AMAMENTAÇÃO E DESMAME
FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO PROLACTINA Hormônio que atua na produção do leite. É secretado após cada mamada. A placenta produz estrogenio e progesterona que inibem a produção da prolactina.
FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO OCITOCINA Atua na ejeção e descida do leite Contrai o útero (cólicas)
PRODUÇÃO DO LEITE E Manutenção da lactação Permanência de hormônios Sucção constante Esvaziamento total da mama em cada mamada Bem estar psicológico da mãe Alimentação adequada (evitar calorias vazias)
FORMAÇÃO DO LEITE MATERNO VANTAGENS CIENTÍFICAS: Colostro: secretado nos primeiros dias após o parto. Leite de transição: se apresenta entre 7-10 dias até 2ª semana. Ocorre diminuição de IgA Há aumento das vitaminas hidrossolúveis. Há aumento de lipídeos e lactose Popularmente todos sabem as vantagens, mas é necessário saber científicamente.
COLOSTRO Contém mais anticorpos que o restante do leite É rico em IgA prevenindo alergias É rico em lactoferrina que é bacteriostática.
FORMAÇÃO DO COLOSTRO É laxativo facilitando a eliminação do mecônio e diminuindo a ocorrência de Icterícia. É mais rico em proteínas do que o restante do leite. Permite a proliferação de lactobacillus bifidus que impede a Diarreia.
FORMAÇÃO DO LEITE MATERNO É rico em vitamina A (previne doenças oculares e reduz gravidade de algumas infecções como sarampo e diarreia). É rico em lactalbumina que é uma proteína de fácil digestão. Coagula em flocos leves. O leite de vaca tem maior quantidade da proteína caseína que é de difícil digestão e coagula em macro partículas.
Gorduras Maior quantidade de ácidos graxos insaturados(relacionado com a diminuição dos níveis de colesterol(LDL) circulantes e consequentemente ao menor risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares;
Gorduras Maior quantidade de ácido linoleico(é um derivado da gordura encontrada principalmente em ovos, laticínios, carnes e aves); Maior concentração de colesterol HDL; Presença de lipase que facilita a digestibilidade da gordura
Hidratos de Carbono: Maior quantidade de lactose: maior proteção contra o raquitismo (>absorção de cálcio) Promove o crescimento de lactobacilos bífidos no intestino (queda do pH fecal-dificulta a proliferação de bactérias patogênicas)
Vitaminas: O Leite Materno é rico em vitamina C Imunoglobulinas (principalmente IgA) conferem proteção anti-infecciosa. Presença de taurina: é importante na formação do tecido nervoso Ferro melhor absorvido no Leite Materno
FORMAÇÃO DO LEITE MATERNO Leite maduro: contém todos os nutrientes necessários para o crescimento da criança. Leite do começo da mamada: rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água. Leite do fim da mamada: contém mais gordura e mais lactose. Ex: ama de leite.
PROMOÇÃO LIBERAÇÃO E EJEÇÃO DO LEITE Desejo da mãe em amamentar Bem estar psicológico da mãe Olhar e sentir o bebê Pensar no bebê com carinho Obs: a mãe pode provocar a ejeção do leite, através do olfato, audição, visão e do pensamento.
MANUTENÇÃO DA LACTAÇÃO Sucção constante Esvaziamento total da mama em cada mamada Ingestão adequada de líquidos Alimentação adequada da mãe (evitar calorias vazias)
INIBE A LIBERAÇÃO DO LEITE Preocupação Nervosismo(brigas) Estresse Dúvida Dor Restos placentários(dificulta a produção do leite.
Benefícios da Amamentação para o RN A amamentação satisfaz a necessidade de sucção do RN Aumenta o vínculo mãe-filho Previne problemas ortodônticos Auxilia o desenvolvimento da fala Quociente intelectual da criança amamentada é maior do que da não amamentada. Ela tem mais facilidade na idade escolar.
VANTAGENS LEITE MATERNO Melhor digestão e absorção; Proteção contra infecções e alergias Prático, econômico e higiênico; Se mantido o rigor de três em três horas tem efeito contraceptivo
As crianças são mais calmas, alegres e sorridente As CRIANÇCAS têm mais energia porque o leite materno é rico em lipídios que vão se tornando mais concentrados conforme o tempo de sucção. Ex.: ama de leite. As crianças são mais calmas, alegres e sorridente
VOLUME DE LEITE 2º dia: em torno de 50 mL dia 3 meses: em torno de 850 mL dia. NÃO AMAMENTAR DEITADA
Manutenção da lactação A nutriz pode produzir até 800 ml de leite por dia e a criança ingere +/- 150 ml/kg dia Alimentação adequada (evitar calorias vazias).
