INFECÇÕES PULMONARES NO IMUNOCOMPROMETIDO NÃO-SIDA Epidemiologia e Imunologia do Imunocomprometido Belo Horizonte, MG 8-9 de agosto de 2008 Jorge Pereira.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Definição de asma - GINA 2008
Advertisements

OS INVASORES DO ORGANISMOS E OS MECANISMOS DE DEFESA
Respostas Imunes a Agentes Infecciosos
SITEMA IMUNE E CÂNCER Ivana Nascimento Labimuno-UFBA 2007.
CITOCINAS 18/04/07 A 24/04/07.
Projecto IPOFG,IST- IBB, LT Apoios: APCL, JMS 2008
Citoquinas Moléculas de superfície Apoptose
Anticorpos no laboratório
Resposta Imune contra Microrganismos e Mecanismos de Escape
Qual a natureza dos antígenos?
Mecanismos efetores da resposta imune
REGULAÇÃO DA RESPOSTA IMUNE
SISTEMA IMUNOLÓGICO Defesas do organismo
IMUNOTERAPIA 26/04/2007.
BIOLOGIA DOS LINFÓCITOS T: A RESPOSTA IMUNE MEDIADA POR CÉLULAS
IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA
CÉLULAS E ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO
SISTEMA IMUNOLÓGICO.
INTERLEUCINAS (citokinas)
O SISTEMA IMUNOLÓGICO O sistema imunológico (ou sistema imune) é dividido, classicamente, em sistema imune adaptativo (SIA) e sistema imune inato (SII).
Estratégias para Reduzir o Risco Futuro das Exacerbações Asmáticas
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
IMUNOSSUPRESSORES.
Ação das vitaminas no sistema imunológico
Imunopatologia do HIV/AIDS
Pneumonia associada à ventilação mecânica
Pneumonia em institucionalizados
TECIDO SANGUÍNEO E SEU PAPEL NA IMUNIDADE
Rejeição Aguda Mediada por Anticorpo
Prof. Adriane Martins Dias
Alicia J. Kowaltowski Departamento de Bioquímica, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, Brazil Mitocôndrias, a Fonte de Energia das Células.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO RODRIGO CÉSAR BERBEL.
Citocinas Gerenciadores da resposta Imunológica;
Glomerulonefrite Anti-MBG
Mecanismos de Defesa Respiratória
Ariane Baratta Masini de Andrade
Prevenção do risco cardiovascular da DPOC
Immune response to nucleotide- supplemented infant formulae: systematic review and meta- analysis. Br J Nutr 2007 Fórmulas infantis suplementadas.
QUAIS SÃO AS REPERCUSSÕES SISTÊMICAS DA VM SOBRE O PARÊNQUIMA PULMONAR
Magda Carneiro-Sampaio Depto de Pediatria, FMUSP
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Ferramenta para a organização dos serviços
Quimioterapia no idoso com Câncer de pulmão
INFECÇÃO HOSPITALAR Definição: Infecção em paciente internado >72h que não estava em período de incubação ou após procedimentos invasivos 5-10% Internações.
SINDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA AIDS
ETIOLOGIA DA SARCOIDOSE
Não há conflito de interesses
Prof. J. Oliveira São Luis 2010
REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
ASMA E TABAGISMO João Paulo Becker Lotufo
Transplante Renal Caso 2
Porquê estudar a imunologia? Dr. Fabrício Prado Monteiro
Prof. Eliene Carvalho da Fonseca
Por quê estudar a imunologia? Dr. Fabrício Prado Monteiro
NEUTROPENIA FEBRIL Jefferson Pinheiro
Porquê estudar a imunologia no curso de MEDICINA?
Avaliação da Resposta Imune Humoral Considerações gerais Quem representa a Imunidade Humoral? O que deve enfocar a avaliação da Imunidade Humoral? Concentração.
Duração do Tratamento: Como Monitorar a resposta?
Neutropenia Febril em Oncologia Pediátrica
Citoquinas Moléculas de superfície Apoptose
Imunologia - Imunidade
VACINAS Prof. Eduardo F. Flores Depto Medicina Veterinária
Órgãos, Células e Proteínas
Imunologia Básica - Biomedicina
Genética Bioquímica Resposta Imune.
Visão Geral: Imunologia
Strongyloides stercoralis Estrongiloidíase
Hipersensibilidade Tipo I
A GENÉTICA DO SISTEMA IMUNE
IAL - SP ESTADO DA ARTE DO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS DOENÇAS FEBRIS EXANTEMÁTICAS l O grande avanço na área do diagnóstico das infecções virais decorreu.
Por quê estudar a imunologia? Dr. Fabrício Prado Monteiro
Transcrição da apresentação:

INFECÇÕES PULMONARES NO IMUNOCOMPROMETIDO NÃO-SIDA Epidemiologia e Imunologia do Imunocomprometido Belo Horizonte, MG 8-9 de agosto de 2008 Jorge Pereira FMB/UFBA III CURSO NACIONAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS

Am J Respir Crit Care Med. 1999; 160:38-43 Barreiras físicas ●Bactérias / vírus ●Alérgenos ●Partículas ●Poluentes Função regulatória ●Neuropeptidase enzimática ●Endotelina ●Óxido nítrico ●TGF  Função pró-inflamatória ●Ác. Aracdônico ●Citocinas inflamatórias Função antimicrobiana ●Muco ●Imunoglobulinas ●Lizozima ●Lactoferrina ●Inib de proteinases

D´Ambrosio D et al. Am J. Respir Crit Care Med 2001; 164:

Strieter RM et al. J Clin Invest 2002; 109:

DISFUNÇÕES NAS DEFESAS DO HOSPEDEIRO E PRINCIPAIS ETIOLOGIAS DISFUNÇÂOGRUPOSPATÓGENOS ● Neutrófilos Bactérias piogênicas Fungos Gram +/- Filamentosos Candida ● Imunidade celular Bactérias Fungos Vírus Protozoários Helmintos Legionella, BK, Nocardia. PCP, dimórficos CMV, Herpes Toxoplasma Strongyloides ● Imunidade humoral Bactérias comuns Fungos Pneumococo, Hemophilus PCP

EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES EM INDIVÍDUOS IMUNOCOMPROMETIDOS Longevidade Imunossupressores Doença auto-imune Ac. monoclonais Câncer Transplantes SIDA / AIDS Medicina intervencionista Bactérias Vírus Micobactérias Fungos Protozoários

Jul/2007 a jun/2008 PORCENTUAL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL GERAL CONFORME O GRUPO ETÁRIO % 10% 35%

Cell-mediated immunity Meyer KC. Proc Am Thorac Soc 2005; 433:433-9 ALTERATIONS IN SYSTEMIC IMMUNITY ASSOCIATED WITH ADVANCED AGE ● Thymus involution ● Decrease in naive T-lymphocyte production ● Altered memory T-cell function ● Increase in peripheral memory T lymphocytes ● Decrease in proliferative responses to antigens ● Th1 to Th2 cytokine shift ● Increase in HLA-DR expression ● Decrease in diversity of T-lymphocyte receptor ● Decrease in Fas-mediated T-cell apoptosis

Humoral immunity ALTERATIONS IN SYSTEMIC IMMUNITY ASSOCIATED WITH ADVANCED AGE Meyer KC. Proc Am Thorac Soc 2005; 433:433-9 ● Decrease in B cell number ● Decrease in germinal center formation ● Altered antibody responses to specific antigens ● Decrease in B-lymphocyte receptor repertoire ● Dysfunctional generation of primary B lymphocytes ● Impaired production of memory B cells ● Decrease in generation of protective antibodies with high affinity for antigen ● Increase in IgA and IgG ● Increase in autoantibodies

Innate immunity ALTERATIONS IN SYSTEMIC IMMUNITY ASSOCIATED WITH ADVANCED AGE Meyer KC. Proc Am Thorac Soc 2005; 433:433-9 ● Decrease in natural killer activity in association with impending morbidity ● Decrease in T cell proliferation and number ● Decrease in efficiency of antigen presentation by dendritic cells ● Dysregulated cytokine production ● Decrease in macrophage and neutrophil function

