O SERVIÇO SOCIAL NA CENA CONTEMPORÂNEA

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Transcrição da apresentação:

O SERVIÇO SOCIAL NA CENA CONTEMPORÂNEA Marilda Vilela Iamamoto IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na cena contemporânea. In.: Serviço Social, Direitos Sociais e Competências Profissionais. 2009. Brasília. Pág. 16-50.

PROPOSTA: Apresentar uma visão panorâmica do Serviço social na atualidade COMPOSIÇÃO: Analisa as competências profissionais no viés crítico, resguardadas pela legislação e comprometidas com a defesa do direito.

Analisa o Serviço social e as relações existentes entre as classes sociais e o Estado e a profissão no processo das relações sociais. Analisa as relações entre trabalho, questão social e Serviço social na parte das finanças.

Aborda os direitos e as competências profissionais entre as tensões que envolvem o projeto profissional e as condições de trabalhador assalariado.

DILEMA DIREITOS CAPITAL SERVIÇO SOCIAL O assistente social não pode ser concebido como um mediador de conflitos entre capital e trabalho nos diversos espaços em que atua, mas como “articulador e potencializador de mediações”, preparados do ponto de vista teórica e metodológico e instigados do ponto de vista ético e político para desvendar as complexas e múltiplas mediações inerentes ao imediato, o que possibilita ao profissional realizar a devida diferenciação das demandas institucionais (instituídas) e das demandas socioprofissionais (instituintes);

COMPETÊNCIA CRÍTICA EXECUTOR EFICIENTE

Uma competência estratégica e técnica; COMPETÊNCIA CRÍTICA Diálogo crítico com a herança intelectual incorporada pelo serviço social; Um redimensionamento das atividades burocráticas que privilegia sua conformidade; Uma competência estratégica e técnica;

O Serviço social brasileiro contemporâneo apresenta uma feição acadêmica profissional e social renovada voltada a defesa do trabalho e do trabalhador;

O S.S tem compromisso com: AFIRMAÇÃO DA DEMOCRACIA JUSTIÇA SOCIAL LIBERDADE IGUALDADE

CONSEQUÊNCIAS Aumento do serviço social em movimentos operários; Elaboração e aprovação da Carta Constitucional de 1988 Intenções em pró da queda da ditadura militar

A categoria passou a sofrer questionamentos de suas práticas por diferentes segmentos da sociedade civil.

OCORRE RUPTURA COM O TRADICIONALISMO PROFISSIONAL IDEÁRIO CONSERVADOR

Isso exigiu novas respostas profissionais Construção de um projeto profissional crítico e inovador com fundamentos histórico e teórico-metodológico baseado no marxismo Código de ética do assistente Social, Lei da Regulamentação da profissão e Diretrizes Curriculares

O Assistente Social atua Nas manifestações mais expressivas da questão social

QUESTÃO SOCIAL A “questão social” é interpretada por Iamamoto como o conjunto das expressões das desigualdades econômicas, sociais, políticas e culturais vivenciadas na sociedade capitalista madura. Trata-se pois das desigualdades de classe, gênero, etnia e geração, que nesta forma de sociabilidade podem ser relacionadas a uma raiz comum, qual seja: “a produção é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantêm-se privada, monopolizada por uma parte da sociedade” (Iamamoto, 1999, p. 27-29).

Os espaços ocupacionais Três poderes: EXECUTIVO LEGISLATIVO JUDICIÁRIO Empresas privadas capitalistas ou sem fins lucrativos

Nesses espaços atuam na Formulação Planejamento Execução de políticas Públicas Educação Saúde Previdência Assistência Habitação Meio ambiente

Sempre na perspectiva de ampliação e defesa dos DIREITOS da população.

Na esfera privada o assistente social está no âmbito de: Repasse dos serviços Benefícios Produção, circulação e consumo de bens e serviços

Realizam Assessorias Consultorias Supervisão técnicas Formulação, gestão e avaliação de políticas, programas e projetos.

