Norbert Elias (1897-1990) http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores.

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Transcrição da apresentação:

Norbert Elias (1897-1990) http://www.uel.br/grupo-estudo/processoscivilizadores

“(...) ainda alimento uma espécie de fantasia, há muito tempo: falo no telefone, e a voz do outro lado da linha me diz: ‘O senhor pode falar um pouco mais alto, não estou ouvindo’. Ponho-me então a gritar, e a voz repete constantemente: ‘Pode falar um pouco mais alto, não estou ouvindo.” (Norbert Elias por ele mesmo, p.82)

Livro Manuscrito e /ou época de produção Alemão Francês Inglês Português (Brasil) A sociedade da corte 1933 1969 1974 1983 2001 O processo civilizador, volume 1: Uma história dos costumes O processo civilizador, volume 2: Formação do Estado e Civilização. 1935 1938 1939 (Suíça) 1969 (Alemanha) 1973 1975 1978 1990 1993 O que é sociologia 1970 1981 1986 Sobre o tempo Anos de 1970 1984 1997 1991 1998 A sociedade dos indivíduos 1987 1994 Os alemães 1989 1996 Os estabelecidos e os outsiders Anos de 1950 1965 2000 Norbert Elias por ele mesmo

Cronologia: Norbert Elias (1897-1990) 1907 / 1915- Formação no liceu Johannes (Breslau): contato com filosofia alemã e ideal clássico de cultura: geração Sturm und Drang: Goethe (1749-1832) / Schiller (1759) / Kant (1724-1804) 1915 - Participação na primeira guerra 1918 - Universidade de Breslau: medicina e filosofia Curta passagem no curso de medicina: anatomia (compreensão da estrutura e funcionamento do corpo humano, especialmente o cérebro) / estudo dos músculos faciais e condição biológica do ser humano de esboçar riso e sorriso como expressão de sentimento / análise da complexidade dos órgãos sensoriais (o ser humano dotado de condições fisiológicas essencialmente orientado para um outro, para a vida coletiva) / crítica concepção filosófica do homo clausus (homem isolado de caracterizações a priori / o dado antes de qualquer experiência) / refuta Kant

1924 - Tese de doutorado em filosofia (30/01/1924): “Idéia e indivíduo 1924 - Tese de doutorado em filosofia (30/01/1924): “Idéia e indivíduo. Uma contribuição a filosofia da história” Função da sociologia: demonstrar que a história do homem não é produto de indivíduos particulares / relações entre indivíduos / redes de interdependência humana 1924 - 1929/30 - Universidade de Heidelberg prepara “habilitação” sob orientação de Alfred Weber (1868-1958)

Estudos da sociedade e do indivíduo (intelectuais da primeira geração / anos 20 – século XX) Max Weber (1864-1920): era jurista / “Noções fundamentais de sociologia”; “Economia e sociedade” / monopólio da violência física pelo Estado / poder propriedade do indivíduo e não como propriedade de uma relação / tipos ideais Werner Sombart (1863-1941): economista, sociólogo, professor; Oppenheimer (1864-1943): médico, economista, sociólogo; Ernst Troeltsch (1865-1923): teólogo, filósofo. historiador Georg Simmel (1858-1918): estudo das formas de interação social Alfred Weber (1868-1958): oposição cultura e civilização Freud (1856-1936): estudos do inconsciente Huizinga (1872-1945): historiador dos costumes e comportamentos da idade média

1930 - Universidade de Frankfurt - Assistente de Karl Mannheim (1893-1947); aluno do marxista Lukács e de Alfred Weber: “Utopia e Ideologia” / todo pensamento está ligado a interesses prévios / classes dominantes utilizam o pensamento para ocultar e deformar a realidade social: Marx e Mannheim não levam em conta que a consciência e o pensamento são eles próprios constitutivos da sociedade humana e realidade social; pensamento não se faz exterior a ela. 1933 - Apresenta tese de “habilitação”: “O homem de corte. Uma contribuição para a Sociologia de Corte, da Sociedade de Corte e da Monarquia Absolutista (“ Sociedade de Corte “/1969) 1935 - Londres – inicia estudos “Sobre o Processo Civilizador”: pretende, por meio de provas empíricas, demonstrar que é possível desenvolver teorias sociológicas que não se inscrevem no leque dos partidos políticos e dos ideais socais de época / (“O Processo Civilizador” / 1939)

(Norbert Elias por ele mesmo, p.148) “A teoria do processo civilizador e da formação do Estado, a teoria simbólica do saber e das ciências e, num sentido mais amplo, a teoria do processo e da figuração que me empenhei em elaborar, não são marxistas, liberais, socialistas ou conservadoras. As doutrinas partidárias ocultas, os ideais sociais mascarados pelo véu da ciência parecem-me falsificações; acho-as, além disso, estéreis. Era – e ainda é – sem dúvida uma das razões que explicam as dificuldades colocadas por essas teorias e as obras que as contém.” (Norbert Elias por ele mesmo, p.148)

1954 - Docente de Sociologia na Universidade de Leicester 1945/54 - Atividade no programa de educação de adultos do Adult Education Center. Conferências na London School of Economics e no Bedford College. Funda com o psicanalista S.H.Foulkes a Group Analytic Society. 1954 - Docente de Sociologia na Universidade de Leicester 1962/64 - Professor temporário de sociologia na Universidade de Gana 1965 - Publicação de “Os estabelecidos e outsiders” (co-autoria com John Scotson) 1969 - Nova edição revista de “Sobre o Processo Civilizador” e a “Sociedade de Corte”

1969/1971 - Professor e conferencista convidado na Holanda e Alemanha 1970 - Publicação de “O que é sociologia?”. 1975 - Residente na Holanda 1977 - Prêmio Theodor W. Adorno pelo conjunto de sua obra 1979/84 - Centro para a Pesquisa Interdisciplinar (ZIF / Bielefeld / Alemanha) / doutor honoris causa da Universidade de Bielefeld 1982 – Publicação de “A solidão dos Moribundos” 1983 - Publicação de “Envolvimento e Distanciamento” 1983 – Fundação Norbert Elias (Holanda)

1984 - Publicação de “Sobre o tempo” (volta a residir em Amsterdã) 1985 - Publicação de “Condição Humana” 1986 – Publicação de Quest for Excitement: Sports and Leisure in the Civilizing Process (co-autoria com Eric Dunning) 1987 - Publicação de “A sociedade dos indivíduos” 1989 - Publicação de “Os alemães” 1989 - Publicação de “Teoria do símbolo” 1990 - Falece em Amsterdã (01/08/1990) Publicados após 1990: “Norbert Elias por ele mesmo” (1990); “Mozart: sociologia de um gênio” (1991); “A peregrinação de Wateau a ilha do amor” (2000); “Escritos e ensaios 1: Estado, Processo e Opinião Pública” (organização de Frederico Neiburg e Leopoldo Waizbort, 2002)