Seguro de Vida em Grupo ou Individual ? Sérgio Rangel Guimarães Evento CVG / RS Novembro / 2003
Tese de Mestrado - UFRGS Programa de Pós-Graduação em Economia: Ênfase em Controladoria Título da Tese: Fundamentação técnica e atuarial dos seguros de vida: um estudo comparativo entre o seguro de vida individual e o seguro de vida em grupo no Brasil Data da Defesa: Agosto de 2003
Tese de Mestrado - UFRGS Prof. Orientador: Prof. Dr. Paulo Schmidt Integrantes da Banca: Prof. Gilberto Kloeckner, Phd Prof. Denis Borenstein, Phd Prof. Luiz Carlos Miranda, Phd Dedicatória: Prof. Gilberto Brasil (in memoriam)
Objetivo Geral do Trabalho Obter uma melhor compreensão dos diversos fatores e elementos que influenciam o gerenciamento de riscos por parte das Cia´s de Seguros, explorando e comparando a fundamentação técnica e atuarial das duas principais modalidades de seguros de vida existentes no mercado brasileiro
Objetivos Específicos 1) Verificar as origens históricas do seguro de vida, bem como o seu desenvolvimento, evolução e situação atual no Brasil 2) Explorar os rudimentos de demografia e atuária aplicáveis aos seguros de vida, averiguando suas bases técnicas e modelos de cálculos utilizados pelas Companhias de Seguros para a avaliação dos prêmios e provisões
Objetivos Específicos 3) Comparar as duas modalidades de seguros de vida, apurando as principais diferenças e semelhanças 4) Avaliar os resultados encontrados, tomando por base as diferenças e semelhanças técnicas e atuariais identificadas
Limitações do Trabalho de Pesquisa Cobertura de Morte Modelos determinísticos de precificação Ambiente de negócios das Cia’s de Seguros
Risco, o evento aleatório ... “ A idéia revolucionária que define a fronteira entre os tempos modernos e o passado se baseia no DOMÍNIO DO RISCO, na noção de que o futuro é mais que um capricho dos deuses e de que os homens não são passivos perante a natureza ” (Peter Bernstein) Como Dominar o Risco ?
Entender = Retornar ao Passado Administração ou Gestão do Risco Como quantificá-lo ? Padrões do passado ? Oráculos ?
Gestão do Risco / Primeiro Pilar Princípio do Mutualismo Cameleiros da Babilônia Império Romano
Princípio das Probabilidades Gestão do Risco / Segundo Pilar Princípio das Probabilidades 2 Franceses e 2 Ingleses Notáveis Pascal e Fermat Graunt e Halley
Halley e a Breslaw Table Elaborada em 1.693 Cidade de Breslaw (Silésia) O nome atual da cidade é Wroclaw Expectativa de Vida ao nascer = 34 anos Primeira Tábua construída com rigor científico Por que Breslaw ?
