Manejo Clínico da Neutropenia Febril

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
DIVISÃO DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Advertisements

Uso racional de antimicrobianos: discussão clínica
CEFALOSPORINAS 3a e 4a GERAÇÃO
Luana Alves Tannous R3 UTI 02/08/2006
Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
II Curso de Antimicrobianos do Hospital Regional da Asa Sul
Infecções da Corrente Sanguínea
USO RACIONAL DE ANTIMICROBIANOS
MENINGITES NA INFÂNCIA
INFECÇÕES NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Uso Racional de Antimicrobianos
Surtos de Infecção Hospitalar associados a Nutrição Parenteral
PNEUMONIA NOSOCOMIAL: DIAGNÓSTICO, MANEJO E PROFILAXIA
Escolha Antibiótica na UTI
Surg Clin N Am 85 (2005) 1137–1152 Janaína Oliva Oishi 02/08/2006.
Trombose Venosa Profunda
PNEUMONIAS CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Natália Silva Bastos Ribas R1 pediatria/HRAS
SÍNDROME HEPATORRENAL
Choque tóxico: relato e caso
Febre sem sinais localizatórios
Pneumonia em institucionalizados
MENINGITES NA INFÂNCIA
Prevenção de Infecção de Corrente Sanguínea Associada à Cateter
Casos Clínicos Antibióticos
Esofagite por Candida Caspofungina x Fluconazol Candidíase invasiva Caspofungina x Anfo B Aspergilose invasiva – 2a linha Caspofungina Programa de Desenvolvimento.
INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA INFÂNCIA - INTERPRETANDO NOVOS CONSENSOS
Chefe do Serviço de Infectologia do H.N.Sra. das Graças e do HC-UFPR
Adenomegalias em pediatria: o que fazer?
Infecção urinária febril Maurícia Cammarota
Material expositivo para as capacitações
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES
UMA CAUSA POUCO FREQUENTE DE ABCESSO HEPATICO
Vila Franca de Xira, 22 e 23 de Novembro 2013
Sepse Neonatal Precoce
Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
Raquel Adriana M. Salinas S. Takeguma Orientador: Dr. Jefferson A. P. Pinheiro Brasília, 06 de dezembro de ARTIGO DE MONOGRAFIA.
HRAS - DIP - Sylvia Freire R3 – Infectologia Pediátrica
INFECÇÃO BACTERIANA DO RECÉM-NASCIDO
Acompanhamento da Nutrição Parenteral e suas complicações
MANEJO DA CRIANÇA CUJA MÃE RECEBEU PROFILAXIA ESTREPTOCÓCICA
SEPSE FÚNGICA NEONATAL
NEUTROPENIA FEBRIL Jefferson Pinheiro
MANEJO DAS INFECÇÕES FÚNGICAS
Monografia apresentada como requisito para conclusão da Residência Médica em Pediatria Geral Estudo descritivo e coorte histórica de um surto de Candida.
Fisiopatologia macrófago ativado Agente invasor macrófago ativado (toxina) produção de mediadores destruição do invasor produção.
Identificação de Cocos Gram-positivos
Julio Beserra Evaristo Orientadora: Dra. Luciana Sugai
XI Curso de Atualização em Pneumologia-Rio de Janeiro ABRIL-2010
NEUTROPENIA FEBRIL Brasília, 14/6/2011
Febre sem sinais localizatórios e risco de bacteremia oculta
Neutropenia Febril em Oncologia Pediátrica
Diagnóstico e tratamento das infecções neonatais Uso Racional de antimicrobianos Felipe T de M Freitas NCIH – HMIB Brasília, 19.
CONTROVÉRSIAS A RESPEITO DA SEPSE FÚNGICA NO PRÉ-TERMO EXTREMO: PROFILAXIA E ESQUEMAS TERAPÊUTICO Maria E. L. Moreira Pesquisadora do Instituto Fernandes.
Enfª Msc. Cinthia Brígida
Endocardite Bacteriana
FEBRE SEM SINAIS DE LOCALIZAÇÃO
Osteomielite Diagnóstico e Encaminhamento.
Infecções da Corrente Sanguínea
FEBRE SEM SINAIS DE LOCALIZAÇÃO
Enterococcus faecalis
DOENÇAS INFECCIOSAS DE CÃES Rafael Fighera Laboratório de Patologia Veterinária Universidade Federal de Santa Maria.
Autores: Henrique Yuji Watanabe Silva 1 e Dr. Jefferson Pinheiro 2 1- Médico residente de pediatria geral do Hospital Materno Infantil de Brasília, 2-
Incluir aqui a capa da publicação: “Recommendations for management of common childhood conditions”
LEISHMANIOSE VISCERAL (Calazar)
Passado, Presente, Futuro
RINOSSINUSITES Dra. Adriana De Carli
Porque crianças com Sepse grave morrem: Determinantes e Consequências do Cuidado Sub- Ótimo Alexandre Serafim Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica Hospital.
NEUTROPENIA FEBRIL Brasília, 14/6/2011
Neutropenia Febril em Oncologia Pediátrica
Transcrição da apresentação:

Manejo Clínico da Neutropenia Febril PROTOCOLOS CLÍNICOS Manejo Clínico da Neutropenia Febril Jefferson A. P. Pinheiro Médico Assistente da Enfermaria de DIP do HRAS Supervisor da Residência Médica em Infectologia Pediátrica www.paulomargotto.com.br Brasília, 3 de fevereiro de 2012

Neutrófilos X Neutropenia NEUTROPENIA FEBRIL Neutrófilos X Neutropenia Diminuição da produção Aumento da utilização Aumento da destruição Anormalidades da função fagocítica Febre: T ax ≥ 38 °C por 1 h ou dois episódios com intervalo de 12h; Neutropenia Neutrófilos totais (NT) ≤ 500 cel/mm3 NT < 1000 cel/ mm3 com tendência à queda nas próximas 48h. Mendes AV, Sapolnik R, Mendonça N. New guidelines for the clinical management of febrile neutropenia and sepsis in pediatric oncology patients. J Pediatr (Rio J). 2007;83(2 Suppl):S54-63.

