Kamila Kotsubo Katia Sakihama Ventura

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Aula 5 Administração Integrada. Modelo Estratégico Básico No modelo estratégico básico temos quatro elementos que podem ser definidos como constituintes.
Advertisements

9º Congresso Brasileiro de Regulação Brasília, 17 a 20 de Agosto de 2015 Indicadores de Desempenho A sustentabilidade dos serviços Francisco Silva Pinto.
SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA. CONHECENDO A NOVA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA SES E SEUS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO.
DIAGNÓSTICO DO USO DO GESSO E DA DESTINAÇÃO DOS SEUS RESÍDUOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM RECIFE Tiago Deodato Silvestre Orientador: Profª. Drª. Cecília Maria.
DO PENSAMENTO DO NOSSO GRUPO
Vanessa Fernanda Schmitt André Domingos Goetzinger
PROJETO DE REDE ESTRUTURADA DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA DA ESCOLA ESTADUAL CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE NO MUNICÍPIO DE ANASTÁCIO – MS Estudante: Laira.
EVOLUÇÃO DOS TRABALHOS APRESENTADOS NAS EXPOSIÇÕES DE EXPERIÊNCIAS MUNICIPAIS EM SANEAMENTO NO PERÍODO DE 1996 A 2016 Autores: Paulo Sérgio Scalize Roberta.
DIAGNÓSTICO DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA NO ESTADO DE GOIÁS Autores: Eraldo Henriques de Carvalho, Simone Costa Pfeiffer, Diogo Appel Colvero.
PROJETO DE GESTÃO AMBIENTAL
Área de atuação: Resíduos Sólidos
Governança e Relações Inter Federativas no SUS na Perspectiva da Gestão Municipal
Os desafios do Saneamento Ambiental no Brasil
1ª REUNIÃO DO CONSELHO FISCAL – Gestão 2017/2018
Acesso a recursos e oportunidades de financiamento
Sistemas Integrados de Gestão
Agência intermunicipal de regulação de serviços públicos: análise da efetividade de regulação via consórcio público Ana Claudia Hafemann Vanessa.
Ana Uchoa e Ricardo Liarth DEPARTAMENTO DE ENSINO TÉCNICO
Manoel Messias Santos Alves
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - PNMA
Curso Técnico em Agronegócio Prof. Odivar Marcos Bonetti
Narjara Prates Gonçalves Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
PROJETOS DE FORTALECIMENTO DA ECOSOL
Orientadora: Daniela Nunes
Exportação Prof. Felipe Borini.
24ª Mostra de Pôster – FATEC 2017
Vanessa Fernanda Schmitt Oklinger Mantovanelli Junior
METODOLOGIA DE PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Ampliando o atendimento UBS Belmonte,Queimados ,RJ
A PESQUISA APLICADA ÀS ORGANIZAÇÕES DE SAÚDE
Gestores de Aprendizagem
Planejamento de estratégias:
Alunas: Janete Arcari Sibila Persici Suiani Silva
Pedro Henrique de Oliveira Valdemir Aparecido Pires
Perspectivas do Estado de São Paulo para legalização dos benefícios fiscais e respectivos créditos Luciano Garcia Miguel.
Comissão Intersetorial de Trabalho
Márcia Figueiredo Edilene Ropoli Rita Borges
Márcia Figueiredo Consultor EAD
25ª Mostra de Pôster – FATEC 2017
É a aplicação de um conjunto de conhecimentos e técnicas administrativas especializadas no gerenciamento das relações das pessoas com as organizações,
30anos CENPEC.
GESTÃO ESTRATÉGICA E PLANEJAMENTO EMPRESARIAL
Descrição e Análise dos cargos
Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde-DEGERTS
17/09/2018.
“Projeto Fortalecimento das Entidades Nacionais”
II SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE GOVERNANÇA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
Resultados e discussão
26ª Mostra de Pôster – FATEC 2018
Câmara Técnica de Resíduos Sólidos
INFRAESTRUTURA E MOBILIDADE
1987 – Região de Araçatuba - SP – Estado de São Paulo – Nacional através de Representantes – Governo de Angola – Governo.
Projeto de Implantação da Gestão da Qualidade Total
Marcio Viana de Souza Leonice D. S. Cintra Lima
INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA CAMPUS SÃO BORJA
Projeto de Implantação da Gestão da Qualidade Total
Análise a partir do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq
Educação ambiental, importância para cidadania e sustentabilidade
O Sistema Eletrônico de Informações (SEI), desenvolvido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), é uma ferramenta de gestão de documentos e.
TÍTULO DO TRABALHO INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO JUSTIFICATIVA OBJETIVOS
Estrutura Administrativa Reitoria - IFRR 2014
ANÁLISE DE DADOS ESPACIAIS DAS DEPOSIÇÕES DE RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO MUNICÍPIO DE GUARULHOS, SÃO PAULO Walter Rubens Bolitto Carvalho Estudante.
Desenvolvimento sustentável para MPE
Marco Legal da Inovação no Brasil
Cristine Diniz Santiago Cibele Medeiros Brito Leite
Nome ou título do caso Nome da Organização.
ANÁLISE SÓCIO DEMOGRÁFICA (ASD)
Fundada em 15 de março de 1946, no Rio de Janeiro (73 anos de trajetória)
Transcrição da apresentação:

