Análise Econômica – Aula 8 Eficiência Alocativa e Falhas de Mercado

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Transcrição da apresentação:

Análise Econômica – Aula 8 Eficiência Alocativa e Falhas de Mercado Prof. Rubens Nunes

Eficiência Alocativa x1B OB x2B ALOCAÇÃO x2A OA x1A Quantidade do bem 1 que pertence ao consumidor A Quantidade do bem 1 que pertence ao consumidor B x1B OB x2B Quantidade do bem 2 que pertence ao consumidor B Quantidade do bem 2 que pertence ao consumidor A ALOCAÇÃO x2A OA x1A

A Caixa de Edgeworth Mapa de Indiferença do Consumidor A OB OA Mapa de Indiferença do Consumidor B

A Caixa de Edgeworth Curva de Indiferença do Consumidor A OB Cestas preferidas a x1 pelo consumidor A Cestas preferidas a x1 pelo consumidor B Alocação x1 OA Curva de Indiferença do Consumidor B

A Caixa de Edgeworth Curva de Indiferença do Consumidor A OB Cestas preferidas a X1 simultaneamente por A e B Alocação x1 OA Curva de Indiferença do Consumidor B

Eficiência alocativa A alocação x1 não é eficiente, pois os dois consumidores podem aumentar seu bem-estar (utilidade) Para tanto, eles podem trocar: O consumidor A dá alguma quantidade do bem 1 e recebe alguma quantidade do bem 2 O consumidor B faz o movimento inverso Os dois consumidores preferirão a nova alocação x2 a x1

A Caixa de Edgeworth Curva de Indiferença do Consumidor A OB Alocação x2 OA Curva de Indiferença do Consumidor B

A Caixa de Edgeworth Curva de Indiferença do Consumidor A OB Alocação x3 OA Curva de Indiferença do Consumidor B

Critério de Pareto A alocação x3 é eficiente porque não é mais possível melhorar a situação dos consumidores A e B pela troca A Taxa Marginal de Substituição é a mesma para os dois consumidores (preço relativo) Pareto: uma alocação é eficiente quando não for possível melhorar a situação de um consumidor sem piorar a situação de pelo menos um outro consumidor.

Proposições fundamentais da economia do bem-estar As alocações alcançadas por processos de mercado competitivo* são eficientes no sentido de Pareto Qualquer alocação eficiente no sentido de Pareto pode ser alcançada por um processo de mercado * excluem-se bens públicos, externalidades, falhas de informação, e poder de mercado

Externalidades - exemplos Negativas Positivas Produção processos produtivos poluentes sinergias exemplo: pomar e apiário Consumo música alta na madrugada efeitos da educação sobre despesas do sistema único de saúde

Externalidade: produção-produção Empresa mineradora produz conjuntamente minério e resíduos poluentes lançados em um lago ym = f(xm) dym/dxm > 0 Empresa de pesca opera no lago yp = g(xp ; xm) dyp/dxp > 0 ; dyp/dxm < 0

Produção conjunta ótima

Poluição – Taxa Pigouviana A produção gera um custo privado, diferente do custo social (que inclui o dano ambiental) Para reduzir a poluição, há um custo crescente As avaliações privada e social da produção e da qualidade ambiental não coincidem CMS – custo marginal social da atividade econômica CMP – custo marginal privado BMS – benefício marginal social da atividade econômica

Poluição – Taxa Pigouviana Custos Benefícios CMS CMP + taxa CMP BMS Q1 Q0 Quantidade

Um mercado para poluição Dois indivíduos: A – fumante; B – não-fumante A quantidade de fumaça “consumida” pelos dois indivíduos é a mesma (indivisibilidade) É possível um mercado para a poluição? Sim, desde que sejam definidos direitos de propriedade (ar puro ou direito de fumar) Dotação E: B tem direito ao ar puro; A é proibido de fumar Dotação E’: A tem direito irrestrito de fumar; B não tem direito ao ar puro

Preferências por dinheiro e fumaça Dotação Possível E’ B fumaça A Dotação Possível E $

Observações Não se trata de uma Caixa de Edgeworth normal, pois a quantidade de fumaça é indivisível As alocações (ou dotações) E e E’ não são eficientes no sentido de Pareto Se forem definidos direitos de propriedade, os agentes poderão transacionar esses direitos, alcançando alocações eficientes Quem vai pagar (A para ter o direito restrito de fumar, ou B para ter ar menos poluído) depende da definição original dos direitos de propriedade (E ou E’) A persistência de alocações ineficientes decorre da indefinição de direitos de propriedade (A acha que tem direito irrestrito de fumar, e B, que tem direito ao ar puro)

maxc f(c) – ac <=> PM(c*) = a Tragédia dos Comuns Pasto comunitário; vacas privadas Custo da vaca leiteira: $ a f(c): valor do leite produzido quando há c vacas no pasto comunal Maximização total da riqueza maxc f(c) – ac <=> PM(c*) = a Decisão individual: colocar mais uma vaca?

Tragédia dos Comuns a = custo da vaca c = número de vacas Produção Eficiente Equilíbrio da Produção

Falhas de Mercado Bens Públicos

O problema do carona Dois moradores de república, cada um atribui o valor de $ 100 para ter uma televisão no quarto O preço da TV é $ 150 O consumo da TV é não exclusivo A compra é eficiente (soma das disposições a pagar é maior que o preço)

O problema do carona Morador B Compra Não Compra Morador A -50 , - 50 -50 , 100 100 , -50 0 , 0

O problema do carona Bem Público restrição orçamentária inclinação = -1 G = w Publico w Privado Bem Privado W w Privado = w

Informação Informação Incompleta

Informação Incompleta U(x) = f(x1, x2) As características do bem 1 são conhecidas O bem 2 só é conhecido parcialmente: alguns atributos são desconhecidos Com informação completa: ∂U/∂x1 / ∂U/∂ x2 = p1/p2

Informação Incompleta Com falha de informação: ∂U/∂x1 / ∂E(U(x2))/∂x2 = p1/p2 E(U(x2)) = U(x2|x2 é bom) . Prob (x2 é bom) + U(x2|x2 é ruim) . Prob (x2 é ruim) U(x2) > E(U(x2)): o produto é bom, mas o consumidor não sabe Na cesta escolhida com informação incompleta ∂U/∂x1 / ∂U/∂ x2 < p1/p2

Informação Informação Assimétrica

O mercado de “limões” George Akerlof. (1970) “The Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market Mechanism“. “Limão”: carro usado de aparência boa, mas em mau estado (mecânica, acidentes,…) Assimetria de informação: Vendedor: conhece a história, manutenção, etc. Comprador: só pode avaliar aspectos visíveis em uma inspeção simples

O mercado de “limões” Prob (carro bom) = 1 – Prob (carro ruim) Por hipótese: 50% / 50% Consumidor tem preços de reserva Carro bom = $ 10.000 Carro ruim = $ 6.000 Valor esperado de um carro escolhido aleatoriamente: V = 10.000 x 50% + 6.000 x 50% = $ 8.000

O mercado de “limões” Um comprador indiferente ao risco pagaria no máximo $ 8.000 por um carro desconhecido Um vendedor que tivesse um carro sabidamente ruim, venderia rapidamente por $ 8.000 Um vendedor que tivesse um carro sabidamente bom, retiraria seu carro do mercado Seleção adversa: ficam no mercado os piores; os melhores saem