Atuam também na instrução de: Processos Sentenças Decisões sociojurídicas

Realizam: Estudos socioeconômicos Orientação social ou individual, grupos e famílias principalmente de classe subalterna Impulsionam a mobilização social Realizam práticas educativas Formulam e desenvolvem projetos de pesquisa Exercem função de magistério, direção e supervisão acadêmica.

Resumo Viabilizam direitos e acessos a eles; Estimulam a participação Estimulam a organização dos trabalhadores na defesa de seus direitos Expressão a capacidade para apreciar e dar resolutividade a diversos assuntos

O Serviço Social e (re)produção das relações sociais Desde a década de 1980, afirma-se (IAMAMOTO; CARVALHO, 1982) que o Serviço Social é uma especialização do trabalho da sociedade, inscrita na divisão social e técnica do trabalho social, o que supõe afirmar o primado do trabalho na constituição dos indivíduos sociais

Ao indagar-se sobre significado social do Serviço Social no processo de produção e reprodução das relações sociais, tem-se um ponto de partida e um norte. Este não é a prioridade do mercado, tão cara aos liberais. Para eles, a esfera privilegiada na compreensão da vida social é a esfera da distribuição da riqueza, visto que as leis históricas que regem a sua produção são tidas como assemelhadas àquelas da natureza, de difícil alteração por parte da ação humana.

A reprodução das relações sociais na sociedade capitalista na teoria social crítica é entendida como reprodução desta sociedade em seu movimento e em suas contradições: a reprodução de um modo de vida e de trabalho que envolve o cotidiano da vida social.

O processo de reprodução das relações sociais não se reduz, pois, à reprodução da força viva de trabalho e dos meios materiais de produção, ainda que os abarque. Ele refere-se à reprodução das forças produtivas sociais do trabalho e das relações de produção na sua globalidade, envolvendo sujeitos e suas lutas sociais, as relações de poder e os antagonismos de classes

Envolve a reprodução da vida material e da vida espiritual, isto é, das formas de consciência social – jurídicas, religiosas, artísticas, filosóficas e científicas – por meio das quais os homens tomam consciência das mudanças ocorridas nas condições materiais de produção de vida material, pensam e se posicionam na sociedade.

o processo de reprodução das relações sociais não é mera repetição ou reposição do instituído. É, também, criação de novas necessidades, de novas forças produtivas sociais do trabalho em cujo processo aprofundam-se desigualdades

e são criadas novas relações sociais entre os homens na luta pelo poder e pela hegemonia entre as diferentes classes e grupos na sociedade. Essa é uma noção aberta ao vir a ser histórico, à criação do novo, que captura o movimento e a tensão das relações sociais entre as classes e sujeitos que as constituem, as formas mistificadas que as revestem, assim como as possibilidades de ruptura com a alienação por meio da ação criadora dos homens na construção da história.

Esse rumo da análise recusa visões unilaterais que apreendem dimensões isoladas da realidade, sejam elas de cunho economicista, politicista ou culturalista.

O projeto profissional beneficia-se tanto da socialização da política conquistada pelas classes trabalhadoras quanto dos avanços de ordem teórico-metodológica, ética e política acumulados no universo do Serviço Social a partir dos anos de 1980.

“O significado sócio-histórico e ideopolítico do Serviço Social inscreve-se no conjunto das práticas sociais acionado pelas classes e mediadas pelo Estado em face das ‘seqüelas’ da questão social”.

Segundo essa proposta, a particularidade do Serviço Social no âmbito da divisão social e técnica do trabalho coletivo se encontra “organicamente vinculada às configurações estruturais e conjunturais da ‘questão social’ e às formas históricas de seu enfrentamento, que são permeadas pela ação dos trabalhadores, do capital e do Estado” (ABESS/CEDEPSS, 1996, p. 154).

Assim as condições que circunscrevem o trabalho do assistente social expressam a dinâmica das relações sociais vigentes na sociedade.

O exercício da profissão exige um sujeito profissional que tenha competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e atribuições profissionais.

O Serviço Social é assim reconhecido como uma especialização do trabalho, parte das relações sociais que fundam a sociedade do capital. Estas são, também, geradoras da “questão social” em suas dimensões objetivas e subjetivas, isto é, em seus determinantes estruturais e no nível da ação dos sujeitos.