1 Crédito e Desenvolvimento Econômico Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do Jordão – Agosto de 2003 Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ECONOMIA BANCÁRIA E CRÉDITO
Advertisements

Universidade Potiguar - UNP
Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de
A nova Lei de Falências e seus impactos na Economia Brasileira
Eventos Portugal a Crescer Junho Enquadramento Geral (I) 2 A crise económica e financeira do País tem causado significativos danos no tecido empresarial,
Macroeconomia Aula 2.
Medidas Recentes de Estímulo ao Crescimento e Evolução do Câmbio
O Cenário Econômico Atual
Assessoria Econômica da FEDERASUL
Conjuntura Econômica Brasileira
Novos Fundamentos e Velhos Problemas Presidência da República Casa Civil Amir Khair 3 de Junho de 2005.
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
Ministério da Fazenda Secretaria de Política Econômica Maio 2007 Ministério da Fazenda.
Fundamentos de Economia
Anos 1980: Rumo perdido.
Conjuntura macroeconômica
Fundap – Grupo de Conjuntura Crédito no 1º semestre de 2009: a força dos bancos públicos.
FINANÇAS CORPORATIVAS
CUSTO DE CAPITAL E DECISÕES DE INVESTIMENTO DE LONGO PRAZO
Em time que está ganhando se mexe...
Banco de Dados da CBIC
Balanço da Atuação do Governo
Instrumentos de Política Macroeconômica
Da crise ao crescimento: a experiência do Brasil MINISTRO GUIDO MANTEGA Rio de Janeiro, 07 de julho de 2004 II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE FUNDOS DE PENSÃO.
MERCADO FINANCEIRO.
PIB TRIMESTRAL Bahia – 4º Trimestre de 2009 Bahia – 4º Trimestre de 2009 CONJUNTURA ECONÔMICA: 2011 DILMA_100 dias.
Finanças Públicas BNDES Provas ( 2009 e 2011)
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
Instituto de Economia – UFRJ
RESUMÃO: Conhecimentos Bancários e Atualidades do Mercado Financeiro
Paulo Bernardo Dezembro
Mauá Investimentos Brasil: Perspectivas Macroeconômicas Por Luíz Fernando Figueiredo Porto Alegre, 12 de abril de 2006.
Prof. MSc. Cláudio Cabral. Atuação : Meios de Pagamento (Títulos Públicos e Taxas de Juros)  Muda o Custo e o nível de Oferta de Crédito  É executada.
OS RUMOS DO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL Recife, 11 de agosto de Pedro Eugênio Deputado Federal PT/PE.
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
Introdução à Macroeconomia
II SEMINÁRIO BANCO CENTRAL SOBRE MICROCRÉDITO
Brasil: Perspectivas para o setor bancário e o mercado de crédito
A questão dos Juros no Brasil
ELEMENTOS BÁSICOS NA ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO DE CAPITAL
Arno Hugo Augustin Filho Secretário do Tesouro Nacional Brasília, 03 de julho de 2007 RELATÓRIO QUADRIMESTRAL Avaliação e Cumprimento de Metas – 1 o Quadrimestre.
Ministério da Fazenda 1 1 Audiência Pública Comissão de Defesa do Consumidor Câmara dos Deputados Ministro Guido Mantega Brasília, 20 de junho de 2007.
Boletim de Conjuntura nº 61 Diretoria de Estudos Macroeconômicos DIMAC/IPEA Grupo de Acompanhamento Conjuntural – GAC.
Apresentação ao Senado Realizada nos dias 08 a 13 de maio/2015 Analistas consultados: 22 PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS.
Como a atual política econômica e fiscal afeta o varejo
1 A Crise Internacional e o Brasil: Perspectivas Abril de 2009 Henrique de Campos Meirelles.
O Sistema de Pagamentos em Moeda Local - SML -
A MACRO E MICRO ECONOMIA
28 de outubro de FATORES DETERMINANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO IMOBILIÁRIO NOS ÚLTIMOS ANOS.
1 Este material é de uso exclusivamente interno, não devendo ser encaminhado a qualquer destinatário externo a essa instituição.  Crescimento dos resultados.
BRASIL: ciclo de expansão do Consumo e do Crédito distribuiu Renda e promoveu ascensão social de parcela significativa da população Fonte: IBGE, BACEN.
Brasília, 10 e 11 de julho de Conjuntura econômica e negociações coletivas 5º Congresso dos Bancários de Brasília/DF.
Indicadores Econômicos
Mercado de Capitais Políticas Econômicas
POLÍTICA MONETÁRIA Moeda e Crédito.
Apresentação ao Senado Realizada entre os dias 30 de outubro e 04 de novembro de 2015 Analistas consultados: 25 PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS.
POLÍTICA FINANCEIRA CURTO PRAZO
17 de fevereiro de 2016 Previdência: Aperfeiçoar para Fortalecer Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Ministro.
Evolução Recente da Economia Brasileira Henrique de Campos Meirelles 13 de Maio de 2004.
1 Luiz Fernando Figueiredo IBCPF - Junho de 2001 Banco Central do Brasil A Conjuntura Econômica e a Importância do Planejamento Financeiro.
1 Henrique de Campos Meirelles Novembro 2004 Políticas de Crédito no Brasil.
1 Internacionalização e Regulação do Mercado de Capitais no Brasil João Cesar Tourinho.
CRESCIMENTO E INCLUSÃO SOCIAL Vitória-ES, agosto de 2008, Ana Paula Vitali Janes Vescovi.
1 Henrique de Campos Meirelles Setembro de 2004 Administrando o Presente e Construindo o Futuro.
1 Luiz Augusto de Oliveira Candiota Novembro/2003 A viabilização do crescimento econômico e o papel do Mercado de Capitais.
“O índice de cálculo para atualização monetária das dívidas dos Estados e Municípios” Audiência Pública – Senado Federal Comissão de Direitos Humanos e.
A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2006 Guido Mantega Presidente do BNDES Março 2006.
1 Taxa de Juros, Spread Bancário e Autonomia do Banco Central Taxa de Juros, Spread Bancário e Autonomia do Banco Central Henrique de Campos Meirelles.
K:\Screenshows\Gib\2000\G-Jul\2000gl395\2000gl395_ss Alternativas de Financiamento Mercado de Capitais Internacional Telebrasil Maio de 2002.
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Transcrição da apresentação:

