desafio para jovens e pais

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Transcrição da apresentação:

desafio para jovens e pais Adolescência: desafio para jovens e pais Tiago Corbisier Matheus

Adolescência e o desafio do jovem O lugar dos pais diante da adolescência do(a) filho(a) Os riscos do percurso Tiago Corbisier Matheus tmatheus@uol.com.br

Adolescência e o desafio do jovem É um momento de vida que (neste mundo que vivemos) descreve a transição do universo infantil ao mundo adulto, na qual o jovem quer não mais ser apenas filho (estar subordinado à hierarquia familiar) para poder ser como um adulto. O paradoxo da busca por reconhecimento e o ideal da autonomia: ser adulto é ser visto pela geração precedente como um semelhante – quero ser escutado em minhas opiniões e ter os direitos de um adulto, a fim de percorrer meu próprio caminho. Por outro lado, assumir responsabilidades não é fácil. Questão: como ganhar autonomia se dependo dos outros para ser reconhecido?

Adolescência e o desafio do jovem Revisão das referências e busca de novos modelos: o hiato entre a família e o mundo extra-familiar estabelece um percurso singular e sinuoso a ser trilhado. A formação de parcerias e a experimentação levam o jovem do prazer ao sofrimento, da onipotência ao desamparo, no árduo exercício da autonomia (autonomia: lei própria, ser sujeito de seu atos). O privilégio da postergação de responsabilidades favorece a experimentação (social) e circulação (entre os recursos sociais disponíveis). Estudar e conhecer, antes de se responsabilizar pelo próprio sustento. A errância como condição adolescente.

O lugar dos pais diante da adolescência do(a) filho(a) Provocação entre adolescências: adolescência dos filhos instiga os pais a retomarem sua própria adolescência (consciente ou inconscientemente), com seus sonhos e temores. Não há como ser neutro ao acompanhar as paixões dos filhos. Fantasia de abandono: muitos pais vivem a fantasia de que não são mais necessários aos filhos adolescentes e que a solidão é uma injustiça inevitável a ser enfrentada. Filhos adolescentes continuam precisando do apoio parental, para poderem realizar seu percurso de experimentação e busca de autonomia. Só que este apoio já não é o mesmo da infância, pois trata-se do apoio que permite buscar ajuda, quando preciso – como um pique.

O lugar dos pais diante da adolescência do(a) filho(a) A incerteza sobre o caminho e o resultado: o que surge no percurso adolescente é fruto de uma história (familiar) sem fim pré-determinado. Não há como criar algo totalmente novo. Não há modelos únicos ou definitivos de educação, cada família tem o desafio de criar suas estratégias conforme suas referências e possibilidades. Diálogo: acordos refeitos permitem estabelecer um campo de negociação entre uns e outros, cada um podendo ser escutado pelo outro.

Os riscos do percurso Adolescente busca provocação: adolescente busca ser reconhecido onde percebe que provoca inquietude, onde pode ser escutado (no ponto fraco dos pais, frequentemente): álcool? internet? sexualidade? retraimento? drogas? Risco à vida e à saúde é o limite; serve de parâmetro para os acordos. Transgressão como passagem é por vezes o caminho da experimentação (da autonomia, das autoridades e das leis vigentes), mas permanecer como transgressor é sinal de dificuldade no processo singular e familiar.

Indicação de leitura CALLIGARIS, C. A adolescência. São Paulo, Publifolha, 2000. MATHEUS, T. C. Ideais na adolescência: falta (d)e perspectivas na virada do século. São Paulo, Annablume/Fapesp, 2002. ____. Adolescência: história e política do conceito na psicanálise. São Paulo, Casa do Psicólogo, 2007. ____. O lugar do analista frente à inquietação adolescente, Revista Percurso, n.41, 2009. Revista O olhar adolescente, Mente & Cérebro, 4v., 2007.