Microbiologia Clínica Diagnóstico diferencial: Neisseria SSP e Micobactérias
Neisseria spp Introdução Família Neisseriaceae Gêneros: Neisseria, Acinetobacter, Eikenella, Kingella e Moraxela Destaques: Neisseria gonorrhoeae Neisseria meningitidis
Neisseria spp Estrutura Cocos gram-negativos, imóveis, sem esporos Usualmente aos pares com lados adjacentes achatados Presença de pili LOP (lipoligossacarídeo) ao invés de LPS (lipopolissacarídeo) na parede celular
Neisseria spp Neisseria gonorrhoeae ↑ Prevalência ↓ Mortalidade Infecções genitais Endotoxinas e LPS altamente tóxicos Cápsula antifagocitária Patógenos obrigatórios Geralmente limitados às mucosas: uretra, reto, faringe e conjuntiva
Neisseria spp Neisseria gonorrhoeae Secreção que varia desde um fluido escasso, limpo ou turvo a uma violenta descarga purulenta e fétida. Disúria intensa Muitos homens com uretrites assintomáticas 50% das mulheres com infecções endocervicais assintomáticas
Neisseria spp
Neisseria spp Neisseria gonorrhoeae Homossexuais masculinos com infecções retais sintomáticas (proctites gonocócicas), ardência na defecação e fezes mucosanguinolentas Infecções oculares com várias complicações chegando a perfuração da córnea e conjuntivite
oftalmia neonatal cuja mãe estava Neisseria spp oftalmia neonatal cuja mãe estava com gonorréia.
Neisseria spp Infecções oculares em RN Infecções sistêmicas envolvem: febre, calafrios, lesões de pele, artralgias (dores nas articulações, inflamações nos tendões) Infecções genitais femininas podem ascender: endometrite, salpingite (infec. ovários), cistite e glomerulonefrite
Neisseria spp Virulência associada a proteases IgA1 extracelulares que degradam o IgA1 humano Alguns homens não adquirem a doença por possuírem Ac que ligam-se à bactéria (reação cruzada) Sobrevivência dentro dos fagócitos, sobretudo neutrófilos sendo um importante achado laboratorial.
Neisseria spp Transmissão quase exclusivamente por contato sexual (banheiros públicos, gotículas...). Altos índices de infecções em homens de 20 a 24 anos, seguidos de mulheres de 15 a 19 anos.
Neisseria ssp Neisseria meningitidis ↓Prevalência ↑Mortalidade Infecções nasofaríngeas e meninges Presentes em alguns indivíduos assintomáticos Meningococcemia: disseminação via sangue e/ou líquor seguida de processo assintomático ou levemente sintomático
Neisseria spp
Neisseria spp Forma leve: febre e mal-estar com desaparecimento de sintomas em 1 a 2 dias Forma grave: lesões, calafrios, febre, mal-estar, cefaléia, vômitos, desidratação, edema, convulsões, chegando ao coma e óbito
Neisseria spp Em RN até 2 anos comum ausência de febre à hipotermia. Meningococcemia fulminante em 5 a 15% dos pacientes (Mortalidade). 13 sorogrupos identificados: A, B, C, D, H, I, K, L, X, Y, Z, 29E, W135 (mais importantes na doença humana).
Neisseria spp Disseminação: perdigotos* Reservatório humano: nasofaringe IgG e IgM específicos (dosagem laboratorial) * Gotículas minúsculas de saliva que são expulsas durante a fala de uma pessoa.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Achado de CGN dispostos dois a dois em lâmina de Gram de secreção ou colônia Petéquias e máculas cor de rosa no corpo e sobretudo na face Coleta antes da antibioticoterapia (sangue, secreções, líquor...)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Liquor deve ser concentrado por centrifugação e o sedimento semeado em Ágar chocolate e Thayer-Martin Placas incubadas em anaerobiose (de preferência) Morfologia característica e oxidase positiva = N. meningitidis Sorologias em lâminas para sorogrupos Única ≠ no diagnostico: N. meningitidis (+ ágar sangue) e N. gonorrhoeae (- ágar sangue)
Diagnóstico diferencial entre Neisserias e outros cocobacilos Gram negativo
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Controle e tratamento Controle Vacinas disponíveis contra grupos A, C, Y e W135 Tratamento Sulfonamidas (antiga 1°escolha, porém aumento da resistência) Rifampicina (atual 1°escolha) Para meningites: Penicilina ou Cloranfenicol (para alérgicos à Penicilina)
Micobactérias Introdução Família: Mycobacteriaceae Gênero: Mycobacterium Espécie: (8 espécies), destacando-se M. tuberculosis e M. leprae
Micobactérias Estrutura Bacilos finos São bactérias aeróbias estritas Crescimento lento, imóveis, não esporuladas São ácido-álcool resistentes (BAAR), o que significa que durante os procedimentos de coloração pela fucsina, não se deixam descorar por uma mistura de álcool e ácido clorídrico. Esta propriedade parece decorrer da firme fixação da fucsina a certos lipídeos da parede. O método para se verificar se uma bactéria é BAAR, é o de Ziehl-Neelsen
Micobactérias Método Ziehl-Neelsen Este método consiste em se tratar o esfregaço com fucsina e, em seguida por uma mistura de álcool (97%) e ácido clorídrico (3%). Depois de lavado com água, o esfregaço é corado com azul de metileno. As bactérias que retêm a fucsina (BAAR) adquirem a cor deste corante (vermelho), e as que não retém, se coram pelo azul de metileno.
