Carolina Romero Machado

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Transcrição da apresentação:

Carolina Romero Machado Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Hospital Universitário Gafrée e Guinle Disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias LEPTOSPIROSE Carolina Romero Machado

INTRODUÇÃO Doença infecciosa febril aguda, potencilmente grave, causada por cepas patogênicas do gênero Leptospira Zoonose de distribuição global Assintomática ou grande variedade de sinais e sintomas Prevalência????

Epidemiologia Notificação compulsória SVS/MS 2001-2007: 23.554 casos confirmados, 2.656 óbitos Padrão endêmico, com surtos epidêmicos

Epidemiologia Sexo masculino Id: 20 a 45 anos Urbana Relato: exposição água, esgoto e ratos peri- domicílio ou trabalho

Epidemiologia Agente etiológico: espiroqueta gênero Leptospira L. interrogans L. biflexa 250 sorovar patogênicas Homologia DNA: 13 espécies Não-patogênicas: L. biflexa, L. meyeri, L. wolbachii Patogênicas: L. interrogans (Icterohaemorrhagie e Copenhagi), L. borgpetersenii, L. inadai, L. noguchi, L. santarosai, L. weilii, L. kirshneri, L. alexanderi, L. fainei

Microscopia por técnica de varredura

Corkscrew-shaped Leptospira borgpetersenii serovar Hardjo appear bright green. The bright-blue areas are nuclei of hamster liver cells. Red blood cells present in the tissue are light orange. Photo by Ami Frank. www.ars.usda.gov

Epidemiologia Portadores: Via transmissão: roedores peridomiciliares e silvestres (Rattus norvecigus, Rattus rattus) Cães, gatos, bois, cavalos, porcos, ovelhas Via transmissão: contato direto ou indireto com leptospiras eliminados na urina Pele lesada, mucosa intacta ou não Imersão prolongada

Epidemiologia Período de incubação: 1 a 2 semanas (2 a 30 dias) Imunidade: sorovar específica

Patogenia Bifásica: Fase de bacteremia: sangue e LCR, duração: 4 a 7 dias Fase imune: aparecimento Ac, presença na urina, duração: 10 a 30 dias

Patogenia Leptospirosis. A literature review. Rev Chil Infect 2007; 24 (3): 220-226

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Manifestações clínicas variáveis com diferentes graus de gravidade 15-40% expostos, assintomáticos Forma anictérica Forma ictérica

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Meningite (primeira e segunda fases) Porta de entrada Febre (início subito) Hepatite (principalmte canalicular) Disseminação Nefrite (hipocalemia) Exantema (vasculite e ictericia) Mialgias (panturrilhas e lombar) Excreção

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Forma anictérica: 90% casos Febre início súbito, contínua, calafrios Cefaléia, mialgia (panturrilhas), anorexia, prostração, hiperemia conjuntival Dor abdominal, náuseas, vômitos, diarréia Epistaxe Tosse, dor torácica, hemoptise Exantema máculo-papular, urticariforme Hepatomegalia, esplenomegalia Sinais irritação meníngea, confusão, sonolênica Miocardite

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA Forma ictérica: 5-10% casos Letalidade 10-40% Início ≈ forma anictérica 4-9 dias de doença → Doença de Weil (icterícia, disfunção renal, fenômenos hemorrágicos) Alterações hemodinâmicas, cardíacas, SNC e pulmonares Icterícia rubínica Alteração hepática, hepatomegalia, dor abdominal IRA: pior prognóstico Comprometimento pulmonar

Lomar, Veronesi, Brito, Diament, 1996

Lomar, Veronesi, Brito, Diament, 1996

Diagnóstico diferencial Forma anictérica: Influenza Dengue Sepse Febre tifóide Malária Pielonefrite Forma ictérica: Febre amarela Hepatite viral Colangite, colecisitite, coledocolitíase

Exames laboratoriais Leucocitose, neutrofilia, desvio E Plaquetopenia Anemia Aumento TGO, TGP, FA, GGT Bilirrubinas (BD>BI) elevadas Uréia, creatinina elevadas com K+ normal TAP, PTT prolongados VHS elevado

Exames laboratoriais CK, CK-MB EGC EAS: leucócitos, hematúria, cilindros granulares, proteinúria LCR: pleocitose, MN>PMN, proteína aumento discreto, baciloscopia ausência RX tórax PA, perfil

Exames laboratoriais Cultura para leptospirose (meio de Fletcher ou EMJH) PCR ELISA-IgM Macroaglutinação Microaglutinação (MAT) Campo escuro Imunohistoquímica

Tratamento Antibioticoterapia Medidas de suporte Até 5 dia de doença Penicilina cristalina: 6 a 12 milhões UI/d – 4/4 ou 6/6h (50 a 100 mil UI/Kg/dia) – 7 a 10 dias Ampicilina 4g/dia adultos e 50 a 100mg/Kg/dia Tetraciclina 2g/dia ou Doxiciclina 100mg 12/12h Medidas de suporte

PREVENÇÃO Proteção individual Controle roedores Educação em saúde Profilaxia pós-exposição Exposição curta Doxicilina 200mg 1xsemana