Círculo de Estudos Libertários de Florianópolis Secretaria de Formação da FAG Curso de Formação Política do FAO Secretaria de Formação do CABN.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Círculo de Estudos Libertários de Florianópolis
Advertisements

Círculo de Estudos Libertários de Florianópolis
Para abrir as ciências sociais:
Sociologia Matemática e Letras Prof. Dr. Vidal Mota Junior
Hegemonia e educação em Gramsci Relações de poder e intelectuais
UMA TENTATIVA DE DEFINIÇÃO
Dinâmica e Gênese dos Grupos
OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE DISCIPLINA
Características e Especificidades do Modo de Produção Capitalista
SOCIALISMO UTÓPICO SOCIALISMO CIENTÍFICO
Unidade iii Marxismo Slides utilizados na disciplina – Sociologia Aplicada para o Curso de Administração/UFSC Por Prof. Juliana Grigoli.
Plano de Trabalho Docente
Situação 1: pais ao serem chamados à escola afirmam que o(a) filho(a) não leva jeito para os estudos, nasceu assim como os demais membros da família. “Um.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE EDUCAÇÃO Educação popular: um projeto coletivo dos movimentos sociais populares Marlene Ribeiro.
Ms. Edimar Sartoro - O ESTADO DA ARTE DA PESQUISA SOBRE O FRACASSO ESCOLAR ( ): UM ESTUDO INTRODUTÓRIO Ms. Edimar.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO PROFESSORES COORDENADORES
AFINAL O QUE É MULTICULTURALISMO E QUAL SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO?
BEM-VINDO À DISCIPLINA
PLANO DE TRABALHO DOCENTE
METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA PRÁXIS
Afinal, o que é Planejamento?
EDUCAÇÃO E CULTURA Aula de 09/05/2012.
Educação.
OS OBJETIVOS E CONTEÚDOS DE ENSINO
I Encontro de Orientandos Curso Ciências Sociais – Universidade Federal de Rondônia.
Abordagens Pedagógicas Libertária e Libertadora
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
OBJETO DA ÉTICA Nas relações cotidianas dos indivíduos entre si surgem continuamente problemas. Ex: Devo ou não devo falar a verdade! Desta forma faz se.
METODOLOGIA DA PROBLEMATIZAÇÃO NA CONCEPÇÃO DA PRÁXIS
“Pensar o Serviço Social na contemporaneidade requer que se tenha os olhos abertos para o mundo contemporâneo para decifrá-lo e participar da sua recriação.”
O que é ensinar história?
Ideologia um conceito complexo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
PLANEJAMENTO ESCOLAR Importância e significado do planejamento escolar
SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA Brasília, dezembro de 2005.
Prof. Ms. José Elias de Almeida
Estratégia e tática A definição de objetivos estratégicos e táticos políticos exige: estudos e conhecimentos sobre a dinâmica histórica e conjuntural econômica,
Março Lilás 2015 Março A participação igualitária de mulheres e homens não se resume a um número ou a uma percentagem (50% para homens e 50% para.
1 Filosofia Grupo ESCOLA TÉCNICA FEDERAL DE GOIÁS COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA  PROF.: JOSÉ LUIZ LEÃO  TURMA  - Djalma.
Cap. 6 – Trabalhadores, uni-vos!
TÉCNICAS DE ENSINO: instrumental teórico-prática
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL:
CONCEITOS BÁSICOS DO SOCIALISMO CIENTÍFICO
A PRÁTICA EDUCATIVA Antoni Zabala.
Karl Marx: História, Dialética e Revolução
Professor: Karina Oliveira Bezerra
COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
UMA IGREJA EM PARTICIPAÇÃO
Planejamento: plano de ensino, aprendizagem e projeto educativo
FUNDAMENTOS SÓCIO ANTROPOLÓGICOS E ÉTICOS DA EDUCAÇÃO
GESTÃO DEMOCRÁTICA: avanços e limites.
Karl Marx e F. Engels Marx ( ) Engels ( )
Perspectiva estratégica da qualidade
CAP 20 – As teorias socialistas e o marxismo
1. Martín – Baró cita Merton, autor que contribui para esclarecer e diferenciar o que se entende sobre os conceitos de grupo, coletividade e categorias.
Estância Turística de Santa Fé do Sul
Plano Nacional de Formação Pedagógica Inicial de Monitores - CEFFA Brasil PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA INICIAL DE MONITORES CEFFABRASIL.
Universidade Comunitária da Região de Chapecó Curso de Serviço Social Disciplina: Serviço Social de Política Social CONTROLE SOCIAL.
DIRETOR DA ESCOLA PÚBLICA: PAPEL ESSENCIAL NA ARTICULAÇÃODO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA  
Plano, Projeto e Programa FSV – Faculdade Salesiana de Vitória Disciplina: Adm. e Planejamento em Serviço Social II Docente: Juliane Barroso.
Fases Metodológicas do Planejamento Social
Karl Marx e o materialismo histórico
CRITÉRIOS DE JUSTIÇA PARA A GESTÃO DEMOCRÁTICA DE POLÍTICAS PÚBLICAS: reconhecimento, redistribuição, representação e realização. José Henrique de Faria.
PLANEJAMENTO E PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
Faculdade Católica Salesiana do Espírito santo Disciplina: Planejamento e gestão em serviço sociais II Docente: Juliane Barroso.
TENDÊNCIA PROGRESSISTA CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS
A Construção do Saber no Trabalho Coletivo: Desafios e Conquistas. Rodenilde Paixão Lima Assistente Social.
Apresentação ApresentaçãoApresentaçãoApresentação.
As bases do pensamento de Marx
Aula 8 - A teoria de Karl Marx Karl Marx ( ) As bases do pensamento de Marx Filosofia alemã Socialismo utópico francês Economia política clássica.
Transcrição da apresentação:

