Plano Collor Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea.

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Transcrição da apresentação:

Plano Collor Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea

1985 – 1990 (I) 1985: acelera aumento dos preços –Expansão da demanda interna –Efeitos de uma seca 1986: Plano Cruzado (março) –Congelamento: preços e salários –Controle popular –Expansão da oferta monetária para recomprar parte da divida interna Prover liquidez para atender parte do aumento da demanda por moeda (diminuição da inflação) –DA ganha impulso - 2º semestre: pleno emprego Problemas com congelamento – ágios –Novembro – pacote fiscal mal concebido – aumento da tributação sobre não essenciais (automóveis) – põe fim ao congelamento –Aumento dos impostos, seu timing e aquecimento da economia realimentam a inflação e poe fim ao Cruzado –Queda superávit comercial – moratória inicio de 87

(II) Bresser –Medidas para reprimir a DA –Cortar os salários reais –Melhora superávit comercial no 2º semestre Demanda domestica mais fraca e desvalorização real do cambio –Junho – congelamento –Falta de sustentação política para cortar o déficit público e ajustar divida externa e interna Evita ganhos consistentes com a inflação Final de 1987 – 20% ao mês de inflação Mailson –Início: 1988: estabilizar a inflação em 15/20 % mês e liquidar atrasados nos pagamentos externos Cenário externo positivo Governo não consegue ajustar déficit e conter expansão da oferta monetária Inflação volta a crescer no 2º semestre –1989: 3ª tentativa de congelamento Plano Verão Promessa de controle do déficit Juros elevados para reprimir demanda e estimular poupança –Última ano de Sarney – complacente com orçamento fiscal –Alguns: alta taxa de juros reais realimentam inflação por meio do efeito riqueza e mais gastos Por meio do repasse juros para consumidores – efeito preço Por meio de seu efeito sobre déficit e divida pública –Final do período: 50% a.m. Rumo a hiperinflação

4 O Governo Collor: Problemas Iniciais Insucesso dos Planos Heterodoxos Condições externas frágeis Fragilidade financeira do Estado –condições de financiamento da elevada divida publica Elevação da liquidez dos haveres não-monetários –Possibilidade de monetização com pressão inflacionária –Política monetária ineficaz Moeda Indexada – liquidez absoluta e remuneração –contas remuneradas: depósitos bancários aplicados em títulos no overnight) Recompra (Zeragem) automática – go around No dia da posse ( ) lança “Plano Brasil Novo”

Cinco conjunto de medidas 1.Políticas de renda 2.Reforma administrativa e privatização 3.Reforma fiscal 4.Reforma do comércio exterior 5.Reforma monetária

Política de renda 16/03/90: Congelamento de preços –Vários preços re-escalonados no nível do dia 10 –Preços dos serviços públicos (ficaram defasados em 1989) aumentados dias antes e congelados por 4 meses –MP 154: Salários de março (pagos em abril) – sofrem reajuste da inflação de março e devem ser acrescidos com base na inflação esperada Trabalhadores podem negociar livremente Servidores públicos salários congelados por 6 meses Problema quando prefixa em 0% (abril) –Necessidade de que inflação esperada seja constantemente viesada para baixo Esquema passa a ser desenfatizado Substitui regra por outra em setembro –Tenta recuperar poder de compra médio dos salários  Congelamento não é elemento central  Não muito fiscalizado, não credibilidade  Inflação 11,3% em abril e 9,1 em maio

7

8 Reforma Administrativa e Privatização Encolher tamanho do Governo federal –Reduz Ministérios e fecha vários órgãos federais –Fecha IAA e IBC, junta Planejamento e Fazenda etc. Funcionários: lista de disponibilidade Pretensão de demissão de 400 mil funcionários (20% feito) –Plano de privatização anunciado Aprovado no Congresso - começa lentamente Subscrição obrigatória de Certificados de Privatização pelo sistema bancário e fundos de pensão (resistência) Leilão importante só final de 1991 – Usiminas –Desregulamentações setoriais e redução de procedimentos burocráticos  Problemas:  Estados e municípios incham com regras da nova Constituição (transferências)  Anúncios x fatos

