Tratamento da Tuberculose

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Transcrição da apresentação:

Tratamento da Tuberculose Charles Soares Gabrielle Assumpção

Fármacos utilizados Isoniazida (H) Rifampicina (R) Pirazinamida (Z) Etambutol (E) Estreptomicina (S) Tioacetazona (T) Oxifloxacin (O) Piridoxamida (15 a 50 mg/dia, minimiza os efeitos adversos da Isoniazida).

Efeitos adversos

Tuberculose Latente

Tuberculose Latente (TBL) O tratamento da TBL atualmente indicado é com a H na dose de 5-10 mg/kg de peso até 300 mg/dia por 6 meses; o prolongamento para 9 meses traz poucas vantagens em relação à probabilidade de doença futura. Obs.: A possibilidade do diagnóstico de TB doença deve ser sempre afastada antes de ser iniciado o tratamento da TBL. Realizar exames laboratoriais para acompanhamento

Tuberculose Ativa Esquema básico (2RHZE/4RH) Indicado para todos os casos novos de todas as formas de TB pulmonar e extrapulmonar (exceto meningoencefalite), bem como para todos os casos de recidiva e retorno após abandono Realizar exames laboratoriais para acompanhamento Tuberculose Ativa

Esquema básico

Tuberculose Meningoencefálica Esquema para meningoencefalite (2RHZE/7RH) Na forma meningoencefálica, é recomendado o uso concomitante de corticosteroide v.o. (prednisona na dose de 1-2 mg/kg/dia por 4 semanas) ou i.v. nos casos graves (dexametasona na dose de 0,3-0,4 mg/kg/dia por 4-8 semanas) com redução gradual da dosagem nas 4 semanas subsequentes (Quadro 6).(72) 

Esquema da Meningoencefalite

Esquema para crianças Para crianças (pacientes com menos de 10 anos de idade), continua o tratamento atual com três medicamentos: R (10 mg/kg), H (10 mg/kg) e Z (35 mg/kg). Novas formulações em comprimidos dispersíveis estão sendo elaboradas. Uma das justificativas para a não utilização do E em crianças é a dificuldade de identificar precocemente a neurite ótica (reação adversa ao uso do E) nessa faixa etária. 

TBMR Os pacientes que não se curam após tratamento com os esquemas padronizados pelo MS, portadores, em geral, de bacilos resistentes a mais de duas drogas, incluindo R e H, constituem um grupo de doentes classificados no Consenso Brasileiro de Tuberculose, em 1997, como portadores de tuberculose multirresistente (TBMR). A este grupo são agregados os pacientes que apresentam resistência primária a R, H e a outras drogas utilizadas, geralmente a S e/ou E.

Esquema para TBMR Esquema para TBMR (2S5EOZT/4S3EOZT/12EOT) Será padronizado e composto de cinco medicamentos (SEOZT) na fase intensiva e três medicamentos na fase de manutenção (EOT).

Esquema para TBMR

Esquema para TBMR

Esquema para TBMR A S deverá ser utilizada 5 dias por semana nos 2 primeiros meses, seguido de 3 vezes por semana nos 4 meses subsequentes. O regime de tratamento deve ser supervisionado, com duração de 18 meses, e acompanhado em uma unidade de referência terciária.

Outros esquemas As indicações de 2S5EOZT/4S3EOZT/12EOT são as seguintes: Falência ao esquema básico, com resistência à R + H ou R + H + outro fármaco de primeira linha. Impossibilidade de uso do esquema básico por intolerância a dois ou mais medicamentos.

Recomendações Todos os casos de falência ou de TBMR, além dos que necessitem de esquemas especiais, devem ser encaminhados para os centros de referência, notificados no Sistema TBMR e encerrados no SINAN. Até que a formulação 4 em 1 esteja disponível e a capacitação dos profissionais de saúde do PCT realizada, continua sendo preconizado o esquema RHZ. Continuarão disponíveis as medicações em formulações individualizadas em comprimidos (R, 300 mg; R, 150 mg; H, 100 mg; H, 300 mg; Z, 500 mg; e E, 400 mg), e em suspensão (R a 2% e Z a 3%) para a composição dos esquemas especiais. Para os casos de coinfecção TB\HIV-AIDS que necessitem de terapia ARV incompatível com o uso de R (inibidores de protease), a rifabutina estará disponível para a composição do esquema básico, no lugar da R.

