ALMEIDA GARRET. Contexto histórico da obra “Em 1578, o rei D. Sebastião desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir. Não tendo deixado herdeiros, houve uma.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Personagens: Hermano e Amália se aproximam da concepção de personagens redondos. Carlos Hermano Aguiar: (duplicidade no nome: Carlos para os íntimos e.
Advertisements

O TEATRO Página Seguinte – 11º Ano.
Repugnava-me também pôr na boca de Frei Luís de Sousa outro ritmo que não fosse o da elegante prosa portuguesa Linguagem poética em Frei Luís de Sousa.
TEATRO DRAMÁTICO.
Romantismo “Se quisermos defender a liberdade, precisamos negar o mundo exterior.” (Fichte)
SOCIOLOGIA O ESTUDO DA SOCIEDADE
Literatura - Prof. Hélia
Frei Luís de Sousa - O Romantismo -
Filosofia
Romantismo em Portugal
FREI LUÍS DE SOUSA, de Almeida Garrett - Análise
Funcionamento do tempo na obra “Frei Luís de Sousa”
Cerimonial e Protocolo
Percurso Biográfico; Definição de Sebastianismo.
Trabalho realizado por: Alice Almeida 9ºE Nº4
Principais características do
FREI LUÍS DE SOUSA AS PERSONAGENS QUEM SÃO? O QUE RECEIAM? COMO SÃO?
ROMANTISMO.
Conteúdo adaptado da obra: Produção de Texto: interlocução e gênero
Narração É a apresentação, por meio de um narrador, de fatos ou acontecimentos vividos por personagens em determinado espaço e tempo.
Narração É a apresentação, por meio de um narrador, de fatos ou acontecimentos vividos por personagens em determinado espaço e tempo.
Trabalho Elaborado por José Alves & Tiago Sousa
Lei de liberdade Liberdade e Igualdade na Sociedade
Cognominado de : O DESEJADO
Introdução aos gêneros literários
Descrição do Período Conturbado 1578/1580 na História de Portugal
Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett
Sandra Mara Duarte Pierozan
Teatro Linha do tempo.
Eugène Delacroix - La liberté guidant le peuple
Parnasianismo No Brasil.
Romantismo Prof. Juarez Poletto.
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO DENOTAÇÃO – Atribui às palavras significados claros, objetivos, que evocam um único sentido, aceito pelas pessoas como algo convencional.
Material de Literatura Prof. HIDER OLIVEIRA
PARNASIANISMO E SIMBOLISMO
ROMANTISMO / ROMANTISMO EM PORTUGAL
2ª Série Literatura Prof. HIDER OLIVEIRA
Arcádia Lusitana.
Revisão – professora Margarete
LEI DE LIBERDADE E IGUALDADE NA SOCIEDADE
CLASSICISMO Renascimento.

→ elementos paratextuais
SÉC. XIX PROF. FERNANDO PUCHARELLI
TROVADORISMO HUMANISMO CLASSICISMO
DA UNIÃO IBÉRICA À RESTAURAÇÃO
ROMANTISMO EM PORTUGAL / ALMEIDA GARRETT
Madalena Escola Profissional Cristóvão Colombo
Romantismo poesia. Características:  Um novo público: a mulher e o estudante  Vinda da Família Real  Imprensa passa a existir no Brasil  Folhetins.
2ª geração - Casimiro de Abreu
Profª Sandra. No Brasil, o movimento Simbolista foi quase inteiramente ofuscado pelo movimento Parnasiano, que desfrutou de prestígio social nas camadas.
Romantismo Álvares de Azevedo.
Português, 9º Ano - Prof. António Alves
Auto da Barca do Inferno O “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente é um clássico da literatura que retrata a sociedade portuguesa do século XVI e ao.
Romantismo “... mesmo quando a vida nos sorri, estamos a ponto de morrer” (Wagner) Romantismo e romantismo romantismo = maneira de se comportar, de agir,
BREVE HISTÓRIA DO TEATRO
Romantismo em Portugal Profª Sandra. Surgiu em Portugal, assim como no resto da Europa, após a Revolução do Porto, de 1820 (que levou os liberais ao poder).
Frei Luís de Sousa.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO PROBLEMA SUCESSÓRIO PORTUGUÊS DE
 A arte barroca originou-se na Itália (Século XVII) mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano,
FREI LUÍS DE SOUSA de Almeida Garrett Personagens e sua caracterização.
Trabalho Realizado por: -Jonas Costa nº13 -Luís Filipe nº14 Disciplina de Português Professora Cristina Pimentel.
Vinte razões para votar no
A Independência do Brasil e O Brasil Imperial
Profª Sandra. O Romantismo é uma escola que surgiu aos poucos, desde fins do século XVIII. Vários autores estavam dispostos a mudar o estilo literário.
SIMBOLISMO – 1893 “MISSAL “ “BROQUÉIS” - CRUZ E SOUSA CONTEXTO HISTÓRICO: .Consolidação da República .Santa Catarina , Paraná e Rio Grande do Sul palco.
ROMANTISMO ( no Brasil de 1836 a 1881)
Restauração da Independência
O Sebastianismo Com a perda do jovem monarca, D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, e a posterior anexação de Portugal a Espanha, em 1580, o nosso.
Frei Luís de Sousa Síntese dos atos
Transcrição da apresentação:

ALMEIDA GARRET

Contexto histórico da obra “Em 1578, o rei D. Sebastião desapareceu na Batalha de Alcácer-Quibir. Não tendo deixado herdeiros, houve uma longa disputa pela sucessão. Entre os pretendentes estava Filipe, rei da Espanha, que anexou Portugal ao seu império em O domínio espanhol duraria sessenta anos (1580 a 1640). Criou-se nesse período o mito popular do "Sebastianismo", segundo o qual D. Sebastião, retornaria para reerguer o império português. Entre os nobres desaparecidos em Alcácer-Quibir estava D. João de Portugal, marido de Madalena de Vilhena.

