Escherichia coli e Salmonella Ricardo José Lavitschka

E. Coli – significados de sua presença e outros Indicativo de condição higiênica – microrganismo indicador

Características básicas Anaeróbicos facultativos Gram negativos Não produzem esporos Capazes de fermentar glicose, e no caso da maioria, também a lactose. Apresentam antígenos: Somáticos (O), 173 tipos Flagelares (H), 56 tipos Capsulares (K), 100 tipos

E. coli Espécie / cepas / linhagens EPEC (E. coli enteropatogênica clássica) EIEC (E. coli enteroinvasora) ETEC (E. coli enterotoxigênica) EHEC (E. coli entero-hemorrágica)

EPEC ( Enteropatogênica clássica) Causadora de gastroenterite em crianças Brasil, alta incidência (30%), em crianças pobres com idade abaixo de 6 meses Alguns sorotipos: O26,O55, O86, O111, etc.. Diarréias aconpanhadas de dores abdominais, vômitos e febre Doença com duração média de 24 horas Patogenicidade relacionada à destruição das microvilosidades intestinais

Mecanismos de patogenicidade associados à expressão de proteína de adesão intimina.

EIEC (E. coli enteroinvasora) Capazes de penetrar em células epiteliais Gastroenterite similar à Shigella Alguns sorogrupos: O21, O29, O124, etc. Atinge crianças maiores e adultos Incubação de 8 à 24 horas Dose de infecção deve ser alta Sintomas: disenteria com muco e sangue, cólicas, febre.

ETEC (E. coli enterotoxigênica) Atingem todas as faixas etárias Cepas capazes de aderir à mucosa intestinal e produzir toxinas Toxinas termolábeis são semelhantes às toxinas coléricas, induzindo hipersecreção de agua e eletrólitos (ação não citolítica) Diarréia aquosa, febre baixa, dores abdominais Autolimitada, mas em certos casos (em desnutridos) pode se prolongar por semanas Risco de desidratação grave

ETEC (E. coli enterotoxigênica)

EHEC (E. coli entero-hemorrágica) Têm dificuldade em crescer nas temperaturas de pesquisa normais (44,5 – 45,5°C) Sorotipos O157:H7 e O26:H11 Dores abdominais severas e diarréia aguda e sanguinolenta, sem febre Doença de 3 a 9 dias Pode evoluir para síndrome urêmica hemolítica Toxinas shiga-like – inibição da síntese proteíca

EHEC (E. coli entero-hemorrágica) “Doença do hamburger”

2011 : dezenas de mortes na Europa

Salmonella : diversas formas de classificação Bacilos Gram negativos, não produtores de esporos Anaeróbios facultativos Sorotipos identificados pelos seus antígenos de superfície: O = somáticos (lipossacarídeos de membrana - endotoxinas) H : flagelares (de natureza protéica) Vi: capsulares (termoresistentes) Se desenvolvem na faixa de pH entre 4 e 9. Ideal é pH 7. Temperatura ideal : 35 – 37°C

Febre tifóide : Salmonella typhi – de grande gravidade Homem é o único hospedeiro e foco de infecção Contaminação oral – fecal: água e alimentos Septicemia, febre alta , diarréia e vômitos Penetração na camada basal e multiplicação em macrófagos Ciclos de multiplicação e lise em macrófagos e demais órgãos como fígado, baço e outros Doença com duração de até 8 semanas

A Salmonella typhi não é propriamente uma espécie, mas sim a designação comum do sorotipo Salmonella enterica typhi (S.enterica subespécie typhi)

Salmonella paratyphi – febre entérica Semelhante à febre tifóide, com sintomas clínicos mais brandos Septicemia, febre, vômitos, diarréia Duração de até 3 semanas Assim como na febre tifóide, as fontes de infecção podem ser água e alimentos crús (leite crú, mariscos, ovos, vegetais crús, etc.)

Demais Salmonella: Enterocolites ou salmoneloses Salmonelas são comuns no trato intestinal de animais e humanos (bastante distribuidas na natureza) Aves podem ser portadores assintomáticos, liberando continuamente as mesmas nas fezes Sintomas incluem febre, diarréia, dores abdominais e vômitos Incubação 12 a 36 horas Doença: 1 a 4 dias Diferentemente da febre tifóide e entérica, em geral não nescessita de antibioticoterapia Proliferação se restringe à lâmina própria epitelial, não atingindo a circulação sanguínea.

Salmonella enteritidis colonização do canal ovopositor

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