Pedro Magalhães-Costa, Cristina Chagas

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Transcrição da apresentação:

DESCOMPRESSÃO ENDOSCÓPICA DO VOLVO DA SIGMOIDEIA EXPERIÊNCIA RETROSPECTIVA DE UM CENTRO HOSPITALAR Pedro Magalhães-Costa, Cristina Chagas Hospital Egas Moniz – Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental

Volvo da sigmoideia Volvere (latim) Comum: sigmoideia (40-70%) e cego Raro: cólon transverso, ângulo esplénico, estômago, vesícula biliar, i. delgado Variação geográfica (“cinturão do volvo”) Factores de risco: anatómicos, idosos, institucionalizados, doença neuropsiquiátricas Volvo da sigmoideia

Ø sinais de perfuração/peritonite: tratamento médico Colonoscopia e descompressão é eficaz em 70% casos Presença de sinais de perfuração/peritonite/sofrimento da mucosa: tratamento cirúrgico emergente Volvo da sigmoideia

Volvo da sigmoideia Clinicamente: Rx Abdómen simples (65%) dor abdominal (99%) distensão abdominal (96%) obstipação (92%) Rx Abdómen simples (65%) TC Abdómen e Colonoscopia (100%) Volvo da sigmoideia

Volvo da sigmoideia Descompressão endoscópica Cirurgia Mortalidade Sucesso técnico: 85-95% Recorrência: 60% Cirurgia Electiva: mesosigmoidopexia+ressecção com AP Emergente: Procedimento de Hartmann Mortalidade Ø gangrena/perfuração/peritonite: <10% Gangrena: 11-60% Factores preditores de recorrência (?) Volvo da sigmoideia

Avaliar a eficácia da descompressão endoscópica no tratamento do volvo da sigmoideia Timing ideal para realização da endoscopia Eficácia de manobras terapêuticas não endoscópicas Factores associados à recorrência Objectivos

Métodos Análise retrospectiva desde Janeiro de 2010 até Setembro 2013 Análises estatística: IBM SPSS Statistics v.19 Métodos

Resultados Casos/Doentes Valor Idade Anos Género Número (percentagem) 19 Doentes 13 Ratio Caso/Doente 1,5 Idade Anos Média 73 Mínima 52 Máxima 93 Género Número (percentagem) Masculino 9 (69,2%) Feminino 4 (30,8%) Comorbilidades associadas Número (percentagem) Doença e/ou factores de risco cardiovascular 9 (64%) Doença neuropsiquiátrica 6 (43%) Cirurgia colorectal prévia 3 (21%) Sintomas iniciais Número (percentagem) Dor abdominal 13 (65%) Paragem de emissão de fezes/gases 9 (45%) Diarreia 3 (15%) Vómitos 1 (5%) Resultados

Resultados Valores laboratoriais Valor médio Hemograma   Leucócitos 10600 cél/mm3 Neutrófilos 80,5% Bioquímica Proteína C Reactiva 3,7 mg/dL Creatinina 1,1 mg/dL Ionograma e ácido-base Hipokaliémia: 5 episódios (25%) Hiponatrémia: 3 episódios (15%) Acidémia: 1 episódio Telerradiografia de abdómen Número (percentagem) Distensão de ansas do cólon e/ou níveis H-A 13 (68,4%) Achados típicos de volvo (sinal do “feijão”) 5 (26,3%) Sem achados relevantes/normal 1 (5,3%) Tomografia Computorizada Número (percentagem) Achados típicos de volvo, sem sinais de perfuração 19 (100%) Resultados

Resultados Sucesso técnico imediato: 100% Recidiva precoce (<24h): 2 doentes Recorrência tardia [134-269 dias]: 4 doentes Recorrência global: 31,6% (6/19) Tempo médio: 134 dias (4,3 meses) [1h-269 dias] Resultados

O tempo médio para a tentativa de resolução endoscópica: 9 horas (<24h) Não houve relação entre o timing para a endoscopia: Sinais de sofrimento endoscópico (p=0,390) Probabilidade de recorrência (p=0,373) Complicações pós-operatórias (p=0,676) A colocação ou não de sonda rectal não teve relação com a probabilidade de recorrência (p=0,589) Colocada: 7/19 casos (recidiva 4/7 casos) Não foi registada morbimortalidade associada ao tratamento endoscópico. Resultados

Resultados 10 dos 13 doentes foram submetidos a cirurgia 60% (n=6): <24h 10% (n=1): <48h 30% (n=3): Electiva (2 meses) Colectomia parcial/subtotal com AP: 6 Colectomia total: 1 Procedimento de Hartamnn: 3 Taxa de mortalidade: 10% (1/10) Taxa de complicações major: 30% (3/10) Resultados

Resultados 3 doentes (23,1% casos) Todos foram submetidos a resolução endoscópica do volvo com sucesso Não operados Não apresentam qualquer recorrência até à data O tempo de follow-up nestes doentes encontra-se entre 4 meses e 3 anos Resultados

A descompressão endoscópica é segura/eficaz na resolução imediata do volvo da sigmoideia A curto/médio prazo a taxa de recorrência é elevada (31,6%). Não houve relação entre o timing da descompressão e a presença de morbimortalidade pós-operatória. A sonda de enteróclise não apresentou vantagem terapêutica. Apesar da taxa de morbimortalidade elevada, a cirurgia parece ser a melhor opção definitiva. Conclusão