1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 16 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 08/05/07.

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1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Aula 16 Professores: Márcio Gomes Pinto Garcia Márcio Janot 08/05/07

Modelos de Crises Cambiais  1a. Geração: políticas macroeconômicas inconsistentes e ataques inevitáveis  2a. Geração: expectativa de mudança de regime gera o ataque especulativo (múltiplos equilíbrios)  3a. Geração: Crises de liquidez (Sudden Stops) e balanços (endividamento em dólar)  Referência: “Perspectives on the Currency Crisis Literature”, R. Flood and N. Marion, NBER Working Paper no. 6380, janeiro de 1998 em

Características Comuns de Crises Cambiais  A moeda estava apreciada  As reservas internacionais estavam declinantes  O crescimento do produto e das exportações estavam mais lentos  Crescente volatilidade da taxa de câmbio  Economia estagnada por um bom tempo

Modelos de 1a. Geração  Referência clássica: “A model of Balance-of- Payment Crises” de Paul Krugman, Journal of Money, Credit, and Banking, Agosto de  Déficit fiscal que é monetizado é inconsistente com câmbio fixo e resulta em perda de reservas internacionais e ao abandono do câmbio fixo.  O modelo aponta qual é o momento do ataque e a que nível de reservas o ataque ocorre.

Modelos de 2a. Geração  Referência: “Models of Currency Crises with Self- Fulfilling Features” de Maurice Obstfeld, European Economic Review,  Os fundamentos sempre explicam crises? Crise do EMS em 1992 e do México em 1994  Os modelos de 2a. Geração diferem em 2 formas: Restrições (elevado endividamento doméstco e desemprego) impedem as autoridades de usar os métodos tradicionais para sustentar a taxa de câmbio (políticas restritivas) Os fundamentos podem estar saudáveis A característica principal destes modelos são as expectativas auto-realizáveis (ex. corridas bancárias que levam a falência de bancos anteriormente solventes)

Modelos de 3a. Geração  Surgiram após a crise da Ásia de 1997, pois os países que sofreram ataque não apresentavam desequilíbrio macroeconômico aparente nem taxa de câmbio apreciada.  Explicação: em todos os episódios os investidores se recusaram a rolar as dívidas externas de curto prazo, obrigando as empresas e bancos a remeterem divisas ao exterior.  Problema passou a ser o mercado de ativos (alto endividamento externo de curto prazo, bancos com descasamentos) e o risco de contágio.

Como prever crises cambiais?  Construção de modelos de indicadores antecedentes (Early warning system)  Possíveis indicadores a serem testados: Déficits fiscais Crescimento do crédito doméstico Sobrevalorização cambial Déficit em conta corrente Crescimento baixo das exportações Dívida de curto prazo/reservas internacionais  A idéia principal é prever o ataque especulativo e não se ele foi bem sucedido (índice de pressão cambial).

Como previnir as crises?  Políticas saudáveis macroeconômicas  Abandonar as taxas de câmbio fixas  Controles de capital?  Abrir mão da política monetária (dolarização, currency board)?

Saíndo do câmbio fixo de forma ordenada  Usar um período relativamente calmo  Usar um período quando a taxa de câmbio estiver apreciando  Reformar as instituições para obter um ajuste fiscal  Refoma do sistema financeiro  Atualmente, os países tem migrado para um regime de metas de inflação

10 Crises Cambiais Suponha um país com câmbio fixo onde os agentes acreditem que vai haver uma desvalorização a qualquer momento. Por quê?  A moeda doméstica pode estar sobrevalorizada.  Necessidade de reduzir a taxa de juros interna. Para o Banco Central manter a taxa de câmbio, ele deve aumentar a taxa de juros interna:

11 Crises Cambiais A relação UIP acima vale para todos os horizontes de tempo. Isso traz uma conseqüência ruim para se a política monetária visa se opor a ataques especulativos. Por exemplo, se os mercados financeiros acham que há uma probabilidade de 50% de ocorrer uma desvalorização de 10% na próxima semana (o que dá uma depreciação esperada de 5% em uma semana) a taxa de juros terá que ser elevada em 5*(365/7)=260% no ano!!!

12 Crises Cambiais Sob taxa de câmbio fixa, E t é fixo em E. E se os mercados esperam que esta paridade seja mantida, E t+1 e =E, e neste caso, i = i*. Mas se a manutenção do regime de câmbio fixo é questionada, quais são as alternativas do governo e do Banco Central?  Tentar convencer os mercados de que a política será mantida.  Aumentar a taxa de juros interna mas não tanto quanto a equação de paridade exige. Com essa atitude, haverá saída de recursos do país e o Banco Central deveria comprar moeda interna e vender moeda externa (reservas).  Após algum tempo (meses ou dias), a opção do governo é assumir taxas de juros altas ou atender às expectativas e desvalorizar a moeda.

13 Crises Cambiais  Adotar taxas de juros de curto prazo muito altas pode ter efeitos negativos sobre a demanda e o produto. Aumentar os juros para contornar as expectativas de depreciação é uma alternativa sustentável apenas se o mercado assume uma probabilidade pequena de desvalorização.  Resumindo: Expectativa de que uma desvalorização da moeda vá ocorrer pode acarretar a crise cambial, mesmo que não fosse intenção do governo desvalorizar a moeda. “Expectativas Auto-realizáveis”  Voltemos à alternativa entre os regimes de câmbio fixo e flutuante.

14 Escolha entre Câmbio Fixo ou Câmbio Flutuante No médio prazo, o câmbio real ajusta mesmo que a taxa de câmbio nominal esteja fixa. Mas no curto prazo, câmbio fixo significa abdicar do controle sobre o câmbio mas também do controle sobre a taxa de juros (sob mobilidade perfeita).

15 Escolha entre Câmbio Fixo ou Câmbio Flutuante Há vários contras em adotar câmbio fixo:  No curto prazo, sob taxas câmbio fixas um país abre mão de seu controle da taxa de juros e da taxa de câmbio.  Além disso,a previsão de que um país esteja na iminência de desvalorizar sua moeda pode levar os investidores a exigir taxas de juros muito altas.

16 Escolha entre Câmbio Fixo ou Câmbio Flutuante Por que então diversos países adotam câmbio fixo? 1. Sob taxas de câmbio flutuante, o câmbio flutua por diversas razões e pode provocar grandes flutuações no câmbio real e no produto. Estabilizar os movimentos do câmbio pode requerer grandes variações na taxa de juros o que promove instabilidade no produto. 2. Quando um país adota câmbio fixo, ele deve ter a taxa de juros interna igual a externa. Se o país sofre os mesmos choques macroeconômicos que o país ao qual o câmbio está fixo, as políticas internas e externas devem ser semelhantes e neste caso, os custos do câmbio fixo não são tão altos.

17 Escolha entre Câmbio Fixo ou Câmbio Flutuante Há vários prós em adotar câmbio fixo:  Há simplificação para as operações das firmas em geral.  Os países podem estar buscando limitar o uso da política monetária (casos de hiperinflação). Currency Board (Caixa de Conversão).  Países integrados podem obter grandes benefícios ao adotarem câmbio fixo. Moeda Comum  Em geral, as taxas de câmbio flexíveis são preferíveis às fixas, exceto quando: Um grupo de países já está estreitamente integrado. Um banco central não inspira confiança.