Inovação Tecnológica no contexto da epidemia do HIV

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
HEPATITE C.
Advertisements

INTERAÇÕES ANTÍGENO-ANTICORPO
Epidemiologia e Saneamento
Aconselhamento pré e pós-teste anti-HIV para gestantes
TESTES DE DIAGNÓSTICO E SUA INTERPRETAÇÃO: ESTRATÉGIAS SANITÁRIAS APLICADAS AOS PROGRAMAS DE CONTROLE DA BRUCELOSE E TUBERCULOSE Prof. Dr. Paulo Roberto.
Versão Premium Janeiro de 2003
Dr. Luiz Antonio Santini Diretor Geral do INCA
Ministério da Saúde IMPLANTAÇÃO DO TESTE RÁPIDO COMO DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO HIV Programa Nacional de DST/AIDS Programa Nacional de Controle da Tuberculose.
Teste rápido – HIV, Sífilis e Hepatites B e C
VIGILÂNCIA DE CASO DE INFECÇÃO PELO HIV
DTS/Aids/Hepatites Virais
Estudo de prevalência de base populacional das infecções
Transmissão do HIV e Tratamento da Aids
Uso integrado de bases de dados em vigilância
EPIDEMIOLOGIA E BIOESTATÍSTICA
Diagnóstico da Tuberculose pulmonar com baciloscopia negativa
Como Desenvolver Sistemas de Informação
Metodologia Científica Medidas de Frequência e Associação
Indicadores de Desenvolvimento Regional – terceira sessão
TRATAMENTO COMO PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DO HIV
Unidade 5: Escolha do Teste de HIV
Inferência causal & principais tipos de estudos
Epidemiologia Indicadores de Saúde.
Epidemiologia e Saúde Ambiental
ACONSELHAMENTO EM DST, HIV AIDS E HEPATITES VIRAIS
BENCHMARKING.
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Worldwide Business Worldwide Business Rua Banibas, 151 cep
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Engenharia Ambiental – UNISUL Profa. Denise Esteves Moritz
Diagnóstico do HIV/AIDS
Controle de qualidade dos testes rápidos
PROGRAMA NACIONAL DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO DA BRUCELOSE E DA TUBERCULOSE ANIMAL (PNCETB)
A Importância da Qualidade no Laboratório
CONTROLE DA TUBERCULOSE RESISTENTE
TR DPP HIV 1/2. PROCEDIMENTOS PARA A REALIZAÇÃO DE TESTES RÁPIDOS DPP- PLATAFORMA DE DUPLO PERCURSO.
Parâmetros Sorológicos e Controle de qualidade nos Imunoensaios
Programa Nacional de Triagem Neonatal
Proposta de Ações Transformadoras Presidência da República Secretaria da Micro e Pequena Empresa 1.
Experiência Laboratorial Privada ( BASF ) na Acreditação em BPL
SOROPREVALÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI- Leishmania spp
Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de ARTIGO DE MONOGRAFIA.
DST/Aids e Rede Básica : Uma Integração Necessária
#3-0-1 Unidade 1: Objectivos e Abordagens em Vigilância de HIV.
SINDROME DA IMUNODEFICIENCIA ADQUIRIDA HIV/AIDS Setembro/2014.
Disciplina de Epidemiologia I Faculdade de Saúde Pública da USP
Investigações epidemiológicas de campo
Desenhos de Estudo Epidemiológico
Apoio ao diagnóstico Prof. Enfº Roger Torres.
BENCHMARKING.
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Introdução Objetivo Metodologia Conclusão Resultados Referências
Tipos de estudos epidemiológicos
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE Rio de Janeiro 2008
PERFIL IMUNOLÓGICO DO HIV - AIDS
Principais delineamentos de estudos epidemiológicos
MÉTODOS EMPREGADOS EM EPIDEMIOLOGIA
Aspectos Conceituais da Epidemiologia
Programa criado em Apoio ao programa: Ministério da Ciência e Tecnologia da Finep Banco Interamericano de Desenvolvimento Universidades e Governo.
Ações estratégicas para redução da carga da hanseníase no Brasil
Metodologia no Imunodiagnóstico
Indicadores antropométricos do estado nutricional
PARÂMETROS DOS TESTES SOROLÓGICOS
Projeto TGYDGL09 LABORATÓRIO DE DIAGNÓSTICO RÁPIDO IMPLANTÁVEL MOBIOCHEM Ltd.
VIGILÂNCIA DE AIDS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Entre 1982 e 2014, o ERJ registrou : casos de Aids, sendo: casos (SINAN) SISCEL/SICLOM.
Teste Diagnósticos Avaliação
Medidas de validade de testes diagnósticos
Jarbas Barbosa da Silva Jr. Secretaria de Vigilância em Saúde Ministério da Saúde Tuberculose e HIV/aids 19/08/2013.
Análise de Dissertação: Fatores de risco associados à infecção pelo Schistosoma mansoni Dissertação de Wesley Rodrigues Pereira, orientado pelo Dr. Rodrigo.
Transcrição da apresentação:

Inovação Tecnológica no contexto da epidemia do HIV Orlando C. Ferreira Jr. Prof. Adjunto Universidade Federal do Rio de Janeiro Brasília, 1 de Dezembro de 2014

Conceitos de Inovação Tecnológica

Inovação Tecnológica Dois componentes Geração de uma idéia ou invenção; Conversão da idéia em negócio ou aplicação Inovação = idéia + aplicação ? Independe da complexidade da idéia ou invenção !