Contexto histórico: domínio espanhol A ação dramática de Frei Luis de Sousa acontece em 1599, durante o domínio filipino, 21 anos após a batalha de Alcácer-Quibir. Esta aconteceu a 4 de Agosto de A ação reporta-se ao final do século XVI, embora a descrição do cenário do Acto I se refira à "elegância" portuguesa dos princípios do século XVII. O texto é, porém, escrito no século XIX, acontecendo a primeira representação em 1843.

Cenário O Ato I passa-se numa "câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância dos princípios do século XVII", no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Neste espaço elegante parece brilhar uma felicidade, que será, apenas, aparente. O Ato II acontece "no palácio que fora de D João de Portugal, em Almada, salão antigo, de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família…". As evocações do passado e a melancolia prenunciam a desgraça fatal. O Ato lll passa-se na capela, que se situa na "parte baixa do palácio de D. João de Portugal". "É um casarão vasto sem ornato algum". O espaço denuncia o fim das preocupações materiais. Os bens do mundo são abandonados.

Simbologia Vários elementos estão carregados de simbologia, muitas vezes a pressagiar o desenrolar da ação e a desgraça das personagens. A leitura dos versos de Camões referem-se ao trágico fim dos amores de D. Inês de Castro que, como D. Madalena, também vivia uma felicidade aparente quando a desgraça se abateu. O tempo dos principais momentos da ação sugerem o dia aziago: sexta-feira, fim da tarde e noite (Ato I), sexta-feira, tarde (Ato II), sexta-feira, alta noite (Ato lll); e à sexta-feira D. Madalena casou-se pela primeira vez; à sexta-feira viu Manuel pela primeira vez; à sexta-feira dá-se o regresso de D. João de Portugal; à sexta-feira morreu D. Sebastião, vinte e um anos antes

Simbologia A numerologia parece ter sido escolhida intencionalmente. Madalena casou 7 anos depois de D. João haver desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir; há 14 anos que vive com Manuel de Sousa Coutinho; a desgraça, com o aparecimento do Romeiro, sucede 21 anos depois da batalha (21=3x7). O número 3 representa o círculo perfeito: nascimento, crescimento e morte e 3 atos. O número 7 representa o fim de um ciclo; O número 21 significa, então, a fatalidade perfeita.

Simbologia Maria vive apenas 13 anos. Na crença popular o 13 indica azar. Embora como número ímpar deva apresentar uma conotação positiva, em numerologia é gerado pela soma 1+3=4, um número par, de influências negativas, que representa limites naturais. Maria vê limitados os seus momentos de vida.

Do drama clássico ao drama romântico Garrett, recorrendo a muitos elementos da tragédia clássica, constrói um drama romântico, definido pela valorização dos sentimentos humanos das personagens; pela tentativa de racionalmente negar a crença no destino, mas psicologicamente deixar-se afetar por pressentimentos e acreditar no sebastianismo; pelo uso da prosa em substituição do verso e pela utilização de uma linguagem mais próxima da realidade vivida pelas personagens; sem preocupações excessivas com algumas regras, como a presença do coro ou a obediência perfeita à lei das três unidades (ação, tempo e espaço).

Tal como na tragédia clássica, também o fatalismo é uma presença constante. O destino acompanha todos os momentos da vida das personagens, apresentando- se como um força que as arrasta de forma cega para a desgraça. É ele que não deixa que a felicidade daquela família possa durar muito.

Frei Luís de Souza “é um drama romântico, com lances de tragédia...” (Almeida Garret)

Características românticas Patriotismo/ nacionalismo - Além do que decorre do Sebastianismo, deve-se ter em conta o comportamento de Manuel de Sousa Coutinho ao incendiar o seu próprio palácio para impedir que fosse ocupado pelos Governadores ao serviço de Castela;SebastianismoManuel de Sousa Coutinho Crenças e superstições: Alimentadas, principalmente, por Madalena, Telmo e Maria, que, sistematicamente, aludiam a agouros, visões, sonhos, devaneios e presságios;MadalenaTelmoMaria

Pessimismo: Permeia, principalmente, a personagem Madalena ao pressentir a desgraça, caso D. João retorne da Batalha. Sentimentalismo: A emoção sobrepõe a razão, principalmente quando D. Madalena casa-se sem ter certeza da morte de seu primeiro marido. Religiosidade: O casal D. Manuel e Madalena, torna- se Frei Luís de Souza e Sóror Madalena, respectivamente, abordando na fé e na religião o escapismo para a solução do conflito.

Idealização da mulher: Maria representa a mulher- anjo, pois é demasiadamente sensível, ingênua, culta e ainda tem uma intuição apurada, prevendo acontecimentos. Adaptação entre o mundo externo e mundo interno: Percebe-se uma adequação dos cenários e das cenas ao estado de espírito representado pelas personagens.

Tema da morte: A morte como solução dos conflitos é um tema privilegiado pelos românticos; no caso do Frei Luís de Sousa, verifica-se: a morte física de Maria (morre tuberculosa); a morte simbólica de Madalena e de Manuel, que, ao tomarem o hábito religioso, morrem para a vida mundana; morte simbólica de D. João de Portugal ao desaparecer na Batalha de Alcácer – Quibir.D. João de Portugal