AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
O Espaço Produto Misto Exemplo 4 (4.31): Seja u um vetor perpendicular a v e w. Sabendo que v e w formam um ângulo de 30° e que ||u|| = 6, ||v|| = 3 e.
Advertisements

Métodos de Correção de Camada Limite Métodos utilizados no Datcom e Métodos numéricos para resolução de Equações Diferenciais AED-27 – Aerodinâmica Supersônica.
Aula 3 – Lei de Gauss. Física F III - Unidade I 2 Reservatório Tubulação a b Sentido de escoamento Vetor velocidade no elemento de fluido ( v ). Elemento.
POLINÔMIOS. Polinômio ou função polinomial na variável complexa x é toda função P: ℂ → ℂ definida por P(x) = a n x n + a n–1 x n–1 + a n–2 x n–2 +...
GERADOR ELÉTRICO Dispositivo que transforma uma certa forma de energia em energia elétrica.
O Processo de Poisson Série: Processos Estocásticos Disciplina: Métodos Matemáticos 1C Dennis S. Poisson, Sceaux, France.
AED-11 Aerodinâmica I AERODINÂMICA DA FUSELAGEM Prof. Gil.
Fenômenos de Transporte Luciana Barreiros de Lima Aula 5.
Estatística Aula 16 Universidade Federal de Alagoas Centro de Tecnologia Prof. Marllus Gustavo Ferreira Passos das Neves Adaptado do material elaborado.
Introdução a Física Medição Análise Dimensional Vetores
ÁLGEBRA MATRICIAL.
SEQUÊNCIA DE REVISÃO Física – Conceitos & Contextos Unidade 2
EDIFICAÇÕES - SUBSEQUENTE
Aplicações aos osciladores harmónicos
Capítulo 4 Equação de energia para regime permanente.
Dinâmica Impulsiva: Quantidade de movimento
Fundamentos de Mecânica
Fundamentos de Eletricidade
Cálculo Diferencial e Integral III
CONCEITOS INICIAIS E M.U PG 01-TEORIA 1
CINEMÁTICA I AULA Nº 1 (2º/2016) Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)
Método das Características
Introdução à Integral Definida
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
Corpos Rígidos: Sistemas Equivalentes de Forças
(7) (8) (9) Em notação vectorial, as equações anteriores
Escoamentos Compressíveis
Perfil de Velocidade em Escoamento Pulsátil
ELETRODINÂMICA.
MOVIMENTO CIRCULAR UNIFORME
ALGEBRA LINEAR AUTOVALORES E AUTOVETORES Prof. Ademilson
ÁLGEBRA sistemas Sistemas de Equações lineares Prof. Ademilson
Teoria de Bandas – 1 Elétrons Livres
O CAMPO ELÉTRICO.
Prof. Klecius Celestino
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine
VETORES.
Sistemas de Controle III N8SC3
Sistemas de Controle III N8SC3
Radiação , Condução e Convecção
AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine
AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine
AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine
AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine
Capítulo 04: Condução Multidimensional em Regime Permanente
Hidrodinâmica 12º ano.
Introdução à Integral Definida
O que você deve saber sobre
Professor Antenor Araújo
AULA 1 INTRODUÇÃO A FUNÇÕES. AULA 1 INTRODUÇÃO A FUNÇÕES.
VETORES.
Introdução à Integrais – Antiderivação
Derivadas Já definimos o coeficiente angular de uma curva y = f(x) no ponto onde x = x0. Chamamos esse limite, quando ele existia, de derivada de f em.
O que você deve saber sobre
Análise Dimensional das Equações da Continuidade e do Movimento
Módulo e Equação Modular
A Experiência do Pêndulo de Torção
Princípios de Telecomunicações
FÍSICA Maria Clara, Yanna Patriota e Luís Henrique.
ESTUDO DA VARIAÇÃO DE FUNÇÕES
SISTEMAS LINEARES DEFINIÇÃO
Método Iterativo Linear e Newton-Raphson
MECÂNICA Conceitos iniciais, MRU Prof. Rangel Martins Nunes.
Álgebra Linear Aula 10 Transformações Lineares
2ª ordem não-homogêneas
Álgebra Linear Aula 10 Transformações Lineares
MATEMÁTICA.
Prof. Paulo Salgado Geometria Analítica Prof. Paulo Salgado
MATEMÁTICA.
Transcrição da apresentação:

AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine AED-11 AERODINÂMICA BÁSICA Prof. Kleine

Objetivos Definir soluções elementares no plano complexo Encontrar a relação entre circulação e sustentação para um corpo bidimensional qualquer

Roteiro Função de variável complexa Condições de Cauchy-Riemann Revisão de potencial de velocidade e função de corrente Potencial complexo e velocidade complexa Soluções elementares Circulação e Fluxo Escoamento em volta de cilindro arbitrário Velocidade Forças e momentos Teorema de Kutta-Joukowski

Função de Variável Complexa

Função de Variável Complexa Em um plano 2D: Uma função complexa pode ser escrita como um par de funções reais: Estamos interessados em funções diferenciáveis Estas funções são chamadas de funções analíticas (ou holomorfa)

Função de Variável Complexa Exemplos de funções analíticas: - Para n>0: todo o plano - Para n<0: exceto z=0 Em uma região que não inclua z=0; e desde que argumento esteja restrito a um intervalo

Função de Variável Complexa Derivando Então: Condições de Cauchy-Riemann

Condições de Cauchy-Riemann Algumas consequências das condições de Cauchy-Riemann:

Condições de Cauchy-Riemann 1 – Se as partes real e imaginária de uma função complexa possuem derivadas parciais contínuas e satisfazem as condições de Cauchy-Riemann, então a função complexa é analítica

Condições de Cauchy-Riemann 2 – as partes real e imaginária de uma função analítica satisfazem a Eq. de Laplace

Condições de Cauchy-Riemann Derivando: Então:

Condições de Cauchy-Riemann Equação de Laplace: Analogamente: 2 – as partes real e imaginária de uma função analítica satisfazem a Eq. de Laplace Funções harmônicas

Condições de Cauchy-Riemann 3 – A parte real e a parte imaginária não são independentes Sabendo a parte real é possível determinar a parte imaginária (exceto apenas por uma constante aditiva) São chamadas funções harmônicas conjugadas

Condições de Cauchy-Riemann 4 – A família de curvas definida por e a família de curvas definida por são ortogonais entre si

Revisão de Potencial de velocidade e função de corrente

Revisão de Potencial de velocidade e função de corrente Para um escoamento 2D irrotacional e incompressível, é possível definir um potencial de velocidade e uma função de corrente de modo que:

Revisão de Potencial de velocidade e função de corrente Equação de Laplace: O potencial de velocidade e a função de corrente satisfazem a Eq. de Laplace Funções harmônicas

Revisão de Potencial de velocidade e função de corrente O potencial de velocidade e a função de corrente não são independentes Sabendo uma é possível determinar a outra (exceto apenas por uma constante aditiva) São chamadas funções harmônicas conjugadas

Revisão de Potencial de velocidade e função de corrente 4 – A família de curvas definida por e a família de curvas definida por são ortogonais entre si

Potencial complexo e velocidade complexa

Potencial complexo e velocidade complexa Combinando o potencial de velocidade e a função de corrente: Potencial complexo

Potencial complexo e velocidade complexa O potencial complexo é uma função analítica Pode-se derivar F: Velocidade complexa

Potencial complexo e velocidade complexa A velocidade complexa é o conjugado do vetor velocidade

Potencial complexo e velocidade complexa Velocidade complexa é uma função analítica (F’ é analítica) Equações de Cauchy-Riemann: Continuidade Irrotacionalidade

Potencial complexo e velocidade complexa Toda função analítica satisfaz as condições de Cauchy-Riemann Potencial de velocidade e função de corrente definidos a partir de uma função analítica satisfazem as condições de movimento irrotacional bidimensional de um fluido perfeito (continuidade e irrotacionalidade são satisfeitos automaticamente) O problema fica reduzido a achar uma função analítica que satisfaz as condições de contorno

Soluções elementares

Soluções elementares

Soluções elementares

Circulação e Fluxo

Circulação e Fluxo Em uma curva fechada C Circulação (definição do Karamcheti, sinal oposto ao do Anderson): Fluxo volumétrico por unidade de comprimento: Então: Onde z2 e z1 são pontos coincidentes em C