Kamila Kotsubo Katia Sakihama Ventura Análise de experiências consorciadas em saneamento e em resíduos sólidos Kamila Kotsubo Katia Sakihama Ventura

1. Saneamento: Em 28 de julho de 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu como direito de todo ser humano o acesso aos serviços de saneamento. 83% da população brasileira é atendida com água tratada; 47% dela têm coleta de esgoto sanitário; 39% do esgoto coletado é tratado; 58% dos resíduos sólidos têm destino em aterros sanitários. Ministério das Cidades, 2013

2. Consórcios públicos: Desafio: universalização dos serviços de saneamento Política Nacional de Saneamento Básico, Lei Federal no 11.445 (BRASIL, 2007a) Lei dos Consórcios Públicos, Lei Federal no 11.107 (BRASIL, 2005) Decreto Federal n° 6.017 (BRASIL, 2007b) Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei Federal no12.305 (BRASIL, 2010) estabelecem a gestão por consórcios públicos como uma alternativa para expansão do saneamento no país e como estratégia para ampliar a capacidade operacional dos serviços de resíduos sólidos.

2. Consórcios públicos: “pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;” (Art. 2º, decreto nº 6.017, Lei nº11.107, de 2005) Apoio e acesso a informações: estudo financiado pela FUNASA: 160 consórcio de saneamento estudados, sendo 94 de resíduos sólidos (VENTURA, et. al, 2015). Justificativa: informações escassas sobre o tema;

Levantamento bibliográfico; Objetivo: analisar consórcios públicos de saneamento e de resíduos sólidos para identificar as atividades planejadas e realizadas em cada consórcio. 3. Metodologia: Levantamento bibliográfico; Seleção dos consórcios analisados; Elaboração das variáveis de análise; Atribuição de escala numérica; Elaboração de matriz de consórcios públicos estudados; Análises e conclusões.

3.1. Levantamento bibliográfico: Legislação dos principais consórcios públicos em saneamento e em resíduos sólidos; Fatores que motivaram sua constituição; CNPJ; Localização das sedes físicas; Número de municípios atendidos; Distância entre a sede e os demais municípios consorciados; Ano de implementação do consórcio; Outras informações relevantes ao fortalecimento e manutenção deste arranjo jurídico.

3.2 Critérios de seleção dos consórcios analisados: Foco de atuação em obras e serviços de saneamento e de resíduos sólidos; Dados disponibilizados em meio digital; Atualização constante de informações.