Mudança de paradigma A inovação tecnológica terá implicação sobre a maneira que realizamos e pensamos o diagnóstico de doenças, sobretudo as infecciosas: Coexistência dos SOC (standard-of-care technology) e POC (Point-of-Care test) SOC – coleta de material, teste e emissão de resultado não são simultâneos; POC - coleta de material, teste e emissão de resultado na presença do indivíduo ou em apenas uma visita a US. A inovação tecnológica propiciará a existência de testes para uso gerencial (de saúde pública), não sendo relevante para a saúde do indivíduo.

Testes Laboratoriais para Estimativa de Incidência da Infecção pelo HIV

Modelos de Estimativa de Incidência de HIV Coortes prospectivas (“Gold Standard”) Modelagem Matemática (Prevalência e mortalidade) Ensaios de Laboratório Amostras HIV-positivas de estudos de corte transversal Ensaios “calibrados” ou “alterados” para determinar a diferentes características do Ac anti-HIV; Definição do período de janela imunológica é crítico; Limitações: Subtipo do HIV-1; Falso-recentes: “Elite controllers” e TARV

Estágios da Infecção pelo HIV

Calibração do Cutoff (e período de janela) baseado em 7 métodos estatísticos diferentes Taxa de Falso-Recente = 1.6% (Cutoff 1,5 Odn) ------------------------------------------ Recomendação da OMS é TFR < 2,0%

Diferentes estratégias de testes laboratoriais para detectar infecção recente Difícil e caro de produzir. - Reprodutibilidade é um problema sério. Antígeno multi-subtipo recombinante é facilmente produzido. - Detecta anticorpos de subtipos divergentes de maneira equivalente.

Controladores de Elite Suazilândia – Estimativas de Incidência (Ntotal= 18.154, HIV-positivo = 5784) Controladores de Elite

Potential LAg-Avidity EIA Algorithm Teste Inicial Amostras HIV-1+ (testar em Simplicata) Se ODn > 2.0 INFECÇÃO CRÔNICA Teste Confirmatório Se ODn ≤ 2.0 (Retestar em Triplicata) Se ODn > 1.5 INFECÇÃO CRÔNICA Se ODn ≤ 1.5 INFECÇÃO RECENTE (Resultado Preliminar) Confirmar sorologia HIV+ Se ODn ≤ 0.4 Se HIV positivo INFECÇÃO RECENTE Se HIV negativo EXCLUIR AMOSTRA DA ANÁLISE Quantificar Carga Viral (Excluir “Elite Controller”) Se CV < 1000 copias/mL INFECÇÃO CRÔNICA Se CV > 1000 copias/mL INFECÇÃO RECENTE

Conclusão O conhecimento da incidência permite identificar em que população ou região do país novos casos de infecção estão aparecendo mais rapidamente, portanto, possibilita o planejamento e implantação de ações de saúde mais adequadas e precoces.

Novas estratégias diagnósticas para a Infecção pelo HIV no Brasil Ampliação do acesso ao diagnóstico do HIV: Emprego de Testes Rápidos como estratégia para realizar o diagnóstico em ambientes não-laboratoriais

Primeira Geração de Testes Rápidos (POC) Glicemia pH da urina Teste de gravidez Testes para doenças infecciosas (TR-HIV) Tempo de realização inferior a 20 minutos Dispositivos simples, de leitura visual (exceto glicemia)

Impacto da implementação do TR-HIV na África HIV RT Anos 80/90 - CTA Longo tempo para obtenção do resultado; Ausência de tratamento 1998 e 2004 “Point-of-care test” (POC) – resultado no mesmo dia; ARV disponível (inclui regime simplificado na gravidez) No final dos anos 90 hav resultado no mesmo dia iam 10 a 15 kits de TR-HIV no mercado .... Em 2012, a lista do USAID registrou mais de 43 kits de TR-HIV

Testes Rápido/Simples TR – Sobre as tecnologias Testes Rápido/Simples Disponíveis desde 1988: Desempenho inferior aos ELISA; Meados de 90, novas tecnologias disponíveis: Desempenho comparável aos ELISA; Novas alternativas de amostras: Plasma, Sangue Total, Fluído Oral, Urina Novas alternativas de detecção: Antígeno e anticorpo; HIV-1 e HIV-2 Immunoblot rápido UniGold RapidCheck Biomanguinhos Determine POS Neg C T

Expansão do diagnóstico no Brasil Impacto da implantação do TR-HIV

Secunda Geração de Testes Rápidos (POC) Determinação do número de linfócitos T-CD4+ Quantificação da carga viral Tempo de realização 20 a 50 minutos; Equipamentos móveis, e com autonomia de operação de 4 a 8 horas (com bateria acessória).

Teste Laboratorial (SOC) Impacto do TR-HIV Teste Laboratorial (SOC) Teste Rápido (POC) 15 a 30 dias 20% a 30% de perda CD4 + CV CD4 + CV

Impacto do TR-HIV + POC: CD4 e CV Teste Rápido (POC – 1ª geração) Teste Rápido (POC – 1ª e 2ª geração) CD4 + CV

A revolução dos POC .... merece reflexão Redefinição de responsabilidades: Profissionais das UBS deverão adequar-se a nova demanda de realização de POC; Profissionais dos níveis de atenção superiores devem reconhecer a importância dos POC; Controle de qualidade! e .... com os POC de segunda geração, manutenção de equipamentos; A nova realidade deve acarretar também a revisão dos currículos escolares.