HARVEY, D. Condição Pós-Moderna

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Transcrição da apresentação:

HARVEY, D. Condição Pós-Moderna Pós-modernismo

Pós-Modernismo Pós-Modernismo: implica em grande alteração “na estrutura do sentimento” com relação ao modernismo – “há uma notável mutação na sensibilidade, nas práticas e nas formações discursivas que distingue um conjunto pós-moderno de pressupostos, experiências e proposições de um período precedente” (Huyssens in Harvey, 45) Nova concepção sobre a habitação: ela não deve ser uma “máquina para a vida moderna” (como querem os modernistas), mas uma habitação construída para pessoas nela viverem. Busca-se, com isso, superar-se a busca por ideais abstratos, teóricos e doutrinários em troca do aprendizado com o estudo de paisagens populares e comerciais, “inventadas” por seus ocupantes e habitantes. (45)

Pós-Modernismo Modernismo: faça grande planos, produza a “renovação urbana” X Pós-Modernismo: desenvolva estratégias “pluralistas” e “orgânicas”, promova a “revitalização urbana”, a solução está nas pequenas intervenções. (46) Crise do marxismo e do estruturalismo: mescla de pragmatismo americano revivido com onda pós-marxista e pós-estruturalista. (48) Projeto teológico pós-moderno: reafirmar a vontade de Deus sem abandonar os poderes da razão. (47)

Pós-Modernismo Questões acerca do pós-modernismo: 2º. parágrafo p. 47 Quadro formulado por Hassan: p. 48. Projeto modernista: visa a totalidade X pós-modernismo: trata a realidade como espaço do caos, em que a anarquia e o acaso podem jogar em situações inteiramente abertas (49) Críticos literários: a) modernistas: vêm a obra como um gênero X b) pós-modernistas: vêm a obra como um texto com retórica particular (49)

Pós-Modernismo Ideias latentes (e dominadas) no modernismo, passam a ser explícitas e dominantes no pós-modernismo. Nesse sentido, longe de se constituir como uma versão do modernismo, o pós-modernismo se difere do modernismo. (49) Foucault: fonte de argumentação pós-moderna – rompe com a ideia de que o poder está em última instância no Estado; para ele, o único irredutível é o corpo humano e, o caminho para eliminar o “fascismo que está em nossa cabeça” é explorar as qualidades abertas do discurso humano, intervindo no modo como o conhecimento é produzido e constituído nos lugares particulares em que prevaleça um discurso de poder localizado: atração dos novos movimentos sociais (50)

Pós-Modernismo Lyotard: atomização do social em redes flexíveis de “jogos de linguagem” – cada um pode recorrer a um conjunto bem distinto de códigos. Dado que “o conhecimento é a principal força de produção”, atualmente, o problema é definir o lugar desse poder quando ele está disperso dentro de uma heterogeneidade de jogos de linguagem. Estes, criam linguagem e poderes institucionais locais, originando “instituições em pedaços”, “determinismos locais” (51) ou, “comunidades interpretativas” (como a universidade, o sistema legal, os agrupamentos religiosos – cada qual com seu conjunto de códigos, cada qual com sua linguagem própria, com seu “conhecimento válido) [52] Pós-modernidade: longe de “discursos mestres”, as lutas pela libertação são múltiplas, locais, autônomas. (52)

Pós-Modernismo Pluralismo pós-moderno: todos os grupos têm o direito de falar por si mesmos (52) Sociedade pós-moderna – dramática transição social e política nas linguagens da comunicação em sociedades capitalistas avançadas (Lyotard)// sociedade pós-industrial – baseada na informação; novas tecnologias de comunicação (Bell; Touraine) [53] Pós-modernismo: a vida cultural é vista como uma série de textos em intersecção com outros textos, produzindo mais textos. Há um entrelaçamento intextual (ler final p. 54 e p. 55) Derridá: considera a colagem/montagem a modalidade primária de discurso pós-moderno (55)