CAUSAS DE NEUTROPENIA FEBRIL Neutropenia febril em pacientes oncológicos Quimioterapias mais agressivas Sobrevida em cinco anos: 56% (1974) – 75% (2000) Quebra de “barreiras” - mucosite Alterações qualitativas e quantitativas da imunidade Fatores associados Desnutrição Alterações da flora normal Uso prolongado de antibióticos Hospitalizações Neutropenia congênita: Neutropenia cíclica Síndromes genéticas (diminuição de produção, leucócitos incompetentes) Neutropenia adquirida: Aplasia medular Neutropenia auto-imune Induzidas por neoplasias Induzidas por drogas (quimioterápicos) Devido a infecções Devido a desnutrição Adaptado: Freire SML. Neutropenia febril: definições e manejos . 2011.

Importância da Abordagem As infecções constituem a principal causa de mortalidade em crianças com câncer Diagnóstico difícil pela ausência de resposta inflamatória Dos pacientes com neutropenia febril 60% estão desenvolvendo novas infecções Bacteremia : infecção mais frequente (20 % dos casos) Agentes etiológicos : 85 – 90% infecções bacterianas # É CONSIDERADO EMERGÊNCIA MÉDICA DEVIDO AO RISCO DE DISSEMINAÇÃO E CHOQUE SÉPTICO REFRATÁRIO , DEVENDO SER INSTITUÍDA ANTIBIOTICOTERAPIA EMPÍRICA E PRECOCE DENTRO DE 1h APÓS AS PRIMEIRAS EVIDÊNCIAS DE INFECÇÃO

Sickles EA, Greene WH, Wiernik PH, Clinical presentation in granulocytopenic patients. Arch Intern Med 1975; 135: 715–19. Episódios febris durante neutropenia: 20% associados a bacteremia 20% sem bacteremia porém microbiologicamente documentada 20% com sinais claros de infecção sítio-específica porém sem agente etiológico isolado 20% etiologia não infecciosa 20% infecção é altamente provável porém nunca confirmada

Incidência de infecção em LMA durante terapia indutória

Variáveis associadas ao risco de infecção bacteriana PCR sérica ≥ 90 mg/L Hipotensão arterial Recaída de leucemia Plaquetas < 50.000/mm3 < 7 dias entre a última quimioterapia e o início da febre Comitê de Infectologia do Programa Infantil Nacional de Drogas Antineoplásicas (PINDA), Chile; 2005.

Abordagem Diagnóstica Inspeção cuidadosa: - pele, mucosas e fâneros, - regiões genital, anal, oral, - locais de inserção de cateteres, - locais de punção medular - sítio cirúrgico Importante lembrar: - sinais inflamatórios clássicos (calor, edema, eritema e supuração) podem estar diminuídos! - apenas dor discreta a moderada pode indicar infecção (infecções relacionadas a cateteres e a sítios cirúrgicos)

Abordagem Diagnóstica Exames complementares: - Hemograma completo - Ureia e creatinina / TGO e TGP / bilirrubinas totais e frações Eletrólitos Rx de torax Culturas (hemoculturas / urocultura / culturas de vigilância ) Importante lembrar: - 10 a 40% apenas das infecções são documentadas

Escolha do Antimicrobiano Perfil microbiológico local Condições individuais do paciente Doença de base Fase do tratamento Quimioterápicos utilizados Tempo e duração da neutropenia Uso de cateter de longa permanência ou outros dispositivos Achados do exame físico Presença de disfunção orgânica Sítios mais comuns: - pulmões - corrente sangüínea (relacionadas a cateteres) pele e partes moles # ESQUEMA EMPÍRICO DE AMPLO ESPECTRO

Importância do início precoce da antibioticoterapia Influência do ambiente na incidência de infecções em neutropênicos febris Importância do início precoce da antibioticoterapia

Influência da antibioticoterapia apropriada

Escolha do Antimicrobiano Monoterapia ou combinação de antimicrobianos? Cefepime / meropenem / piperacilina+tazobactan Aminoglicosídeos?? Quando devo associar vancomicina? Suspeita clínica de infecção de cateter Infecção de pele e partes moles Mucosite severa Colonização por S. aureus resistente a oxacilina; colonização por pneumococo resistente à penicilina e cefalosporinas e enterococo resistente a ampicilina Hemocultura revelando crescimento de gram + ainda não identificado Hipotensão ou sinais de piora cardiorrespiratória Clinical Practice Guideline for the Use of Antimicrobial Agents in Neutropenic Patients with Cancer: 2010 Update by the Infectious Diseases Society of America

Escolha do Antimicrobiano Quando devo modificar o esquema inicial? Persistência da febre após 72h Piora na condição clínica Isolamento de agente específico Desenvolvimento de infecções localizadas Outras drogas utilizadas Antifungicos – Anfotericina B , caspofungina, fluconazol Antivirais – aciclovir, oseltamivir, ribavirina

OBRIGADO!