Pressão positiva contínua (CPAP) oral após lesão nasal em um recém-nascido pré-termo Oral continuous positive airway pressure (CPAP) following nasal injury.

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Pressão positiva contínua (CPAP) oral após lesão nasal em um recém-nascido pré-termo Oral continuous positive airway pressure (CPAP) following nasal injury.
Transcrição da apresentação:

Pressão positiva contínua (CPAP) oral após lesão nasal em um recém-nascido pré-termo Oral continuous positive airway pressure (CPAP) following nasal injury in a preterm infant H R Carlisle; C O F Kamlin; L S Owen; P G Davis; C J Morley Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2010;95: F142-F143 May 3, 2010 Apresentação:Ana Carolina Pereira Matos Coordenação: Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde(ESCS)/SES/DF Brasília, 11 de maio de 2010 www.paulommargotto.com.br

Relato de caso Bebê do sexo feminino (IG:26 semanas, peso: 575 g) desenvolveu a síndrome desconforto respiratório agudo necessitando de ventilação convencional e ventilação oscilatória de alta freqüência (HFOV) por 13 dias. No 13° dia a criança foi extubada e mantida com NIPPV (Ventilação com pressão positiva não invasiva ). Pinsp.: 20 cm H2O; PEEP: 9 cm H2O; FR: 30/min; Tinsp.: 0,3s. 22°dia (9 dias após a extubação): a necessidade de O2 aumentou exigindo uma FiO2 de 60%, assim, foram administradas baixas doses de dexametasona por dez dias, para evitar nova reintubação. Após esse período houve boa resposta à medicação e a criança seguiu estável com FiO2 de 25% a 35%.

Relato de caso 25° dia (12°dia de NIPPV): notada importante lesão da pele do septo nasal, assim, foi retirada a pronga e testada uma máscara nasal. 35° dia: durante os 10 dias de uso da máscara nasal houve deterioração da lesão em septo nasal. 36° dia: em alternativa à intubação, optou-se por tentar uma forma oral de CPAP

Confecção do dispositivo: Para confeccionar o dispositivo modificou-se uma “chupeta”, fazendo um pequeno furo em sua ponta e introduzindo, através dela, um tubo endotraqueal (ETT) de 3mm de diâmetro; O ETT foi preso ao bico, para que não adentrasse pelo furo; A chupeta foi colocada na boca da criança e fixada com uma fita, que enlaçava o gorro; O tubo foi mantido na orofaringe, próximo ao palato duro.

Relato de caso Após a o uso do dispositivo o bebê manteve estabilidade clínica, mantendo os mesmos parâmetros de oxigenação; Apnéias e bradicardias foram relatadas antes e após o uso do dispositivo, não há evidências de mudança na freqüência; A freqüência respiratória comandada pelo NIPPV foi reduzida para 10rpm e posteriormente zerada e deixado apenas o CPAP; Durante esse tempo a criança foi alimentada por uma sonda orogástrica introduzida através do bico. O sistema requeria aspiração intermitente e em caso de vômitos o ETT deveria ser trocado para evitar obstrução pelo leite.

O dispositivo foi tolerado sem maiores complicações. Relato de caso O dispositivo foi tolerado sem maiores complicações. A efetividade desse novo tipo de CPAP foi mensurada simultaneamente através de um circuito de pressões faríngeas (sensor pressórico calibrado). Isso foi utilizado para antecipar a descontinuação do CPAP quando a pressão estivesse em 5 cm H2O. No 71° dia (combinando NIPP e CPAP) o dispositivo de pressão foi interrompido, já com boa cicatrização da lesão nasal; A criança recebeu alta 5 semanas pós-termo, com oxigênio domiciliar, para posterior reconstrução do septo nasal.

Discussão O suporte respiratório não invasivo tem sido usado cada vez mais cedo e com maior frequência em pré-termos; RN de extremo baixo peso fazem uso de NIPPV e CPAP por longos períodos, consequentemente mais complicações do CIPAP nasal tem sido relatadas, por isso novos métodos alternativos de CPAP devem ser explorados; Quando se usa o CIPAP nasal, sabe-se que as prongas binasais curtas são mais efetivas, porém um dispositivo ótimo de CPAP ainda não está estabelecido; O trauma nasal é uma, bem documentada, complicação do suporte respiratório não invasivo (freqüência de 40%). Ao comparar a pronga com uma máscara nasal de silicone, não houve diferença na incidência da lesão (n=89), contudo houve diferença quanto ao local de lesão (pronga  parte medial do septo; máscara nasal  base do septo); Crostas, sangramento, escoriações e eritema podem reduzir o lúmen nasal;

Discussão Há relatos que mostram lesão nasal provocada pela pronga binasal do CPAP com 3 dias do início do uso do dispositivo. Significantes lesões nasais podem limitar o uso do CIPAP nasal em crianças que necessitam de um suporte respiratório avançado. O CPAP oral não foi previamente descrito, porém na década de 70 foram usadas máscaras faciais para prover uma pressão positiva. Em adultos máscaras orais são utilizadas no tratamento da apnéia do sono, provando ser tão efetivas quanto as nasais. Ao medir a pressão da faringe observou-se que era semelhante à pressão obtida pela pronga nasal (2 cm H2O),indicando que o CPAP oral é tão efetivo quanto o nasal, podendo ser usado por longo período sem evidência de ferimentos, evitando uma nova intubação, com suas inerentes complicações, além das lesões nasais.

Discussão Na presença de erosão septal em prematuros que são dependentes de CPAP pode-se usar uma pronga única ou prongas binasais macias conectadas a um sistema de alto fluxo. No caso descrito a pronga única iria prejudicar a cicatrização do septo e agravaria a lesão, (como foi observado usando uma máscara nasal) Em resumo, este caso mostra um novo método de CPAP, sem efeitos adversos, em um bebê pré-termo. Esta estratégia evitou uma reintubação, além de possibilitar a cicatrização do septo nasal. Propõe-se que seja um método alternativo para pressão positiva não invasiva a ser utilizados naqueles bebês que possuem lesão de septo nasal e não podem utilizar prongas ou máscaras. Contudo novos estudos são necessários para definir a segurança e eficácia dessa técnica, antes que ela seja amplamente utilizada em casos de trauma nasal.

Consultem: Ventilação não invasiva neonatal Autor(es): Carlos Alberto Moreno Zaconeta      

Doutorandas Gabriela, Patrícia, Natália e Ana Carolina e Dr. Paulo R Doutorandas Gabriela, Patrícia, Natália e Ana Carolina e Dr. Paulo R. Margotto