BRASIL ALFABETIZADO RN Alfabetizado

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Aprendizagem da Escrita e da Representação do Número com Adultos. O que é preciso compreender sobre o funcionamento da escrita de jovens, adultos e idosos?

Um primeiro passo importante na aprendizagem da escrita é perceber que as letras representam os sons da fala. Alguns jovens e adultos não têm isso muito claro quando iniciam a alfabetização e podem escrever empregando muitas letras, sem fazê-las corresponder com os sons da fala, como no exemplo abaixo:

Quando percebem que cada pedaço da fala (sílaba) corresponde a um pedaço de escrita, muitos jovens e adultos começam a escrever procurando fazer essa correspondência. Alguns, entretanto, não percebem ainda que o pedaço que escutam na fala pode corresponder a mais de uma letra. Então, produzem escritas usando só uma letra para cada sílaba, como no exemplo abaixo:

Depois, à medida que observam e analisam sua escrita e a dos colegas, com a orientação dos educadores, os jovens e adultos vão percebendo que precisam pôr mais letras para representar as sílabas das palavras. Suas escritas passam a evidenciar esse esforço de incluir mais letras para representar cada pedaço de fala que identificam:

Sempre observando outros modelos e analisando sua própria produção, os jovens e adultos vão evoluindo e passam a representar os sons da fala adequadamente, dominando o mecanismo básico de formação das sílabas, com vogais e consoantes. Certamente, ainda cometerão muitos erros de ortografia, não saber tão bem como dividir as palavras nem usar a pontuação. Entretanto, nessa etapa, eles já conseguem produzir escritas legíveis, como a do exemplo a seguir:

Finalmente, os jovens, adultos e idosos deverão perceber Que a correspondência entre fala e escrita não é exata; Não se pode escrever do mesmo jeito que se fala; Começa a identificar as irregularidades da ortografia; Que a linguagem da escrita é diferente da linguagem da fala.

Por esse motivo, é tão importante que desde o início da alfabetização os educadores leiam em voz alta para seus alunos; assim eles podem se acostumar com o tipo de linguagem que é característica de diferentes gêneros de textos.

Como compreender os modos como os jovens e adultos operam com os números? De acordo com Oczana Danyluk (2001) o adulto não escolarizado utiliza-se de sinais não convencionais para registrar as quantidades. Vejamos, Sujeito A (71 anos) – Essa pessoa tinha 7 canetas (3 azuis e 4 vermelhas). Foi sugerida que registrasse o número de canetas que ele possuía. Nesta representação não houve semelhança figurativa com o objeto, mas houve uma correspondência sinal-objeto, que não acontece muito no registro das crianças

Sujeito B (63 anos) – Foi solicitado que escrevesse quanto gastava com os remédios que ele compra na farmácia. Ele sabe que um remédio custa R$ 5,00 e outro custa R$ 10,00. Oralmente, afirmou que gastava R$ 15,00 e fez o seguinte registro: Embora não utilize o algoritmo convencional de realizar a operação de adição, consegue, a sua maneira, organizar e registrar o pensamento matemático para resolver a situação-problema imposta.

SUJEITO C (24 anos) – Foi solicitado que ela escrevesse o número que representava a quantidade de filhos que ela tinha (tinha 6 filhos). Então representou dessa forma: 4 6 8 3 9 7

Foi perguntado se aqueles números representava o número de seus filhos, ficou confuso e perguntou se podia representar de outra forma, e assim o fez: Percebe-se que a pessoa consegue reter a quantidade seis. O que não sabia ainda é representar o número que indica a cardinalidade dos filhos que possui.

Realiza uma correspondência biunívoca: para cada filho há o registro ( ), que foi confirmado na oralidade: para cada circulo relacionava o nome de um dos filhos. Sabia que os símbolos utilizados, na primeira representação, identificam quantidades, pois encontra estes sinais no seu cotidiano. O que não sabia era o significado de cada símbolo.

SUJEITO D (61 anos) – Foi solicitado que representasse o número de maçãs que estava num prato (total de 5 maçãs). O signo escrito parece com um 5, registrado de forma espelhado. Como ficou com dúvida quanto a forma do registro, fez cinco riscos verticais para representar as maçãs. Tal prática mostra um modo de escrita característico do momento em que se encontra, visto que, como não conseguem escrever de forma convencional, o faz, sem perceber, trocando a posição dos algarismos.

Como diagnosticar os conhecimentos dos alunos em Matemática? Não basta conferir as respostas que eles dão a um problema, mas é preciso também observar as estratégias que usam para resolvê-lo. A dificuldade é que nem sempre os alunos conseguem explicar essas estratégias, seja oralmente, seja por meio de desenhos, gráficos, etc.

COMO AJUDAR O ALUNO A EXPRESSAR SEU RACIOCÍNIO? Poderão fazê-lo por meio de questionamentos orais, como por exemplo: Por que você acha que o número quarenta e cinco pode ser escrito desse jeito (405)? Qual é a diferença que existe entre 405 e 45? Qual desses números é maior? Por quê? Como você fez para calcular a diferença de idade entre você e seu pai? Que outras maneiras poderiam ser usadas para chegar a esse resultado? Você pensou do mesmo jeito que a sua colega? Você acha que esse é o melhor jeito para resolver o problema? Existe outro?