Profª Maria Rodrigues Os Lusíadas, Luís de Camões.

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Transcrição da apresentação:

Profª Maria Rodrigues Os Lusíadas, Luís de Camões

Luís de Camões (1524-1580) 1524 – Nascimento provável em Lisboa. 1542-1545 – Ida para Lisboa onde conquista fama de bom poeta. 1549 – Ida para Ceuta. 1551 – Regresso a Lisboa; prisão na Cadeia do Tronco. 1552 – Ida para a Índia na armada de Fernão Álvares Cabral. 1556 – Ida da Índia para Moçambique. 1569 – Ida de Moçambique para Lisboa. 1572- Publicação de Os Lusíadas. 10/06/1580 – Morte em Lisboa.

Luís de Camões VIDA era filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá ou Ana Macedo; membro de uma nobreza empobrecida, possuía um vasto conhecimento no âmbito da cultura clássica e moderna, assim como da filosofia;

Vida e obra de Luís de Camões Desconhece-se que tenha frequentado a universidade ou mesmo estudos regulares, embora o seu tio tenha sido o primeiro prior-geral da Universidade de Coimbra, o que pode ter contribuído para a sua formação cultural; em Lisboa, tanto frequentava a Corte, rodeado das classes privilegiadas e de belas damas a quem cortejou, como confraternizava com fidalgos desordeiros, na boémia noturna – terá sido esta a razão que o levou a partir, em 1547, numa expedição militar para o norte de África, onde terá perdido o seu olho direito, mais precisamente, em Ceuta;

Vida e obra de Luís de Camões em 1552, envolveu-se numa contenda com um servidor do rei, Gonçalo Borges, em defesa de dois amigos – foi, por isso, encarcerado na prisão do Tronco, em Lisboa; o agredido nesta contenda escreveu uma carta perdão, que terá levado o próprio rei, D. João III, a perdoar Camões, também porque este decidiu servi-lo na Índia, em 1553, uma decisão para provavelmente conseguir um perdão mais rápido no desterro, mas também uma forma de se afastar dos vícios de Lisboa;

Vida e obra de Luís de Camões Camões na gruta de Macau (Desenne)

Vida e obra de Luís de Camões no Oriente, participou em diversas expedições militares, nomeadamente em Macau, em 1556; de regresso à Índia, em 1558, naufragou no rio Mekong, tendo-se salvo a nado com uma boa parte do manuscrito de Os Lusíadas – neste naufrágio terá também perecido um dos seus grandes amores, Dinamene, uma jovem china; em 1562 é novamente preso, pelas dívidas que contraiu, devido aos seus parcos recursos económicos;

Vida e obra de Luís de Camões em 1568/69, é encontrado em Moçambique por Diogo Couto, encontrando-se na penúria – Diogo e outros amigos pagam-lhe a viagem de volta a Lisboa, onde chegou por volta de 1570; pela obra Os Lusíadas, o rei D. Sebastião atribuiu-lhe uma tença anual de 15 000 réis, assim como pelos seus serviços no Oriente; apesar da tença, Camões continuou a viver miseravelmente, pelo facto de ser um boémio gastador, mas também porque a pensão nem sempre era paga regularmente;

Vida e obra de Luís de Camões Túmulo de Camões, no Mosteiro dos Jerónimos

Vida e obra de Luís de Camões dada a sua falta de recursos, foi sepultado em campa rasa, na parte de fora do Mosteiro de Santa Ana, em Lisboa; mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou reservar-lhe sepultura própria, com a seguinte inscrição: “Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”

Vida e obra de Luís de Camões dada a sua falta de recursos, foi sepultado em campa rasa, na parte de fora do Mosteiro de Santa Ana, em Lisboa; mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou reservar-lhe sepultura própria, com a seguinte inscrição: “Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”