Obs: circulação no sentido anti-horário Circulação e Fluxo Em uma curva fechada Em volta de um corpo bidimensional fechado: Q=0? G=0? Sim Não (mas pode ser) Obs: circulação no sentido anti-horário

Escoamento em volta de cilindro arbitrário

Escoamento em volta de cilindro arbitrário Corpo bidimensional fechado (Pode não ser circular) Cilindro

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Série de Laurent (Karamcheti 14.22): Permite expansão em torno de um ponto na região fora do domínio

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Escrevendo a velocidade complexa como uma série de Laurent em torno de z=0 Os termos com expoentes positivos podem ser eliminados Condição de contorno no infinito

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Escrevendo a velocidade complexa como uma série de Laurent em torno de z=0:

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Escrevendo a velocidade complexa como uma série de Laurent em torno de z=0: O termo A0 é dado pela velocidade no infinito Condição de contorno no infinito

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Escrevendo a velocidade complexa como uma série de Laurent em torno de z=0: Teorema dos resíduos (Karamcheti 14.23) Relação com circulação: Para um circuito envolvendo a origem

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Ou: Obs: circulação no sentido anti-horário Circulação no sentido horário (sustentação positiva)

Escoamento em volta de cilindro arbitrário - Velocidade Aplicação: Cilindro circular É possível provar que (Karamcheti 15.5): Circulação no sentido horário (sustentação positiva)

Forças e momentos - cilindro arbitrário

Forças e momentos - cilindro arbitrário Força resultante no cilindro

Forças e momentos - cilindro arbitrário Aplicando eq. de Bernoulli: Força resultante no cilindro Momento resultante no cilindro

Forças e momentos - cilindro arbitrário Caso 2D: integrais de superfície se tornam integrais de linha

Forças e momentos - cilindro arbitrário Utilizando Chegamos a: Força na direção x Força na direção y

Forças e momentos - cilindro arbitrário Escrevendo agora na forma complexa X-iY Força complexa Chegamos a: Força complexa

Forças e momentos - cilindro arbitrário Com relação ao momento Chegamos a:

Forças e momentos - cilindro arbitrário Relações de Blasius:

Forças e momentos - cilindro arbitrário Força em cilindro arbitrário por meio da Eq. QDM em volume de controle integral (Lab AED-01) Bernoulli (para eliminar p) Integral de superfície se torna integral de linha (2D) Álgebra Forças e momentos no plano real Definição de força complexa Utilização do conceito de velocidade complexa Álgebra Obs: Onde se lê “Álgebra”, entenda-se: Algumas folhas de papel e noites mal dormidas depois... Relações de Blasius

Teorema de Kutta-Joukowski Forças e momentos - cilindro arbitrário Teorema de Kutta-Joukowski

Teorema de Kutta-Joukowski Relações de Blasius: E se utilizarmos a expansão em série de Laurent?

Teorema de Kutta-Joukowski Então:

Teorema de Kutta-Joukowski Juntando: Chegamos a:

Teorema de Kutta-Joukowski Lembrando que: Obtemos: Obs: circulação no sentido anti-horário

Teorema de Kutta-Joukowski Logo: Utilizando a notação mais usual: Obs: circulação no sentido anti-horário Arrasto Circulação no sentido horário (sustentação positiva) Sustentação

Teorema de Kutta-Joukowski Arrasto Consequências: Força resultante em um corpo bidimensional fechado Sempre perpendicular ao escoamento não-perturbado Arrasto Sempre nulo (segundo a teoria potencial) Sustentação Proporcional à circulação Circulação no sentido horário (sustentação positiva) Sustentação

Teorema de Kutta-Joukowski Outra forma: Consequências: Se você souber a circulação, a sustentação é independente do formato do perfil! Mas: A circulação depende do formato do perfil! Como saber a circulação? É o que veremos a seguir... :) Circulação vetorial, seguindo a regra da mão direita

Forças e momentos - cilindro arbitrário Só pra terminar:

Referências Karamcheti, K., Principles of Ideal Fluid Aerodynamics Capítulos 14, 15.1 a 15.7, Apêndice A Durand, W. F., Aerodynamic Theory Volume 1, Capítulo A.1 (variáveis complexas) Milne-Thomson, L. M.,Theoretical Aerodynamics Seções 3.4, 3.5, 3.7, 5.4, 5.7