O governo Lula e as questões atuais Amaury Gremaud Economia Brasileira Contemporânea
– Só crise eleitoral ? Cenário ia melhorando para FFHH até que: – 2001: Crise energética, crise argentina, 11/09 Saída de capital – desvalorização cambial – pressão inflacionária subida de juros, ajuste recessivo, Último ano de FHC, contexto: – baixo crescimento econômico e elevação do desemprego, – fragilidade do ajuste fiscal com aumento da dívida pública apesar do superávit primário, – pressões inflacionárias (vindas da taxa de câmbio), – risco eleitoral. Positivo: melhora comercial externa (não percebida ?) Dominância Fiscal: – elevações da taxa de juros para conter a inflação, – deterioravam a situação fiscal, ampliando o risco da dívida pública (e o risco- país), – levando a fuga de capitais, – desvalorização cambial e novas pressões inflacionárias
3 Alterações políticas no ideário do PT 3 eleições 1989,1994,1998: derrotas (duas no primeiro turno) - projeto de reformas (abertura, privatização etc.) não impostas por FMI, mas aquiescência política nacional Partido: consolidar ideologia x alcançar o poder – Consolidação no cenário político – no espectro “esquerdo” – Busca do eleitor mediano – tendência ao centro → Mudanças programáticas – some socialismo, surge crescimento com base no mercado interno – distribuição (cuidado sub-consumismo de ocasião)
4 A transição 2º semestre 2002 – crise forte – Perspectiva de vitória do PT acirra o cenário de fragilidade nos “fundamentos” – Ponto positivo saldo comercial Choque de credibilidade – Carta ao povo (06/2002): ligação entre as mudanças no ideário PT e choque de credibilidade – Ações logo após as eleições e primeiros meses depois da posse Palocci, Meirelles e equipe Renovação acordo com FMI Manutenção macroeconomia - tripé – Revisão das metas de inflação (1 digito) – 8,5 e 5,5 – elevação juros acima 26% – Ampliação do superávit primário – LDO: 4,25% para todo o governo
5 O circulo virtuoso Choque de credibilidade – reversão risco pais e cambio (2003) – Combinado com quadro recessivo e superávit primário (mantido e ampliado) e comercial Diminuição divida/PIB e Queda de inflação Possibilidade de lentamente reduzir os juros – Saldo comercial se amplia – superávit TC – redução do passivo externo – Virtuosos – redução da divida interna e mudança de perfil – Permite retomada do crescimento (lento)
6 As mudanças Passivo externo
Balanço de Pagamentos no Brasil: evolução
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15 Encontramos o regime cambial ótimo ? Capacidade de absorção de choques externos como Termos de Troca Manutenção de cambio fixo – custo alto em termos de crescimento Problemas inflacionários vencidos Existe atualmente: – Movimentos mais acentuados nas taxas cambiais – Temos maior grau de liberdade do ponto de vista monetário – Ataques especulativos e problemas com dividas são menos pronunciados
16 Perspectiva de longo prazo - desconforto com cambio flutuante – Oscilações prejudicam crescimento, especialmente onde aprofundamento financeiro é baixo – Ciclos longos de valorização cambial (consistes com BP) mas trazem conseqüências de longo prazo sobre inovação e setores que merecem investimentos – Problema da doença holandesa e do cambio competitivo Mas, alguns...
17 Por que valorização ? Desvalorizações pós crises – colocaram taxas em posições excessivas Entrada de capitais em países como Brasil Mudanças no cenário comercial internacional – mudança estrutural na demanda mundial (choque asiático – Índia e China) – – AL cresce demanda por seus produtos naturais Problema é regime ou é nível ?
18 Qual o problema com a valorização ? Importações excessivas – problemas de competitividade interna – Desenvolvimento de padrão de consumo artificial – Problema da dinâmica da divida Concentração e especialização em produtos recursos naturais intensivos – Desincentivo a investimentos nos outros setores Existe uma volta aos debate em torno das vantagens comparativas
19 Qual a alternativa à flutuação com valorização ? Flutuação administrada, evitando valorização – Sem declarar regras de piso ( mercado costuma identificar) – Identificando – diminui grau de incerteza Problemas: – Esterilização – divida e seus custo fiscal Divida custa mais que rendimento das reservas Volta a perder autonomia da pol. Monetária ou inflação – ataques Ressurge idéia de controles de cambio – Vale para paises onde a questão é conta de capital ? – E onde problema e a BTC ?