Vida e obra de Luís de Camões Capa de Os Lusíadas, edição de 1572

Vida e obra de Luís de Camões Em 1572, foram editados Os Lusíadas, que lhe garantiram uma tença anual de 15 000 réis; as suas Rimas foram publicadas postumamente, mas nelas depreendem-se vários aspetos da sua vida – nesta obra encontram-se poesias da lírica tradicional (redondilhas) e da corrente renascentista (sonetos, canções, sextinas, odes, éclogas, elegias, entre outras);

Vida e obra de Luís de Camões Capa das Rimas, primeira edição, de 1595

Vida e obra de Luís de Camões Camões escreveu também três autos (ou comédias): Anfitriões, El-Rei Seleuco (ambas em verso) e Filodemo (em prosa e em verso).

Camões e a tença Luís de Camões Irás ao paço. Irás pedir que a tença  Seja paga na data combinada.  Este país te mata lentamente  País que tu chamaste e não responde  País que tu nomeias e não nasce.  Em tua perdição se conjuraram  Calúnias desamor inveja ardente  E sempre os inimigos sobejaram  A quem ousou ser mais que a outra gente.  E aqueles que invocaste não te viram  Porque estavam curvados e dobrados  Pela paciência cuja mão de cinza  Tinha apagado os olhos no seu rosto.  Irás ao paço irás pacientemente  Pois não te pedem canto mas paciência. Este país te mata lentamente. Sophia de Mello Breyner Andresen

Os Lusíadas EPOPEIA A epopeia consiste no mais elevado género literário cultivado pelos poetas da Antiguidade Clássica. É uma narrativa escrita em verso, em que são contados os feitos de um herói fora de série num estilo sublime e elevado. Os Lusíadas são um poema épico (texto narrativo em verso), que imita os modelos da antiguidade greco-latina (Odisseia e Ilíada de Homero e Eneida de Virgílio)

quer em relação as partes que a constituem OS LUSÍADAS ESTRUTURA O género épico obedece a uma estrutura bem definida: quer ao nível formal estrutura externa quer em relação as partes que a constituem estrutura interna

ESTRUTURA INTERNA Obedecendo às regras do género épico, Os Lusíadas dividem-se em quatro partes: Proposição O poeta apresenta o assunto e o herói do poema (Canto I, 1 - 3). Invocação O poeta invoca as ninfas do Tejo, pedindo-lhes inspiração para escrever o poema (Canto I, 4 - 5). Dedicatória O poeta dedica o poema ao rei D. Sebastião (Canto I, 6 - 19). Narração Narração da ação (Canto I, 19 - até ao final do poema); inicia-se in medias res, ou seja, no meio da ação e engloba vários planos narrativos.

ESTRUTURA EXTERNA 10 Cantos Correspondem a 10 partes, do Canto I ao Canto X. Estrofes A estrofe em Os Lusíadas recebe o nome de estância. Os Lusíadas são compostos por 1102 estrofes. Cada estrofe é uma oitava, isto é, tem oito versos. Versos Cada verso tem dez sílabas métricas - decassílabos, predominando o decassílabo heróico (acentos na 6.ª e 10.ª sílabas). Ex.: As / ar /mas / e os / ba / rões / a / ssi / na / la / dos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

As armas e os barões assinalados Que, da ocidental praia Lusitana, ESTRUTURA EXTERNA Rima O esquema rimático é fixo. A rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos: As armas e os barões assinalados Que, da ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; a b c Rima cruzada Rima emparelhada

PLANOS NARRATIVOS A obra organiza-se em quatro planos: • Plano da Viagem: onde se relata a viagem de Vasco da Gama à Índia; constitui a ação central do poema; associado ao plano mitológico. • Plano Mitológico: plano onde intervêm os deuses mitológicos. • Plano da História de Portugal: plano onde se relatam os acontecimentos da História de Portugal. • Plano das Considerações do Poeta: momentos de reflexão do poeta, que surgem sobretudo no final dos cantos.