O normal e o patológico G. Canguilhem.

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O normal e o patológico G. Canguilhem

Seria o estado patológico apenas uma modificação quantitativa do estado normal?

Introdução ao problema A necessidade de vencer a doença A alteração quantitativa permite a correção A possibilidade de retirar ou superar Sortilégios Encantamentos posseções

Uma significação para a teoria microbiana das doenças contagiosas Representação ontológica do mal

A angústia presusposta “se delegamos à técnica, mágica ou positiva, a tarefa de restaurar na norma desejada o organismo afetado pela doença, é porque nada esperamos de bom da natureza por si própria.”

As características da medicina grega concepção não é ontológica e sim dinâmica Não é localizante e sim totalizante A natureza (physis) é harmonia, a perturbação da mesma é doença As circunstâncias externas são ocasiões e não causas A doença é uma reação generalizada com intenção de cura

O ponto em comum A experiência de estar doente como situação polêmica Luta do organismo contra um ser estranho Luta interna de forças que se afrontam

Uma consideração semântica Patológico designado a partir do normal Privilégio dos prefixos hiper ou hipo aos a e dis

O patológico como necessidade O restabelecimento da continuidade como objetivo ultimo O patológico como ensinamento da saúde A analogia platônica As instituições do estado como equivalentes ampliados das virtudes e vícios da alma individual

A chancela científica para o normal e o patológico O dogma científico

Duas visões O interesse se dirige do patológico para o normal Determinar especulativamente as leis do normal A identidade do normal e do patológico é firmada em proveito do conhecimento do normal A identidade é puramente conceitual O interesse se dirige do normal para o patológico A finalidade é uma ação racional sobre o patológico O conhecimento da doença é procurado por meio da fisiologia A identidade é precisada por uma interpretação quantitativa Augusto Comte Claude Bernard

Repercussões do pensamento de Comte Renan Os estados alterados (sono, loucura, delírio, sonambulismo, alucinação) são mais ricos para observação A comparação com os ensaios físicos L. Dugas Fisiologia e patologia não se opõem e sim se completam O método patológico origina-se da observação e da experimentação

Repercussão de Claude Bernard Nietzsche “o valor de todos os estados mórbidos consiste no fato de mostrarem, com uma lente de aumento, certas condições que, apesar de normais, são dificilmente visíveis no estado normal”

Comte e o princípio de Broussais As doenças são sintomas e a perturbação das funções vitais são vinculadas a lesões de órgãos ou de tecidos Uma correção histórica Pinel Bichat

De concepção nosológica para axioma geral A virada comteana De concepção nosológica para axioma geral

A graduação da intensidade como demarcador do normal e do patológico

O essencial do experimento A comparação entre fenômenos padrão e alterado

A doença como experimentação espontânea

Uma condição dialética “qualquer concepção de patologia deve basear-se em um conhecimento prévio do estado normal correspondente, mas, inversamente, o estudo científico dos casos patológicos torna-se uma etapa indispensável de qualquer pesquisa das leis do estado normal”

As vantagens da observação do estado patológico A passagem do normal ao anormal é mais lenta A volta ao estado normal fornece uma contraprova verificadora A exploração patológica é mais rica que a experimental

O caráter abstrato da tese Uma crítica a Comte O caráter abstrato da tese