Micobacterium leprae
Micobactérias Micobacterium leprae Conhecido como bacilo de Hansen => Hanseníase Doença degenerativa => causa deformações Afeta: pele, SNP, vias aéreas sup. e olhos. Propriedade BAAR fraca
Micobatéria Cultivo Temp. otima: ≈30°C Cultivo in vitro não cultivável Cultivo in vivo: Baixas temperaturas Granuomas em pata de camundongo (12 a 14 dias)
Micobactéria Patogenicidade Principalmente sexo masculino de 10 a 20 anos. 2 principais formas clínicas: Lepra lepromatosa (LL) e a lepra tuberculóide (LT). Uma diferença entre LL e LT, refere-se a reação do paciente ao teste de Mitsuda. Os LL são Mitsuda negativo, e os LT, positivos. O teste de Mitsuda é realizado inoculando-se na pele do braço do paciente 0,1 mL de lepromina e verificando-se após 30 dias, a reação desenvolvida. (+) nódulo com diâmetro superior a 5mm
Micobactéria Métodos de diagnostico Diagnostico histológico Observação de sintomas da doença + presença de BAAR Teste de lepromina (pqno valor diagnóstico) PCR Reação de Mitsuda
Micobacterias Tratamento e controle A princípio: Diamino Difenil Sulfona (DDS ou Dapsona) => bacteriostático Mais tarde... 1982 Multidrug Therapy (MDT) => rifamicina, dapsona e clofazimina entre outras. Não há vacinas atualmente!!!
Micobacterias Micobacterium tuberculosis Morfologia e Identificação Nos tecidos: bastonetes retos e finos. Em meios artificiais: formas cocóides e filamentosas, São bactérias álcool-ácido-resistentes (BAAR).
Micobactérias Cultura Aeróbios obrigatórios Crescimento lento – 3 a 6 semanas (placas) Meios sólidos semi-sintéticos (Middlebrook ) Ovo (Löwestein-Jensen) Contêm sais, vitaminas, albumina, catalase, glicerol... Grandes inóculos
Micobactérias Lipídios da parede (Ag): Ácidos micólicos, ceras e fosfatídios ligados a proteínas Responsáveis pela álcool-ácido-resistência. Os ácidos micólicos podem promover a formação de granuloma Os fosfolipídios induzem necrose caseosa.
Crescimento de oito semanas em Löwenstein-Jensen Agar Micobactérias Crescimento de oito semanas em Löwenstein-Jensen Agar
Micobactérias Pigmento cromogênico em Midlebrook Agar Micobacterioum tuberculosis
Micobactérias Diagnóstico laboratorial Infecção tardia Teste de Mantoux (PPD): injeção i.d. de 0.1ml de tuberculina no antebraço. (+) => área endurecida com no mínimo 5mm de diâmetro (48hs) Bacterioscópico Esfregaço de escarro e identificação de (BAAR) Molecular PCR Sensibilidade a antibióticos
Micobactérias – Teste PPD
Micobactérias Tratamento Vacina BCG: M. bovis atenuado. (Só em pessoas jovens imunocompetentes) Não impede a disseminação dos MDR (Multidrugs- Resistant Tuberculosis) Isoniazida, rifampicina e pirazinamida (2meses) Isoniazida e rifampicina (isoladamente por mais 04 meses) para os MDR (etambutanol no inicio)