Pós-Modernismo A resposta pós-moderna sobre a proposta moderna de projeto global é que o pragmatismo é a única filosofia de ação possível (56) “O modernismo dedicava-se muito à busca de futuros melhores, mesmo que a frustração perpétua desse alvo levasse à paranoia. Mas o pós-modernismo tipicamente descarta essa possibilidade ao concentrar-se nas circunstâncias esquizofrênicas induzidas pela fragmentação e por todas as instabilidades (inclusive as linguísticas) que nos impedem até mesmo de representar coerentemente, para não falar de conceber estratégias para produzir, algum futuro radicalmente diferente.” (57)

Pós-Modernismo Jameson – na pós-modernidade ocorre a redução da experiência a uma série de presentes puros e não relacionados no tempo. O mundo perde a sua profundidade e ameaça tornar-se “uma pele lisa”, “uma sucessão de imagens fílmicas sem densidade”. O caárter imediato dos eventos e o sensacionalismo do espetáculo político, científico, militar e do entretenimento se tornam “a matéria de que a consciência é forjada” [e de que consciência falamos aqui?] (57)

Pós-Modernismo O artista modernista produz, o artista pós-modernista reproduz. O arquiteto modernista projeta o futuro; o pós-modernista se apropria de partes e pedaços do passado de modo eclético e os combina à vontade. (58) “Há, no pós-modernismo, pouco esforço aberto para sustentar a continuidade de valores, de crenças ou mesmo de descrenças” (Harvey, 58) Jameson: aponta a “falta de profundidade” de boa parte da produção cultural contemporânea, quanto à sua fixação nas aparências, nas superfícies e nos impactos imediatos que, com o tempo, não têm poder de sustentação. (59)

Pós-Modernismo Desde o cubismo – atenção às superfícies. Questiona Raban: “como podemos construir, representar e dar atenção a essas superfícies com a simpatia e a seriedade exigidas a fim de ver por trás delas e identificar os sentidos essenciais? O pós-modernismo, com sua resignação à fragmentação e efemeridade sem fundo, em geral se recusa a enfrentar essa questão. (60)

Pós-Modernismo A aproximação entre a cultura popular e a produção cultural do período contemporâneo, embora dependa muito de novas tecnologias de comunicação, parece carecer de todo impulso vanguardista ou revolucionário, levando muitos a acusar o pós-modernismo de uma simples e direta rendição à mercadificação, à comercialização e ao mercado (Foster citado por Harvey, 62). Seja como for, boa parte do pós-modernismo é conscientemente anti-áurica e antivaguardista, buscando explorar mídias e arenas culturais abertas a todos. (Harvey, 62)

Pós-Modernismo Bell: define o pós-modernismo como a exaustão do modernismo através da institucionalização dos impulsos criativos e rebeldes pela “massa cultural” (as pessoas que trabalham nos meios de comunicação, no cinema, no teatro, nas universidades, nas editoras, nas indústrias de proaganda e comunicações etc.). Vê a degeneração da autoridade intelectual sobre o gosto cultural nos anos 60 e a sua substituição pela pop arte, pela cultura pop, pela moda efêmera e pelo gosto da massa como hedonismo inconsciente do consumismo capitalista. (62)

Pós-Modernismo Contrariamente a Bell, Iain Chambers interpreta a pós-modernidade como o momento em que a juventude construiu, pela moda, pela pop arte, a sua própria identidade. (63) Charles Newman vê boa parte da estética pós-modernista como uma resposta ao surto inflacionário do capitalismo avançado – aceitamos as modas e a arte de modo acrítico e indiferente. Assim, “a celebrada fragmentação da arte já não é uma escolha estética: é somente um aspecto cultural do tecido social e econômico”. (64)

Pós-Modernismo Crimp: as corporações financiam os museus, patrocinam a arte e a produção artística. (64) Há o desenvolvimento de uma cultura de museu – vide o fenômeno das bienais de livro (65) Publicidade: a arte oficial do capitalismo – v. a pintura de David Salle (54) X a ilustração publicitária da Citizen (66)