1 Crédito e Desenvolvimento Econômico Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do Jordão – Agosto de 2003 Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do Jordão – Agosto de 2003 I Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro

2  Consenso: necessidade de mecanismos eficientes de financiamento a produção e consumo para viabilizar o desenvolvimento econômico;  Oferta de crédito pode ser indutora de crescimento;  Instabilidade macroeconômica tende a reduzir o volume de empréstimos;  Brasil: financiamento a empresas e famílias, embora longe do ideal, teve importância para desenvolver indústria de bens de consumo duráveis. Crédito e Desenvolvimento

Chile Coréia do Sul Brasil Crescimento do PIB real 1990 = 100 Crédito e Desenvolvimento

% Coréia do Sul Chile Brasil Evolução Crédito/PIB Crédito e Desenvolvimento

5  Crédito/PIB é reduzido no Brasil se comparado a países desenvolvidos (G-7), onde essa relação ultrapassa 120%;  Nos países emergentes do Sudeste Asiático com taxa de crescimento mais elevada, essa razão é superior a 100% (Coréia do Sul, Malásia);  Brasil está acima de poucos mercados emergentes, entre eles México, Indonésia e Argentina. Crédito e Desenvolvimento

6 Crédito/PIB2002 %

7  Escassez de crédito não é novidade. Após o Plano Real, os empréstimos ao setor privado correspondiam a cerca de 35% do PIB. Atualmente, oscilam em torno de 25% do PIB;  Além do baixo volume, crédito apresenta características negativas, como spreads elevados, prazos curtos e inexistência de fontes privadas de financiamento de longo prazo;  Cunha fiscal responde por parcela significativa do spread bancário, com a incidência de impostos em cascata, além de recolhimentos compulsórios elevados. Crédito e Desenvolvimento

% Crédito/PIB - Brasil Crédito e Desenvolvimento

9 14,6 58,5 33, jun 00 out 00 fev 01 jun 01 out 01 fev 02 jun 02 out 02 fev 03 jun 03 Pessoa Jurídica Pessoa Física Total % p.a. Spread Bancário Médio Crédito e Desenvolvimento

10 Meses 7,3 5,8 9, jun 00 out 00 fev 01 jun 01 out 01 fev 02 jun 02 out 02 fev 03 jun 03 Total Pessoa Jurídica Pessoa Física Crédito Livre: Prazo Médio das Operações Crédito e Desenvolvimento