TÉCNICA PARA UMA AMAMENTAÇÃO EFICAZ Devem existir os 4 sinais de uma boa “pega”: O queixo do RN deve tocar o seio A boca deve estar bem aberta O lábio inferior deve estar voltado para fora A aréola deve estar mais visível acima da boca do que abaixo
AVALIAÇÃO DA MAMADA CORRETA Pega correta Mama flácida Atividade e satisfação Ganho de peso Deglutição do bebê Micção Evacuação
TÉCNICA PARA UMA AMAMENTAÇÃO EFICAZ Oferecer um seio até o esvaziamento completo Oferecer o outro seio em primeiro lugar na mamada seguinte. O total esvaziamento mamário permite a criança aproveitar todas as fases dos nutrientes e será estímulo para a produção de mais leite
Amamentar através de livre demanda, durante o primeiro mês de vida. A OMS preconiza amamentação materna exclusiva até o 6º mês de vida, podendo-se estender até aos 2(dois) anos .
PARA ENSINAR O BEBÊ A MAMAR Tentar acordá-lo, se estiver sonolento Estimulação tátil, se necessário Acalmá-lo, se estiver nervoso e choroso Incentivar o reflexo de busca
INTERVALO ENTRE AS MAMADAS Primeiros dias: 8-12 vezes ao dia Após primeiras semanas: maior intervalo Após os 4 meses deixam de mamar a noite
CONTRA-INDICAÇÕES PARA O ALEITAMENTO MATERNO Doença materna grave (cardiopatia grave, câncer de mama avançado, etc) Mãe infectada por HIV Galactosemia e fenilcetonúria no neonato Doença de Chagas na mãe Doença em que o neonato esteja impossibilitado de sugar
RECOMENDAÇÕES Amamentação exclusiva até os seis meses de idade Não sendo necessário nenhum outro alimento, nem sequer de água ou chás Após esse período, o objetivo é acrescentar, e não substituir: o leite materno provê cerca de 70% das necessidades energéticas do bebê de 6-8 meses, 55% dos 9 aos 11 meses 40% dos 12 aos 23 meses
POR QUE A AMAMENTAÇÃO É TÃO IMPORTANTE? A OMS estima que a cada ano um milhão e meio de mortes poderiam ser evitadas por meio da prática da amamentação. Crianças em amamentação EXCLUSIVA adoecem 2 vezes e meia menos do que crianças que tomam leite artificial.
O QUE AFETA A DECISÃO DE AMAMENTAR? A vontade de amamentar (orientações durante a gestação) Hábitos, crenças e costumes; Postura em relação à gravidez; Postura em relação às mamas; Postura em relação ao toque corporal; Experiências anteriores em relação à amamentação; Conhecimentos inadequados ou desconhecimento das vantagens da amamentação; Propagandas de leites artificiais, chupetas e mamadeiras (Proibido)
PRÁTICAS QUE INTERFEREM NO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO Dar líquidos ou alimentos além do leite materno; Dar mamadeiras ou chupetas; Limitar o número de mamadas; Limitar o tempo de sucção ou a duração de uma mamada; Fonte: Instituto de Saúde CIP/SES-SP
HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA
CARACTERÍSTICAS DO HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA 1-Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde; 2-Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma 3-Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento;
4-Ajudar a mãe a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento 5-Mostrar para ela como amamentar e como manter a lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos;
6-Não dar ao RN nenhum outro alimento ou bebida além do LM, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo médico; 7-Praticar o alojamento conjunto – permitir que as mães e bebes permaneçam juntos – 24 horas por dia; 8-Encorajar o aleitamento sob livre demanda; 9-Não dar bicos artificiais ou chupetas a lactentes amamentados ao seio; 10-Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.
O MÉTODO CANGURU
DEFINIÇÃO . Definido como contato pele-a-pele entre a mãe e seu RN de baixo peso, contato este “precoce”, prolongado e contínuo.
