A criança é um grande pesquisador Pedro Demo

“Se a criança é levada a buscar seu material, a fazer sua elaboração, a se expressar argumentando, a buscar fundamentar o que diz, a fazer uma crítica ao que vê e lê, ela vai amanhecendo como sujeito capaz de uma proposta própria.”

“O nível educacional se atinge quando aparece um sujeito capaz de propor, de questionar.”

“Vai ser muito difícil no futuro fazermos qualquer proposta educacional que não seja em parte virtual.”

Mas não serão as novas tecnologias que vão salvar a pátria. Novamente, o grande desafio será inserir pesquisa e elaboração própria em um espaço de aprendizagem virtual.

Normalmente, a gente não produz conhecimento totalmente novo, no sentido de uma construção nova. Nós partimos do que já está construído, do que já está disponível, do conhecimento que está aí diante de nós e o refazemos, reelaboramos.

É preciso distinguir a pesquisa como princípio científico e a pesquisa como princípio educativo.

A partir daí a pesquisa indica a necessidade da educação ser questionadora, do indivíduo saber pensar.

É a noção do sujeito autônomo que se emancipa através de sua consciência crítica e da capacidade de fazer propostas próprias.

Você precisa de informação e formação. E o professor é absolutamente necessário para o processo reconstrutivo, como orientador, avaliador do aluno.

Se a criança é levada a buscar seu material, a fazer sua elaboração, a se expressar argumentado, a buscar fundamentar o que diz, a fazer uma crítica ao que vê e lê, ela vai amanhecendo como sujeito capaz de ter uma proposta própria.

Uma das grandes competências do educador é saber aproveitar essa potencialidade enorme que a criança tem de querer conhecer, de aprender, de inventar coisas diferentes.

Se a gente aproxima a pesquisa como cultivo do saber pensar, ela deve estar em todos os atos educativos, seja da menor criança, seja da pessoa adulta.

As crianças precisam saber matemática, ciências, português, mas ainda mais importante é saber o que fazer com isso na vida, como interferir na sociedade, como mudar seus rumos, como superar a condição de massa de manobra, como tomar o seu destino na mão, como fazer uma proposta.

O conhecimento e a competência podem conviver dialeticamente.

O saber pensar inclui sempre o saber intervir. Nós podemos e temos que recuperar um pouco a proximidade entre teoria prática.

A melhor coisa para uma teoria é uma boa prática. E a prática que não volta para a teoria envelhece e fica caduca.

A gente não estuda só em certos momentos, em certas horas, em certos espaços, mas estuda a toda hora, durante a vida toda, com toda a parafernália disponível, sobretudo a eletrônica.

Assim acredito que o futuro da educação está na teleeducação. A teleconferência é um bom exemplo disso, é uma boa proposta de disseminação de conhecimento, mas não substitui, em hipótese nenhuma, a aprendizagem.

Transmitir conhecimento é uma coisa muito importante para a sociedade e o mundo eletrônico faz isso com mais graça e disponibilidade que o professor.

Daí o professor não se torna dispensável, ele é absolutamente indispensável para a aprendizagem do aluno, para a formação reconstrutiva e politica desse aluno.

A escola tem que cuidar da aprendizagem. Dar aula é fácil, é só despejar conhecimento, às vezes apenas copiados. Mas fazer o aluno aprender é a grande arte do professor.

É preciso de todos os modos, motivar os alunos para a elaboração própria, para buscar a informação, para tomar a iniciativa.

A educação sempre teve diante de si o desafio de aprender coisas novas, não vai ser agora que nós vamos falhar nisso. Temos que dar conta das motivações que a nova geração prefere.

A nova geração prefere pensar através de imagens. Isso ajudaria muito a escola, e o trajeto da formação em qualquer nível traria maior motivação e maior atualização.

Então nós não podemos ficar fechados a essa nova perspectiva.

Como Agir ? Devemos ensinar nossos alunos elaborar seus trabalhos,sempre dando suporte aos alunos.

Obrigada pela atenção!!!! Julho de 2012.