CLIMATÉRIO E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FISIOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL
Advertisements

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL – T.R.H.
APARELHO REPRODUTOR FEMININO
Fisiologia do Sistema Reprodutivo
Síndrome de Sheehan Fabrício Junqueira
Tópicos Especiais em Farmácia
2° Aniversário da 3° Policlínica de Niterói
A mulher e seus hormônios Gerência de Recursos Humanos Semana da Mulher 03/2011 Enfermeira Simone Soares COREN-MG
LEIA E REFLITA SOBRE ESTAS QUESTÕES:
Osteoporose Dr.Elmano Loures.
Internos: Ludmila Chaves Izzo Araújo
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Geriatria e Gerontologia
Sistema genital masculino
Tânia Cristina de Souza Thiago Marques
Climatério e pós-menopausa - fisiopatologia e clínica -
Manejo na Atenção Primária à Saúde
Prevenção do Câncer Genital
REPOSIÇÃO HORMONAL- FITOHORMÔNIOS
Cuidados que devemos ter
AULA 6 DIABETES E DESNUTRIÇÃO 3º MEDICINA 2003.
CICLO MENSTRUAL.
Assistência Integral à Saúde da Mulher
CICLO REPRODUTOR FEMININO
SOP FISIOPATOLOGIA: Hipófise não reconhece altos níveis de estrogênio.
The New England Journal of Medicine
Como Faço ? Orientação Clínica na Perimenopausa Fernanda Águas Maternidade Bissaya-Barreto Coimbra.
SÍNDROME METABÓLICA Esta síndrome é um grupo de alterações clínicas, que podem decorrer de uma dieta inadequada, atividade física insuficiente e uma evidente.
Hiperplasia Endometrial
CONTROLAR O VOLUME E A COMPOSIÇÃO DO SANGUE
SOP FISIOPATOLOGIA: Hipófise não reconhece altos níveis de estrogênio.
CLIMATÉRIO Juliana C. Modesto.
ALTERAÇÕES HORMONAIS DA MULHER ATLETA
Gustavo Arantes Rosa Maciel Disciplina de Ginecologia - FMUSP
ANTICONCEPÇÃO HORMONAL
Puberdade & Menopausa Profa. Elaine de Oliveira Centro Biomédico
Sistema Reprodutor Feminino
Universidade de Caxias do Sul
Quinzena da Mulher 7 a 19 de Março
Climatério e Menopausa
Adaptações celulares.
ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL
NEOPLASIAS Angel Mar C. Roman.
Síndrome do Ovário Policístico
PREVENÇÃO NA SAÚDE DA MULHER
Clinica Dale 20 anos.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO SERVIÇO DE OBSTETRÍCIA E GINECOLOGIA
MIOMAS UTERINOS INTRODUÇÃO
Sylvia Wiedemann Azevedo
“CASO CLÍNICO” MONITORIA DE CLÍNICA MÉDICA
CLIMATÉRIO E MENOPAUSA Curso Enfermagem – 4a. fase
Hipogonadismo Masculino Tardio ou Andropausa
CLIMATÉRIO Giovanna Fonseca.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO
Módulo VI Situações Especiais – Mulheres e Idosos.
Pedro Xavier Faculdade de Medicina do Porto
Sistema Endócrino Principais glândulas endócrinas humanas Gônadas
ATROFIA VAGINAL NA MENOPAUSA
CASOS CLÍNICOS Regras desta atividade científica:
Um estágio na vida da mulher.
Hormonas esteróides Progestagéneos – 21 C Androgéneos – 19 C Estrogéneos – 18 C.
CLIMATÉRIO.
Transcrição da apresentação:

CLIMATÉRIO E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL Marli Nogaroto FAMERP

C L I M A T É R I O Marli Nogaroto FAMERP

I N T R O D U Ç Ã O A população mundial e brasileira está envelhecendo - Progresso da medicina - Controle de natalidade - Declínio da mortalidade Devido : Aumento da expectativa de vida - Países desenvolvidos: > 80 anos - Brasil : aproximadamente 70 anos