Círculo de Estudos Libertários de Florianópolis Secretaria de Formação da FAG Curso de Formação Política do FAO Secretaria de Formação do CABN

Teoria da organização política libertária “O anarquismo é o viajante que toma as ruas da história e luta com os homens tais como são e constrói com as pedras que lhe proporciona sua época.” “O anarquismo é o viajante que toma as ruas da história e luta com os homens tais como são e constrói com as pedras que lhe proporciona sua época.” Camillo Berneri “Possuir a capacidade política é ter consciência de si como membro de uma coletividade, afirmar a idéia que daí resulta e perseguir sua realização.” P.-J. Proudhon

Prática política A teoria aponta para a elaboração de conceitos e um método para pensar e conhecer rigorosamente a realidade social e histórica. A análise profunda e rigorosa de uma situação concreta, será um trabalho teórico o mais científico possível. A ideologia é composta de elementos de natureza não científica, que contribuem para dinamizar a ação. A expressão de motivações, a proposta de objetivos, de aspirações, de metas ideais, isso pertence ao campo da ideologia. Uma prática política eficaz exige o conhecimento da realidade (teoria), a postulação harmônica a ela de valores objetivos de transformação (ideologia) e meios políticos concretos para conquistá-la (prática política).

Organização Específica Anarquista A organização é uma federação de militantes com unidade ideológica e estratégico-tática, com democracia interna e uma disciplina consciente para suas realizações. Por suas finalidades revolucionárias a organização só reúne uma minoria ativa para poder atuar na luta pública e fora dela. Para distinguir seu programa e não diluir sua bandeira na massa das forças sociais os anarquistas formam uma organização específica para a prática política. O anarquismo organizado não substitui nem representa as organizações sindicais e populares. Dentro dessa concepção, não é um partido para tomar o poder, mas para ajudar a desenvolver capacidade política nas massas e a construção do poder popular.

Estratégia e tática Uma linha estratégica é, habitualmente, válida enquanto perdura a situação geral a qual corresponde (por ex.: a criação das condições e o desenvolvimento de ações armadas no marco de uma conjuntura ofensiva de lutas). A atividade de uma organização política supõe uma previsão do devir possível dos acontecimentos durante um período mais ou menos prolongado, previsão que inclui a linha de ação a adotar pela organização frente a esses acontecimentos de maneira a influir sobre eles do modo mais eficaz e adequado. As opções táticas, na medida em que respondem a problemas mais precisos, concretos e imediatos, podem ser mais variadas, mais flexíveis. Sem dúvida, não podem estar em contradição com a estratégia.

