Caderno 4 4. O projeto curricular e a relação entre os sujeitos e desses com suas práticas

O Currículo referência Na rede estadual goiana, desde 2011, discutiu-se com a rede (dentro das UE’s, com representantes nas SRE’s e com representantes dos professores a nível estadual) uma nova proposta curricular que garantisse a todos os alunos o direito de acesso ao conhecimento.

A construção do Currículo Referência da rede estadual veio para atender o proposto no PNE (meta 3.1) no que se refere à institucionalização de currículo mínimo nas escolas. A proposta curricular de Goiás permite aos alunos a equidade educacional, visto que, a partir de então, em qualquer lugar do estado é garantido o acesso aos conteúdos essenciais para a formação humana – e, se um aluno precisar se transferir de uma unidade a outra, está garantido que o que ele estava estudando na escola anterior, também estará sendo estudado na nova escola. Exemplo: quando não tínhamos currículo referência, um aluno poderia estar em uma escola de Anápolis estudando Eletricidade em Física no 1º ano (porque o professor decidiu que seria assim). Ele se transfere para Goianésia no ano seguinte e estuda Eletricidade de novo no 2º ano, porque a escola assim o definiu. Ele volta para outra escola em Anápolis e novamente estuda Eletricidade, no 3º ano. Nesse exemplo específico, o aluno perde seu direito a ter acesso aos conteúdos de Física porque cada escola definiu seu currículo por motivos variados. Ao final da Educação Básica, o aluno aprendeu apenas um conteúdo de Física. Com o currículo referência isso não acontece. A partir da institucionalização do currículo, também é possível a construção de material de suporte pedagógico como o Caderno Educacional, por exemplo.

Esse currículo referência está em constante mutação e ainda é avaliado e modificado cotidianamente para atender às necessidades de aprendizagem de nossos alunos.

Linha do tempo de construção do currículo referência Proposta inicial A partir das UE’s Por SRE Transformação das propostas em uma única Discussão nas UE’s Escolha dos RCC’s que representassem os professores Fase de teste Feedbacks constantes Discussão nas escolas e com RCC’s Implementação e formação bimestral

É importante ter em mente que a construção de uma proposta curricular parte do planejamento dos professores a partir do currículo referência da rede. Agora, a partir dos estudos dos cadernos do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, sugerimos que seja utilizado o Currículo Referência da rede para pensar e desenvolver projetos curriculares por área do conhecimento sempre que possível.

Projetos curriculares A partir do Currículo Referência da rede. Integração do trabalho entre professores de áreas afins ou sujeitos que queiram trabalhar em conjunto, mesmo que de diferentes áreas do conhecimento. Todo projeto curricular deve partir da necessidade de contextualizar o ensino e de um trabalho de pesquisa. Previsão de possibilidades de intervenção e melhoria da realidade da comunidade em que a escola se insere.

Projetos curriculares Utilização dos espaços escolares e extra-escolares para pesquisa e para realização de projetos interdisciplinares. Bibliotecas, museus, parques ou qualquer outro espaço da escola ou do município podem e devem ser utilizados, com vistas à contextualização do ensino Lembre-se: contextualizar é entender todo conhecimento científico como resposta a um anseio da sociedade.

Projetos curriculares “entretanto, independente da dinâmica estabelecida, é inegociável o reconhecimento do caráter transformador que deve ter qualquer conhecimento que se proponha a se transformar em conhecimento escolar” (Caderno IV, p. 44)