Análise Sócio Demográfica 2ª AULA Crescimento e Distribuição Populacional
Questões Orientadoras 1) A população do Brasil é grande? 1-1) A população brasileira cresce muito? 2) A distribuição da População no Brasil é equilibrada? Para responder às questões acima compararemos a população total atual com a dos censos anteriores, bem assim verificaremos a relação entre população e território (habitantes por kilômetro quadrado), e, por último a população brasileira com a de outros países.
A população brasileira cresceu muito? População residente do Brasil em oito censos (1940-2010) CENSOS TOTAL VARIAÇÃO POR DÉCADA EM % 1940 41.236.315 Base 1950 51.944.397 25,96 1960 70.070.457 34,89 1970 93.139.037 32,92 1980 119.002.706 27,77 1991 146.825.475 23,38 2000 169.799.170 15,64 2010 190.755.799 12,32 Fonte: Dados históricos dos Censos. IBGE. Observações: 1) dados adaptados pelo autor (incluindo os dados de 2010, excluindo os da contagem populacional de 1996); 1-1) Para as populações de 2010 e 2000 utilizou-se as respectivas tabelas número 1; 2) o Brasil não realizou o censo de 1930 devido a ocorrência da Revolução. A população total do País recenseada no censo de 1920 foi de 30.635.605.
POSSÍVEL RESPOSTA COM A AJUDA DA TABELA ACIMA Sim, a população cresceu muito no decorrer de 70 anos levando-se em conta a divisão simples entre a população recenseada em 2010 e a de 1940. Colocada em número de vezes deu-se uma variação de 4,9 vezes. Mesmo assim, esta ordem de grandeza não é totalmente incompatível com o tamanho e geografia do território brasileiro, e, sobretudo considerando que a partir do Censo de 1970, a população começou a crescer em um ritmo mais lento. Mirando os dados de cada um dos oito (8) censos disponibilizados na tabela, verificamos que o de maior grandeza é encontrado no Censo de 1960. Comparado ao anterior, a variação bruta percentual (não anulizada e nem colocada em termos de crescimento geométrico anual) foi de 34,89%. A partir de 70, até o último realizado em 2010, a variação apresenta crescimento menor ininterruptamente.
A distribuição da população é equilibrada? É e não é equilibrada a depender do atributo-variável que examinamos. Examinemos primeiramente a densidade demográfica (número de habitantes por kilômetro quadrado), um indicador que ajuda a entender a relação entre o tamanho da população e o do território. O resultado é 22,4 habitantes por kilômetro quadrado. Pouquíssimo. Quanto ao SEXO, a diferença entre homens e mulheres é pequena ao examinarmos o resultado em termos nacionais, mas as MULHERES são MAIORIA e sua participação percentual AUMENTA constantemente, à exceção do censo de 1960 quando foi minoritária.
Fonte: IBGE. Observações: as mesmas da tabela anterior SEXO População de Homens e Mulheres em oito censos (1940-2010), considerando sua distribuição percentual CENSOS HOMENS H em % MULHERES M em % 1940 20.614.088 49,99 20.622.227 50,01 1950 25.885.001 49,83 26.059.396 50,17 1960 35.055.475 50,03 35.015.000 49,97 1970 46.331.343 49,74 46.807.694 50,26 1980 59.123.361 49,68 59.879.345 50,32 1991 72.485.122 49,37 74.340.353 50,63 2000 83.576.015 49,22 86.223.155 50,78 2010 93.406.990 48,97 97.348.809 51,03 Fonte: IBGE. Observações: as mesmas da tabela anterior
Será que abrindo os dados da distribuição da população segundo o sexo em FAIXAS ETÁRIAS, esta distribuição se apresenta sempre na mesma ordem de grandeza?