11  Juros reais elevados inviabilizam busca de crédito: maior parte dos setores da economia real não consegue retorno que compense as taxas cobradas;  Crédito habitacional é quase inexistente;  Mercado de capitais não é fonte de financiamento de longo prazo: crédito de longo prazo restrito a fontes oficiais;  Financiamento externo tem demonstrado fortes oscilações de custos e prazos, agravadas pelas sucessivas crises em diversos mercados emergentes. Crédito e Desenvolvimento

jul 94 jul 95 jul 96 jul 97 jul 98 jul 99 jul 00 jul 01 jul 02 jun 03 1,6 % PIB Crédito Habitacional/PIB - Brasil Crédito e Desenvolvimento

13 Custo elevado do crédito em função de:  Baixa relação Crédito/PIB;  Direcionamentos obrigatórios;  Compulsório elevado;  Cunha fiscal sobre operações financeiras;  Grau de inadimplência;  Risco legal: baixa qualidade das garantias, justiça morosa e legislação pró-devedor. Crédito e Desenvolvimento

14 Operações de Leasing 2,2%SetorPúblico3,4% RecursosDirecionados38,1% RecursosLivres56,3% Distribuição do Crédito Junho 2002 Crédito e Desenvolvimento

15 Spread Bancário: Composição 2002 Margem bruta do Banco* 40,2% 40,2% ImpostosDiretos20,7% Impostos indiretos + FGC8,0% DespesaAdministrativa14,1% Despesa de Inadimplência17,0% *Lucro + compensação direcionamentos obrigatórios + despesas fixas Crédito e Desenvolvimento

16  Agravante: crédito já escasso não vai todo para o setor privado;  Efeito Deslocamento: parcela considerável é consumida na rolagem da dívida mobiliária interna, que cresceu significativamente nos últimos anos;  Insuficiente, por si só, para gerar expansão de crédito, a queda da taxa Selic será ponto de partida para que se comece a alterar o quadro atual. Crédito e Desenvolvimento

17 Dívida Líquida do Setor Público/PIB jan 91 mai 92 set 93 jan 95 mai 96 set 97 jan 99 mai 00 set 01 jan 03 % do PIB Crédito e Desenvolvimento

set 00 jan 01 mai 01 set 01 jan 02 mai 02 set 02 jan 03 jun Crédito/PIB Compulsórios/PIB % % jun 00 Crédito e Desenvolvimento

19 Medidas para aumentar oferta e reduzir custo do crédito:  Nova Lei de Falências;  Cédula de Crédito Bancário;  Compensação (netting) e liquidação de obrigações no âmbito do sistema financeiro;  Cooperativas de crédito e correspondentes bancários;  Programas de microfinanças;  Reformulação da Central de Risco de Crédito. Crédito e Desenvolvimento

20 Nova Lei de Falências:  Sistema legal atual, da década de 40, não favorece recuperação de empresas viáveis;  Nova Lei tornará possível a recuperação de empresas em dificuldades;  Processo falimentar moroso resulta, via de regra, no sucateamento dos ativos da empresa falida;  Além de não favorecer a economia e os credores, a situação atual contribui para elevar os spreads. Crédito e Desenvolvimento

21  Redução do “Risco Legal”: Cédula de Crédito Bancário (maior agilidade no trânsito judicial); ampliação do escopo da alienação fiduciária em garantia;  Medidas complementares para ampliação do mercado e incremento do acesso a serviços financeiros pelas populações de baixa renda: microfinanças, cooperativas de crédito e correspondentes bancários. Crédito e Desenvolvimento

22 Central de Risco poderá propiciar:  Maior percentual de empréstimos;  Menor risco de crédito e inadimplência;  Juros mais baixos e taxas diferenciadas;  Desestímulo para maus pagadores;  Maior eficiência ao mercado de crédito. Crédito e Desenvolvimento

23  Medidas, juntamente com a redução da taxa básica de juros e dos compulsórios, irão reduzir custo e aumentar oferta de crédito, além de permitir a setores ainda não atendidos o acesso ao sistema financeiros;  Ações de incentivo ao crédito e à formação de poupança devem incluir ainda: atuação junto ao mercado de capitais e setor imobiliário, além de propostas visando melhorar a governança e transparência da indústria de fundos de investimento. Crédito e Desenvolvimento

24  A obtenção de ambiente econômico estável é condição necessária porém não suficiente para expansão do crédito e geração de desenvolvimento econômico;  Além da estabilidade são fundamentais a existência de instrumentos adequados e condições institucionais que favoreçam o cumprimento dos contratos e a pronta execução das garantias. Crédito e Desenvolvimento

25 Crédito e Desenvolvimento Econômico Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do Jordão – Agosto de 2003 Luiz Augusto de Oliveira Candiota Campos do Jordão – Agosto de 2003 I Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro