Universidade X Sociedade: A extensão como processo de transformação

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FORTALECENDO A INSTITUCIONALIZAÇÃO E OS CONCEITOS DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO NO BRASIL: uma agenda para todos Profa. Dra. Maria Ozanira da Silva e Silva.
Advertisements

PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO NA REFORMA AGRÁRIA – PRONERA
Profª Simone Cabral Marinho dos Santos
A Psicologia Sócio-Histórica
PROGRAMA de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET/SAÚDE/UFPE
Educação Politécnica EPSJV/FIOCRUZ
I Seminário “Dengue: desafios para Políticas Integradas de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde” 23 a 25 e novembro de 2009 ENSP – Rio de Janeiro.
Pedagogia da pesquisa-ação
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
Revisão Unidade 01 Tecnologias na sociedade, na vida e na escola
Processos participativos
I Oficina Técnico-Pedagógica do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça.
O Plano de Ação Curricular na Escola
RESOLUÇÃO SE 93, de 08/12/2010 ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO AOS ALUNOS DO CICLO II DO ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO.
POLITICAS DE EXTENSÃO: SUBSÍDIOS A EXPERIÊNCIA RECENTE DA FCM ROBERTO TEIXEIRA MENDES.
- Universidade e sociedade - A extensão universitária - Graduação e extensão
Inserção da Economia Solidária no Processo de Construção da Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis Miguel Juan Bacic[1] Lucirléia Alves Moreira[2]
GT EMPRESAS SAUDÁVEIS - PRINCIPAIS QUESTÕES LEVANTADAS Ponto de partida: distinção dos modelos de atuação predominantemente centrados no indivíduo daqueles.
AFINAL O QUE É MULTICULTURALISMO E QUAL SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO?
Políticas Públicas.
SÉCULO XX.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO Prof. Ms. Taisir Mahmudo Karim
Particularidade da Gestão no Terceiro Setor e Desenvolvimento Institucional em ONGs Carolina Andion.
O COMIN coordena e gestiona a política indigenista da Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura (ISAEC) através do Departamento de Assuntos.
Tecnologias Sociais e compromissos com o desenvolvimento humano"
DIRETORIA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
SISTEMA NACIONAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Oficina de Projeto III Amara Rocha junho/2011. Questões das oficinas I e II -O que é um projeto? Empreendimento planejado que busca atingir objetivos.
O Livro e a Leitura nos Planos Estaduais e Municipais. Apresentação:
“ O saber e o fazer docente”
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
OS OBJETIVOS E CONTEÚDOS DE ENSINO
PROJETOS SOCIAIS IMPORTÂNCIA PARA A SUSTENTABILIDADE
ENSINO MÉDIO POLITÉCNICO ENSINO MÉDIO-CURSO NORMAL
Samara Pereira Docente FSA/Assistente Social do IFPI
A cultura da avaliação no ambiente RSE- uma breve análise Katia Stocco Smole Assessora pedagógica da RSE.
INDISSOCIABILIDADE EXTENSÃO, ENSINO E PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO PROJETO PRÁTICAS INTEGRAIS DA NUTRIÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA EM SAÚDE.
Prof. Dr. Franclin Nascimento Goiânia/GO, 09 de novembro de 2012
II ENCONTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES I SEMINÁRIO INSTITUCIONAL DO PIBID UNIUBE “A multiculturalidade nos diferentes tempos e espaços de aprendizagens”
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
AVALIAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Laura C. M. Feuerwerker* * Doutora em Saúde Pública.
2 – O QUE ENTENDEMOS POR CONHECIMENTO ESCOLAR?
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2010 EIXO VI – JUSTIÇA SOCIAL, EDUCAÇÃO E TRABALHO: INLCUSÃO, DIVERSIDADE E IGUALDADE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CONTEXTUALIZAÇÃO.
EIXO - 02 – SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO, CULTURA E ECONOMIA SOLIDÁRIA: PERSPECTIVAS PARA UM OUTRO MODELO DE DESENVOLVIMENTO. Utopia Concreta1 –
A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: CURRÍCULO DE ENFERMAGEM
DIMENSÕES TEÓRICAS E PROSPECÇÕES Florianópolis, Outono/2008
3a. OFICINA DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA Desenvolvimento de Atividades de Educação Corporativa e Sistemas de Informação Profa. ELEONORA JORGE RICARDO Universidade.
DISCUTINDO A INTERDISCIPLINARIDADE
PROJETO POLÍTICO- PEDAGÓGICO
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
Metodologia Científica
PSICOLOGIA E POLÍTICAS PÚBLICAS
A prática do psicologo no CRAS
Projetos Comunitários Lilian Kelian
Universidade de São Paulo - Campus “Luiz de Queiroz” Plano Diretor Socioambiental Participativo do Campus LQ GT Educação e Percepção Ambiental Programa.
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DOS CURSOS TÉCNICOS
Planejamento: plano de ensino, aprendizagem e projeto educativo
Segundo Kramer “uma proposta pedagógica é um caminho, não é um lugar
Kátia Souto Consultora Técnica do PNCH/SVS/MS Curitiba/ 2009
Universidade Federal de Minas Gerais VII ENCONTRO NACIONAL DO FÓRUM DE EXTENSÃO DAS IES PARTICULARES - FOREXP Pró-Reitoria de Extensão Centro Universitário.
Extensão Universitária: Avaliação e Curricularização
3ª Conferência FORGES Política e Gestão da Educação Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa Universidade Federal de Pernambuco, BRASIL | 4,
PROJETO DE EDUCAÇÃO POPULAR E ATENÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: A EXTENSÃO REORIENTANDO O CUIDADO Dailton Alencar Lucas de Lacerda (UFPB);
Fases Metodológicas do Planejamento Social
CRITÉRIOS DE JUSTIÇA PARA A GESTÃO DEMOCRÁTICA DE POLÍTICAS PÚBLICAS: reconhecimento, redistribuição, representação e realização. José Henrique de Faria.
Fases Metodológicas do Planejamento Social
PIBID DIVERSIDADE 1. O Edital: 066/2013- CAPES: –O objeto deste edital é a seleção de projetos institucionais que visem ao aperfeiçoamento da formação.
A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO Ana Paula Palheta PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO.
Transcrição da apresentação:

Universidade X Sociedade: A extensão como processo de transformação Sonia Mendes soniamen@superig.com.br  Pró-Reitora de Extensão da UNIGRANRIO Prof. da UERJ Membro do GT de Avaliação do FORPROEX

Da transmissão do conhecimento as práticas sociais:perspectiva histórica Modelo universitário - baseado na transmissão do conhecimento. No século XIX- influenciada pela revolução industrial e desenvolvimento científico - inclui a investigação cientifica. A terceira função nasce como projeção social, em que a universidade leva seus conhecimentos a distintos grupos humanos.

1a. Reflexão: Estamos diante da emergência de novo modelo de universidade – a universidade da sociedade. A universidade é, por excelência, razão concretizada, inteligência institucionalizada, daí ser, por natureza, crítica, porque a razão é eminentemente crítica. (Luckesi, 2005)

Para tal desempenho, necessita desenvolver nos seus membros a dimensão de uma consciência crítica em função de analisar, repensar e modificar a realidade social, política, econômica e cultural... Por esta visão a extensão pode e deve ser o espaço articulador da crítica e da criação.

Concepção do FORPROEXT processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a universidade e a sociedade (1987). (FORPROEX. Plano Nacional de Extensão. 2001)

2a. Reflexão: A universidade da sociedade será capaz de propor alternativas para a solução de problemas sociais. “…a legitimidade da universidade só será cumprida quando as atividades, hoje dita de extensão, se aprofundarem tanto que desapareçam enquanto tais e passem a ser parte integrante das atividades de investigação e ensino. (SANTOS,1996: 225) participação na coesão social, aprofundamento da democracia, luta contra a exclusão social; - vasta área de prestação de serviços: grupos sociais populares, movimentos sociais comunidades locais, setor público, setor privado; - promoção da cultura científica, técnica e das artes; - evitar que se oriente para atividades de arrecadação de recursos extra-orçamentários; - apoio solidário na resolução dos problemas da exclusão e da discriminação sociais de tal modo que nele se dê voz aos grupos excluídos e discriminados. (SANTOS, 2004:74)

Avanços? A idéia de uma universidade que dialoga com o social Concepção marcada pelo interação dialógica pertinente e permanente com os distintos grupos humanos e sociais, criando canais de comunicação e participação para o desenvolvimento do potencial humano. A universidade , seus saberes e valores, se fazem socialmente útil. A investigação e a docência se nutrem da ação social- repensam o currículo e os projetos de investigação.