DESAGREGANDO A TABELA EM FAIXAS ETÁRIAS População brasileira, segundo o SEXO, no censo de 2010, segundo certas faixas etárias em números absolutos e participação percentual FAIXA ETÁRIA HOMENS EM % MULHERES 0 a 4 anos 7.016.987 50,86 6.779.171 49,14 5 a 9 anos 7.624.144 50,93 7.345.231 49,07 20 a 24 anos 8.630.229 50,04 8.614.963 49,95 25 a 29 anos 8.460.995 49,47 8.643.419 50,53 35 a 39 anos 6.766.664 48,72 7.121.915 51,28 60 a 64 anos 3.041.035 46,72 3.468.085 53,28 Fonte: IBGE, tabela 1.1.1 do Censo Demográfico de 2010 (Resultado do Universo). Observação: tabela adaptada pelo autor para o propósito de emprego em aula
A resposta é negativa Os dados apresentados na tabela acima revelam que ao abrir a distribuição por faixas etárias, o sexo MASCULINO é majoritário nas faixas mais JOVENS perdendo espaço na medida em que a população se torna mais VELHA.
SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO (Urbano-Rural) Se consideramos a distribuição da população sob o critério da SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO (URBANO-RURAL), é fácil constatar que a urbana foi crescendo e ampliando sua participação relativa e tornando-se majoritária a partir do Censo de 1970 quando o resultado apontou que 55,92% da população estava no espaço urbano contra 44,08% no rural, enquanto no anterior, de 1960, o resultado era praticamente inverso, a saber: 44,67% estava no meio urbano contra 55,33% no rural.
SITUAÇÃO DE DOMICÍLIO População Residente por Situação de Domicílio (Urbano-Rural) em números absolutos e em participação percentual em oito censos (1940-2010) CENSOS TOTAL URBANO URB EM % RURAL RUR EM % 1940 41.236.315 13.330.182 32,33 28.356.133 68,76 1950 51.944.397 18.782.891 36,16 33.161.506 63,84 1960 70.070.457 31.303.034 44,67 38.767.423 55,33 1970 93.139.037 52.084.984 55,92 41.054.053 44,08 1980 119.002.706 80.436.409 67,59 38.566.297 32,41 1991 146.825.475 110.990.990 75,59 35.834.485 24,41 2000 169.799.170 137.953.959 81,25 31.845.211 18,75 2010 190.755.799 160.925.804 84,36 29.829.995 15,64
Taxa de Fecundidade Verificar a TAXA DE FECUNDIDADE (TF) é outra forma de entendermos a evolução da população (crescimento/estagnação, etc). Veremos na tabela seguinte o comportamento da TF no Brasil e nas Grandes Regiões no decorrer de oitos (8) censos (1940-2010). A TF quer dizer o número de nascimentos bem sucedidos menos o número de óbitos em nascimentos. Difere da Taxa de Natalidade (TN), pois esta se limita a contar o número de nascimentos ocorridos em determinada área.
Taxa de fecundidade total Grandes Regiões Taxa de fecundidade total 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 Brasil 6,16 6,21 6,28 5,76 4,35 2,89 2,38 1,90 Norte 7,17 7,97 8,56 8,15 6,45 4,20 3,16 2,47 Nordeste 7,15 7,50 7,39 7,53 6,13 3,75 2,69 2,06 Sudeste 5,69 5,45 6,34 4,56 3,45 2,36 2,10 1,70 Sul 5,65 5,70 5,89 5,42 3,63 2,51 2,24 1,78 Centro-Oeste 6,36 6,86 6,74 6,42 4,51 2,25 1,92 Fonte: IBGE. Taxa de Fecundidade baseada nos censos demográficos de 1940 a 2010
Taxa de Fecundidade Claramente Declinante A TF é claramente declinante. Observando primeiramente os dados para o Brasil, estes partem de números muito elevados acima de seis (6) nascidos vivos por mulher e crescentes entre 1940 e 1960 para declinar vigorosamente a partir do Censo de 1970. Abrindo-se a informação para as cinco (5) GRANDES REGIÕES, os números impressionam ainda mais as elevadas taxas nas regiões NORDESTE, NORTE e CENTRO-OESTE, como a vigorosa queda observada nestas mesmas regiões e em todo o BRASIL. Já as REGIÕES SUL e SUDESTE tinham TFs abaixo da brasileira e apresentaram comportamentos diversos nas décadas de 1950 e 1960. Porém, a partir de 1970 as duas passam a cair de forma bem significativa e se alternando na posição de quem apresenta as taxas menor-maior. No mais recente censo (2010), o Sudeste apresentou a taxa (de apenas 1,70). ***