9 Reforma fiscal Aumento de receitas –“Fim” do anonimato fiscal – não mais cheques ao portador acima de US$100 – e eliminação de brechas que favorecem evasão fiscal –Fim de várias isenções fiscais, dentre elas temporariamente as de investimento no N-NE –Aumentos de alíquotas no IR, IPI e IOF –IR sobre atividade agrícola –Correção dos tributos em atraso com indexador diário (BTNF) –Diminuição de prazo do recolhimento –Introdução de imposto temporário sobre capital (depósitos acima de U$ 9000) Alíquotas variam de 8 a 25% (ausência de titularidade) no resgate das aplicações ou na transferência de ações Diminuição das despesas –Redução nos pagamentos de juros sobre divida pública –Congelamento de salários dos funcionários públicos  Meta sair de déficit primário de 8% para superávit de 2% –Cumprido, especialmente com aumento da arrecadação

10 Reforma do comércio exterior Taxa de cambio flutuante em substituição à minidesvalorizações diárias –Bancos e dealers autorizados podem negociar valor do cambio com clientes, BC supervisiona e intervém –Depois do plano cambio ficou sobrevalorizado, mas depois desvaloriza Mantém controles sobre conta de capital Anuncia nova política comercial (detalhada em junho) –Elimina controles quantitativos sobre importações –Elimina tarifas para alguns insumos industriais sem similar nacional –Reduz tarifas e estabelece cronograma de continuidade –Reduz variância das tarifas  Reformas vão lentamente mas continuamente

11 Reforma Monetária Restaura o cruzeiro, feriado bancário, alteração da CM Bloqueio de depósitos (MP 168) – sequestro (Bloqueio) da liquidez –Depósitos à vista e poupança o que for acima de nCz50 (US$1200) –Depósitos à prazo, letras de cambio, debêntures, fundos de renda fixa e aplicações de curto prazo (20% ou 50) – Bloqueados por 18 meses e transferidos para BC em conta especial (VOB- Valores à ordem do banco Central) valores indexados à BTN e recebem 6% de juro anual. Resgatados depois em 12 parcelas mensais Por dois meses pode usar para pagar impostos Ministério pode liberar em condições relevantes Pode usar para pagar dividas contraídas anteriormente – transferência de titulariedade

Plano Collor Ponto central: –Eliminar déficit público, reestruturar divida pública e retomada de controle sobre a oferta de moeda derrotam a inflação –Reformas estruturais recolocam economia em novo padrão de desenvolvimento Desenho – problemas: –Idéias extraídas de visões conflitantes sobre a inflação –Propostas formuladas sem rigor –Propostas abandonadas depois de pouco tempo Medidas sofrem resistência de grupos / setores –Resolve estoque mas não fluxo

13 Impacto inicial: –Desestruturação do sistema produtivo – Retração do PIB Problemas: –Expansão da liquidez posterior : Acerto no estoque comprometido com expansão posterior: –arrependimento, “Torneirinhas” – era possível ? Não se viabilizaram mecanismos para controle dos novos fluxos monetários e não existe alteração sobre regras –Acerta o estoque mas não o fluxo – Deterioração da balança comercial sem financiamento na Balança de capitais Forte desvalorização cambial –Persistência da aceleração inflacionária no início de 1991, com dificuldade crescente de financiamento do governo

Parte III Capítulo 17Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 14

Parte III Capítulo 17Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 15 A transição Collor - Itamar Collor II: –reforma financeira que visava eliminar o overnight (substituído por FAF) e outras formas de indexação (criação da TR) – congelamento de preços e salários Marcílio – Plano Nada –Não tratamento de choque ou heterodoxia –Controle de fluxo de caixa e meios de pagamento –Descongelamento e preparo para desbloqueio –Reaproximação do Brasil com mercado financeiro internacional –Elevação das taxas de juros – forte ingresso de capitais e ampliação das reservas –esterilização – aumento da dívida interna

Parte III Capítulo 17Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 16

Parte III Capítulo 17Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. 17 Itamar Franco Impeachment Collor – substituição por vice: Itamar Franco – governo de transição –Demora inicial para definir política econômica –Maio de 1993 assume FHC – início da preparação para Plano Real Preparo das contas públicas: PAI, IPMF, FSE Acumulo de reservas externas Manutenção da abertura financeira e comercial Período anterior – reindexação da economia, sem grandes choques – volta idéia de inércia