Deficiência Auditiva por Colabamento:

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Transcrição da apresentação:

Deficiência Auditiva por Colabamento: Relato de Caso e Revisão de Literatura Rodrigo Nishihara Jorge; Rejane Alvarenga S. Tiveron , Gustavo Mussalem, Ana Paula Bruner, Maria do Carmo Redondo, Osmar Mesquita de Sousa Neto. Ambulatório de Deficiência Auditiva – Departamento de Otorrinolaringologia – Santa Casa de São Paulo - SP O colabamento do conduto auditivo externo é um problema frequente na audiologia. É, em geral, caracterizado pela elevação dos limiares, principalmente nas frequências altas, por vezes passa despercebido ao ocorrer apenas nas frequencias onde não pesquisa a via óssea1, podendo ainda simular outros tipos de perda de audição como a induzida pelo ruído, a condutiva efetiva, a presbiacusia e mesmo doença retrococlear 2. Um dos achados que podem sugerir o colabamento é a concomitância de reflexo do músculo do estribo em um caso de alteração condutiva1. Atinge todas as faixas etárias, sem preferência para gênero ou etnia1. Ainda assim é descrita uma prevalência de até um terço em indivíduos mais idosos3. Introdução Homem de 65 anos, sem comorbidades com queixa de diminuição da audição bilateral e simétrica associada a sensação de plenitude auricular, e a zumbido do tipo “cachoeira”. Refere melhora com abertura “exagerada” da boca ou mesmo com a tração inferior do lobo da orelha. Não possuía nenhuma outra queixa otorrinolaringológica, nem passado significativo otológico. Ao exame físico, o conduto auditivo externo cartilaginoso era estreito. A membrana timpânica era normal. Foi encaminhado para realização de audiometria que, num primeiro momento evidenciou uma deficiência auditiva mista leve com gap aéreo-ósseo máximo de 20dB. Com sucessivas manobras para reposicionamento dos fones e mesmo de uso de dispositivo plástico intra-canalicular para evitar o colabamento do conduto, deu-se o acoplamento dos limiares, resultando num exame com apenas um déficit leve nas frequências mais agudas (Fig. 1 e 2). A partir desse achado, foi proposto o tratamento clínico com a confecção de prótese plástica, a partir da moldagem do conduto do paciente, a fim de evitar o colabamento (Fig. 3 e 4). O paciente adaptou-se muito bem ao dispositivo confeccionado, com melhora total do quadro, apresentando-se atualmente sem queixas (um ano de seguimento). Relato do Caso Fig. 1 Fig. 2 Fig. 3 Fig. 4 Embora frequente, poucos são os trabalhos encontrados discorrendo sobre esta entidade. Em geral, são relatos de caso como o que aqui apresentamos ou então descrição de próteses ou manobras a fim de evitar esse fenômeno 1,4. Assim o colabamento do conduto é visto em geral como um fenômeno indesejável que surge durante a avaliação audiológica1,2,3,4,5. Nosso caso, assim se diferencia, pois a queixa do paciente derivava apenas do seu colabamento, e ele mesmo já havia desenvolvido técnicas para evitá-lo (tracionando o tragus e abrindo boca), conforme espontâneamente relatou durante a anamnese. Abordagens para evitar o colabamento existem várias, como uso de fones com almofadas circunaurais 6, o simples puxar do fone para diminuir sua pressão sobre o pavilhão1 e mesmo uso de próteses tubulares intra-aurais de polietileno1,4. Porém, novamente, estas são manobras utilizadas durante o exame. O único artigo encontrado em que se relata o tratamento do colabamento com repercussões clínicas, é o publicado por Cook e Renner, em que se procedeu uma meatoplastia em um paciente que apresentava queixas auditivas secundárias ao colabamento do conduto auditivo externo esquerdo, com melhora7. O que apresentamos aqui é uma alternativa barata e isenta dos riscos cirúrgicos para a abordagem de um conduto colabante, com excelente resultado. Discussão O colabamento é um evento frequente na prática. Quando o acometimento é cartilaginoso, pode ser abordado por prótese plástica, evitando-se assim os riscos inrentes à abordagem cirúrgica , com bons resultados. Conclusão 1) Campos CF, Cruz MS, Feniman MR. Colabamento do meato acústico externo: relato de um caso. Pro Fono. 2004 vol. 16(1): 95-100. 2) Mahoney CF, Luxon LM. Misdiagnosis of hearing loss due to ear canal collapse: a report of two cases. J Laryngol Otol. 1996 vol. 110(6) pp.561-6 3) Randolph LJ, Schow RL. Threshold inaccuracies in an eldery clinical population: ear canal collapse as a possible cause. J Speech Hear Res. 1983 vol.26(1) pp.54-8. 4) Pearlman RC. Preventing collapse of external auditory meatus during audiometry. Arch Otolaryngol. 1975 vol. 101(11) pp.686-8. 5) Toniosso S, Redondo MS, Lopes Filho, O. Alterações dos limiares auditivos causados pelo colabamento de meato acústico externo. BJORL. 2000 vol. 66(6)pp. 652-8. 6)Marshall L, Gossman MA. Management of ear-canal collapse. Arch Otolaryngol. 1982 vol. 108(5) pp. 357-61 7) Cook PR, Renner G. Surgical correction for hearing impairment from collapse of the external auditory canal. Am J Otol. 1983 vol.5 (1) pp. 73-5 Referências