O Discurso Coletivo da Saúde na Mídia
Fernando Lefevre Professor Titular do Departamento de Prática de Saúde Pública
O desenvolvimento, entre nós brasileiros, da comunicação social em saúde vem sendo persistentemente dificultado devido a impasses de natureza estrutural que presidem as relações entre o campo sanitário, o mercado, o estado e a população
Qual o papel da mídia neste contexto?
A Mídia, no Brasil, é, muito dominantemente um espaço privado, que viabiliza os interesses do mercado
No espaço da mídia, de um modo geral e também no campo da saúde, o papel, o lugar e a importância do Estado, da População e do Campo Sanitário é desproporcionalmente menor do que o papel do Mercado
Isto tem a ver com o fato conhecido de que a mídia é no Brasil, muito dominantemente uma propriedade privada financiada pelo mercado através da propaganda ou publicidade
O que tem sido feito frente a isso?
O Estado, proprietário das “ondas”, tentando, em nome do campo sanitário e da população, regular, controlar, minimizar os interesses e a lógica do mercado no espaço da mídia
Esta situação envolve uma rede muito complexa de relações de poder, de sedução, de dependência, de representatividade entre estes campos e no interior da cada um deles
O que parece mais urgente neste momento é aumentar a eficácia da intervenção regulatória do Estado na midia
Outras tarefas paralelas a médio e longo prazo. ganhar espaço para o campo da saúde coletiva dentro do campo sanitário. ganhar espaço para a população dentro do Estado, no setor saúde. ganhar espaço para o consumidor de saúde dentro do campo do mercado
Hoje em dia, os poderes hegemônicos são muito fortes, e as situações muito complexas. Não há mais espaço para ações heróicas mas apenas para tarefas realistas de curto, médio e longo prazos