 O PANÓPTICO DE BENTHAN O dispositivo é um edifício. O edifício é circular. Sobre a circunferência, em cada andar, as celas. No centro, a torre. Entre o centro e a circunferência, uma zona intermediária. Cada cela volta para o exterior uma janela feita de modo a deixar penetrar o ar e a luz, ao mesmo tempo que impedindo ver o exterior - e para o interior, uma porta, inteiramente gradeada, de tal modo que o ar e a luz cheguem até o centro. Desde as lojas da torre central se pode então ver as celas. Em contraposição, anteparos proíbem ver as lojas desde as celas. O cinturão de um muro cerca o edifício. Entre os dois, um caminho de guarda. Para entrar e sair do edifício, para atravessar o muro do cerco, só uma via é disponível. O edifício é fechado.

25 O PANÓPTICO DE BENTHAN

26 SOCIEDADE DISCIPLINAR
(MICHEL FOUCAULT) Panóptico - metáfora da sociedade moderna Encarceramento Lugares amplos Tempo ordenado Isolamento Características: Objetivos Tornar o exercício do poder o menos custoso possível (economicamente e politicamente pela sua descrição, invisibilidade e o pouco de resistência que suscita). Fazer que seus efeitos sejam levados à máxima intensidade e estendidos a todo corpo social; Fazer crescer, ao mesmo tempo, a docilidade e a utilidade de todos os elementos do sistema, ou seja, criar indivíduos dóceis e úteis.

27 SOCIEDADE DISCIPLINAR
(MICHEL FOUCAULT) Conseqüências Produz nas pessoas um comportamento previsível, sempre orientado para as normas; Objetiva produzir indivíduos obedientes, disciplinados (docilizados) e, portanto, úteis para os padrões da sociedade em questão; O indivíduo torna-se prisioneiro de si próprio pela auto-regulação de seus atos. "Não há necessidade de braços, violência física, constrangimentos materiais. Somente um olhar. Um olhar inspecionador, um olhar no qual cada indivíduo sob o seu peso acabará por interiorizá-lo ao ponto de que cada um é seu próprio vigia, cada um exercendo vigilância sobre, e contra, si mesmo. Uma fórmula soberba: poder exercido continuamente e pelo que vem a ser um custo mínimo" (FOUCAULT, 1980).

28 SOCIEDADE DE CONTROLE (GILLES DELEUZE)
Evolução das Sociedades Disciplinares; Controle despersonalizado e contínuo, através do uso de tecnologias de informação. O poder pode se mover com a velocidade do sinal eletrônico. Em termos práticos, o poder se tornou verdadeiramente extraterritorial, não mais limitado, nem mesmo desacelerado, pela resistência do espaço (o advento do telefone celular serve bem como ‘golpe de misericórdia’ para ilustrar isso). Não importa mais onde está quem dá a ordem (BAUMAN, 2001).

29 SOCIEDADE DE CONTROLE (GILLES DELEUZE)
Essa é uma das diferenças entre essas duas formas de sociedade. Atualmente, não importa mais o espaço (local de confinamento), não importa se o indivíduo está distante ou perto da “torre”, hoje ela não tem rosto, está despersonalizada, impessoalizada, está em todos os lugares, em todos os indivíduos que fazem parte do jogo (sociedade de organizações) “Nas sociedades de disciplina não se parava de recomeçar, enquanto nas sociedades disciplinares nunca se termina nada, a empresa, a formação, o serviço sendo os estados metaestáveis e coexistentes de uma mesma modulação” (DELEUZE, 2007).

30 (Herbert Sebastian Agar)
DE VOLTA A ODISSÉIA... A verdade que torna os homens livres é, na maioria das vezes, a verdade que os homens preferem não ouvir... (Herbert Sebastian Agar)


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