CLIMATÉRIO - CONCEITOS Transição do período reprodutivo para o não reprodutivo (menacme  senectude) MENOPAUSA: Última menstruação Declíneo função ovário - esgotamento folicular

CLIMATÉRIO - CONCEITOS SÍNDROME CLIMATÉRICA: Conjunto de sinais e sintomas que ocorre no climatério, prejudicando o bem-estar da mulher

CLIMATÉRIO - CONCEITOS Fase pré-menopausal: - Irregularidade menstrual Menopausa: - Amenorréia de 6 meses a 1 ano Fase peri-menopausal: - 2 anos (antes e depois menopausa) Fase pós-menopausal: - Da menopausa até senectude

M E N O P A U S A NORMAL: Entre 48 e 50 anos de idade PRECOCE: Antes dos 40 anos de idade TARDIA: Após os 55 anos de idade

CLIMATÉRIO - EPIDEMIOLOGIA TABAGISMO: Antecipa idade da menopausa (1,5 a 2 anos) Acentua as ondas de calor ÉPOCA DA MENOPAUSA, SEM CORRELAÇÃO COM: Idade da menarca Nível sócio-econômico Constituição somática Paridade Ambiente

CLIMATÉRIO - FISIOPATOLOGIA DIMINUIÇÃO NO NÚMERO DE FOLÍCULOS 20ª semana  7.000.000 folículos Nascimento  1.000.000 a 2.000.000 Puberdade  300.000 a 400.000 ± 45 anos  8.000 a 10.000

CLIMATÉRIO - FISIOPATOLOGIA Sintomas Vasomotores Alterações Lipídeos  Folículos  ESTROGÊNIO  ESTROGÊNIO Perda Óssea  Inibina  LH Dispareunia Feedback  FSH  Androgênios Inicialmente Inadequado Ausente Encurtamento da Fase Folícular Hirsutismo Sangramento Disfuncional Amenorréia Irregularidade menstrual  Clitoris Infertilidade Rodrigues de Lima e Baracat - 1995

QUADRO CLÍNICO 1- Manifestações neurogênicas: - Ondas de calor - Sudorese - Calafrios - Palpitações - Cefaléia - Tontura - Parestesia - Insônia - Perda da memória - Fadiga 85% - 1 ano 25% - 5 anos Teorias:  Estrogênio Liberação LH Liberação GnRH Instabilidade SNA

QUADRO CLÍNICO Reabsorção >>> Formação 2- Manifestações metabólicas: Metabolismo ósseo  após a menopausa Reabsorção >>> Formação > osso trabecular Osteopenia / Osteoporose  Risco Fraturas - Vértebras - Colo do fêmur - Terço distal do antebraço

QUADRO CLÍNICO Alterações nas apolipoproteínas 2- Manifestações metabólicas: Metabolismo lipídico  após a menopausa Alterações nas apolipoproteínas  Colesterol total  VLDL  LDL  HDL  Triglicérides  Risco Aterosclerose e DCV isquêmicas

QUADRO CLÍNICO 3- Manifestações Genitais: - Alterações menstruais - Dispareunia - Corrimento - Alteração pH vaginal (alcalino)  infecções - Prurido vulvar - Atrofia da genitália interna e externa - Colpite e vaginite atrófica - Mucosa friável - Prolapsos genitais - Hipertrofia de clitóris - Diminuição da gordura dos grandes lábios

QUADRO CLÍNICO 4- Manifestações Urinárias: - Irritabilidade vesical - Resíduo urinário - Cistites / Infecções de repetição - Urgência urinária - Incontinência urinária 5- Manifestações Mamárias: - Atrofia do parênquima  Predomínio gordura - Flacidez - Redução do volume

