AULA - 1 CRÍTICA TEXTUAL.

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RESENHA.
Transcrição da apresentação:

AULA - 1 CRÍTICA TEXTUAL

CONCEITO Crítica Textual é, essencialmente, a atividade filológica de um grupo mais amplos de atividades definido como Ecdótica ou Edótica A crítica textual é, desde os tempos mais remotos dos estudos lingüísticos, a atividade básica dos trabalhos filológicos, tendo-se, muitas vezes, confundido a Filologia com a Crítica Textual.

EDCÓTICA OU EDÓTICA Ecdótica ou Edótica trata de todo o processo de preparação e realização da edição de um texto, inclusive por meio de processos mecânicos, que incluem também a preparação desse material para a publicação.  Disciplina que trata da edição de um texto, segundo os critérios filológicos. A ecdótica é mais abrangente que a crítica textual, pois trata de todos os aspectos de um edição, mesmo daquele não lingüísticos, tais como a disposição da mancha, dos títulos, o uso diferenciado dos caracteres gráficos, conjunto de ilustração.

FILOLOGIA A Filologia é o conjunto das atividades que se ocupam metodicamente da linguagem do homem e das obras de arte escritas nessa linguagem. Como se trata de uma ciência muito antiga, e como é possível ocupar-se da linguagem de muitas e diferentes maneiras, o termo Filologia tem um significado muito amplo e abrange atividades assaz diversas. Uma de suas formas mais antigas, a forma por assim dizer clássica e até hoje considerada por numerosos eruditos como a mais nobre e a mais autêntica, é a edição crítica de textos.

DELIMITAÇÃO A Crítica Textual, com o seu método rigoroso de investigação histórico-cultural e genética, toma os textos como expressões da cultura pessoal ou social, com as preocupações fundamentais de averiguar a autenticidade dos mesmos e a fidedignidade da sua transmissão através do tempo, e de cuidar de interpretá-los, prepará-los e reproduzi-los em edições que se identifiquem ou se aproximem o mais possível da vontade dos autores ou dos testemunhos primitivos de que temos conhecimento.

OBJETO DE ESTUDO EDIÇAO CRÍTICA DE UM TEXTO Apesar de nem sempre os estudos de Crítica Textual resultarem na publicação de um texto, seu objetivo material e aplicado é a edição crítica. Esta, apesar de poder ser definida de mil formas, pode ser, perfeitamente, o que nos escreve Gladstone Chaves de Melo (MELO, 1957: 40): “Edição crítica” é a que procura estabelecer o texto perfeito, – confrontando manuscritos ou edições antigas, de vida do autor, anotando variantes, – e, além disso, desfaz as abreviaturas, quando é o caso, moderniza a pontuação, corrige os erros tipográficos, interpreta os passos obscuros, podendo ainda substituir o sistema ortográfico por outro mais moderno, – mas tudo isso respeitando escrupulosamente a língua, as formas, a fonética do tempo e do autor.

Tarefas da crítica textual Entendemos que são as seguintes as principais tarefas da Crítica Textual como ciência e arte ao mesmo tempo : – A definição do conceito, do objeto, do método e das finalidades da ciência e das diferentes épocas da sua evolução. – O estudo e classificação dos textos e das edições, e, nos casos de dúvida, a averiguação da sua autenticidade e a fundamentada identificação de textos apócrifos e de edições fraudulentas (contrafações). Apócrifos: livros ou escritos de falsa autoria, ou cuja autenticidade não é comprovada Contrafações: imitação fraudulenta de documentos, assinaturas, produtos, etc. falsificação – O exame da tradição textual e da fidelidade das transcrições, cópias e edições. – A pesquisa da gênese dos textos, sem deixar de lado qualquer elemento (inclusive fragmentos textuais) que possa contribuir para as conclusões sobre o labor autoral.

Tarefas da crítica textual – A fixação dos princípios gerais que devem orientar o trabalho da reprodução e da elaboração de todos os tipos de edições de textos. – A aplicação de tais princípios e de normas gerais a diferentes tipos de textos, tendo em vista os contextos histórico-culturais em que estão integrados. – O estabelecimento de normas gerais e de normas especificas para a conversão dos textos orais em textos escritos.

– A indicação dos pressupostos filológicos para a boa realização da tradução dos textos. – A organização dos planos de publicação das obras avulsas ou das obras completas de determinado autor, apoiada em rigoroso levantamento de dados histórico-culturais e biobibliográficos; e a formulação de normas editoriais para cada caso em exame. – A preparação de edições fidedignas ou de edições críticas, enriquecidas, sempre que recomendável, de estudos prévios, notas explicativas ou exegéticas destinadas a valorizar o labor autoral

CONTRIBUIÇÕES “A contribuição da crítica textual está em assegurar que o crítico literário (ou o historiador) possa exercer sua função com base em um testemunho que efetivamente reproduz a forma do texto que o autor lhe deu, ou seja, sua forma genuína” (CAMBRAIA, 2005: 21).

CIÊNCIAS AUXILIARES A crítica textual não pode desenvolver-se plenamente sem o apoio de várias ciências auxiliares, tais como: Epigrafia Paleografia Diplomática Codicologia

Epigrafia e Paleografia Ambas voltadas para estudo gráfico de textos antigos A Epigrafia estuda inscrições em feitas em material durável, como o metal, pedra ou madeira. Paleografia estuda inscrições feitas em material perecível, como o papiro, o pergaminho e o papel. Cabe a Paleografia estudas as mudanças ou as transformações dos tipos gráficos distribuídos em diferentes períodos

Epigrafia e Paleografia Portanto, quando se trata de edição de textos antigos grafados de formas não coincidentes com a moderna, torna-se indispensável o recurso à Epigrafia e à Paleografia.

Diplomática e Codicologia A Diplomática além do estudo da parte gráfica de um documento (público ou privado), examina seus caracteres externos, como matéria Escriptória (papiro, pergaminho, papel); os instrumentos utilizados no ato da escrita; as tintas e o tipo de letra; os padrões de linguagem e a própria forma do documento.

Diplomática e Codicologia Codicologia com base na Paleografia e Diplomática tem como objeto de estudo a análise e a descrição técnica do códices. Códice: volume manuscrito. Obra de autor clássico. (do latim: codex, -cis) é um antepassado histórico do livro, que passou a ser impresso com a invenção da escrita, no século XV. Daí a denominação “livros de mão”, ainda usada no século XVI com referência aos cancioneiros manuscritos.

Para uma edição crítica É básico o recurso à Paleografia, à Diplomática e à Codicologia, para exata descrição e completo estudo de todos os aspectos do manuscrito a ser editado. Ou seja: como elemento de investigação preliminar deve-se analisar, num manuscrito, quando e como foi feito, a matéria escriptória usada, tipo de letra e a autenticidade do códice