O MÉTODO CANGURU É uma Norma de Atenção Humanizada ao recém-nascido de Baixo Peso fornecendo Amor Calor Aleitamento materno
Fase I – Canguru parcial (UTI) Fase II – canguru em tempo integral (Alojamento Conjunto) Fase III – Canguru domiciliar ou ambulatorial (até completar 40 semanas de IG)
VANTAGENS DO MÉTODO Alta antecipada Amamentação exclusiva Permanência com a mãe Possibilidade de Educação/Informação Acompanhamento Ambulatorial após a alta
Alimentação no Primeiro Ano de Vida (Lactente alimentado com LM) Idade (meses) Alimentação Freqüência/dia Quantidade/Refeição 0-6 LM exclusivo Livre demanda A partir do 6º mês LM + Alimentação complementar Fruta Refeição de Sal 1 (100 a 150ml ou g) Intervalos 2 (150 a 200g) 7-12º mês 1 a 2(100 a150ml ou g) 2 (200 a 250g)
CONSEQUÊNCIAS DO DESMAME PRECOCE DOENÇAS DA MAMADEIRA A curto prazo: Diarréia ** (14 a 25x mais) Infecções respiratórias ** (3xmais) Otite média ** Alergia ao leite de vaca ** Morte súbita no berço *
CONSEQUÊNCIAS DO DESMAME PRECOCE DOENÇAS DA MAMADEIRA A médio prazo: Cáries dentárias ** Obesidade * Doença celíaca * Defeitos ortodônticos **
CONSEQUÊNCIAS DO DESMAME PRECOCE DOENÇAS DA MAMADEIRA A longo prazo Obesidade Diabetes Piora da qualidade de vida da criança e da família
Alimentação no Primeiro Ano de Vida (lactente alimentado artificialmente) Idade (meses) Alimentação Freqüência/dia Quantidade/Refeição 1º mês Leite Fluído 2/3 ou Leite em pó 10% + açúcar (5%) + óleo (1%) 5 a 7 (60 a 120ml) 2 ao 3º mês Leite Fluído 2/3 ou Leite em pó 10%+ açúcar (5%) + óleo (3%) Fruta (suco) 6 (150 a 180 ml) 1 (50 a 100ml) 4 ao 6º mês Leite de vaca integral ou leite em pó 15% + açúcar (5%) + amido (3%) + óleo (3%) Fruta Refeição de Sal 4 a 5 (180 a 210 ml) 1 (50 a 100ml ou g) Intervalos 2 (150 a 200g) 7 ao 12º mês Fruta + Refeição de Sal 3 (210 a 240ml) 1 a 2 (100 a150ml ou g) 2 (200 a 250g)
ORIENTAÇÕES COM RELAÇÃO À INTRODUÇÃO DE NOVOS ALIMENTOS Introduzir gema de ovo cozida no 6º mês (1/4, 1x/semana) Aos 7 meses gema de ovo 2-3x/semana No 8º mês começar com a “comida de casa”. 10º mês clara de ovo cozido.
UM ANO Por volta de 1 ano deve acompanhar o ritmo de alimentação da família; Componentes da dieta do desmame:
Orientações com relação a Introdução de Novos Alimentos Cereais: arroz, milho, fubá, trigo; Tubérculos: mandioca, inhame, batatas, beterrabas, etc. Proteínas: carnes, ovos, leite e derivados; Leguminosas: feijão, fava, soja, lentilha, etc. Verduras e hortaliças: abóbora, cenoura, couve, agrião, etc. Óleo e gorduras
Orientações com relação a Introdução de Novos Alimentos NA ATUALIDADE, QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA NUTRICIONAL EM ESCALA DE SAÚDE PÚBLICA DO MUNDO? ANEMIA FERROPRIVA
PROGRAMA NACIONAL DE SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO Suplementação preventiva de todas as crianças de 6 a 18 meses com sulfato ferroso, além da fortificação das farinhas de trigo e de milho e das ações educativas; Carnes, devem ser fornecidas desde 6º mês, fonte de ferro heme.
ANEMIA FERROPRIVA Miúdos devem ser consumidos, no mínimo 1 vez por semana O ferro não heme, contido no ovo, cereais, leguminosas (ex.: feijão) e hortaliças (ex.: beterraba), pode ter suas taxas de absorção aumentadas pela associação com vitamina C, vitamina A e carne. Cálcio(leite), café) efeito inibidor, prejudicando a absorção.
Programa Nacional de Suplementação de vitamina A Hipovitaminose A Programa Nacional de Suplementação de vitamina A A hipovitaminose A tem uma prevalência maior que 10% nas crianças, configurando-se num problema de saúde pública, segundo a OMS. Alimentação rica em vitamina A (cereais, leguminosas, verduras, folhas verde-escuras, frutas vermelhas, alaranjadas e amarelas). Deve-se acrescentar óleo vegetal à alimentação pois facilita a absorção de vit. A e outras vit. lipossolúveis. Colocar o bebê ao sol (absorção vit. D)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Brasil, Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança. Nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília. Editora do Ministério da Saúde, 2009. Lamy, Z.C. Atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso – Método Canguru: a proposta brasileira.Ciência & Saúde Coletiva, 10 (3): 659-68, 2005.