Curso de Atualização São Paulo – SBPT 2007 Distúrbios Respiratórios do Sono Casos Clínicos Dr. Flavio J. Magalhães da Silveira Rio de Janeiro HU Grafrée.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Oxicapnografia Ana Paula Pedro Hospital Universitário Cajuru – PUC/PR
Advertisements

Roncos e apnéia do sono Carlos Eduardo N. Nigro.
Sinais e sintomas de baixo débito cardíaco.
Sessão Interativa Coordenadora: Luciana Cristina Lima Correia Lima
Teste ergométrico Fisiologia Aplicada – 02
Departamento dos distúrbios do sono São Paulo- fevereiro 2011.
Departamento dos distúrbios do sono
IX Curso de Atualização em Pneumologia e Tisiologia
IX Curso de Atualização em Pneumologia e Tisiologia
HIPERTENSÃO ARTERIAL DEFINIÇÃO
SUGESTÃO Livro do estudante Seidel Terence Blanchard.
SONO.
FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES
RONCOPATIA E SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO
Diagnóstico e tratamento dos distúrbios do sono
Apnea do Sono "A apnea do sono: o que a Equipe de Saúde da Família deve saber?".
Alimentação e Distúrbio do Sono Apneia Obstrutiva do Sono
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DISCIPLINA DE CARDIOLOGIA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO:
TITULAÇÃO DE CPAP: DOM X LAB – qual a melhor opção?
Protocolo de Manejo da Exacerbação da Asma
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (AOS) QUESTIONÁRIO DE BERLIM
O foco do tratamento dos distúrbios respiratórios do sono (DRS) deve ser a hipoxemia, fragmentação do sono ou IAH? III Curso Nacional de Sono Marília Montenegro.
VI Curso Nacional de ventilação Mecânica e III Curso Nacional de Sono
has an estimated prevalence of 1.2 to 5.7%
Síndrome da Apneia obstrutiva do sono. Tratar a SAOS é custo-efetivo? Gleison Guimarães TE SBPT 2004/TE AMIB 2007 Área de atuação em Medicina do Sono pela.
Reciclagem Ciclo 9.
Polissonografia portátil- é completa?
XIII Curso Nacional de Atualização em Pneumologia
Mônica Corso Pereira Unicamp PUC - Campinas
CASO CLÍNICO.
Alterações Cardiovasculares na Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono
SAOS ADULTOS E CRIANÇAS
Caso Clínico 3 IRL, 28 anos, branco, analista de sistemas, natural e procedente de Porto Alegre Encaminhado para avaliação por obesidade. Paciente com.
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Terapia com pressão positiva na via aérea (PAP): indicações,
Geraldo Lorenzi-Filho Laboratório do Sono, Instituto do Coração, USP
Monitorização portátil das variáveis respiratórias
Complicações cardiovasculares da Apnéia do Sono
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Caso Clínico Pedro Rodrigues Genta
DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO
Distúrbios Respiratórios do
Uso de equipamentos de PAP na criança
INSÔNIA PARA O PNEUMOLOGISTA CARLOS A A VIEGAS C N D R S SBPT/ 2012.
CONSEQUENCIAS METABOLICAS E CARDIOVASCULARES DA SAOS
Consequencias do distúrbios respiratórios do sono não tratados Consequencias do distúrbios respiratórios do sono não tratados Geraldo Lorenzi-Filho Laboratório.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Apnéia Central do sono O que o pneumologista precisa saber?
Hipertensão Arterial Pulmonar Idiopática (HAPI) Caso Clínico
Luis Eduardo Giollo Cesar nº46
Márcia Gonçalves de Oliveira Médica Pneumologista
Anamelia Costa Faria TE Medicina do Sono – AMB/SBPT Caso II.
Relato de Caso IV Curso Nacional de Circulação Pulmonar SBPT-2013 Prof. Dr. Mário Terra Filho Disciplina de Pneumologia-FMUSP.
Ana Gregória Ferreira Pereira de Almeida
Qual é o melhor tratamento da SAOS?
Ronco e Apnéia do Sono. Ronco e Apnéia do Sono.
Devemos fazer de rotina?
PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA (PCR)
SÍNDROME DA APNÉIA – HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS)
Além da hipersonia diurna e distúrbios de sono noturno, os pacientes com AOS apresentam HAS, arritmia cardíaca durante o sono. Complicações sistêmicas.
Hipnograma.
Tratamento com pressão positiva na via aérea superior:
UNIÃO DE ENSINO SUPERIOR DE CAMPINA GRANDE FACULDADE DE CAMPINA GRANDE – FAC – CG CURSO FISIOTERAPIA PALOMA DUARTE DA COSTA VIEIRA ORIENTADORA: Prof.ª.
Cardiopatias Congênitas
EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO
48 ANOS, MASCULINO DOR TORÁCICA ATÍPICA BRE INTERMITENTE EM ERGOMETRIA
DISCUSSÃO DE CASO CLÍNICO 3 Monitoria de CM II 2010.
CASOS CLÍNICOS Regras desta atividade científica:
Transcrição da apresentação:

Curso de Atualização São Paulo – SBPT 2007 Distúrbios Respiratórios do Sono Casos Clínicos Dr. Flavio J. Magalhães da Silveira Rio de Janeiro HU Grafrée e Guinle SLEEP- Laboratório do Sono Centro Médico BarraShopping

Caso 1 CESB, masc.,53 a, br, solt., aposentado, RJ. QP: dificuldade para dormir. Falta de ar. HDA: ronco presente desde a adolescência. Pausas respiratórias há 20 anos.

HPP  IMC> 30 desde os 20 anos.  1970 alteração no ECG.  Passou a utilizar beta-bloqueador até  1980 teve o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica.  1983 testes (SP) diagnosticaram hipertrofia septal assimétrica obstrutiva severa.  Diversos Ecocardiogramas= FEVE~35%.  2004 stent + angioplastia.  2005 ICC grave. Implante de ressincronizador ventricular com desfibrilador.

Farmacoterapia atual Ancoron ® 1 X 200 mg Captopril 3 X 6,25 mg Espironolactona 1 X 25 mg Aspirina Prevent ® 1 x 100 mg Lasix ® 1 X 40 mg Lípitor ® 1 X 20 mg

Polissonografia Noturna Em junho 04 realizou PSG: IAH=50/h (N=5/h) N total apnéias= 232 Obstrutivas= 88 Centrais= 141 Mistas= 3 Hipopnéias= 68

HAS droga-resistente ICC HAS DAC FA Pacientes com DRS Pacientes sem DRS SAHOS E DCV

Javaheri, S. N Engl J Med 1999;341: Características dos Pacientes com e sem Apnéia Central de Sono

Javaheri, S. N Engl J Med 1999;341: Características dos Pacientes durante o Sono

 Típico em ICC: NYHA II–IV (classe funcional)  Apnéias presenciadas  Baixa CO 2 arterial (eg. PaCO 2 < 35 mmHg)  Dispnéia paroxística noturna (DPN): pacientes acordam durante “peak” da ventilação após uma apnéia  Sonolência diurna / longos cochilos Devem ser investigados com PSG noturna DRS revisão: ACS/R-CS Sinais: Sin et al, Chest (5):

HPP  IMC> 30 desde os 20 anos.

Epidemia Mundial: Obesidade “Deivid Pandemia” Nature 2000

O CORPO HUMANO MODERNO IMC > 30 kg/m2  Distúrbio Respiratório Deivid Ronco Hipertensão arterial Sonolência excessiva Diabetes Impotência sexual

Obesidade e Risco de Falência Cardíaca NEJM :305-13

Ação do CPAP na FE: ICC com AS Control Group CPAP Rx Group NEJM : Left Ventricular EF % p = NS p < Baseline Left Ventricular EF % 1 mo n =

Tratamento para Apnéia do Sono  Diversas tentativas de realizar titulação foram insatisfatórias.  Outubro de 2004 teve a iniciativa de alugar AutoCPAP.  Dezembro 2004 realizou PSG com AutoCPAP: IAH 28/h predomínio apnéias centrais (padrão Cheyne-Stokes) quedas importantes sat O ².  Passou a utilizar CPAP com 11,5 cm H ² O.  Maio 05 não satisfeito, por baixa adesão (~1h, <5dias/sem) procurou nosso serviço.

