PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA CORPORAL

PERCEPÇÃO O termo “percepção corporal” é freqüentemente utilizado em conjunto com os termos “imagem corporal” e “esquema corporal”, (GALLAHUE & OZMUN) consideram que este fato ocorre por que os mesmo referem-se à capacidade em desenvolvimento na criança, de discriminar suas partes corporais. (COMPAGNONI)

Esta habilidade, juntamente com o fato de obter maior entendimento de como este processo ocorre, se dá em três etapas: Conhecimento do corpo e o desenvolvimento da capacidade de localizar precisamente em si e nos outros, partes do corpo; Conhecimento da funcionalidade de cada parte deste corpo; Reconhecimento de como fazer estas partes do corpo se movimentarem eficientemente. (COMPAGNONI)

Para Nanni (2003) percepção é o nosso modo de conhecer, através dos sentidos, a imagem do corpo. Esta é construída através da nossa experiência, associada à personalidade do ser, que é carregada de atitudes emocionais que para se manifestar, dependem de canais de aberturas do nosso corpo. (COMPAGNONI)

A sensualidade da dança, por exemplo, é desempenhada pelo papel preponderante de correntes eróticas viabilizadas por esses canais. Por exemplo, no adulto, a consciência da imagem do corpo é mascarada ou castrada pelo conflito de valores éticos, étnicos, sociais, morais, dentre outros, expressos pelos binômios emoção x razão, sensualidade x comedimento e liberação x repressão que tolhem esses canais de aberturas. (NANNI) (COMPAGNONI)

(TAVARES, GALLAHUE , OZMUN, NANNI) IMAGEM CORPORAL Imagem corporal é a maneira que nosso corpo aparece para nós mesmos. É a representação mental de nosso próprio corpo, ou percepção que temos dele. (TAVARES, GALLAHUE , OZMUN, NANNI) (COMPAGNONI)

Imagem corporal engloba todas as formas pelas quais uma pessoa experiencia e conceitua seu próprio corpo. (TAVARES) É um conjunto de informações que constituem um sujeito diante de si, do outro e do mundo. (FERREIRA & MACHADO) Esta percepção pode ser flexível (BECKER JR.) e modificada conforme as experiências corporais específicas que são consideradas agradáveis. (SCHILDER) (COMPAGNONI)

Está relacionada à imagem interna que a criança tem de seu corpo e o ponto até o qual essa imagem corresponde à realidade. Diz respeito a autopercepção da altura, peso, forma e de características individuais, o que afeta muitas vezes, no modo que nos comparamos aos outros. Para os autores, o estabelecimento de uma imagem corporal realista é importante na infância e na posteridade, pois apresenta um vínculo com a auto-estima. (GALLAUHUE) (COMPAGNONI)

A imagem corporal reflete a história de vida, o percurso de um corpo, cujas percepções integram a sua unidade e marcam a sua existência no mundo a cada instante, sendo assim nossa história é a historia de nossas experiências perceptivas. Um corpo possui identidade singular e é sempre um corpo humano existindo ao mesmo tempo em todos os seus aspectos, tanto fisiológico, afetivo como social. (TAVARES) (COMPAGNONI)

Os autores abordam que a experiência da nossa imagem corporal e a experiência dos corpos dos outros estão interligados, ou seja, assim como as nossas emoções e ações são inseparáveis da imagem do corpo, as emoções e ações dos outros são inseparáveis de seus corpos. (COMPAGNONI)

A imagem corporal reflete de modo intrínseco, a maneira como nos apresentamos no mundo. É a partir do nosso contato com o nosso corpo que conheceremos o universo, pois a percepção do mundo e de nós mesmos ocorre através de nosso corpo. Este carrega a memória de nossa existência, onde cada memória representa uma história de relação com o mundo. (TAVARES) (COMPAGNONI)

CONSCIÊNCIA CORPORAL A consciência do corpo é o reconhecimento consciente do conjunto de estruturas representativas, simbólicas e semióticas que servem de base à ação motórica. Ela se estrutura através da noção de imagem do corpo e dos meios de ação que estabelecem com a percepção e a memória, a formação do esquema corporal – intérprete ativo e passivo da imagem do corpo. (Barros, 1998) sob esse enfoque, a consciência corporal tem fortes implicações com elementos neuro-psico-fisiológicos, sócio-afetivos e histórico-culturais. (NANNI) (COMPAGNONI)

AUTO-CONCEITO É a percepção que o indivíduo tem de suas características, atributos e limitações. É como o indivíduo se vê, sem emitir julgamento pessoal ou comparar-se com os outros. (GALLAHUE & OZMUN) (COMPAGNONI)

AUTO-ESTIMA É o valor que o indivíduo atribui as suas características peculiares, atributos e limitações. Os autores mencionam que Weiss (1987) indicou que a auto-estima representa a avaliação e o componente efetivo do auto-conceito do indivíduo, ou seja, refere-se aos julgamentos qualitativos e sentimentos vinculados às descrições que o indivíduo atribui de si. (COMPAGNONI)

Enquanto o auto-conceito é, simplesmente, a percepção do indivíduo de si, a auto-estima é o valor que o indivíduo atribui a essas percepções. (GALLAHUE & OZMUN) (COMPAGNONI)

AUTO-CONFIANÇA Significa a crença do indivíduo em sua habilidade de desempenhar tarefa mental, física ou emocional. Pessoas auto-confiantes acreditam que elas possam fazer com que as coisas aconteçam de acordo com seus desejos. (GALLAHUE & OZMUN) (COMPAGNONI)

NANNI, D. Ensino da Dança. Rio de Janeiro: Shape, 2003. AZEVEDO, N. S. N. O Esquema Corporal e a Concepção Psicogenética de Henri Wallon. In THOMPSON, R.; FERREIRA, C. A. de M. (org.) Imagem e Esquema Corporal: uma visão transdisciplinar. São Paulo: Lovise, 2002. BECKER JR, B. Manual de Psicología del Deporte & Ejercicio. Novo Hamburgo: Feevale, 2001. FERREIRA, C. A. de M.; MACHADO, R. Um Estudo da Imagem Corporal sob a Ótica da Consciência e do Inconsciente. In THOMPSON, R.; FERREIRA, C. A. de M. (org.) Imagem e Esquema Corporal: uma visão transdisciplinar. São Paulo: Lovise, 2002. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 2.ed. São Paulo: Phorte, 2003 NANNI, D. Ensino da Dança. Rio de Janeiro: Shape, 2003. SCHILDER, P. Imagen y apariencia del cuerpo humano. México: Piados, 1994. TAVARES, M. da C. G. C. F. Imagem Corporal: conceito e desenvolvimento. São Paulo: Manole, 2003. (COMPAGNONI)

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