As contas publicas
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STN: Resultado do governo central Acima da linha - Governo central (STN): – Tesouro Nacional, – Previdência Social, – Banco Central (desde 97) Acima da linha - outros – para estados e municípios – mais difícil – Estatais federais – SEST – Estatais municipais e estaduais – tb pouco)
Os dados da Secretaria do Tesouro nacional Acima da linha (cuidado com execução financeira ) – Governo central: Tesouro Nacional, Previdência Social, Banco Central – Das Receitas apropriadas pelas DARF, retira-se restituições (Execução só quando entra na Conta única) desconta-se as transferências p/ Estados e Municípios – Tem-se assim a Receita Liquida – Retira-se as Despesas ( efetivas, na execução só liberação ) – Se não inclui pagamentos de juros sobre a dívida Resultado primário – Adicionando-se os juros nominais (competência) ( na execução critério caixa) Resultado nominal
STN: Resultado primário do governo central
Resultado do governo Central (R$ bi) variação2009variação RECEITA TOTAL 618,9716,615,8%739,33,2% Receitas do Tesouro 477,1551,315,5%555,10,7% Receitas da Previdência Social 140,4163,416,3%182,011,4% TRANSFERÊNCIAS 105,6133,126,0%127,7-4,1% DESPESA TOTAL 455,4497,99,3%572,415,0% Pessoal e Encargos Sociais 116,4130,812,4%151,715,9% Benefícios Previdenciários 185,3199,67,7%224,912,7% Custeio e Capital 151,5164,08,3%191,817,0% RES. PRIM. DO GOV CENTRAL 57,771,524,0%39,2-45,2%
Set 07 Out 08 Out 09
NFSP (acumulado ano) 2007 jan/ago jan/ago jan/ago 2010 Nominal 2,23 0,90 1,9 3,20 3,33 3,29 Juros Nominais 6,14 6,12 5,45 5,34 5,38 5,36 Primário -3,91 -5,22 -3,54 -2,14 -2,05 -2,07 Central -2,29 -3,84 -2,37 -1,31 -1,35 -1,25 Regional -1,15 -1,25 -1,02 -0,85 -0,67 -0,78 Estatais -0,47 -0,13 -0,15 0,01 -0,03 -0,04
Usos e fontes (27)
60 Debates atuais – política fiscal e sua deterioração Desenvolvimento no Longo Prazo: – A questão cambial e a retomada do debate das vantagens comparativas – A questão distributiva e o modelo de desenvolvimento com base no consumo de massa
61 As mudanças novamente Tipo de gasto: ampliação transferências (juros e assistência) – problemas investimento público Aprofundamento financeiro – Extensão do sistema de crédito Melhora nas condições do mercado de trabalho
62 Pergunta : Está ocorrendo no Brasil um novo padrão de desenvolvimento que têm entre seus elementos centrais a dinâmica de consumo de massa ?
I. Gini = Z / AÔB z
Curvas de Lorenz
67 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL: 1960 E 1970 PERCEN TIL % DA RENDA CRESC. REAL ENTRE 1960 E TOTAL100,00100,0036,89% ,5710,0018,33% 2013,8110,817,74% ,6279,1946,23% ,171,1128,00% ,6647,7966,87%
Curvas de Lorenz
Pobreza A pobreza pode ser definida como um estado de carência em relação a alguns indicadores mínimos das condições de vida da população como a renda ou outras necessidades elementares. Indicadores de pobreza - indicadores absolutos Indicadores de distribuição - indicadores relativos
Linha de Pobreza Linha de pobreza: define-se um indicador preciso e um valor mínimo, considerando-se pobres todos aqueles que se situam abaixo desta linha. –o salário mínimo/mês, ¼ do salário mínimo/mês, o acesso a uma cesta básica por mês etc. –Utilizando como linha de pobreza uma cesta mínima de consumo, o IPEA calcula o número de pobres brasileiros
2007 Número (mil) % em relação ao total de pobres % em relação à pop. Sul3.2897,8812,30 Sudeste ,2111,89 Centro- oeste ,4410,86 Norte ,6736,13 Nordeste ,8043,54 Brasil ,0022,70 Onde estão os pobres ?
Voltando à distribuição...
0,7 ptos por ano 7 anos
Velocidade e persistência: outros países PaisperíodoDuraçãoRitmo Gini final EUA ,60,40 GB ,50,33 Suécia ,50,35 Noruega ,60,29 Espanha 1950 – ,90,45
Se mantivermos o ritmo Teremos o Gini: – Do México em 5 anos – Dos EUA em 12 anos – Do Canadá em 24 anos
Causas Demográficas (2%) Transferências de renda (35%) – Aposentadorias (10 %) – Bolsa Família e outras (20 %) Redução de discrepâncias no mercado de trabalho (50%) – Emprego (3 %) – Produtividade (18%) Desigualdade escolaridade (6%) Desigualdade remuneração por escolaridade (10%) Desigualdade por experiência (2 %) – Outros (14%) – Discriminação/Segmentação (13%) Discriminação (raça/gênero) (1 %) Segmentação espacial – capital x interior (10 %) Segmentação espacial – urbano x rural (5%) Formal x informal (- 5%)
Mudanças no perfil do consumo Estratos de rendimento domiciliar (em reais de 2003) * Domicílios (%) Até ,232,0 De 600 até ,425,1 De 1000 até 3000 De 1000 até ,132,5 De 3000 até 6000 De 3000 até 60008,710,4 Total100,0100,0 Classes de rendimento equivalentes às de 2003, atualizadas pela variação da inflação no período Fonte: Pnads 2003 e 2006, elaboração: SPI/MP
Pergunta : Está ocorrendo no Brasil um novo padrão de desenvolvimento que têm entre seus elementos centrais a dinâmica de consumo de massa ?