Linguística Aplicada e Vida Contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa 20º Seminário de Teoria da Linguagem Discente: Ludmila.

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Transcrição da apresentação:

Linguística Aplicada e Vida Contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa 20º Seminário de Teoria da Linguagem Discente: Ludmila B. Andreu Funo Docente: Prof. Dr. Roberto Gomes Camacho

LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa Outras vozes e outros conhecimentos Preparando uma agenda para a linguística aplicada contemporânea: renarrar a vida social Uma LA contemporânea A imprescindibilidade de uma LA híbrida ou mestiça A LA como uma área que explode a relação entre teoria e prática Um outro sujeito para a LA: as vozes do Sul A LA como área em que ética e poder são os novos pilares A LA como lugar de ensaio da esperança

Outros textos para a reflexão CAVALCANTI, M. C. A propósito de Linguística Aplicada. Trabalhos em Linguística Aplicada, nº 7, 1986, p. 5 – 12. MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I.F. Sessenta anos de Lingüística Aplicada: de onde viemos e para onde vamos. In: PEREIRA, R.C.; ROCA, P. Linguistica aplçicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2009. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo:Paz e Terra,1996, p.34. Imagens: BUARQUE, Cristovam. SALGADO, Bueno. Berço da desigualdade. UNESCO, 2005.

Outras vozes e outros conhecimentos LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa Outras vozes e outros conhecimentos

Outras vozes e outros conhecimentos Inicia o texto com considerações acerca das Ciências Sociais; Define pesquisa: “um modo de construir a vida social ao tentar entende-la” (p. 85); Pesquisa: Inauguração de um novo paradigma social, político e epistemológico reinvenção de formas de produzir ciência reinvenção da vida social

Mapa “invertido” Nossas ideologias e representações sociais influenciam na nossa maneira de fazer ciência.

Desafio para a contemporaneidade Como podemos criar inteligibilidades sobre a vida contemporânea ao produzir conhecimento e, ao mesmo tempo, colaborar para que se abram alternativas sociais com base nas e com as vozes que estão à margem?

Desafio para a contemporaneidade “Como aqueles que ‘vivenciam o sofrimento humano’ com base em suas epistemes diferentes podem colaborar na construção de ‘uma sociedade mais humana, mais delicada com a natureza e com as pessoas’ (Mushakoji, 1999, p. 207) ou, pelo menos, na compreensão de tal sociedade?” (p. 86)

Proposta de encaminhamento Coligação anti-hegemônica; Novo universalismo; Contra a globalização do pensamento único; (Mushakoji, 1999) compartilhamento do sofrimento humano; (Milton Santos, 2000, 144) a exaltação da vida de todos os dias (as vozes do Sul); Olhar não ocidentalista (Venn, 2000).

Percepções acerca da LA hoje Preocupação dos pesquisadores em buscar novas “teorizações”, “novos modos de entender a vida social”; Percepção do desgaste dos “modos tradicionais de teorizar e fazer LA”.

Percepções acerca da LA hoje “Em outras palavras, a questão que se coloca é como lidar com a diferença com base na compreensão de nós mesmos como outros(...)” (p. 91). Pergunta: quem é o outro? Repensando o conceito de alteridade.

Percepções acerca da LA hoje Conforme MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I.F. (Sessenta anos de Lingüística Aplicada: de onde viemos e para onde vamos) temos: LA: mais próxima dos estudos sociais LA: caminhando para aumento de diversidade temática LA: Mais próxima da visão ampla descrita por Kalaja, que relaciona “LA a problemas do mundo real”

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

Percepções acerca da LA hoje

LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa PREPARANDO UMA AGENDA PARA A LINGUÍSTICA APLICADA CONTEMPORÂNEA: RENARRAR A VIDA SOCIAL

“Uma agenda ética de investigação para a LA”

A reinvenção da emancipação “a construção de um novo projeto emancipador deve conciliar as políticas culturais de reconhecimento e as políticas sociais de redistribuição, a cultura e a economia” (Canclini, 2003, p. 103 apud MOITA LOPES, 2006, p. 95).

