EPILEPSIA Renata de Moraes Trinca 4ª ano Medicina FAMEMA – Estágio Ambulatório de Neurologia – Dr. Milton Marchioli 26/03/2012.

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Transcrição da apresentação:

EPILEPSIA Renata de Moraes Trinca 4ª ano Medicina FAMEMA – Estágio Ambulatório de Neurologia – Dr. Milton Marchioli 26/03/2012

“Uma crise epiléptica é resultante de uma disfunção fisiológica temporária do cérebro causada por uma descarga elétrica hipersincrônica anormal e autolimitada de neurônios corticais.”

CONVULSÃO X EPILEPSIA Convulsão = evento epiléptico transitório, um sintoma de um distúrbio da função cerebral. Nem todas as convulsões indicam epilepsia, mas convulsão é principal manifestação da epilepsia. Epilepsia é um transtorno crônico, em que característica indispensável é a recorrência das crises convulsivas que são tipicamente não provocadas e em geral imprevisíveis.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONVULSÕES Segundo a International League Against Epilepsy (ILAE): Leva em conta dois princípios fisiológicos: Convulsões são de 2 tipos: parciais (ou focais) e generalizadas Convulsões são dinâmicas e em evolução

I. Crises Parciais (focais) a I. Crises Parciais (focais) a. Convulsões parciais simples (consciência não alterada) 1.Com sinais motores 2.Com sintomas sensitivos 3.Com sintomas psíquicos 4.Com sintomas autônomos b. Convulsões parciais complexas (consciência é alterada) 1.Início parcial simples seguido por consciência alterada 2.Com alteração da consciência no início 3.Com automatismo c. Convulsões parciais evoluindo para convulsões generalizadas secundárias

II. Convulsões generalizadas de origem não focal (convulsiva ou não convulsiva) a. Ausência de convulsões 1.Com consciência alterada apenas 2.Com um ou + dos seguintes: componentes atônicos, componentes tônicos, automatismos, componentes autônomos b. Convulsões mioclônicas Abalos mioclônicos (simples ou múltiplos) c. Convulsões tônico-clônicas d. Convulsões tônicas e. Convulsões atônicas III. Convulsões epilépticas não classificadas

Crises parciais simples Ocorrem quando a descarga crítica se origina de uma área limitada e circunscrita do córtex, “foco epileptogênico”. Manifestações: Subjetiva (Auras) ou observável (distúrbios motores elementares, como crises jacksonianas e adversativas, e sensitivas)

Crises parciais complexas Definidas por alteração da consciência. Implicam disseminação bilateral da descarga convulsiva. Geralmente os pacientes apresentam também automatismos (ex. deglutição repetida), além da perda de consciência. De 70 a 80% se originam do lobo temporal.

Crises Generalizadas Crises tônico-clônicas (grande mal): há perda abrupta da consciência com extensão tônica bilateral de tronco e membros (fase tônica), com frequente vocalização do ar expelido vigorosamente por cordas vocais contraídas (grito epilético) e abalos musculares sincrônicos (fase clônica). Crises de ausência (pequeno mal): são lapsos momentâneos da vigilância acompanhados de olhar fixo e parada da atividade em andamento. Elas começam e terminam abruptamente, sem avisos nem períodos pós-crise.

Crises Generalizadas Crises mioclônicas: Caracterizam-se por abalos musculares breves que podem ocorrer uni ou bilateralmente, sincrônica ou assincronicamente. Os abalos variam de pequenos movimentos dos mm. da face, braço ou pernas a espasmos bilaterais maciços que afetam simultaneamente a cabeça, membros e tronco. Crises atônicas (astáticas ou ataques de queda): São uma perda súbita de tônus muscular, que pode ser fragmentária (ex. queda de cabeça) ou generalizada, levando a queda. Se for precedida por crise mioclônica ou espasmo tônico, há uma força de aceleração adicional à queda.

CLASSIFICAÇÃO DA EPILEPSIA A classificação da ILAE separa por: Crises parciais ou generalizadas Causa (idiopática, sintomática ou criptogênica) Idade do paciente Localização anatômica A classificação das epilepsias tem gerado controvérsias por ser um esquema empírico, com dados clínicos e EEG.

Epidemiologia OMS: epilepsia atinge de 1 a 2% da população mundial (60 milhões de pessoas) A prevalência é maior em países em desenvolvimento(50/100.000 hab). Neles estão 85% das pessoas com epilepsia, devido principalmente a causas parasitárias, como a neurocisticercose e as infecções intracranianas. Crianças e idosos são mais acometidos.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA INICIAL Tem 3 objetivos: Classificar o tipo de epilepsia Identificar a síndrome epiléptica, se possível Definir a causa subjacente específica Diagnóstico preciso = tratamento correto

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA INICIAL História completa (Manifestações, evolução, fatores de risco.) Exame neurológico (Geralmente normais.) Eletroencefalografia (10 a 40% não tem anormalidades no EEG de rotina.) Imagens cerebrais (RM em paciente com + de 18 anos e em crianças com desenvolvimento anormal. TC não contrastada para pacientes com risco de neurocisticercose.) Outros exames laboratoriais (Em RN e idosos com doenças sistêmicas: eletrólitos, glicose, cálcio, magnésio, função hepática e renal.)

Tratamento Clínico: Com 3 objetivos: - eliminar convulsões ou reduzir sua frequência, - evitar os efeitos colaterais do tratamento prolongado - ajudar o paciente a manter ou restaurar o ajuste psicossocial e vocacional normal. (Nenhum tratamento clínico disponível pode induzir remissão permanente, “cura”, nem impedir o desenvolvimento da epilepsia.) Cirúrgico: Deve ser considerado quando convulsões não forem controladas por tratamento clínico e perturbarem a qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIAS Lewis RM. Merrit: tratado de neurologia. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan; 2002. Calvano LA et al. Epidemiologia das epilepsias na população da cidade de Maceió – Alagoas.Neurobiologia. Vol 73. jan-mar 2010

OBRIGADA!