FEBRE REUMÁTICA Luiz Eduardo Camanho
Febre Reumática Infecção de orofaringe Estreptococo beta-hemolítico do grupo A (Lancefield) 3 a 4% das crianças não tratadas 30% das cirurgias cardíacas no país 1/3 pt com FR aguda: não tem história de infecção de orofaringe prévia
Febre Reumática Resposta humoral e celular anormal (reação cruzada) Estreptococos do grupo A (pyogenes): proteínas M, T e R – ácido lipoteicóico – parede celular Cepas: reumatogênicas – nefritogênicas Resposta humoral e celular anormal (reação cruzada) Nódulos de Aschoff: patognomônico da FR Susceptibilidade genética
Febre Reumática Faixa etária: 5 aos 15 anos de idade Primeiro surto: raro abaixo dos 3 a e acima dos 18 anos de idade Período de latência: 2 a 3 semanas até 6 meses Sintomas iniciais: febre, mal-estar, anorexia Critérios de JONES: maiores/ menores
Febre Reumática CRITÉRIOS MAIORES: ARTRITE CARDITE CORÉIA DE SYDENHAM ERITEMA MARGINADO NÓDULOS SUBCUTÂNEOS
Artrite Migratória e assimétrica Grandes articulações (raramente coluna vertebral e pequenas articulações) Edema, exsudato fibrinoso e derrame articular estéril Permanência articular: 1 a 5 dias Permanência total: 1 a 4 semanas NÃO deixa seqüelas - AAS
Cardite Única manifestação que deixa seqüela/ Pan-cardite Classificação: leve, moderada e grave (ICC) Válvula MITRAL: mais acometida aórtica/ tricúspide e pulmonar (raramente) Principal seqüela: INSUFICIÊNCIA MITRAL Macroscopia: verrucosidades, espessamento, deformação com fusão das comissuras Sopro de Carey-Coomb: típico de valvulite mitral (meso-diastólico apical) Corticoterapia
Coréia de Sydenham (Doença de São Vito) Isoladamente, permite o diagnóstico de FR. Aparecimento tardio Duração total: média de 2 meses (até 6 meses) – pode haver recorrência até 2 anos após Sintomas: incoordenação motora, distúrbios de comportamento, fala e escrita. Movimentos coreicos (pioram com stress físico/ emocional) Hipotonia muscular variável Associação com distúrbio obssessivo-compulsivo Difícil tratamento
Eritema Marginado Lesões maculares, não elevadas, não descamativas, não pruriginosas Bordas eritematosas e centro claro Tamanho variável Duração: horas a dias Tronco e raízes de membros Desencadeadas pelo calor e desaparecem com a dígito-pressão Comumente associam-se a cardite
Nódulos Subcutâneos Nódulos pequenos, móveis indolores Trajeto de tendões ou saliências ósseas Surgem após a terceira semana e permanecem por até 2 semanas È um achado infreqüente Associam-se a GRAVIDADE da cardite (cardite grave)
Febre Reumática CRITÉRIOS MENORES: FEBRE ARTRALGIA BAV de PRIMEIRO GRAU SINAIS INFLAMATÓRIOS (VHS elevado ou PCR positiva) FEBRE REUMÁTICA PRÉVIA ou CARDIOPATIA REUMÁTICA
Dignóstico Diferencial Endocardite infecciosa Artrite reumatóide juvenil L.E.S. Dermatopolimiosite Artropatias soro-negativas Artropatias infecciosas Angeítes
Exames Laboratoriais ESTREPTOCOCCIA ANTERIOR Cultura de orofaringe: positiva em apenas 25% dos casos ASLO: elevado em 80-90% HEMOGRAMA: leucocitose anemia normocítica/ normocrômica
Exames Laboratoriais PROCESSO INFLAMATÓRIO ATIVO: VHS Proteína C Reativa Mucoproteína Alfa-1 glicoproteína ácida Eletroforese de proteína: elevação de alfa-2 globulina
Profilaxia Secundária Penicilina Benzatina: 21/ 21 ou 28/ 28 dias Eritromicina: pacientes alérgicos SEM crompometimento cardíaco: até 18 anos de idade ou após 5 anos do último surto Cardiopatia Reumática: pela vida toda ou até os 40 anos de idade