em Educação em Direitos Humanos

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Transcrição da apresentação:

em Educação em Direitos Humanos 4º Módulo em Educação em Direitos Humanos Capacitação de educadores da Rede Básica

Fundamentos Educativo-Metodológicos da Educação em Direitos Humanos

Educação em Direitos Humanos na Educação Básica: A Escola como lócus privilegiado de formação teórico-prático em Direitos Humanos EDH: princípios e fundamentos teórico-metodológicos para a Educação Básica numa visão crítica Currículo em EDH: eixos norteadores da sua construção (transversalidade e dialogia) Práticas educativas e estratégias metodológicas em EDH Equipe: Adelaide Alves Dias – UFPB Aída Monteiro – UFPE Celma Tavares de Almeida e Silva – UFPE Eduardo Bittar – USP José Francisco de Melo Neto – UFPB Maria de Lourdes Rocha Lima Nunes – UFPI Maria de Nazaré Tavares Zenaide – UFPB Maria Victoria de M. Benevides Soares –USP Margarida Sônia do Monte Silva – UFPB Suzana Sacavino – Novamérica/RJ Ulisses F. Araújo – USP Vera Ma. Candau – PUC-RIO/Novamérica/RJ

METODOLOGIAS PARTICIPATIVAS EM EDUCAÇÃO PARA OS DIREITOS HUMANOS José Francisco de Melo Neto Professor Titular em Filosofia e História da Educação (UFPB). Pós-graduação em educação (PPGE), Grupo de pesquisa em Extensão Popular – EXTELAR, (Educação Popular em Economia Solidária). Participa da Incubadora de Empreendimentos Solidários – INCUBES/UFPB.

Introdução

A cultura dos direitos, um processo de acumulação histórica, vem estabelecendo significados e princípios para essa cultura, definindo-os em éticos, políticos e educativos. Nesse primeiro campo de princípios dos direitos humanos, éticos, há uma nucleação em torno do princípio da dignidade humana.

A Educação em Direitos Humanos

A questão que se coloca, para a democratização do ensino e da aprendizagem, é: que tipo de metodologia pode atender a tais princípios e como pode ser efetivada, contribuindo para a realização desse cidadão democrático? A resposta aqui apresentada é a metodologia participativa, acompanhada de um conjunto de técnicas que facilitem para essa cultura dos direitos.

Metodologia participativa

Bittar (2007): “O modelo de educação que se tem, e as vocações que é capaz de despertar estão intrinsecamente associados aos modos pelos quais se pratica poder na sociedade”; exercício desse poder : desafio maior na educação; necessário o exercício de aprendizagem: para uma cultura democrática; fomentadora da autonomia da pessoa; precisam ser apreendidos e praticados: dimensões da vida e da cultura.

Freire (2002): movimento dialético de busca permanente; humanização/ desumanização: contexto real, concreto; objetivo; são possibilidades existenciais humanas, conduzidas pela consciência do homem de sua inconclusão; educação para autonomia: conteúdo de ensino/ aprendizagem para a democracia.

Metodologia entendida como uma visão de mundo, como uma filosofia de mundo e de caminhos para a organização da sociedade, acompanhada de processos educativos e com práticas pedagógicas que possam orientar na perspectiva de recuperação da capacidade humana de pensar e de sentir, também. Sem qualquer tipo de aprisionamento a perspectiva racional instrumental que reduz a dimensão sensitiva humana.

Dias (2007): “Educar para os direitos humanos, prescinde, então de uma escuta sensível e de uma ação compartilhada entre professores e alunos, capaz de desencadear processos autônomos de produção de conhecimento”. produção de conhecimento; construção de processos de emancipação humana; conjunto de outras/novas interpretações/visibilidades do mundo, ambiente para diferentes pontos de vistas/ângulos de visão, amplas condições de deslocamento (campo pessoal → político, local → histórico/cultural).

Como ambiente dialógico, criam-se espaços para trocas de idéias entre os participantes. São possibilidades que se tornam mais viáveis numa perspectiva da educação popular. Mas, que educação popular?

Uma pedagogia para educação popular

A educação popular: Sistema possibilita: como fenômeno de produção/ apropriação dos produtos culturais; visão ativa, dinâmica, participativa de metodologias para o exercício desse fenômeno educativo; sistema aberto de ensino e aprendizagem. Sistema possibilita: troca das visões/ sentir/ agir na aprendizagem; teoria de conhecimento referenciada na realidade; metodologias incentivadoras: participação, empoderamento.