QUADRO CLÍNICO 6- Sistema tegumentar (pele e anexos): - Pele mais fina, seca e pigmentada - Perda da elasticidade  Rugas - Pêlos: *Diminuem em número e volume *Embranquecem - Cabelos: *Mais finos, frágeis, brancos *Caem mais facilmente

QUADRO CLÍNICO 7- Manifestações Psicogênicas: - Mulher emocionalmente adaptada não sofre grandes perturbações existenciais -  Estrogênio  Atrofia genital Ondas de calor Problemas urinários Influência desfavorável no estado emocional Insegurança no relacionamento familiar, no sexo e na integridade social, com tendência a autonegligência

QUADRO CLÍNICO 8- Manifestações Gerais: - Visão : Presbiopia e dificuldade acomodação - Dentes: Deslocamento e retração gengiva - Obesidade (  metabolismo e atividade física) - Metabolismo glicose não se altera (exceto no diabetes) -  massa e força muscular -  ou  da libido

Perfil Hormonal -  GnRH -  FSH (14 x) -  LH (3 x) -  Androgênio (androstenediona, testosterona) -  Estradiol -  Progesterona

D I A G N Ó S T I C O 1- Anamnese detalhada 2- Exame físico e ginecológico minucioso 3- Exames Complementares: - Citologia oncótica - Colposcopia - Mamografia - US pélvico e endovaginal - Glicemia de jejum - Colesterol total, HDL, LDL, triglicérides - Densitometria óssea

D I A G N Ó S T I C O 4- Outros (de acordo com a necessidade): - Curetagem uterina fracionada - Histerossonografia - Histeroscopia - TSH

T R A T A M E N T O Profilaxia: grande importância -  Expectativa e qualidade de vida - Previne alterações metabólicas e psicológicas  1- Esclarecimentos e orientações 2- Dieta: Hipocalórica, hipogordurosa, rica Ca++ 3- Exercícios físicos: 3 a 5 x / semana ( 1 hora) . Redução peso corpóreo .  massa óssea . Prevenção DCV . Efeitos neuropsíquicos 4- Medicamentoso

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL FAMERP

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL MELHORA MUITO A QUALIDADE DE VIDA TRH TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL INDICADA: Todas as mulheres climatéricas, exceto PARA poucas com contra-indicações MELHORA MUITO A QUALIDADE DE VIDA “ O importante não é viver mais tempo, e sim, viver bem. “ LEMGRUBER, 1999

OBJETIVOS: TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL TRH - Reverter sintomas vasomotores e neuropsíquicos - Melhorar trofismo urogenital / transtornos urinários - Melhorar alterações pele e mucosas - Diminuir o risco de doença cárdio-vascular (DCV) (?) - Previnir osteoporose - Diminuir chance da doença de Alzheimer (DA) etc...

CONTRA- INDICAÇÕES PRECAUÇÕES TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL TRH - Câncer de mama e endométrio não tratados - Hepatopatia aguda - Tromboembolismo agudo - Infarto agudo do miocárdio (???) - Sangramento genital de causa desconhecida PRECAUÇÕES - História familiar de câncer de mama - Antecedentes hiperplasia atípica de mama - Doença auto-imune em atividade e meningioma - Calculose biliar (evitar VO)

- Estrogênios conjugados TRH ESTROGÊNIOS - TRH - Estrogênios conjugados - Estradiol - Valerato estradiol - 17ß estradiol - Hexahidrobenzoato E2 - Promestriene - Estriol

PROGESTOGÊNIOS Coadjuvante para a massa óssea - Agentes que induzem modificações secretoras no endométrio proliferado previamente pelo estrogênio OBRIGATÓRIO EM MULHERES COM ÚTERO ( risco hiperplasia endométrio para 2%) Coadjuvante para a massa óssea (WHITEHEAD, 1982; LINDSAY et al, 1984 e RIBOT et al, 1990)

