COMPARAÇÃO DO PANORAMA DA DRC V-D NO BRASIL E EM PORTUGAL E SUAS POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES BIOÉTICAS Fábio Humberto Ribeiro Paes Ferraz ( 1 ); Cibele Isaac Saad Rodrigues ( 2 ); Giuseppe Cesare Gatto ( 3 ); Natan Monsores De Sá ( 1 ); ( 1 ) - Universidade de Brasília, Bioética, Brasília, Brasil; ( 2 ) - Pontifícia Universidade Católica, Medicina, Sorocaba, Brasil; (3 ) - Universidade de Brasília, Brasília, Brasília, Brasil; INTRODUÇÃO Foi verificado no registro português uma maior prevalência de DRC-VD/pmp (1824,4 vs 544), maior idade média dos pacientes em diálise (66,79 vs 42,2% pacientes entre 65 a 44 anos), maior proporção de centros de diálise/pmp (11,79 vs 3,49), maior incidência de casos/pmp (225,06 vs 180), maior proporção de centros transplantadores/pmp (0,87 vs 0,63), maior taxa de transplante renal/pmp (46,75 vs 29,6) e maior taxa de doadores efetivos/pmp (27,2 vs 14,2). Houve em ambos os países predomínio da TRS hemodiálise (no Brasil convencional, em Portugal hemodiafiltração), preponderância de indivíduos em TRS do gênero masculino, percentagens similares com sorologias positivas e de transplantes realizados com doador falecido. A taxa de mortalidade em diálise no Brasil foi maior (18,5% vs 13,28%). A despeito de números similares quanto a fístula arteriovenosa, houve maior número de próteses (11% versus 4.1%) e cateteres tunelizados (15,6% vs 9,2%) em Portugal A doença renal crônica terminal (DRC-VD) é um grave problema de saúde pública. Brasil e Portugal se destacam no cenário nefrológico mundial respectivamente pelo elevado número bruto de pacientes em programa de terapia renal substitutiva (TRS) e pela aumentada prevalência de DRC-VD por milhão de pessoas (pmp). Desta forma tal estudo objetiva traçar um panorama comparatvo da situação da DRC VD e da TRS no Brasil e em Portugal e discutir suas possíveis implicações bioéticas. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo aplicado, descritivo, transversal, quali-quantitativo, com análise documental e pesquisa bibliográfica, tendo como fonte de dados principais o Censo Brasileiro de Diálise (CBD), o Registro Português e dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos ( ABTO) . Dados demográficos foram obtidos pelo site do Banco Mundial (www.worldbank.com). O ano-base escolhido foi 2015. . DISCUSSÃO E CONCLUSÃO RESULTADOS Constatou-se panoramas nefrológicos distintos em Portugal e no Brasil, sendo que no primeiro, a população com DRC-VD é mais envelhecida e, comparativamente, há concreta e maior equidade no acesso a TRS. Em vista de panoramas nefrológicos diferentes, as implicações bioéticas também são distintas, com as questões relativas a autonomia reduzida (em idosos) e as questões de não-maleficência associadas a terminalidade da vida em pacientes com DRC V-D mais proeminentes em Portugal, predominando no Brasil as questões relacionadas a iniquidade no acesso as formas de TRS. . Comparativamente, verificou-se diferenças entre o CBN e o Registro Português, com um maior detalhamento do segundo sobre particularidades da DRC V-D nas várias regiões de Portugal, bem como dados específicos e individualizados sobre diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. Houve uma resposta maior ao registro português (100% vs 40%). Houve em relação ao Brasil números brutos superiores em relação a número de centros de diálise (726 vs 122), total de pacientes com DRC V-D (111303 vs 18928), incidência anual de DRC-VD (36.571 vs 2335), número de centros transplantadores (131 vs 9), e número bruto de transplantes renais (5635 vs 485). E-mail de contato: fabionefro@gmail.com