Educação popular - direitos humanos: O trabalho: centro das atividades educativas; pedagogia que potencializa a participação, conteúdos e técnicas de avaliação processuais; processo avaliativo: acompanhamento permanente. Educação popular - direitos humanos: base política estimuladora de transformações sociais; como fenômeno cultural de produção/ apropriação dos bens humanos; ensino/aprendizagem conhecimento referenciado na realidade;

A pedagogia: potencializa a participação das pessoas; alimentada por conteúdos/ técnicas de avaliação apropriadas; incentivo a uma cultura de direitos/ democracia. A perspectiva de cultura adotada em educação popular traduz e expressa, do ponto de vista político, a visão alicerçada nas bases explicativas e dominantes da sociedade, em seus variados modos de produção.

A importância da metodologia participativa, via educação popular, resgata a perspectiva conceitual de cultura. Cultura na perspectiva de produto do processo produtivo; A produção do conhecimento, será pela categoria trabalho, que se constitui como elemento constante na dimensão da educação popular, sendo o fazer educativo, efetivamente, o trabalho em si mesmo.

Explicações históricas Abstrações Objetos de estudo Explicações históricas Abstrações Compreensão do momento que se vive Definição dos instrumentos teóricos Análise da realidade Resposta às questões Diálogo Produção do conhecimento social e útil

Trabalho social: produto apresenta contradições/apropriação dos bens culturais; orienta-se para a realização das necessárias transformações; concretiza-se nas ações de todos; expressa para gerar riquezas para todos : direito/dever das pessoas, necessidades da comunidade/população; provoca a necessidade de participação na criação e na transformação do meio ambiente, da vida, da história.

Produto: conhecimento teórico / tecnológico nas ações pedagógicas; precisa ser gerenciado e socializado; possibilita um novo agir sobre a realidade; aprimora a capacidade de aprender desses atores; busca outras dimensões de facilitação de aprendizagem, favorece a caminhada pela igualdade, liberdade e autonomia das pessoas.

Autonomia e liberdade em educação popular: condição de cada um de poder governar-se por si mesmo (de forma independente); interliga-se com a liberdade (agir por si mesmo); traduz a liberdade num sentido político (a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro); delimitação para o exercício da autonomia → limitação direta do exercício da liberdade; Autonomia e liberdade em educação popular: adquirem uma dimensão particularmente filosófica; realização em sentido absoluto, total.

Autonomia, liberdade e igualdade, permeadas por metodologias participativas podem ser exercitadas por uma educação voltada aos direitos humanos – a educação popular, que caminhará para a sua concretização por meio da promoção do diálogo. Tudo isto, abrindo a longa caminhada humana para a cultura da democracia, ajudada pela ética do diálogo.

Técnicas participativas e material didático

Física – cidadania e movimento parabólico Técnicas (educação popular/DH): exploração do ambiente de aprendizagem; destaque → como os DH inserem-se nas temáticas das disciplinas; encaixe das temáticas de DH → exercício de criatividade dos coordenadores/professores dessas disciplinas; descoberta de atitudes que não contribuem à interação entre os participantes (exercícios); Física – cidadania e movimento parabólico

Exemplos - História (análises de documentos): Constituição Federal, Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789, França), Declaração Nacional de Independência da Nação/Carta Africana dos Direitos Humanos (1981, Banjul), textos de figuras históricas que lutaram pelos direitos humanos como Nelson Mandela (África do Sul), Martin Luther King (EUA), Mahatma Gandhi (Índia), Betinho (Brasil).

Ilha de Páscoa – exemplo de não sustentabilidade de um povo Exemplos – Geografia: discussões sobre espaços no campo e na cidade, situação de pobreza, degradação do meio ambiente, textos que ajudam em relatos vivos de violação de direitos ou de sua defesa. Ilha de Páscoa – exemplo de não sustentabilidade de um povo

c Exemplos – Ciências: direitos gerais pela saúde, direito individual para os cuidados para com a saúde. Matemática, Física e Estatística → dados que tanto revelam como escondem os direitos das pessoas, sendo úteis ao exercício crítico desses dados. c

Técnicas (educação popular/DH): exercícios de dramatização, discussões em pequenos grupos/com todo o grupo, exercício coletivo de preparação de projetos de pesquisa, imagens, vídeos, cartoons e fotografias, debates, tarefas e discussões.

Considerações

São todas possibilidades de uma vasta gama de técnicas e recursos úteis ao fomento dos direitos humanos na escola e em ambientes outros onde possam estar acontecendo processos educativos, que na perspectiva de uma pedagogia em educação popular, metodologias participativas, podem contribuir para o encontro da vida do cotidiano com os princípios dos direitos humanos, em busca de uma vida melhor, de uma vida com dignidade e felicidade.

Autoria/Produção: Sílvia Helena Soares Schwab Veiculação e divulgação livres