2005 MORTALIDADE POR CÂNCER EM HOMENS NO BRASIL n MS/SVS/DASIS - SIM

2005 MORTALIDADE POR CÂNCER EM MULHERES NO BRASIL n MS/SVS/DASIS - SIM

MORTALIDADE POR CÂNCER DE PULMÃO E MAMA EM MULHERES n/ MS/SVS/DASIS - SIM Mama Pulmão 88,9 112,6 44,9 65,1

● Tipo, gravidade e duração da disfunção (neutropenia, imunidade celular ou humoral) ● Exposição pregressa (reativação) ● Tratamento imunossupressor ● Profilaxia IMUNOSSUPRESSÂO EM PACIENTES COM CÂNCER

● Febre é definida por um único episódio de temperatura  38,3ºC ou por temperatura  38,0ºC por  1 hora ● Neutropenia é caracterizada por uma contagem de PMN <500/mm 3 ou quando <1.000/mm 3, com previsão de queda para <500/mm 3 Clin Infect Dis 2002; 34:730-51

NEUTROPENIA FEBRIL ● Número de neutrófilos (<500) ● Rapidez de queda e instalação ● Tempo de permanência (>10d)

n=900 Elting LS et al. Clin Infect Dis 1997; 25: Gram positivos Gram negativos Polimicrobiana 46% 12% 42% Infecção tecidual associada: 242 (26,9%) Pulmão: 102 (42,1%)

PRINCIPAIS INFECÇÕES FÚNGICAS INVASIVAS – NOVAS TENDÊNCIAS Candida spp Aspergillus spp Outros Cryptococcus Endêmicos PCP 42% 29% 2% 3% 4% 14% Pfaller MA et al. Clin Infect Dis 2006; 43:S3-S14 71%

S. epidermidis S. aureus Enterococcus Candida spp E. Coli Klebsiella spp Enterobacter spp Pseudomonas spp Serratia spp S. viridans 31,9% 15,7% 11,1% 7,6% 5,7% 5,4% 4,5% 4,4% 1,4% Clin Infect Dis 1999; 29:39-44 Hemoculturas > (49 hospitais)

Wisplinghoff H et al. Clin Infect Dis 2004; 39: hospitais (EUA) Mortalidade global: 27% 31% 20% 9% 31%

Wisplinghoff H et al. Clin Infect Dis 2004; 39: Mortalidade Mortalidade global: 27% 20,7% 26,4% 33,9% 39,2%

Colombo AL et al. J Clin Microbiol 2006; 44: Candidemia (n=712) em 9 cidades brasileiras S. coag neg (11,97) S. aureus (7,31 ) Klebsiella sp (2,92) Candida sp (2,49) n/1.000 admissões

NÚMERO E TIPOS DE TRANSPLANTES REALIZADOS NO BRASIL

NÚMERO CRESCENTE DE TRANSPLANTES DE ÓRGÃOS NO BRASIL n/ Ano

EVOLUÇÃO DO TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÓLIDOS NO BRASIL Ano n

EVOLUÇÃO DO TMO NO BRASIL Ano n 7.961

J Clin Invest 2004; 114:

● Depleção de linfócitos ● Desvio de rota dos linfócitos ● Bloqueio das vias de resposta linfocitária Halloran PF. N Engl J Med 2004; 351:

● CiclosporinaFixa-se à ciclofilina. Inibe a calcineurin fosfatase e a ativação do Linf-T. ● TacrolimusFixa-se à FKBP12. Inibe a calcineurin fosfatase e a ativação do Linf-T. ● SirolimusFixa-se à FKBP12. Inibe a rapamicina e a proliferação do Linf-T pela IL2 ● Micofenolato de Mofetil Inibe a síntese do monofosfato de guanosina. Bloqueia a síntese das purinas. Previne a proliferação de células T e B ● Azathioprina Converte a 6-mercaptopurina no inibidor tissular da metaloproteinase, transformada em tioguanina-nucleotídeo, que interfere na síntese do DNA. Inibe a síntese das purinas

