O modelo de preços em oligopólio de Sylos-Labini

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Transcrição da apresentação:

O modelo de preços em oligopólio de Sylos-Labini

 O problema estudado por Sylos-Labini: ·      Como se determina o preço de longo prazo numa indústria oligopólica? ·      Qual a noção de equilíbrio apropriada para se estudar esse tipo de estrutura de mercado?    As respostas dadas pelo modelo de preços de Sylos-Labini: ·      O preço será determinado para a indústria em seu conjunto, tomando em conta as variáveis que definem a estrutura técnico-produtiva da indústria, e numa perspectiva de longo prazo. ·      O modelo afirma que o preço determinado para a indústria oligopólica será um preço de equilíbrio se e somente se, a esse dado preço, nenhuma empresa for atraída para ou expulsa da indústria.

·     Uma vez determinado esse preço “estrutural”, aplica-se integralmente a regra do princípio do custo total enquanto um meio eficiente de recomposição da condição de equilíbrio de preços da indústria e/ou definição de estratégias de preços e de mark-up. No curto prazo: aplica-se a fórmula do PCT:  Qual tende a ser o comportamento de preços de curto prazo da empresa oligopólica?  Em que situações espera-se que a empresa seja levada a modificar os seus preços de venda? (A)  Alterações nos custos diretos que atinjam todas as empresas da indústria tendem a ser rapidamente repassadas para os preços: a empresa usa a fórmula P = V + QV para fazer este ajuste de preços. (B)  Alterações moderadas ou temporárias na demanda não tendem a ser automaticamente repassadas para os preços, ao contrário, possivelmente os preços serão mantidos estáveis.

(A) Nas fases “high” do ciclo econômico (recuperação e auge), os preços das matérias primas e dos salários tendem a alta: o que caracteriza pressão para a elevação dos preços. As empresas poderão optar por manter os preços estáveis ao invés de aumentá-los (proporcionalmente aos custos diretos) em resposta ao aumento dos custos diretos unitários: farão isto a depender de como percebam a ameaça da concorrência ... que será o “fiel da balança” na decisão de preços da empresa. (B) Nas fases “down” do ciclo econômico (depressão e recessão), a demanda estará em queda: o que caracteriza pressão para a redução dos preços. Mas as empresas tenderão a manter os preços estáveis, podendo inclusive aumentá-los (proporcionalmente aos custos diretos). Adotarão esta segunda estratégia se optarem por neutralizar a pressão da alta dos custos fixos unitários que tende a comprimir a margem de lucros.

A tendência geral dos preços é de que eles se situem em um nível acima do preço de exclusão das empresas menores e relativamente menos eficientes: a guerra de preços não tende a ser a regra em oligopólio.  Quando interessará à grande empresa conviver com empresas menores?  Quando não será interessante uma política agressiva de preços? -         O critério básico será a avaliação do espaço econômico de mercado que se abriria com a expulsão vis-à-vis a capacidade produtiva de uma nova unidade produtiva da grande empresa.    Quando interessará à grande empresa expulsar empresas menores estabelecidas na indústria? -         Ceteris paribus, uma maior extensão absoluta do mercado, ao comportar mais plantas produtivas de maior tamanho, torna mais provável uma política agressiva de preços por parte das grandes empresas .

 Conclusões gerais do modelo de Sylos-Labini:   A estrutura de custos da indústria é definida com referência ao porte da empresa;  Empresas de maior porte operam com custos unitários de produção mais baixos: efeito economias de escala Identifica-se a existência na indústria de diversas taxas de lucros em correspondência às diversas estruturas de custos  As empresas de maior porte auferem taxas mais elevadas de lucros Os lucros mais elevados das grandes empresas são de caráter estrutural, ou seja, são não-friccionais. O nível de barreiras e/ou o grau de dificuldade de ingresso na indústria se expressa no tamanho da margem de lucro (preço / custos) da firma mais bem posicionada na indústria: a firma que opera com maior vantagem absoluta de custos.

 O modelo supõe que a firma líder de custos será também a que desempenhará o papel de líder de preços na indústria: as outras firmas deverão se guiar por ela.    O preço de “equilíbrio” da indústria é de caráter pluriderteminado:  Partindo-se de uma dada estrutura inicial da indústria chega-se a um dado preço de equilíbrio para a indústria;  Sendo outros os dados do ponto de partida e/ou supondo que alguma modificação em qualquer um dos dados iniciais, tem-se início uma nova trajetória de determinação do preço de “equilíbrio” da indústria. As trajetórias de “equilíbrio” são irreversíveis em sua determinação e seus efeitos sobre a estrutura e o desempenho da indústria.

As hipóteses mais simplificadoras do modelo de Sylos-Labini Uma empresa já instalada na indústria que quiser ampliar sua capacidade de produção, ou uma concorrente potencial que pretender ingressar na indústria, somente o poderão fazer adotando o método de produção (tecnologia) já existente e apropriado ao porte econômico, escala de produção atual da empresa : O MODELO EXCLUI A POSSIBILIDADE DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS Cada empresa somente se expande criando novas instalações iguais àquelas já em operação: O MODELO DECONSIDERA A POSSIBILIDADE DE A EMPRESA (ENTRANTE OU ESTABELECIDA) CONSIDERAR VANTAJOSO OPERAR COM UMA PLANTA DE MENOR TAMANHO

As hipóteses mais simplificadoras do modelo de Sylos-Labini 3) Supõe que se novas empresas vierem a entrar no mercado, aquelas que já estão operando manterão o mesmo nível de produção anterior à entrada :O MODELO EXCLUI A POSSIBILIDADE DE ALIANÇAS OU FUSÕES ENTRE AS EMPRESAS – esta hipótese é conhecida como o “postulado de Sylos” –