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Sabe com quem está falando?

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Apresentação em tema: "Sabe com quem está falando?"— Transcrição da apresentação:

1 Sabe com quem está falando?
Um ensaio sobre a distinção entre indivíduo e pessoa no Brasil Roberto daMatta

2 Contexto da publicação
Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro (publicado em 1979). Contexto da ditadura militar intelectualidade dividida entre marxistas (análise do Brasil sob o viés da luta de classes) e não-marxistas (análise do Brasil sob perspectiva não- exclusivamente econômica) Rituais de apresentação e representação da sociedade brasileira: carnaval desfile militar procissão

3 Ritual do “sabe com quem está falando?”
Rito de autoridade Ritual velado, escondido da imagem brasileira Recurso (ilegítimo, antipático, pernóstico) à disposição do brasileiro “Mundo da rua” Situação conflitiva; expressão de um conflito

4 A Casa e a Rua – espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil (1984)
Universos complementares Rua – espaço do impessoal, autoridade do Estado - cidadão x Casa – relações pessoalizadas, familiaridade, vez e voz – supercidadão “outro mundo” – morte, religião Brasil como sociedade relacional

5 Representações sobre conflito na sociedade brasileira
Conflito - Escondido, evitado, negado Harmonia entre dominados e dominantes Conflito = revolta a ser suprimida, não crise a ser enfrentada O conflito é pessoalmente circunscrito (A culpa é do patrão X, não do sistema de produção) Cada qual no seu lugar, em sua posição social Irregularidade = Embaraço, fraqueza Quem troca: ficou “besta”; “quem te viu, quem te vê”

6 Carteirada Carteira de trabalho Trabalhador x vagabundo
Prisão para averiguação "...A carteira, pelos lançamentos que recebe, configura a história de uma vida. Quem a examinar, logo verá se o portador é um temperamento aquietado ou versátil; se ama a profissão escolhida ou ainda não encontrou a própria vocação; se andou de fábrica em fábrica, como uma abelha, ou permaneceu no mesmo estabelecimento, subindo a escada profissional. Pode ser um padrão de honra. Pode ser uma advertência." Alexandre Marcondes Filho (inscrição na CTPS até 97) Prerrogativas profissionais “Direitos humanos para humanos direitos”

7 VIPs – very important people
Medalhões Acima da lei impessoal Nem precisam acionar o ritual

8 Ritual do “sabe com quem está falando?”
A frase do ritual não é uma pergunta, é uma afirmação. Não se admite não saber. No Brasil, assumir que não se sabe algo é vergonhoso. “melhor tapear”. E perguntar pode ser ofensivo, deve ser evitado. Pergunta = inquérito Somos educados a não gostar de perguntar e não perguntar

9 Comparação por contraste
Brasil x EUA “Who do you think you are?” Ritual social com o fim de igualar; não desigualar. Argentina: “¿Y a mí qué mierda me importa?” Guillermo O’Donnell

10 Sistemas hierárquicos x igualitários
Louis Dumont Índia – sistema de castas Hierarquia – visão do todo, Partes complementares Sistema igualitário EUA – igualdade das partes Diferença não é desigualdade. Brasil – “pirâmide engastalhada no paralelepípedo” Kant de Lima

11 Pessoa x indivíduo “Aos amigos tudo; aos inimigos a lei”
O sistema iguala num plano e hierarquiza no outro Relações pessoais formam o núcleo daquilo que chamamos de moralidade Leis – regulamentos impessoais, indivíduos “Aos amigos tudo; aos inimigos a lei”

12 Hierarquia social no Brasil não é uma questão meramente econômica
Intimidade social Laços pessoais – consideração, favor, respeito Valoração moral, estética Esqueleto hierárquico com ideais igualitários Relações pessoais x impessoais – leis Identificação com nível superior – maridos, patrões, pais “um sistema social com aspectos conhecidos, mas não reconhecidos” Questão pessoal ou manutenção de um sistema de valores?

13 Indivíduo x pessoa Preso à totalidade social à qual se vincula de modo necessário Complementar aos outros Não tem escolhas A consciência é social (isto é, a totalidade tem precedência). A amizade é residual e juridicamente e definida. A mitologia, as formulações paradigmáticas do mundo são básicas como formas de expressão Recebe as regras Segmentação Livre, tem direito a um espaço próprio Igual a todos os outros Tem escolhas, que são vistas como direito fundamental Tem emoções particulares A consciência é individual A amizade é básica no relacionamento (=escolhas) O romance e a novela íntima individualista (obra do autor) são essenciais Faz as regras Não há mediação entre ele e o mundo

14 Áreas de passagem Da casa à rua
Das relações pessoais da família ao anonimato do mercado. Pessoas bem-relacionadas não passam muito tempo no mundo da rua. Pequeno número de pessoas definem as regras para inúmeros indivíduos

15 dramatização Drama social (Victor Turner) Peripécia do desvendamento
De uma identidade universal a uma posição específica dentro de um sistema. Agredido pela regra geral torna-se agressor.

16 Sociedades “tradicionais”
Relações pessoais predominam Não existe um policial, que também é pai, compadre e irmão. Existe pai, irmão, compadre, etc que, por tudo isso, pode ser policial. Nas sociedades ditas complexas, esses papeis estão separados. (será?)


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