Camões Os Lusíadas.

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Transcrição da apresentação:

Camões Os Lusíadas

Biografia 1524 – ano mais provável do nascimento de Camões 1550 – data atribuída ao seu alistamento 1553 – no dia de Corpus Christi, Camões fere Gonçalo Borges, homem dos arreios do paço, que lhe perdoou. Pagou 4.000 reais para piedade. Neste ano parte para a Índia. 1556 – parte da Índia para Moçambique. 1569 – parte de Moçambique para Lisboa. 1572 – primeira edição de Os Lusíadas. D. Sebastião manda dar a Camões a tença anual de 1.500 reis. 1580 – 10 de Junho, morte de Camões em Lisboa.

Camões viveu os últimos anos da sua vida amargurado pela doença e pela miséria. Reza a tradição que, se não morreu de fome, foi devido à solicitude de um escravo, Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. O seu enterro foi feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia de Cortesãos. Um fidalgo seu amigo mandou inscrever-lhe na campa rasa o seguinte epitáfio: “Aqui jaz Luís de Camões príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente e assim morreu.”

Curiosidade O padre Luís António Verney, em meados do séc. XVIII, na carta VI do seu livro VERDADEIRO MÉTODO DE ESTUDAR, pôs em dúvida, pela primeira vez, o valor de Camões. Apontou erros n’OS LUSÍADAS e nas RIMAS. Mais tarde, o padre José Agostinho de Macedo, autor de OS BURROS, escreveu uma CENSURA AOS LUSÍADAS e um poema épico, em dez cantos, intitulado O GAMA, para substituir o poema de Camões. Mas nem todos desdenharam do valor do poeta e, em maior número foram os que se levantaram elogiando os seus dotes literários. Muitos anos após a sua morte, os restos mortais do poeta foram transferidos para um túmulo colocado no Mosteiro dos Jerónimos, onde pode ser visitado.

LUSÍADAS Qual o significado da palavra? - Camões adoptou esta palavra para título da sua epopeia como sinónimo de Os Portugueses, descendentes de Luso, pastor lendário da Lusitânia e filho ou companheiro de Baco.

Fontes de Os Lusíadas Nacionais Literárias: A Castro Trovas à Morte de Inês de Castro Memorial das Proezas da Segunda Távola Redonda Históricas: Crónicas (de Fernão Lopes; Zurara; Rui de Pina; Duarte Galvão; Frei João Álvares) Em André de Resende encontrou o título do poema e em Pedro Nunes (tratado da Esfera) as informações de astronomia que enriquecem o poema.

Estrangeiras: Epopeias clássicas (Ilíada; Odisseia; Eneida); Fastos; Metamorfoses; Geórgicas ( sugerem-lhe a dedicatória que não existia nas outras); Orlando Innamorato, de Boiardo; Orlando Furioso; de Ariosto – que lhe fornece a rima em oitavas; Divina Comédia; Bíblia; História de muitos povos orientais; Obras de natureza filosófica e científica; Obras de Garcia da Horta; Obras de Ptolomeu; …/…

LUSÍADAS - CANTO PRIMEIRO 1 As armas e os barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram;

Influência de Virgílio "Eneida“ Arma uirumque cano, Troae qui primus ab oris Italiam, fato profugus, Lauiniaque uenit Litora; multum ille terris iactatus et alto Vi Superum, saeuae memorem Iunonis ob iram; Multa quoque et bello passus, dum conderet urbem, Inferretque deos Latio: genus unde Latinum, Albanique patres, atque altae moenia Romae. Tradução: Canto as armas e o varão, o primeiro que, das plagas troianas, perseguido pelo destino, aportou à Itália e às praias de Lavínio, tão acossado cm terra e mar pelo poder dos deuses das alturas, devido à ira desperta de Juno cruel, e sofreu também muito na guerra, até fundar a cidade e trazer os deuses para o Lácio. Daí vem a raça latina, os nossos pais Albanos e da alta Roma as muralhas. (I, 1-7)

Estrutura externa 10 cantos (com número variável de estrofes) Oitavas Versos decassílabos heróicos Esquema rimático abababcc (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois últimos).

Canto N.º estâncias Assuntos I 106 II 113 III 143 IV 104 V 100 VI 99 Proposição, Invocação, Dedicatória, Narração da viagem Moçambique-Melinde II 113 Narração da viagem Moçambique-Melinde III 143 Estadia em Melinde e narração da História de Portugal IV 104 V 100 Narração da viagem Belém – Melinde VI 99 Narração da viagem Melinde - Calecut VII 87 Estadia na Índia VIII IX 95 Regresso e estadia na Ilha dos Amores X 156 Estadia na Ilha dos Amores, Regresso a Portugal e invectiva a D. Sebastião

Estrutura interna Camões respeitou com bastante fidelidade a estrutura clássica da epopeia. N’ Os Lusíadas são claramente identificáveis quatro partes. Proposição — O poeta começa por declarar aquilo que se propõe fazer, indicando de forma sucinta o assunto da sua narrativa; propõe-se, afinal, tornar conhecidos os navegadores que tornaram possível o império português no oriente, os reis que promoveram a expansão da fé e do império, bem como todos aqueles que se tornam dignos de admiração pelos seus feitos.

Invocação — O poeta dirige-se às Tágides (ninfas do Tejo), para lhes pedir o estilo e eloquência necessários à execução da sua obra; um assunto tão grandioso exigia um estilo elevado, uma eloquência superior; daí a necessidade de solicitar o auxílio das entidades protectoras dos artistas. Dedicatória — É a parte em que o poeta oferece a sua obra ao rei D. Sebastião. A dedicatória não fazia parte da estrutura das epopeias primitivas; trata-se de uma inovação posterior, que reflecte o estatuto do artista, intelectualmente superior, mas social e economicamente dependente de um mecenas, um protector. Narração — Constitui o núcleo fundamental da epopeia. Aqui, o poeta procura concretizar aquilo que se propôs

Estrutura da narração A narração d’ Os Lusíadas tem uma estrutura muito complexa, o que decorre dos objectivos que o poeta se propôs. Desenvolve-se em quatro planos diferentes, mas estreitamente articulados entre si.

Plano da viagem A acção central do poema é a viagem de Vasco da Gama. No entanto, tratava-se de um acontecimento relativamente recente e historicamente documentado. Para manter a verosimilhança, o poeta estava obrigado a fazer um relato relativamente objectivo e potencialmente monótono, o que constituía um perigo fatal para o seu projecto épico. Daí que Camões tenha sentido a necessidade de introduzir um segundo nível narrativo.

Plano mitológico Camões imaginou um conflito entre os deuses pagãos: Baco opõe-se à chegada dos portugueses à Índia, pois receia que o seu prestígio seja colocado em segundo plano pela glória dos portugueses, enquanto Vénus, apoiada por Marte, os protege. O recurso aos deuses pagãos é mais uma forma de o poeta engrandecer os feitos dos portugueses.

Plano da História de Portugal O objectivo de Camões era enaltecer o povo português e não apenas um ou alguns dos seus representantes mais ilustres. Não podia por isso limitar a matéria épica à viagem de Vasco da Gama. Tinha que introduzir na narrativa todas aquelas figuras e acontecimentos que, no seu conjunto, afirmavam o valor dos portugueses ao longo dos tempos. E fê-lo, recorrendo a duas narrativas secundárias, inseridas na narrativa da viagem, cujo narrador é o poeta.

Plano das considerações do poeta Por vezes, normalmente em final de canto, a narração é interrompida para o poeta apresentar reflexões de carácter pessoal sobre assuntos diversos, a propósito dos factos narrados.