Nova abordagem Realizamos PSG respiratória: maio 05 IAH= 58/h Central= 41/h Mista= 4/h Obstrutiva= 6/h Hipopnéia= 7/h

Apnéia Central: Respiração de Cheyne-Stokes Sleep

EDITORIAL - Volume 353: November 10, 2005 Number 19 Sleep — A New Cardiovascular Frontier Virend K. Somers, M.D., Ph.D.November 10, is important first to recognize the limitations of the study. Despite a careful titration protocol in treatment with CPAP, the apnea–hypopnea index was reduced by only 50 percent, with a substantial residual apnea–hypopnea index of about 20 events per hour....Perhaps CPAP is simply not a viable therapeutic option for death- rate reduction in patients with heart failure. On the other hand, alternative approaches such as newer, more effective positive airway pressure devices, cardiac resynchronization therapy, and..... Maior envolvimento multidisciplinar, especialmente com cardiologistas. Diagnosticar e tratar precocemente as alterações respiratórias durante o sono.

Opção de Tratamento Fabricante: ResMed. Auto CS 2 ® (Australia, Europa, América Latina). USA: servo-ventilador.

Algoritmo do Auto CS 2 A forma de ação: … ajuste automático ao suporte ventilatório: Proporciona suporte mínimo durante a fase de hiperpnéia ou durante a respiração normal Aumenta o suporte durante a hipopnéia ou apnéia

AutoSet CS2 Fluxo aéreo HIPOPNÉIAAPNÉIA Auto-CS2: algoritmo O suporte durante a hipoventilação transforma as apnéias em hipopnéias Suporte Auto-ajustável

O suporte pressórico varia tendo uma pressão basal fixa - Pressão Expiratória Final (PEF). PEF pode ser ajustada para impedir a obstrução da VAS – semelhante a um CPAP. O PEF “default” é confortável a 5 cm H 2 0 mas pode ser elevada para manter a VAS aberta, nos pacientes com AOS associada. Auto-CS2: algoritmo Como funciona:

O algorítimo monitora a frequência respiratória média recente: – Relação da inspiração e expiração – Tempo da pausa expiratória Avalia rápidamente a direção, amplitude e frequência do fluxo aéreo – Medidas são tomadas em 12 diferentes pontos de cada ciclo respiratório Monitoriza a frequência e o fluxo respiratório Auto-CS2: algoritmo Fluxo Tempo inspiração expiração

Caso 2 Homem 53 anos com HAS difícil controle HAS há 15 anos controlada por 10 anos com 1 droga Há 1 ano PA 180/110 apesar de usar 5 drogas Aumento de 6 kg no último ano Cansaço progressivo nos últimos anos Hiperlipidemia e RGE

“Performing your original search, sleep apnea and systemic hypertension, in PubMed will retrieve 805 citations”. Advanced Scholar Search Scholar Preferences Scholar Help Scholar Results of about 3,560 for sleep apnea systemic hypertension. (2.19 seconds) Como os distúrbios do sono podem causar hipertensão diurna?

Anamnese dirigida O que é mais importante saber? 1.Índice de sonolência e presença de ronco perturbador 2.Atividade sexual 3.Nictúria 4.Acidentes automobilístico e/ou ocupacional 5.Todas acima

Anamnese dirigida O que é mais importante saber? 1.Índice de sonolência e presença de ronco perturbador 2.Atividade sexual 3.Nictúria 4.Acidentes automobilístico e/ou ocupacional 5.Todas acima

1.IMC 2.Presença de cianose digital 3.IMC e circunferência do pescoço 4.Medida da PA 5.Ausculta cardíaca e fundo do olho No exame físico o que é mais relevante para este caso?