Consórcios selecionados:

3.3 Variáveis elaboradas para o estudo: Grupo 1 - Motivação: os elementos indutores à formação do consórcio. As variáveis adotadas foram: falta de recursos financeiros; mobilização social; obrigação/ exigência legal; apoio mútuo entre municípios e articulação política. Grupo 2 - Apoio Externo (Estado e União): a presença de apoio externo para formação do consórcio. As variáveis foram: estímulo financeiro; apoio à infraestrutura; organização territorial induzida pelo Estado e motivação socioambiental. Grupo 3 - Resultados esperados: na formação do consórcio foram planejadas atividades de forma a obter tais resultados. As variáveis foram: redução de custos; melhoria em infraestrutura; aquisição de equipamentos; aumento da articulação política e resolução de problemas específicos.

3.3 Variáveis elaboradas para o estudo: Grupo 4 - Origem de recursos internos: a forma como os recursos internos são obtidos. As variáveis foram: arrecadação própria e recursos dos orçamentos municipais Grupo 5 - Origem de recursos externos: de onde provêm os recursos externos. As variáveis foram: recursos estaduais; recursos da União; recursos Internacionais e recursos privados. Grupo 6 - Atividades (planejadas/ realizadas): atividades que estão no protocolo de intenções, que foram planejadas na elaboração do consórcio e as atividades que foram realizadas. As variáveis foram: elaboração de projetos; capacitação e formação; administração do sistema; compartilhamento de equipamentos; disposição final; compostagem; coleta de resíduos sólidos urbanos; comercialização de recicláveis; educação ambiental; locais de entrega voluntária; coleta seletiva e limpeza urbana.

3.4 Atribuição de escala numérica: Os valores atribuídos às atividades foram: 0,0 – não existe ou a atividade não foi realizada; 0,5 – atividade realizada parcialmente e 1,0 –existe ou atividade plenamente realizada. Com o uso de planilha eletrônica, foi possível identificar as variáveis melhor atendidas por consórcio.

3.5 Resultado obtidos: Variáveis de caracterização CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 MOTIVAÇÃO   1-Falta de Recursos Financeiros 1 2-Mobilização Social 3-Obrigação/Exigência Legal 4-Apoio Mútuo Entre Municípios 5-Articulação Política APOIO EXTERNO 1-Estímulo Financeiro 2-Apoio à Infraestrutura 3-Organização territorial Induzida pelo Estado 4-Motivação socioambiental RESULTADOS ESPERADOS 1-Redução de custos (operações, serviços e equipamentos) 2-Melhoria em infraestrutura 3-Aquisição e compartilhamento de equipamentos 4-Aumento da articulação e força política 5-Resolução de problemas específicos ORIGEM DE RECURSO INTERNO 1-Arrecadação Própria 2-Recursos dos orçamentos municipais ORIGEM DE RECURSOS EXTERNOS 1-Provenientes do Estado 2-Recursos da união 3-Apoios internacionais 4-Recursos privados 3.5 Resultado obtidos: Atividades (planejadas / realizadas)  CP1 CP2 CP3 CP4  CP5  1-Elaboração de projetos para as cidades consorciadas 1 2-Capacitação e formação de profissionais do consórcio 3-Administração do sistema em conjunto 4-Compra e compartilhamento de uso de equipamentos Local adequado para disposição final de resíduos sólidos 0,5 5-Implantação ou manutenção da compostagem 6-Coleta de resíduos urbanos 7-Limpeza, manutenção e comercialização de resíduos seletivos e de logística reversa 8-Realização de atividade socioambientais 9-Criação de locais de entrega voluntária e incentivos a essas práticas 10-Realização e melhoria dos serviços de coleta seletiva 11-Realização e melhoria dos serviços de limpeza urbana MÉDIA 0,30 0,58 0,69 0,50 0,45

3.5 Resultado obtidos: Os dois principais fatores que interferem nos consórcios do estudo foram a dificuldade ou pouca articulação política entre eles e a falta de recursos financeiros. Somente dois consórcios públicos foram estruturados após a Lei dos Consórcios (2007), exemplificando que os municípios se organizaram de forma antecipada e identificavam, naquela época, a necessidade da formação de alguma estrutura similar aos consórcios. A falta de recursos financeiros foi uma motivação da criação do consórcio em todos os casos; assim como o orçamento municipal foi um elemento importante para origem do recurso interno.