Século XVIII …e XIX 1.725 - Abraham De Moivre calcula os prêmios de seguros 1.755 - James Dodson adota o princípio da Reserva Matemática (sistematização) Lexis e Zillmer Século XIX - Makeham e Gompertz
Desenvolvimento no Brasil Companhia de Seguros Boa Fé Casa de Lisboa 1.850 - Código Comercial Brasileiro A partir de 1.862 Companhia de Garantia do Porto Royal Insurance Liverpol & London & Globe
Desenvolvimento no Brasil … Século XX 1.916 - Código Civil Brasileiro 1.934 - DNSPC 1.939 - IRB 1.966 - Decreto-Lei nº 73 CNSP e SUSEP IRB Sociedades autorizadas a operar Corretores
Mercado Brasileiro de Seguros de Vida Fonte: SUSEP / MF / BRASIL
Fatores que influenciam o Risco de Morte Idade Sexo Constituição Física (peso, altura, massa corpórea etc) Estado Físico (saúde, anomalias nos sistemas corporais) Histórico Pessoal (médico, hábitos etc)
Taxa de Mortalidade (qx) entre 30 e 80 anos
Taxa de Mortalidade (qx) entre 40 e 60 anos
Função Sobrevivência (lx) entre as idades 30 e 60
Fatores que influenciam o Risco de Morte Idade Sexo Constituição Física (peso, altura, massa corpórea etc) Estado Físico (saúde, anomalias nos sistemas corporais) Histórico Pessoal (médico, hábitos etc)
Expectativa de Vida ao Nascer - Homens Brasil
Expectativa de Vida ao Nascer - Mulheres Brasil
Fatores que influenciam o Risco de Morte Idade Sexo Constituição Física (peso, altura, massa corpórea etc) Estado Físico (saúde, anomalias nos sistemas corporais) Histórico Pessoal (médico, hábitos etc)
Fatores que influenciam o Risco de Morte Herança Genética (pré-disposição a doenças) Risco Moral (interesse segurável, anti-seleção, especulação, situação econômica) Prática de Atividades de Risco (Asa Delta, Balonismo, Mergulho etc) Profissão e/ou Ocupação (Rede de Alta Tensão, Motoboys, Aviadores Agrícola, Mineiros etc) Outros Fatores
Composição do Risco nos Seguros de Vida Agravado Padrão Abordagem Tradicional Novas Abordagens Preferente
Precificação nos Seguros de Vida (Pricing) Novas Técnicas e Metodologias Tábuas de Mortalidade Tábuas de Comutações Princípio da Equivalência Atuarial VAP = VAB
Composição do Prêmio
Seguros de Vida (VI e VG) Vida Individual Vida em Grupo
Seguro de Vida Individual - VI Origem na Inglaterra (Londres,1538) The Society of Insurance for Widows and Orphans Descrédito total nas décadas de 60 e 70 Contratos de Longo Prazo Regime de Capitalização Provisões Matemáticas Complexidade Atuarial
Seguro de Vida Individual - VI Risco de Sobrevivência (Dotais) Valores Garantidos Resgate, Saldamento, Prolongamento Norma Atual Resolução CNSP 25/94 Subscrição Individual Taxa de Juros (sensibilidade) Conceito de Prêmio Nivelado
Prêmio Natural Prêmio Natural Capital Segurado: $ 200.000,00 $ 100,00 $ 25,00 30 40 50 60 70 80 90 100 w Idade
Prêmio Nivelado $ 100,00 $ 25,00 Prêmio Puro Nivelado 30 40 50 60 70 80 90 100 w Prêmio Puro Nivelado Idade
Excedente: Provisão Matemática de Benefícios a Conceder - PMBAC Prêmio Nivelado Excedente: Provisão Matemática de Benefícios a Conceder - PMBAC $ 100,00 $ 25,00 30 40 50 60 70 80 90 100 w Idade
Prêmio Nivelado $ 100,00 $ 25,00 Mesma Área 30 40 50 60 70 80 90 100 w Idade
Prêmio Comercial Nivelado Prêmio Comercial Nivelado $ 130,00 $ 100,00 $ 25,00 30 40 50 60 70 80 90 100 w Prêmio Comercial Nivelado Idade
Parcela do Carregamento / Sobrecarga $ 130,00 Carregamento: parcela destinada para as despesas $ 100,00 $ 25,00 30 40 50 60 70 80 90 100 w Idade
Influência da Taxa de Juros Nos Prêmios do VI: R$ 188,00 R$ 100,00 R$ 61,00 + 88 % - 39 % 9 % a.a. 3 % a.a. 6 % a.a.
