FATO HISTÓRICO SCHIMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004.

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Transcrição da apresentação:

FATO HISTÓRICO SCHIMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar história. São Paulo: Scipione, 2004.

► objetivo do ensino: desenvolver a compreensão histórica da realidade social ↓ ► ensinar História é fazer o aluno compreender e explicar, historicamente, a realidade em que vive Para isso...

► é fundamental que se tome a experiência do aluno como ponto de partida para o trabalho com os conteúdos ► a História é feita por todos os homens, e não somente pelos heróis ou personalidades importantes ►a História ensinada deve levar em consideração a multiplicidade e a multilinearidade históricas

► do ponto de vista didático-pedagógico, só é relevante a aprendizagem que seja significativa para o aluno ►nesse sentido, o trabalho a ser desenvolvido deve seguir duas direções 1) conteúdo precisa ser desenvolvido na perspectiva de sua relação com a cultura experencial dos alunos e com suas representações já construídas

2) para uma aprendizagem significativa, é necessário construir, em sala de aula, um ambiente de compartilhamento de saberes ► o processo ensino-aprendizagem é uma reconstrução de conhecimentos, e não uma mera justaposição deles ► necessidade de superação da forma habitual na prática docente, em que o ato de ensinar toma os conteúdos da disciplina como referência e tenta aproximá-los, de forma mais ou menos motivadora, dos alunos

►ensinar História pressupõe um trabalho constante e sistemático com as experiências do aluno no sentido de resgatá-las, tanto individual como coletivamente, articulando-as com o conteúdo trabalhado em sala de aula ► necessidade de a sala de aula ser transformada em um espaço de conhecimentos compartilhados

► o trabalho a partir da experiência pode ser referencial para construção da compreensão histórica em sala de aula orientando as atividades que propiciem um ensino da História mais dinâmico e reflexivo, cujo ponto de partida seja a problematização do conhecimento histórico

O que significa problematizar o conhecimento histórico? Em primeiro lugar, significa partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre o presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas.

► no ensino da História, problematizar é, também, construir uma problemática relativa ao que se passou com base em um objeto ou um conteúdo que está sendo estudado, tendo como referência o cotidiano e a realidade presentes dos alunos e do professor

► cada conteúdo a ser ensinado permite a construção de várias problemáticas ► é preciso ir além das questões: “Por quê?”; “Como?”; “Quando?”; O quê?” ► levantar hipóteses acerca do que aconteceu, incitando o aluno a descobrir os caminhos para desvelar mistérios que envolvem o passado e a reconstruir, por meio do saber histórico e das fontes documentais, a relação entre seu presente e outras formas ou experiências do passado

► a historiografia do século XIX, cuja referência principal era o documento escrito, divulgou a concepção de que o documento falava por si só e, ao historiador, cabia tão-somente a compilação e a organização dos fatos documentais ► ao professor de história cabia a transmissão dos fatos ou conhecimentos produzidos pelos historiadores

Os fatos históricos são cognoscíveis cientificamente, mas essa exigência deve levar em conta seus caracteres específicos. Por um lado, os fatos históricos são contraditórios como o próprio decorrer da história; eles são percebidos diferentemente (porque ocultados) segundo o tempo, o lugar, a classe, a ideologia. Por outro, escapam à experimentação direta por sua natureza passada; são suscetíveis apenas de aproximações progressivas, sempre mais próximas do real, nunca acabadas nem completas. (CHESNEAUX, Jean)

Fatos e acontecimentos [ Fatos e acontecimentos [...] são arranjos ou montagens, mais ou menos conscientes, que devem ser habilidosamente desmontados pelo fazer histórico. Fazer história [...] pode começar pelo que seria a inversão de um quebra-cabeças: o acontecimento pronto e acabado, que sempre compõe uma imagem que ambiciona abranger a totalidade do processo, deve ser decomposto para denunciar aos espectadores o arbítrio de sua construção, como se alguém mostrasse à plateia que fios invisíveis sustentam os truques do ilusionismo do mágico [...] (MICELLI, Paulo)

O fato histórico possui uma essência material e temporal íntegra que, como todos sabemos por sua obviedade, uma vez realizado como acontecimento, não pode mais ser alterado. Consequentemente, numa síntese evidente e grosseira, podemos afirmar que a história é uma sequência de unidades factuais conclusas em si. Porém, são unidades factuais enquanto são tópicos históricos. Mas essas unidades históricas não são eventos estanques, acabados em si mesmos. Ou seja: transcendem a singularidade, o seu grossei

espaço e o seu tempo, intermediando-se, para o passado e para o futuro, como unidades sequenciais ativas, com outros acontecimentos, num sistema politicamente perceptível pela movimentação das ações humanas interligadas pela racionalidade social. [...] Por esse movimento, os fatos históricos, embora conclusos na sua pontualidade singular, interligando-se no tempo e no espaço, fazem com que o processo civilizatório seja um sistema que atua sobre os

si mesmo. [...] Assim, [...] cada fato histórico é um elo entre outros fatos históricos que se prolongam nos eventos subsequentes. (Antonio Rezk)

PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ Bertold Brecht (1898-1956) Quem construiu a Tebas de sete portas? Nos livros estão nomes de reis. Arrastaram eles os blocos de pedra? E a Babilônia, várias vezes destruída, Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas da Lima dourada moravam os construtores? Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta? A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo. Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio tinha somente palácios para os seus habitantes? Mesmo na lendária Atlântida, os que se afogavam gritaram por seus escravos na noite em que o mar a tragou. O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho? César bateu os gauleses. Não levava sequer um cozinheiro? Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada naufragou. Ninguém mais chorou? Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos. Quem venceu alem dele? Cada pagina uma vitória. Quem cozinhava o banquete? A cada dez anos um grande Homem. Quem pagava a conta? Tantas histórias. Tantas questões.

* Reflita de que forma o pensamento do poeta pode contribuir para uma nova abordagem do ensino da História. * Represente a poesia por meio de uma imagem ou uma história em quadrinhos.