ACOLHIMENTO E ACONSELHAMENTO EM DST/HIV/AIDS

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Transcrição da apresentação:

ACOLHIMENTO E ACONSELHAMENTO EM DST/HIV/AIDS GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA DE CONTROLE DE DOENÇAS PROGRAMA DST/AIDS DO ESTADO DE SÃO PAULO CENTRO DE REFERÊNCIA E TREINAMENTO EM DST/AIDS ACOLHIMENTO E ACONSELHAMENTO EM DST/HIV/AIDS Karina Wolffenbüttel Tânia Regina Corrêa de Souza

Acolher: ACOLHIMENTO – Ferramenta Tecnológica oferecer ou obter refúgio, proteção ou conforto físico; dar ou receber hospitalidade; receber, admitir (algo); aceitar dar crédito a, atender HOUAISS 2002 Acolhimento é receber bem , ouvir a demanda da pessoa , buscar formas de compreender e solidarizar -se com a mesma. (“Paidéia” Wagner Gastão - 2001)

OBJETIVOS: Franco et Al, 1999 Qualificar a relação trabalhador da saúde/ educação/ recursos da comunidade/cuidador/paciente - parâmetros da humanização. Oferecer soluções possíveis, com segurança para o paciente, agilidade para o serviço e uso racional dos recursos disponíveis. Utilizar uma escuta ampliada do motivo da procura ao serviço . Identificar as necessidades de saúde do paciente. Dar encaminhamento aos problemas apresentados pelo paciente, mesmo que seja necessário atendimento por outros serviços fora da Unidade. Franco et Al, 1999

A C O N S E L H A M E N T O O Aconselhamento é um diálogo que visa proporcionar que a pessoa tome decisões e encontre maneiras realistas de enfrentar seus problemas. Aconselhar não é o mesmo que dar conselhos ou dizer às pessoas o que devem fazer. O papel do aconselhador é o de ouvir as preocupações da pessoa, propor questões e prover informações, bem como, suporte emocional. HIV and Infant Feeding- WHO 1998

A C O N S E L H A M E N T O É um diálogo que se dá a partir de uma relação de confiança entre seus interlocutores a fim de promover avaliação de riscos e o reconhecimento das possibilidades individuais e sociais de adoção de medidas preventivas das DST, da infecção pelo HIV e da AIDS.

PRINCÍPIOS: 1. Acesso 2. Vínculo 8. Respeito / Isenção de julgamento 3. Confidencialidade/ Sigilo 4. Acolhimento/Disponibilidade 5. Atenção/Escuta ativa 6. Comunicação competente 7. Uniformidade/ precisão da informação 8. Respeito / Isenção de julgamento 9. Ausência de coerção 10. Interdisciplinaridade 11. Ser processual 12. Resolutividade 13. Responsabilização 14. Integração com as demais atividades do serviço

ONDE E COMO ACONSELHAR? É primordial que se crie um espaço institucional que garanta a atividade de acolhimento e aconselhamento; Deve ser uma prática valorizada e priorizada na assistência integral; Atendimento individual ou em grupo; Deve ser incorporado por todos os profissionais envolvidos no atendimento interdisciplinar; É imprescindível que haja integração entre a equipe, pois facilita o processo do trabalho interdisciplinar.

FASES DO PROCESSO DE ACONSELHAMENTO: Acolhimento Exploração Tomada de decisão Planejamento de ação

1 - A C O L H I M E N T O Situar a pessoa no serviço Reafirmar o caráter sigiloso do atendimento Verificar histórico anterior de testagem Identificação do motivo da testagem Apoio Emocional : Respeitar valores, crenças, preferências sexuais e situação de vida do paciente. Acolher sentimentos emergentes no processo diagnóstico: medo, culpa, indiferença , depressão...

Apoio educativo Temas a serem discutidos: Período de janela imunológica Diferença entre HIV e AIDS Formas de transmissão e prevenção Tratamento Diagnóstico - diferença entre teste rápido e convencional Significado do resultado laboratorial : positivo/reagente, negativo/não reagente, indeterminado/inconclusivo Orientações especiais: grávidas, adolescentes... Investigar apoio emocional e social de retaguarda Investigar outras DST (sinais e sintomas)

2 - E X P L O R A Ç Ã O Impacto do oferecimento do exame Avaliação e percepção de risco (vulnerabilidade) Comportamento Sexual Comportamento dos parceiros ou parceiras sexuais Uso de Droga Uso de Drogas injetáveis / anabolizante e compartilhamento de agulhas e seringas Atitudes de proteção da pessoa

Impacto da testagem Impacto do diagnóstico Ansiedade com relação à possibilidade de infectar parceiros atuais e futuros Impossibilidade de cura da infecção Estigmatização - “Uma marca para sempre...” Dificuldade de aceitação da doença - baixo gradiente de risco /assintomático Incertezas : evolução da doença

Realização dos exames de forma livre e esclarecida 3 - Tomada de Decisão Ausência de Coerção Pré-teste: Realização dos exames de forma livre e esclarecida Pós-teste: Revelação do diagnóstico Aceitação do Acompanhamento/Tratamento

4 - P L A N E J A M E N T O D A A Ç Ã O Responsabilizar-se em conjunto com a paciente a procurar caminhos que viabilizem : Adoção de práticas mais seguras / redução de risco “Busca” de parceiros sexuais Revelação do diagnóstico a outros Adesão ao acompanhamento e tratamento Inclusão de familiares e adultos de confiança no acompanhamento de adolescentes

Aconselhamento pós-teste individual Resultado Positivo (Reagente): Acolher impacto do resultado respeitando o tempo do paciente. Investigar fantasias a respeito do HIV buscando desmistificá-las. Facilitar a expressão dos sentimentos. Rediscutir diferença entre HIV + e AIDS . Discutir necessidade de nova coleta e convocação de parcerias sexuais e/ou filhos quando mulher. Reforçar a importância das práticas sexuais seguras para evitar a reinfeção / contaminação de parcerias / infecção por outras DST.

... Continuação Avaliar a forma e o momento de revelar ou não sua condição sorológica a pessoas de seu convívio. Valorize a importância do tratamento imediato. Todo soropositivo deve sair com consulta agendada. Oferecer o aconselhamento continuado até que ele se vincule ao serviço especializado ao qual foi encaminhado. “ Lembrar que nem sempre todos os temas acima propostos são passíveis de serem trabalhados num único encontro .”

Aconselhamento pós-teste para HIV Resultado Negativo (não reagente): Rediscutir janela imunológica (repetir sorologia?) Lembrar que HIV negativo não significa imunidade Redução de risco Redução de danos

Aconselhamento pós-teste para HIV Resultado Indeterminado: Retomar o tema janela imunológica. Discutir a possibilidade de viragem sorológica . Discutir possibilidade de algum cruzamento viral (falso positivo) . Reforçar a importância da prática de sexo seguro / riscos de reinfeção por HIV e outras DST. Discutir a importância do teste confirmatório.

Obrigada pela atenção! Telefone para contato: (XX 11) 5087 98 12 5087 98 40 E-mail : karina@crt.saude.sp.gov.br