Classificação dos VI´s
Seguro de Vida em Grupo - VG “Trata-se de uma modalidade de seguro de vida sob a qual a cobertura é oferecida a um grupo de pessoas, na forma de um único contrato” (Huebner) Origem nos EUA, em 1910 No Brasil a 1ª Apólice foi emitida em 1929 Sul América
Seguro de Vida em Grupo - VG Norma atual no Brasil Circular nº 17/92 Coberturas Morte, Morte Acidental, Invalidez (acidente e doença) Estipulante Grupos A, B e C
Seguro de Vida em Grupo - VG Papel dos Intermediários Grupos Seguráveis Empregadores, Associações de Classe, Sindicatos, Clubes de Seguros, Prestamistas, Servidores Públicos Estrutura de Benefícios Uniforme, Múltiplo Salarial, Escalonado e Livre escolha Limite de Cobertura Subscrição de Riscos Grupo, Questionário, Atividades (EUA), Encampações, Estipulantes
Seguro de Vida em Grupo - VG Despesas Comerciais Anualmente Renovável Regime de Repartição Contributário ou Não, Adesão Facultativa ou Compulsória Precificação Taxa Individual Taxa Única (Média) Reenquadramento Tarifário
VG - Simulações Cobertura: Morte Prêmio: Anual Tábua de Mortalidade: GKM-95 Capital Segurado: R$ 100.000,00 (uniforme) 3 Grupos Distintos: 1.500 segurados por Grupo 1 Idade Média 47 anos 2 Idade Média 59 anos 3 Idade Média 68 anos
VG - Simulações 1 2 3 Crescimento verificado na Taxa Média (%) Grupos Após 1 ano 5 anos 10 anos 1 (+jovem) 5,66% 25,78% 72,53% 2 (intermediário) 4,38% 18,01% 43,45% 3 (+velho) 3,21% 11,78% 23,97%
VG e VI - Simulações Qual seria o custo de oferecer um VI, hoje, para os mesmos Grupos 1, 2 e 3 ? Grupos Prêmio Anual VG R$ Anual VI Variação entre VG e VI 1 518.318 1.596.942 208% 2 1.723.307 3.651.015 112% 3 3.968.957 6.684.819 68% Total 6.210.282 11.932.776 92%
Análise dos Resultados (VI x VG) Cobertura: Similares Grau de Conhecimento da Cobertura: Mais claro no VI Relação com a Cia Seguradora: No VI é direta No VG é intermediada
Análise dos Resultados (VI x VG) Subscrição dos Riscos: Mais exigente no VI – visão individual Perfil geral do grupo no VG Prazo de Vigência: VG é temporário VI pode ser vitalício Despesas Administrativas do Segurador: Mais elevada no VI
Análise dos Resultados (VI x VG) Despesas Comerciais do Segurador: Limitação do carregamento no VI Liberdade no VG Situação Internacional é inversa Complexidade Atuarial: Maior rigor no VI
Análise dos Resultados (VI x VG) Valor do Prêmio: Inicialmente mais elevado no VI Problema do reenquadramento no VG VG pode ter o prêmio financiado pelo Estipulante Valores Garantidos no VI Taxa Real de Juros: Forte influência no VI Impacto nos Prêmios e Provisões
Análise dos Resultados (VI x VG) Atualização dos Prêmios e Capitais: VI - forte influência dos índices de atualização VI - histórico tenebroso das décadas de 60 e 70 Descrédito, no longo prazo, nas séries temporais dos índices de atualização de prêmios e capitais VG - sensibilidade mais sutil, com maior flexibilidade VG - em algumas situações é atrelado a variação dos salários
Análise dos Resultados (VI x VG) Pressões sobre as Taxas do Seguro: VG: alta pressão por ser anualmente renovável por força do estipulante e intermediários Resultado Financeiro: Melhor no VI, em função das Provisões Resultado Operacional: Perspectiva melhor no VI VG é muito similar aos seguros não-vida Valores Garantidos no VI
Análise dos Resultados (VI x VG) Mortalidade: Maior Geral - Populacional Vida em Grupo Menor Vida Individual
Conclusão (VI x VG) Os seguros são efetivamente distintos, principalmente sob o prisma do Segurador A escolha de qual é melhor deve ser feita considerando vários aspectos e situações O VI tem um grande potencial de desenvolvimento Expectativa das Novas Normas (SUSEP)
Seguro de Vida em Grupo ou Individual ? © COPYRIGHT 2003 Sérgio Rangel Guimarães Atuário MIBA 0743 Fone: (51) 3212.7111 e-mail: rangel@previdenciadosul.com.br