Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de 2010. 1.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
SETOR EXTERNO DA ECONOMIA BRASILEIRA
Advertisements

SUMÁRIO 1. CENÁRIO INTERNACIONAL 2. CENÁRIO NACIONAL
A economia americana, o padrão dólar flexível e a expansão mundial nos anos 2000 Franklin Serrano 30/11/09.
Franklin Serrano IE-UFRJ (Campinas, 1 outubro 2009)
Conjuntura Brasileira Antonio Licha Perspectivas para 2010.
Assessoria Econômica da FEDERASUL Crise Financeira e o Impacto na Economia Mundial.
A Crise Internacional e os Efeitos no Brasil e no Mundo
1 Assessoria Econômica da FEDERASUL A Crise Internacional e os Impactos no Brasil.
Brasília, março de 2009 A crise internacional e repercussões: situação brasileira em março de 2009 Jorge Abrahão de Castro IPEA.
Preços e produto numa economia aberta
Balanço de Pagamentos 1- Transações correntes
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PARANÁ - FESP
2a Conf. Int. de Crédito Imobiliário 19 de Março de 2010
PERPECTIVAS DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
O Mercado de Bens em uma Economia Aberta
Anos 1980: Rumo perdido.
Perspectiva do crescimento brasileiro
Balanço de Pagamentos Prof. Ricardo Rabelo
Governo do Estado de Sergipe Secretaria de Estado da Fazenda AUDIÊNCIA PÚBLICA 3º Quadrimestre 2008 Fev/ AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação do Cumprimento.
O Brasil e a Superação da Crise Internacional
Balanço da Atuação do Governo
Da crise ao crescimento: a experiência do Brasil MINISTRO GUIDO MANTEGA Rio de Janeiro, 07 de julho de 2004 II SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE FUNDOS DE PENSÃO.
Cenário para 2006/2007 Aliança José Márcio Camargo Novembro 2006.
PIB TRIMESTRAL Bahia – 4º Trimestre de 2009 Bahia – 4º Trimestre de 2009 CONJUNTURA ECONÔMICA: 2011 DILMA_100 dias.
Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos
RESPOSTAS DAS QUESTÕES CAP. 12 E 16
Economia brasileira MILAGRE BRASILEIRO – AUGE E CRISE – cap. 9
Economia Internacional CEAV Parte 7
O PLANO DE METAS Expandir e diversificar a indústria
A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR
A INFLAÇÃO E O PAEG Em 1964, a inflação acelerou e aumentou o déficit do balanço de pagamentos; No início do governo militar, a estabilização da inflação.
CONJUNTURA E PERSPECTIVAS
II - A Evolução Recente da Economia Portuguesa. II - A Evolução da Economia Portuguesa 1) Os choques políticos e internacionais em e os Acordos.
Parte II: Determinantes do Produto
Instituto de Economia – UFRJ
Economia Internacional Exercícios - IS-LM-BP
Perspectivas da Indústria Brasileira
1 ESTÁGIO AVANÇADO DA INTERNACIONALIZAÇÃO CRISE NA PRODUÇÃO : CICLO DE BAIXA 2002 AMBIENTE MUNDIAL.
“ A BALANÇA COMERCIAL SOBRE O REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE” Barros & Giambiagi. Brasil globalizado: o Brasil em um mundo surpreendente. Ed. Campus, 2008.
1 TEORIA MACROECONÔMICA II ECO1217 Tema: Sustentabilidade dos Déficits em Conta Corrente Aula 19 20/05/07.
Macroeconomia Política Fiscal
Estabilização Macroeconômica, Retomada do Desenvolvimento e Crise Mundial Domingos R. Pandeló Jr
Contabilidade Nacional
Economia Brasileira1 Política Econômica Externa e Industrialização:
O Setor Externo da Economia
Slide 1© 2011 Pearson Prentice Hall. Todos os direitos reservados. Abertura dos mercados de bens e dos mercados financeiros C A P Í T U L O 18 © 2011 Pearson.
Prof. Dr. Mário Vasconcellos
Introdução à Macroeconomia
A MACRO E MICRO ECONOMIA
Cenário Macroeconômico Junho China Economia da China parece estar se estabilizando após ações do governo para estimular o crescimento. Ainda assim,
Déficit Público e Dívida Pública
Crise internacional e a resposta do Brasil
Desafios de política monetária Março de 2010 Fundo Monetário Internacional Nicholas Staines FMI, Departamento de África
Poupança Externa e Crescimento Econômico : uma crítica a “ortodoxia convencional” Prof. José Luis Oreiro Departamento de Economia – UNB Pesquisador Nível.
TEORIA ECONÔMICA Objetivo: Analisar como são determinados os preços e as quantidades dos bens e serviços produzidos em uma economia Teoria Neoclássica.
Maior juros real do mundo: Custos, justificativas, eventuais benefícios e riscos 1)Comparação entre os países emergentes. 2)Custos dos juros mais altos.
CENÁRIO ECONÔMICO. MUDANÇA DE RUMO DE POLITICA ECONÔMICA  FIM DE POLITICAS ANTICÍCLICAS BASEADO NO ESTIMULO DA DEMANDA  AJUSTE FISCAL  REALINHAMENTO.
A Política Econômica do Governo Lula: avaliação e agenda de reformas
ECONOMIA BRASILEIRA II
Harcourt, Inc. items and derived items copyright © 2001 by Harcourt, Inc. Macroeconomia Aberta: Conceitos Básicos Capítulo 31.
ESTABILIDADE DE PREÇOS VERSUS ALTO NÍVEL DE EMPREGO POLÍTICAS MACROECONÔMICAS PARA ATINGÍ-LAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS E POSITIVAS PARA A ECONOMIA.
MECANISMOS DE INTERVENÇÃO NA ECONOMIA
“ China: os limites do crescimento econômico e suas repercussões internacionais Palestra no IFHC Ilan Goldfajn.
Cenário Macroeconômico Abril/2016. Economia Internacional Economia Doméstica.
Ministério da Fazenda 1 Crise Mundial, Desafios e Potencialidades para o Brasil Instituto de Economia - Unicamp Guido Mantega 29 de agosto de 2008.
A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2006 Guido Mantega Presidente do BNDES Março 2006.
Parte IV: Transformações Econômicas nos Anos Recentes Capítulo 20: O Brasil e o Fluxo de Capitais: Dívida Externa, sua Crise e Reinserção nos anos 90.
ECONOMIA – Micro e Macro 1 Definição: inflação é o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços. Custos gerados pela inflação: a distribuição.
Transcrição da apresentação:

Contas Externas Brasileiras Carlos Thadeu de Freitas Gomes Seminário APIMEC 40 anos Rio de Janeiro, 17 de Maio de

Déficits na Conta Corrente do Balanço de Pagamentos: Excesso de importações sobre exportações de bens e serviços; Excesso de demanda doméstica (gastos internos com consumo das famílias, governos e investimentos) sobre o produto; Excesso de investimentos sobre a poupança doméstica. Superávit em Conta corrente: Exportações líquidas positivas, com excedente de exportações sobre importações; País produz mais do que consome, demanda doméstica menor do que o produto interno; Excesso de poupança doméstica sobre os investimentos. Contas Externas: Algumas definições 2

Aumento do déficit : Aumento do consumo das famílias, redução da poupança doméstica, aumento dos gastos públicos, redução da poupança pública e aumento dos investimentos. Aumento no déficit em conta corrente 3 Maior consumo e maior investimento na economia, financiado através do aumento das importações e do fluxo de capital externo. Gera necessidade de financiamento externo, e possíveis pressões no câmbio nominal e nos preços (dependendo dos fluxos externos e do grau de abertura às importações).

Pré-condições para o auge (milagre): Reformas e políticas restritivas pós 64: Redução do déficit público; Investimentos públicos; Estímulos à importações e à entrada de capital estrangeiro. Política cambial adequada. Alta liquidez internacional. Determinantes de declínio: Crise do petróleo Reversão dos fluxos de capitais externos; Agravamento do déficit em conta corrente. Esgotamento da política de substituição de importações. Modelo Stop and go: dominância fiscal Anos 70: auge e declínio da economia brasileira 4

Países latino-americanos ricos em recursos naturais se beneficiaram da alta dos preços das commodities (início dos anos 2000), que levou à: Superávits em conta corrente Grandes fluxos de capital estrangeiro Valorização da taxa de câmbio Acúmulo de reservas Redução do endividamento externo Possibilidade de resposta ao choque externo de 2008 através de políticas anti-cíclicas. BRASIL e ciclo de commodities: Commodities e derivados correspondem a 2/3 das exportações A descoberta do pré-sal vai consolidar a posição do país no mercado de commodities mundial. A grande moderação e o boom recente das commodities 5

Se o crescimento acelerar no Brasil, o país terá que conviver com déficits em conta corrente já que possui uma taxa de poupança baixa; Os déficits nem sempre são prejudiciais, como no caso da Austrália que convive bem com eles há anos. O excesso de demanda no Brasil vem sendo induzido pela política fiscal expansionista que gera um crescimento do PIB acima do seu potencial; Sustentabilidade da poupança externa: Complementar a poupança doméstica como no auge da década de 70. Pós Crise: Reversão nas Contas Externas no Brasil 6

Evolução do Saldo em Conta Corrente no Brasil 7

Importações e Investimentos 8

Os déficits e superávits podem refletir uma alocação eficiente de fatores. Contudo, eles se tornam prejudiciais quando contribuem para distorções ou a má-precificação de riscos. Ajuste na economia norte americana: menor participação do consumo e mercado imobiliário e maior participação das exportações e dos investimentos em seu crescimento: O déficit em conta corrente já se reduziu de 6% para 3% do PIB em 2009 e a taxa de poupança privada aumentou. Riscos: tendência de aumento do déficit público no longo prazo. Efeito crowding out do investimento privado. Ajuste na economia global: Os Estados Unidos tem que consumir não muito mais do que produz e os países superavitários têm que depender menos da demanda externa. Desequilíbrios Globais 9

Curto Prazo: Dominância fiscal sobre a política monetária Juros altos e efeito deslocamento sobre os investimentos privados. Longo Prazo: Financiamento externo frágil, aliados à volta a normalidade das políticas monetárias dos países centrais Redução da liquidez externa; Aumento do custo de oportunidade de investimentos e aplicações financeiras. Cenário Atual: Favorável, mas com riscos 10