1.IMC 2.Presença de cianose digital 3.IMC e circunferência do pescoço 4.Medida da PA 5.Ausculta cardíaca e fundo do olho No exame físico o que é mais relevante para este caso?

1.MAPA 2.Angiotomografia coronariana 3.Oximetria digital noturna 4.Polissonografia noturna 5.Dosagem matutina da Pc Reativa Qual exame complementar é o mais relevante para este caso?

1.MAPA 2.Angiotomografia coronariana 3.Oximetria digital noturna 4.Polissonografia noturna 5.Dosagem matutina da Pc Reativa Qual exame complementar é o mais relevante para este caso?

Na sua opinião esta associação existe? 1.Sim 2.Não 3.Provável Obesidade, HAS & AOS

Na sua opinião esta associação existe? 1.Sim 2.Não 3.Provável 50-60% AOS tem HAS 50% HAS tem AOS Obesidade é um fator aditivo Obesidade, HAS & AOS

Caso 3  PDCC, 16 anos, 94 kg, 179 cm, IMC 29,7  Ronco desde a infância e perturbador há 4 anos  Sonolência diurna com dificuldade escolar  Respirador bucal  Asma e rinite em tratamento irregular  PA= 170 / 100 mm Hg

1.Ronco primário 2.SAHOS (apnéia do sono) 3.SRVAS (Síndrome de resistência de VAS) 4.Narcolepsia 5.Nenhuma das hipóteses acima Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

1.Ronco primário 2.SAHOS (apnéia do sono) 3.SRVAS (Síndrome de resistência de VAS) 4.Narcolepsia 5.Nenhuma das hipóteses acima Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

1.Avaliação ORL e Pc Reativa 2.PSG noturna 3.Oximetria noturna 4.PSG noturna e MAPA 5.RM das VAS em vigília e sono Que exames devem ser solicitados para avaliar a gravidade deste caso ?

1.Avaliação ORL e Pc Reativa 2.PSG noturna 3.Oximetria noturna 4.PSG noturna e MAPA 5.RM das VAS em vigília e sono Que exames devem ser solicitados para avaliar a gravidade deste caso ?

Copyright ©2004 American Academy of Pediatrics Tauman, R. et al. Pediatrics 2004;113:e564-e569 Proteina C Reativa em Crianças com AOS e controle

Traçado da PSG

Hipnograma IAH=61,7/h

Saturação de O ² durante PSG noturna

Frente a estes achados qual o seu diagnóstico? 1.SAHOS de leve intensidade 2.Ronco primário 3.SAHOS de moderada intensidade 4.SAHOS de severa intensidade 5.Hipoventilação alveolar

Frente a estes achados qual o seu diagnóstico? 1.SAHOS de leve intensidade 2.Ronco primário 3.SAHOS de moderada intensidade 4.SAHOS de severa intensidade 5.Hipoventilação alveolar IAH até 5/h – NORMAL IAH até 15/h – LEVE IAH até 30/h – MODERADA IAH acima de 30/h - SEVERA

Advanced Scholar Search Scholar Preferences Scholar Help Advanced Scholar Search Scholar Preferences Scholar Help Scholar Results of about 788 for children sleep apnea obesity. (2.29 seconds) Scholar Results of about 535 for children sleep apnea hypertension obesity. (2.54 seconds)

MAPA Ausência de descenso noturno

Qual o tratamento ideal ? 1.Esteróide inalatório para correção da rinite 2.Exercício físico regular e anti- hipertensivo 3.Reeducação alimentar 4.CPAP nasal após titulação pressórica 5.Todas as respostas acima

Qual o tratamento ideal ? 1.Esteróide inalatório para correção da rinite 2.Exercício físico regular e anti- hipertensivo 3.Reeducação alimentar 4.CPAP nasal após titulação pressórica 5.Todas as respostas acima

Conclusão AOS é extremamente comum e certamente existe uma relação dose-resposta com HAS Está associada a outras graves co-morbidades cárdio e cérebro-vasculares É diagnosticada com relativa facilidade É tratada com alta eficácia

O ronco é um pedido de socorro Obrigado