Uma definição interessante de emancipação RANCIERE, J. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. “Há desigualdade nas manifestações da inteligência, segundo a energia mais ou menos grande que a vontade comunica á inteligência (...), mas não há hierarquia de capacidade intelectual. É a tomada de consciência dessa igualdade de natureza que se chama emancipação e que abre o caminho para toda a aventura no país do saber”. (49)

LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa UMA LA CONTEMPORÂNEA

Uma LA contemporânea: questões identitárias (mudança de paradigma) Cavalcanti (1986) explica que a LA “foi vista durante muito tempo como uma tentativa de aplicação de lingüística (Teórica) à prática de ensino de línguas” e em 1986 define que “a LA é abrangente e multidisciplinar em sua preocupação com questões de uso da linguagem” (CAVALCANTI, 1986, p. 7-9); MOITA LOPES (2006): “Entendo que o campo da LA está localizado nas Ciências Sociais (...) ela não pode, portanto, ficar à parte das discussões em tais campos”. (p. 96)

Uma LA contemporânea 1. A imprescindibilidade de uma LA híbrida ou mestiça 2. A LA como uma área que explode a relação entre teoria e prática 3. A necessidade de um outro sujeito para a LA 4. A LA como área em que ética e poder são os novos pilares

A imprescindibilidade de uma LA híbrida ou mestiça LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa A imprescindibilidade de uma LA híbrida ou mestiça

A imprescindibilidade de uma LA híbrida ou mestiça LA normal X LA indisciplinar LA Normal:“uma LA presa à discussão da diferença entre LA e aplicação da linguística, não se descolando da linguística e de seus ideais de ciência moderna” (87). LA indisciplinar: híbrida, mestiça, estabelece diálogo com outras áreas do saber (como as que focalizam a sociedade, a política e a história).

(MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I.F. 2009): posicionamento “Na visão de Kalaja (s.d.), existe uma visão restrita da LA, definida como pesquisa em ensino e aprendizagem e uma visão ampla – lingüística aplicada a problemas do mundo real. Eu diria que existem três visões: ensino e aprendizagem (ex. trabalhos sobre estratégias de aprendizagem de língua estrangeira), aplicação de lingüística (ex. investigações sobre os princípios e parâmetros da gramática gerativa na interlíngua de aprendizes de língua estrangeira) e investigações aplicadas sobre estudos de linguagem como prática social (ex. estudos sobre identidade).”

RAJAGOPALAN, K. A prática da lingüística e a lingüística da prática. In.: Intercâmbio. Vol.VI, 1997, p. 5. “Indisciplinaridade não significa necessariamente descrença total nas abordagens teóricas que aí estão. Muito menos significa desejo de ‘bagunçar o coreto’ da sinfonia acadêmica, formada pelas diversas disciplinas. Significa, no meu modo de entender, uma certa vontade de trabalhar novas questões ou, por que não, velhas questões sob novas perspectivas. Significa, isto sim, abordar tanto os problemas tradicionais como as soluções consagradas propostas a cada um deles com um pouco mais daquilo que se pode chamar de ‘espírito de problematização’, um pouco mais do espírito tão saudável do ceticismo (desde que, é claro, utilizado com prudência)_ enfim, temperar tudo o que é oferecido à nós como pontos pacíficos do saber ‘with a grain of salt’, como dizem o ingleses”.