3.5 Resultado obtidos: As atividades realizadas em relação às planejadas para todos os consórcios foram: a administração do sistema passou a ser em conjunto após a constituição dos consórcios; a elaboração de projetos em saneamento e de resíduos sólidos (foco na coleta seletiva e aterro sanitário), assim como o compartilhamento de equipamentos. A maior parte deles procurou o consórcio por estímulo da redução de custos em operações, serviços e equipamentos; resolução por problemas específicos; busca por melhoria em infraestrutura; possibilidade de aquisição e/ou compartilhamento de equipamentos. Algumas atividades como busca por local adequado para disposição final de resíduos sólidos; capacitação e formação de profissionais atuantes no consórcio; melhoria da coleta de resíduos sólidos urbanos; realização de atividade socioambientais e melhoria dos serviços de coleta seletiva estão em desenvolvimento.

3.5 Resultado obtidos: Benefícios da implantação dos consórcios: aquisição de material e mão de obra com menor preço para realização dos serviços; realização de atividade de maior complexidade operacional (construção e operação de aterros sanitários); aumento da conscientização e mobilização da população atendida por assuntos de importância ambiental como coleta seletiva; maior aproximação e articulação entre os municípios consorciados; compartilhamento de conhecimentos técnicos, administrativos e tecnológicos; estímulo à criação de programas que contribuem diretamente para a redução da geração de resíduos sólidos (educação ambiental, coleta seletiva, cooperativas, tecnologias sustentáveis, compostagem); descarte final de resíduos sólidos apropriado em escala regional e atendendo às exigências do órgão ambiental.

3.5 Resultado obtidos: As médias finais calculadas indicam que o consórcio promoveu ações gerais e fez a divulgação delas em meio digital. Os consórcios podem ser organizados apenas entre municípios, por municípios e estado ou ainda entre municípios, estado e União. Esta forma administrativa gera a expectativa para solução de problemas comuns, principalmente porque considera a vocação do município e a estrutura administrativa dos entes consorciados, bem como resgata os canais de comunicação existentes na escala regional e local. Alguns desafios administrativos na contratação dos serviços necessários para melhoria dos serviços de saneamento e de resíduos sólidos foram aprimorados pela existência e atuação de consórcios públicos, o que promoveu a obtenção de resultados positivos aos municípios envolvidos.

3.6 Análises e conclusões: Saneamento com níveis insatisfatórios no Brasil; Necessidades de iniciativas de gestão, de operação e de organização político-administrativo; Fomentar constituição e manutenção dos consórcios públicos; Depende do interesse local e da articulação regional, além de apoio financeiro de órgãos públicos; Necessário bom planejamento das ações diárias e a longo prazo; Participação dos agentes envolvidos no processo (sociedade, governantes, iniciativa privada); Interesse em comum; Sucesso do consórcio e melhoria para todos os envolvidos.

4. Referências: BRASIL (2005). Lei de Consórcios Públicos – Lei Federal no 11.445 de 6 de abril de 2005. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm BRASIL (2007a). Política Nacional de Saneamento Básico – Lei Federal no 11.445 de 11 de janeiro de 2007. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm BRASIL (2007b). Decreto no 11.107 de 6 de abril de 2007. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (2010). Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Disponível em http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb2008/ VENTURA, K.S.; TEIXEIRA, B.A.N.; SASSIOTO, M.L.P.; KUSSABA, C.T.; NASSER, M.L.B.B.G (2015). Caracterização de consórcios públicos atuantes no setor de resíduos sólidos no Brasil. In: 28º CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL, Rio de Janeiro, 2015.

5. Agradecimentos: Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro à realização da pesquisa e a todos os presentes. Ao Departamento de Engenharia Civil pelo apoio financeiro para alunos de graduação

Muito obrigada! Graduanda Kamila Kotsubo (kotsubokamila@gmail.com) Profa Dra. Katia Sakihama Ventura (katiasv@ufscar.br) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Departamento de Engenharia Civil 55 (16) 3351.9673