Ação de massas A organização das forças populares, dos movimentos e organizações das classes oprimidas é parte fundamental da estratégia anarquista. Estar organizado socialmente e inserido nas lutas é um critério para atuar como força política. A classe trabalhadora e os movimentos sociais devem se organizar com independência de governos, partidos e patrões. A luta de massas é um espaço para fazer unidade na defesa dos interesses de classe. O anarquismo deve atuar como fermento moral e intelectual, levando seus métodos de luta e organização como um anti-corpo de luta permanente contra a burocracia, o centralismo autoritário e a colaboracionismo de classes. O lugar das ideologias na frente social não é o de protagonismo imediato, de partidarização, mas de circulação de idéias, métodos e valores a partir das situações concretas que formam as experiências da luta.

Luta avançada O problema da violência, como categoria da política, é fundamental num processo revolucionário que procure abater as estruturas de poder do capitalismo. A luta avançada é uma parte decisiva da prática política de uma organização revolucionária que atua, também, com uma estratégia articulada e global, no nível das lutas populares. A luta revolucionária por objetivos socialistas deve contar com o protagonismo de um setor importante das massas e por isso não dispensa o trabalho político e ideológico no interior dos seus movimentos. A organização de uma força militante como elemento de choque e recurso técnico prévio da radicalização das lutas contra o poder burguês é uma exigência para uma estratégia vitoriosa de revolução social.

Via estratégica e poder popular O anarquismo postula, no processo de lutas, uma ruptura revolucionária com a ordem como condição para a construção final de uma sociedade socialista e libertária. O processo revolucionário, na mesma medida que desarticula as estruturas de dominação, abre caminhos para a construção do poder popular, concebido como o poder revolucionário protagonizado pelas organizações populares, em que o político e o social adquirem uma nova articulação que o assegura.

Ruptura A viabilidade desta concepção do poder popular está vinculada com uma definição determinada da ruptura revolucionária. Dela dependem tanto o curso que possa seguir o processo revolucionário como as características concretas do confronto com as forças repressivas do Estado. Vamos conceber a ruptura nos termos de uma insurreição popular. Essa opção implica uma maior, mais ampla e mais decisiva participação das organizações populares.

Protagonismo das organizações populares de base A construção do poder popular requer a preparação das organizações populares destinadas ao seu exercício. Não se trata de dar o nome de “poder popular” às velhas e conhecidas formas de ação política e representação que excluem o povo de toda instância de decisão fundamental. Criar ou recriar, fortalecer e consolidar as organizações operárias e populares e defender seu protagonismo é ir fecundando, passo a passo, um socialismo com liberdade. Importa muito como se orienta e concretiza o trabalho político e social permanentemente.

Nova estrutura político-social É próprio da estrutura política especial do Estado a separação entre sociedade e poder, povo e política, sua reprodução institucional e o discurso de uma autoridade superior atribuída de impessoalidade que regula a vida social. Uma estratégia de poder popular deve levar em conta a necessidade uma nova estruturação político-social baseada no protagonismo das organizações populares e que articule o poder a partir da participação das bases nas decisões fundamentais do processo político da sociedade.

Frente de classes oprimidas A revolução que queremos é uma revolução socialista e libertária. Portanto, se delimita desde o princípio aliados e inimigos. Uma revolução anticapitalista e antiautoritária aponta inconfundivelmente no desaparecimento das relações de dominação e, assim, contra a sobrevivência de todas as classes e camadas dominantes. É uma revolução que pretende o desaparecimento da burguesia como classe, o desaparecimento de latifundiários e capitalistas, castas militares e hierarquias estatais. A revolução socialista e libertária só pode encontrar combatentes nas classes oprimidas. A frente de classes oprimidas a que nos referimos se constitui como uma rede de relações permanente, ligada programaticamente, da multiplicidade de organizações de base capazes de expressar na luta os interesses imediatos destes setores sociais e de desenvolvê-los e aprofundá-los no sentido de metas e orientações do tipo transformador e socialista.