Casos especiais TB em diabéticos Considerar a extensão do tratamento para 9 meses e substituir o hipoglicemiante oral por insulina durante o tratamento (manter glicemia de jejum ≤ 160 mg/dL). TB na gestante Indicada a piridoxina (50 mg/dia) durante a gestação pelo risco de crise convulsiva no recém-nato (devido à H). O esquema RHZE pode ser administrado nas doses habituais. No entanto, a R não deve ser administrada em doses aumentadas em esquemas intermitentes devido ao risco de hipoprotrombinemia e sangramento. Há contraindicação de uso de Et, S e quinolonas em grávidas.

Casos especiais TB na insuficiência renal R, H e Z são seguras e podem ser prescritas nas dosagens normais. O tratamento somente é modificado em casos de insuficiência renal com clearance de creatinina ≤ 30 mL/min ou em diálise. Recomenda-se evitar S e E; caso não haja outra alternativa, administrá-las em doses reduzidas e com intervalos maiores. O esquema mais seguro é 2HRZ/4HR.(89) Na impossibilidade do uso do esquema básico, outros medicamentos são recomendados (Quadro 8).

Casos especiais Hepatopatias e TB Solicitar exames laboratoriais (ALT/AST, bilirrubinas e fosfatase alcalina) no início e durante o tratamento de paciente adulto com história de:  - consumo de álcool - doença hepática ou hepatite (passada ou atual) - em uso de outras medicações hepatotóxicas - infecção pelo HIV Em caso de hepatite ou doença hepática sem fator etiológico aparente, solicitar também marcadores de hepatite viral. O aumento de fosfatase alcalina e/ou bilirrubina, com pouco ou nenhum aumento da ALT (anteriormente denominada TGP), indica colestase. O aumento de ALT (TGP) é mais específico para dano hepatocelular que AST (TGO), que pode também ser indicativo de anormalidades em músculo, coração ou rim

Esquema para hepatopata Hepatopatia antes do inicio do tratamento: Doença hepática (porém sem cirrose) estável ou instável + exames basais (antes do início do tratamento), mostrando: > ALT/AST > 3 × LSN = RHE por 9 meses (LSN = limite superior da normalidade) > ALT/AST ≤ 3 × LSN = RHZE por 6 meses Cirrose hepática = RE + (levofloxacina ou moxifloxacina ou O ou cicloserina) por 12-18 meses  Doença hepática crônica estabelecida > Sem evidências clínicas de doença e com ALT/AST ≤ 3 × LSN » RHZE normalmente (mesmo que sejam portadores de vírus da hepatite ou tenham antecedentes de hepatite aguda ou hábitos alcoólicos excessivos). Acompanhar com exames laboratoriais periódicos.(88) > Com evidências clínicas de doença ou com ALT/AST > 3 × LSN » 2HRES/6HE ou 2HRE/6HE ou 2HSE/10HE ou 3SEO/9EO

Novos medicamentos para o tratamento da TB Os estudos para o desenvolvimento e a validação de novos medicamentos anti-TB devem objetivar:  * Encurtar o tempo de tratamento da TB doença e da TBL; * Reduzir a interação medicamentosa com os ARV; * Encontrar alternativas terapêuticas para o tratamento da TBMR.

Novos medicamentos

Tratamento cirúrgico As principais indicações cirúrgicas em casos de TB pulmonar ativa são:  TBMR Efeitos adversos graves aos fármacos anti-TB Hemoptise não controlada e/ou de repetição Complicações: empiema, pneumotórax e fístula broncopleural Linfoadenomegalias com compressão da árvore traqueobrônquica  As indicações de tratamento cirúrgico sem TB em atividade (sequela ou resíduo) são: Resíduo pulmonar sintomático (infecções repetidas e/ou hemoptise) Lesão pulmonar cavitária sintomática colonizada por fungos Complicações: empiema, pneumotórax e fístula broncopleural  Para diferenciar entre TB e câncer pulmonar

As indicações cirúrgicas na TBMR são: a) Persistência da positividade no escarro b) Doença localizada, geralmente cavitária, com grande risco de recidiva e que mantém cavernas sem sinais de regressão durante o tratamento e nos casos de pulmão destruído c) Perfil de grande resistência a pelo menos quatro fármacos  d) Múltiplas recidivas e) Hemoptises repetidas e/ou infecção secundária Em algumas circunstâncias, mesmo pacientes com TB sensível aos fármacos podem ter indicação cirúrgica(114[4]),(115[3B]): Intolerância extrema aos medicamentos anti-TB; Tratamento não concluído, mesmo após várias tentativas; Hemoptises volumosas incontroláveis; Lesões nodulares ou massas, em que não é possível excluir malignidade.