3a. Reflexão Quanto maior for o diálogo entre as ciências , maiores serão as possibilidades de transformação social. Quanto mais multidisciplinares forem os grupos, maiores são as condições de análise, intervenção e compreensão dos problemas sociais. A extensão cabe quebrar a lógica da disciplinarização e dos processos de produção descontextualizados, o que demanda grande disposição para a dialógo. A crença na transformação confere a universidade um sentido para os conhecimentos que constrói e recria, propiciando uma ciência com consciência.

Qual a concepção de transformação própria da extensão? O vínculo com os problemas sociais e a construção de uma sociedade mais justa; O vínculo com a pesquisa, com a investigação; A sistematização de um processo de avaliação útil para o aperfeiçoamento dos projetos existentes, capaz de contribuir para a divulgação do que a extensão realiza e produz.

Identificando os primeiros passos Articulação com demandas provenientes da sociedade Contribuir para superação das condições de desigualdade e exclusão Luta por cidadania e qualidade de vida Troca de saberes e produção do conhecimento: interação do saber acadêmico com o saber popular e experiência acumulada

Primeiros passos Protagonismo das pessoas da comunidade envolvida Comunidades autônomas: cunho emancipatório e não assistencialista A forma como ensinamos e pesquisamos deve impregnar a universidade- como uma filosofia da instituição Mas, até que ponto a extensão no Brasil assume os novos desafios para a universidade?

5a. Reflexão: Para avaliar a extensão é preciso guiar-se por duas vontades: a política e a de enveredar-se pela abordagem teórica da pesquisa avaliativa.

A avaliação da extensão deve ocorrer de forma planejada. Os propósitos devem estar claramente identificados: O que se deseja conhecer?Que decisões se pretende tomar? Deve-se definir o pessoal responsável pelo projeto. Deve-se identificar os métodos e técnicas a serem utilizados.

O que se vai avaliar? O planejamento. A implementação. Os resultados. Quanto a eficácia? Analisa-se até que ponto estão sendo alcançados os resultados previstos e mesmo se os resultados previstos são pertinentes.( caráter experimental) Quanto ao impacto? Refere-se às conseqüências ou aos produtos finais que resultam, direta ou indiretamente, de uma intervenção e para os quais se pode atribuir um valor substantivo ou objetivo.

Por que pesquisa avaliativa? “ Pretende analisar a pertinência, os fundamentos teóricos, a produtividade, os efeitos e o rendimento de uma intervenção, assim como as relações existentes entre a intervenção e o contexto no qual se situa.” (Contandriopoulos, apud Minayo, 2005) Mais do que a avaliação normativa, a pesquisa avaliativa integra as análise das estruturas, dos processos e resultados a compreensão das relações envolvidas na implementação das ações e a visão que os autores diferenciados constroem sobre todo o projeto.

Por fim Conjuntura atual: valorização e visibilidade da extensão; Articulação com as Políticas Públicas; Movimento de Fomento para a Extensão: editais e parcerias; Interação com os diversos setores da sociedade; Formulação e implementação de modelos alternativos.

Para a interação com uma sociedade multinstituicional, globalizada e articulada em rede... será fundamental a adoção de modernas técnicas de observação e avaliação do desenvolvimento sócio-cultural-econômico do campo externo... Além das atividades peculiares dos observatórios eles também devem ter como objetivo a detecção de oportunidades de intervenção (janelas críticas). Além da perspectiva de “olhar o mundo”, no caminho inverso, a projeção da Universidade nos ambientes acima discutidos, deverá ser entendida e organizada para que a Universidade deixe-se “olhar”. Aníbal Sanches Moura, 2007, Universidade, cenários, contingências e caminhos)