Prof. Alessandra Tonelli Mestranda Pricila Anny T. Albrecht

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Transcrição da apresentação:

Prof. Alessandra Tonelli Mestranda Pricila Anny T. Albrecht ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO Prof. Alessandra Tonelli Mestranda Pricila Anny T. Albrecht

Assédio Moral É a exposição de trabalhadores(as) a situações humilhantes e constrangedoras,repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções. É mais comum em relações hierárquicas autoritárias e assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego.

Assédio Moral Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos chefes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o trabalhador e a organização.

Assédio moral ou violência moral no trabalho não é um fenômeno novo. Pode-se dizer que ele é tão antigo quanto o trabalho. A novidade reside na intensificação, gravidade, amplitude e banalização do fenômeno e na abordagem que tenta estabelecer o nexo-causal com a organização do trabalho e tratá-lo como não inerente ao trabalho.

Assédio Moral Atualmente existem mais de 80 projetos de lei em diferentes municípios do país. Vários projetos já foram aprovados e, entre eles, destacamos: São Paulo, Natal, Guarulhos, Iracemápolis, Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu, Guararema, Campinas, entre outros. No âmbito estadual, o RJ desde maio de 2002, condena esta prática. Existem projetos em tramitação nos estados de SP, RS, PR, BA, entre outros. No âmbito federal, há propostas de alteração do Código Penal e outros projetos de lei.

Assédio Moral A violência moral no trabalho constitui um fenômeno internacional segundo levantamento recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com diversos países desenvolvidos. As perspectivas são sombrias para as duas próximas décadas, pois segundo a OIT e OMS, estas serão as décadas do “mal estar na globalização”, onde predominará depressões, angustias e outros danos psíquicos, relacionados com as novas políticas de gestão na organização de trabalho e que estão vinculadas as políticas neoliberais.

Fases da humilhação no trabalho A humilhação no trabalho envolve os fenômenos vertical e horizontal. O fenômeno vertical se caracteriza por relações autoritárias, desumanas, onde predomina os desmandos, a manipulação do medo, a competitividade, os programas de qualidade total associado a produtividade. O fenômeno horizontal está relacionado à pressão para produzir com qualidade e baixo custo.

Assédio Moral O medo de perder o emprego e não voltar ao mercado formal favorece a submissão e fortalecimento da tirania. O enraizamento e disseminação do medo no ambiente de trabalho, reforça atos individualistas, tolerância aos desmandos e práticas autoritárias no interior das empresas que sustentam a “cultura do contentamento geral”.

Frases discriminatórias frequentemente utilizadas pelo agressor Você é mesmo difícil... Não consegue aprender as coisas mais simples! Até uma criança faz isso... e só você não consegue! Não quer trabalhar... fique em casa! Lugar de doente é em casa! Quer ficar folgando... descansando.... de férias pra dormir até mais tarde.... A empresa não é lugar para doente. Aqui você só atrapalha! Teu filho vai colocar comida em sua casa? Não pode sair! Escolha: ou trabalho ou toma conta do filho! Você é mole... frouxo... Se você não tem capacidade para trabalhar... Então porque não fica em casa? Vá pra casa lavar roupa! Reconheço que foi acidente... mas você tem de continuar trabalhando! Você não pode ir a médico! O que interessa é a produção! É melhor você pedir demissão... Você está doente... está indo muito a médicos!

Atenção! Um ato isolado de humilhação não é assédio moral. Para caracterizar assédio moral é necessário: repetição sistemática; intencionalidade (forçar o outro a abrir mão do emprego); direcionalidade (uma pessoa do grupo é escolhida como bode expiatório); temporalidade (durante a jornada, por dias e meses); degradação deliberada das condições de trabalho.

Conseqüências do assédio moral A humilhação constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de trabalho e na saúde dos trabalhadores (as). O(a) trabalhador(a) humilhado(a) ou constrangido(a) passa a vivenciar depressão, angustia, distúrbios do sono, conflitos internos e sentimentos confusos que reafirmam o sentimento de fracasso e inutilidade.

Sintomas do assédio moral na saúde Palpitações, tremores; Diminuição da libido; Insônia ou sonolência excessiva; Depressão; Sentimento de inutilidade; Aumento da pressão arterial; Dor de cabeça; Distúrbios digestivos; Tonturas; Falta de apetite; Falta de ar; Dores generalizadas; Idéia e tentativas de suicídio; Abuso de álcool; Crises de choro. Fonte: BARRETO, M. Uma jornada de humilhações. São Paulo: Fapesp; PUC, 2000.

É possível estabelecer o nexo causal? Segundo a Resolução 1488/98 do Conselho Federal de Medicina, Para o estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de saúde e as atividades do trabalhador, além do exame clínico (físico e mental) e dos exames complementares, quando necessários, o médico deve considerar: A história clínica e ocupacional, decisiva em qualquer diagnóstico e/ou investigação de nexo causal; O estudo do local de trabalho; O estudo da organização do trabalho;

Os dados epidemiológicos; A literatura atualizada; A ocorrência de quadro clínico ou subclínico em trabalhador exposto a condições agressivas; A identificação de riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos, estressantes, e outros; O depoimento e a experiência dos trabalhadores; Os conhecimentos e as práticas de outras disciplinas e de seus profissionais, sejam ou não da área de saúde." (Artigo 2o da Resolução 1488/98 do Conselho Federal de Medicina).

O que a vítima deve fazer? Anotar com detalhes toda as humilhações sofridas. Evitar conversar com o agressor sem testemunhas. Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual resposta do agressor. Procurar seu sindicato e outras instâncias como: médicos, advogados, psicólogos. Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos. Recorrer ao Centro de Referencia em Saúde dos Trabalhadores. Buscar apoio junto a familiares, amigos e colegas. Fonte: http://www.assediomoral.org/spip.php?rubrique1