AÇÕES NO ENDOMÉTRIO TRH - ESTROGÊNIO = Proliferação endometrial - PROGESTERONA = Transformação secretora Previne atipias celulares Adição P à TRE = Caráter protetor endométrio STUDD & PATERSON, 1980; LAGRUVA, 1982

PROGESTOGÊNIOS TRH - Acetato Medroxiprogesterona - Noretisterona (NORETINDRONA) - Acetato noretisterona - Progesterona micronizada - Levonorgestrel - Acetato ciproterona - Tibolona - Norgestimato - Didrogesterona

E P TRH E SISTEMA CÁRDIO-VASCULAR TRH BENÉFICO Prevenção primária Risco DCV em 40 a 50 % LDL e HDL - Efeito inverso HDL LDL Triglicérides P STAMPFER e COLDITZ, 1991; BARRET e BUSH, 1991; ERNEST, 1993; CHAE et al, 1997

A PRINCIPAL CAUSA DA OSTEOPOROSE NA MULHER É A DEFICIÊNCIA ESTROGÊNICA A TERAPIA DE REPOSIÇÃO COM ESTROGÊNIO PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE

E T R H e osteoporose - Melhor agente para prevenção - Manter por vários anos - Benéfico para SNC - quedas fraturas E WEISS et al, 1980; ETTINGER et al, 1985; LINDSAY et al, 1976

TRH - Quando iniciar ? Duração ? Iniciar TRH assim que se confirme declínio função ovário Pelo menos 6 anos em 50% o risco fraturas quadril e punho (Ettinger et al,1985) Período > 10 anos frat. punho/quadril - 50% deformi// vertebrais- 90% (C.D.C, 1991)

- ESTROGÊNIO isolado: - Aumenta o risco TRH E CÂNCER GENITAL TRH CÂNCER DE MAMA Pacientes que já tiveram câncer de mama RR 7 x maior que da população geral CÂNCER DE ENDOMÉTRIO - ESTROGÊNIO isolado: - Aumenta o risco - Associação PROGESTERONA - PROTEGE CÂNCER COLO UTERINO - TRH não interfere CÂNCER OVÁRIO - TRH protege contra carcinoma ovário ARMSTRONG, 1988; DUPONT & PAGE, 1991; STEIMBERG et al, 1991; GRADY et al, 1992; SILLEROS-ARENAS, 1992 ; COLDITZ et al, 1993

TRH EM SITUAÇÕES ESPECIAIS HIPERTENSÃO ARTERIAL: . Não contra-indica TRH TROMBOEMBOLISMO: . Maioria dados epidem. não associa TRH e TVP TVP - AGUDA contra-indicação - ANTERIOR ESTRADIOL + P natural OBS: TRH e TVP = controvérsias pós WHI MIOMAS UTERINOS E + P LIP et al, 1994; COLDITZ et al, 1995; LEMGRUBER et al, 1999

+ P = diminui triglicérides TRH EM SITUAÇÕES ESPECIAIS TRH DIABETES MELLITUS : . VT melhora sensibilidade insulina (LINDHEIM et al, 1996) TRIGLICÉRIDES : E = VO - aumenta triglicérides (STEVENSON et al, 1997) VT - diminui triglicérides + P = diminui triglicérides ENDOMETRIOSE (pós Pan-histerectomia) . E + P contínuos ou P isolada (SHOUPE & MISHELL, 1994)

S . E . R . M. - Têm efeito cardioprotetor e ósseo (JORDAN et al, 1997) - Não melhoram fogachos e outros sintomas climat. - NÃO SUBSTITUEM A TRH - Indicação: Pacientes com risco para câncer mama ou com neoplasia tratada. Melanomas. (SEOUD et al, 1993; LAHTI et al, 1993; DELMAS et al, 1997)

ESQUEMAS TERAPÊUTICOS - adaptado de Rodrigues de Lima & Baracat, 1995 E P E P E P E P E S

F I M