A LA COMO UMA ÁREA QUE EXPLODE A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa http://www.sida.pt/upload/membro.id/imagens/i006164.jpg A LA COMO UMA ÁREA QUE EXPLODE A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA

LA: relação teoria e prática Positivismo: busca por conhecimento a-político e não-ideológico, tentativa de separação entre pesquisador e objeto; Moita Lopes: “A compreensão de que estamos diretamente imbricados no conhecimento que produzimos começa a interessar pesquisadores em vários campos”. Proximidade crítica (Boaventura): “a realidade parece ter tomado a dianteira sobre a teoria” (101);

Rubem Alvez. Fonte: http://www. scribd

Um outro sujeito para a LA: as vozes do Sul Irã, 2005, execução por homossexualismo. Fonte:http://feap.zip.net/arch2007-09-23_2007-09-29.html LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa Um outro sujeito para a LA: as vozes do Sul

Um outro sujeito para a LA: as vozes do Sul “Parte da discussão sobre teoria e prática já envolveu críticas à crença na neutralidade científica e em uma racionalidade descorporificada, na qual está implícita a questão do sujeito social”. (101) Quem é o sujeito na LA? “é necessário mudar o sujeito da LA, como Henriques et alii (1984) fizeram com o sujeito da psicologia social” (102).

http://www.amazon.co.uk/gp/reader/0415151384/ref=sib_dp_pt#reader-page

Vozes do Sul X lentes de homogeneização “Mudou a sua lente, De repente ficou tudo menor, Mudou a minha lente, De repente ficou tudo maior. A lente não mente, Mente quem está por traz da lente, Um objeto transparente, Me deixe ver o que sempre foi aparente (...)” (Letra: Arnaldo Antunes. CD 2 é demais. Barão Vermelho, Warner, 1996).

A LA COMO ÁREA EM QUE ÉTICA E PODER SÃO OS NOVOS PILARES LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa A LA COMO ÁREA EM QUE ÉTICA E PODER SÃO OS NOVOS PILARES

LA e ética Normas e valores diferentes não devem implicar em relativismo ético; GEE (1993): “temos a obrigação ética de explicar... qualquer prática social em que haja razão para acreditar que ela nos dá vantagens, ou ao nosso grupo, em detrimento de outros” (103); Estar sensível ao sofrimento humano, excluir significados que causem sofrimento humano e que façam mal aos outros.

Paulo Freire: ética “ a ética se torna inevitável e sua transgressão possível é um desvalor, jamais uma virtude” (FREIRE, 1996, p. 18); “Falo, pelo contrário, da ética universal do ser humano. Da ética que condena o cinismo [...], que condena a exploração da força de trabalho do ser humano, que condena acusar por ouvir dizer, [...] falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e a utopia, prometer sabendo que não cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente, falar mal dos outros pelo gosto de falar mal. A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe.” (FREIRE, 1996, p. 17)  

A LA como lugar de ensaio da esperança LA e Vida contemporânea: problematização dos construtos que têm orientado a pesquisa A LA como lugar de ensaio da esperança

Esperança Venn: “trazer a tona um futuro que a modernidade por si mesma simplesmente anunciou”; “É tempo de reinventar a vida social” Borges: “O futuro nunca se anima a ser de todo presente sem antes ensaiar, e este ensaio é a esperança”.

Referências CAVALCANTI, M. C. A propósito de Linguística Aplicada. Trabalhos em Linguística Aplicada, nº 7, 1986, p. 5 – 12. MENEZES, V.; SILVA, M. M.; GOMES, I.F. Sessenta anos de Lingüística Aplicada: de onde viemos e para onde vamos. In: PEREIRA, R.C.; ROCA, P. Linguistica aplçicada: um caminho com diferentes acessos. São Paulo: Contexto, 2009. MOITA LOPES, L. P. (Org) Por uma Linguítica Aplicada Indisciplinar. Capítulo 3: Linguística aplicada e vida contemporânea: problematização dos Construtos que têm orientado a pesquisa. São Paulo: Parábola, 2006. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. São Paulo:Paz e Terra,1996, p.34. Imagens: BUARQUE, Cristovam. SALGADO, Bueno. Berço da desigualdade. UNESCO, 2005. RAJAGOPALAN, K. A prática da lingüística e a lingüística da prática. In.: Intercâmbio. Vol.VI, 1997, p.3-8.