Herpesvirus - 2 a 6 meses pós-Tx VIRUSCONDIÇÕES ASSOCIADAS ● Herpes simplexPneumonia (raro) ● Varicela zosterReativação (freqüente e, por vezes, disseminada) ● Epstein-BarrDoenças linfoproliferativas ● CitomegalovírusPneumonia ● Herpes 6Leucopenia ● Herpes 8Sarcoma de Kaposi Respiration 1999; 66:

INCIDENCE OF CMV DISEASE ACCORDING TO SEROSTATUS OF DONORS AND RECIPIENTS FOLLOWING SOLID-ORGAN TRANSPLANTATION Doador / ReceptorCMV-Infecção % CMV-Doença % ● Negativo / Negativo00 ● Negativo / Positivo7020 ● Positivo / Positivo7020 ● Positivo / Negativo8070 ● Pulsoterapia ou anticorpos monoclonais 8060 Tamm M. Respiration 1999; 66:

●Inibem a ativação das células B ●Inibem a função das células T ●Inibem o recrutamento e ativação de neutrófilos ●Reduzem a habilidade dos MA para eliminar esporos de fungos IMUNOSSUPRESSÃO INDUZIDA POR CORTICÓIDES

n=116 PNEUMOCYSTIS CARINII PNEUMONIA IN PATIENTS WITHOUT ACQUIRED IMMUNODEFICIENCY SYNDROME: ASSOCIATED ILLNESS AND PRIOR CORTICOSTEROID THERAPY Yale SH et al. Mayo Clin Proc.1996; 71:5-13 Onco-hematológicas Transplantes Inflamatórias Tumores sólidos Miscelânia 30% 25% 22% 13% 10% ●Corticóides: 105 (91%) ●Tempo: 12 semanas ●Dose: 30mg/dia ●25% usando 16mg/dia

●Depressão da função dos PMN (+acidose) ●Aderêcia leucocitária ●Quimiotaxia ●Fagocitose Distúrbios imunológicos Joshi M et al. N Engl J Med 1999; 341:

Niels K. Jerne Georges J. F. Kohler César Milstein

TERAPIA BIOLÓGICA PARA DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E AUTO-IMUNES SUBSTÂNCIANOME COMERCIAL CARACTERÍSTICAS ● InfliximabRemicade® Anti-TNF  quimérico monoclonal IgG1 ● AdalimumabHumira® Anti-TNF  totalmente humanizado ● EtanerceptEmbrel®Fusão recombinante do receptor 75KDa do TNF com IgG1 ● AbateceptOrencia® Anti-TNF . Fixa-se às CD80 e CD 86

n e n/ Branten AJW. The Journal of Medicina 2008; 66:50-2 INFECÇÕESINFLIXIMABETARNECEPT ●Tuberculose106 (54)32 (28) ●Histoplasmose37 (19)3 (2,7) ●Micobactérias Atípicas22 (11)7 (6,2) ●Candidose20 (10)6 (5,3) ●Aspergillose17 (8,6)7 (6,2) ●Listeriose17 (8,6)1 (0,88) ●Cryptococcose10 (5,1)8 (7,1) ●Coccidioidomicose11 (5,6)1 (0,88) ●Nocardiose7 (3,6)1 (0,88) ● Toxoplasmose4 (2,0)(0) TOTAL255 (130)68 (60)

● TNF  aumenta a habilidade dos macrófagos para a fagocitose de microorganismos intracelulares e é necessário para a formação de granulomas. ● A interrupção da atividade do TNF  compromete a imunidade celular, que impede a capacidade de enclausuramento de patógenos intracelulares. ● O risco de reativação de tuberculose é 5x maior. ● As formas extra-pulmonares são mais freqüentes e costumam ocorrer em 12 semanas (1-52 sem). ● Antes de iniciar anti-TNF  deve-se rastrear TB. Verhave JC et al. The Journal of Medicina 2008; 66:80

INFECÇÕES PULMONARES NO IMUNOCOMPROMETIDO NÃO-SIDA Epidemiologia e Imunologia do Imunocomprometido Belo Horizonte, MG 8-9 de agosto de 2008 Jorge Pereira FMB/UFBA III CURSO NACIONAL DE INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS